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17/11/2021 18:18 | ||||||
![]() Nota Técnica - 2021 - Agosto- Número 98- Disoc Mortalidade por Covid-19 e Queda do Emprego no Brasil e no Mundo
Autor: Marcos Hecksher
O ano de 2020 foi marcado pelo alastramento global do vírus Sars-CoV-2, o que resultou em um aumento no número total de mortes de pessoas na maioria dos países. Todas as economias nacionais foram afetadas de algum modo e quase todas registraram quedas no nível de emprego de suas populações. Não há dúvida de que o Brasil foi fortemente impactado em perdas de vidas humanas e em deterioração de seu mercado de trabalho. O objetivo desta nota é comparar as perdas experimentadas em 2020 nessas duas dimensões pelos habitantes dos diversos países com dados disponíveis, de modo a situar a gravidade das perdas brasileiras perante as do resto do mundo. Compreender onde as perdas foram maiores ou menores é um passo necessário – ainda que não suficiente – para reconhecer as circunstâncias que levaram a diferentes resultados. Diante de informação comparável sobre a variedade do que se observou em diferentes contextos, as ações individuais e coletivas ganham potencial para serem melhoradas, reforçadas ou substituídas por novas estratégias. Comparações internacionais são quase sempre sujeitas a diferenças entre os métodos de apuração dos indicadores em cada país e os padrões de erro cometidos. Se já não é simples confrontar dados de duas fontes diferentes sobre o mercado de trabalho brasileiro, por exemplo, o desafio só aumenta quando isso é feito com vários países. Apesar disso, é necessário lidar com os dados disponíveis e buscar a melhor forma de compreender o que eles informam dadas as limitações de cada tipo de comparação. No caso dos efeitos da pandemia de covid-19, há ainda outras ressalvas a fazer. Embora seja um fenômeno de alcance mundial, seus choques não se iniciaram simultaneamente em todas as partes do globo terrestre, nem encontraram condições iguais em cada uma delas. A doença do novo coronavírus foi batizada com o ano de 2019 em que foi identificada, mas ganhou o mundo em 2020. No Brasil, as primeiras mortes atribuídas à covid-19 foram registradas em março de 2020, e isso ocorreu em diferentes momentos em cada país. Nas áreas mais populosas do Brasil, sob as estações do ano típicas do hemisfério Sul, o vírus começou a ceifar vidas entre o fim de um verão e o início de um outono. Mesmo dentro do Brasil, cujo território chega a alcançar a linha do Equador, as estações não são homogêneas e seus impactos sazonais são variados, seja na saúde ou na economia. No mundo, então, a diversidade é bem maior. Além disso, a propagação é afetada pela maneira como as pessoas transitam e interagem em redes que conectam umas às outras de formas muito distintas em escalas locais e globais. As consequências, por sua vez, dependem de características das populações e dos múltiplos recursos de que dispõem para reagir ao vírus, em muitas dimensões – memória imunológica, condições econômicas e sanitárias, sistemas de saúde com profissionais e infraestrutura em quantidades e qualidades variadas, canais de coordenação das ações etc. As condições variam muito. Assim mesmo, os resultados devem ser e são sistematicamente comparados de várias maneiras. Não há uma única forma correta de comparar. O importante é compreender o que cada tipo de comparação informa ou não. Esta nota reúne algumas comparações possíveis, procurando indicar suas principais limitações e vantagens, sempre no intuito de situar no mundo a intensidade relativa dos danos sanitários causados pela covid-19 no Brasil e de seus prováveis reflexos no mercado de trabalho. Averiguar qualquer nexo causal entre as duas dimensões, no entanto, vai além do escopo pretendido. |
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