“Nós somos nossos vizinhos”
Primeira sessão de encontro dos BRICS no Palácio da Cidade, no Rio, enfatiza a importância de cada país se alinhar com países próximos para ter mais força de negociação
BRICS e seus vizinhos – comércio e investimento, a primeira mesa do encontro, procurou encontrar fatores de alinhamento de cada nação do bloco com seus países vizinhos. “Nós somos nossos próprios vizinhos e além disso temos de alinhar nossos interesses e movimentos e descobrir o que nos identifica como players globais”, afirmou Samucha Naidu, pesquisadora sênior do Centre for Conflit Resolution, da África do Sul. Ivan Oliveira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, representante do Brasil, destacou a importância da economia vizinha, citando que seu país tem como principais parceiros próximos Chile, Venezuela e principalmente Argentina, responsável por 40% do total.
Na mesma sessão, Vladimir Davydov, vice-presidente do Academic Council of the National Commitee for BRICS Studies, palestrou sobre as prioridades econômicas do bloco. Ele constatou o fracasso do sistema de Bretton Woods e a tendência de que a economia global agora passe a ser definida pelos megablocos globais (unidades de integração intercontinentais). Mas alertou para o fato de que o modelo BRICS ainda não está totalmente definido, embora seja evidente que não seja similar aos padrões tradicionais de integração econômica.
“Os BRICS são uma cooperação pentalateral que ainda está definindo suas prioridades. Em primeiro lugar, acredito que deveria haver um projeto de um Banco de Desenvolvimento BRICS”, definiu Davydov. O chinês Chen Huaquiao, professor da Sichuan International Studies University afirmou que “todos os BRICS estão olhando além dos mercados tradicionais para firmar acordos preferenciais e áreas de cooperação”. O russo Davydov concordou, ressaltando que a América Latina, por exemplo, é um mercado bastante único e peculiar, com 600 milhões de consumidores.
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