O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Facebook Facebook Twitter LinkedIn Youtube Flickr SoundCloud
08/03/2022 16:15

Metodologia do PolicySpace2 prevê avaliação de políticas públicas por meio de simulações


Livro lançado pelo Ipea analisa múltiplas aplicações da ferramenta na avaliação de políticas e do mercado imobiliário

A avaliação de políticas públicas por meio de um modelo computacional que tem como diferencial a simulação de tais políticas em nova metodologia é o destaque do livro PolicySpace2: Modelando Mercado Imobiliário e Políticas Públicas, publicado nesta terça-feira (8/3), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De autoria do pesquisador Bernardo Alves Furtado, o livro descreve a evolução da plataforma de simulação computacional e políticas públicas, denominado PolicySpace2. O conteúdo contém detalhes da metodologia subjacente – a modelagem baseada em agentes (ABM) – da teoria que dá suporte à análise de políticas e do mercado imobiliário e à construção do modelo computacional, além das análises realizadas.

De acordo com o autor, o livro é a evolução de outro modelo publicado pelo Ipea, em 2018, chamado PolicySpace. A edição atual documenta a plataforma ou modelo computacional que faz simulação de políticas públicas. “Como método, o PolicySpace2 é diferente do tradicional aplicado pelos economistas porque tem uma natureza de retroalimentação, de-baixo-para-cima e espacialmente detalhada, na qual é possível simular políticas públicas, e, desse modo, antecipar resultados relativos”, declarou.

Furtado explica que o PolicySpace2 está inserido em uma metodologia denominada Modelagem Baseada em Agentes (ABM), muito utilizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e União Europeia. Nessa metodologia, são descritos os agentes e os comportamentos, posteriormente, são identificados os problemas, e com isso é montada a modelagem em si. Após esse processo é possível perceber se a modelagem está ou não replicando a realidade. Por último, aplicamos esse modelo nas políticas públicas a serem analisadas para sabermos quais podem trazer melhores resultados”, exemplificou.

Entre os agentes investigados pelo PolicySpace2 estão as famílias, as firmas, os bancos, os municípios, as casas e os trabalhadores. “Fazemos a interação desses agentes em vários mercados, como mercado de bens e serviços, mercado de crédito, mercado imobiliário e o mercado de trabalho. Logo, podemos testar políticas públicas que tenham relação com os mercados com quais desejamos trabalhar”, adiantou.

Em um dos capítulos do livro, o pesquisador faz um teste com algumas políticas públicas para comparar, em termos relativos, se uma prefeitura que tem um recursos voltados para habitação deveria fornecer subsídios para a compra de imóveis, ou seja, comprar imóveis dentro do modelo computacional e ceder para as famílias com menor renda; conceder um voucher com um auxílio aluguel durante dois anos; ou, em uma terceira hipótese, oferecer auxílio monetário, semelhante ao Bolsa Família ou Auxílio Brasil. “O objetivo, neste caso, era descobrir qual dessas três políticas era a melhor. A partir das informações do Censo de 2010 são gerados dados das famílias que participam dos vários mercados todas as informações são cruzadas dentro do PolicySpace2 e retroalimentam o modelo mensalmente”, enfatizou.

O autor explica que algumas circunstâncias não são contempladas no modelo do PolicySpace2 e, portanto, não podem ser incluídas nas análises, tais como conjunturas políticas e econômicas específicas: impeachment, crises de instituições financeiras etc. “Mesmo diante desses fatores é importante ressaltar que o modelo replica razoavelmente a realidade e pode dar uma ideia relativa relevante sobre a eficácia de uma política”, afirmou.

PolicySpace2, segundo Furtado, é validado de forma cumulativa de modo que: (a) os processos e regras estejam de acordo com a literatura preexistente, explicitados e disponíveis de forma aberta; (b) a análise de sensibilidade dos parâmetros e das regras garanta robustez; (c) indicadores macroeconômicos mantenham-se em patamares esperados; e (d) haja semelhança na distribuição de dados simulados do mercado imobiliário, em relação a dados coletados.

O modelo permite ainda testes de investimento de recursos endógenos em políticas públicas alternativas que contém força de comparação relativa. “Especificamente, transferência de imóveis, pagamento de aluguel ou de auxílio monetário para as famílias são comparados com o modelo sem política”, disse Furtado.

Leia a íntegra do livro.

Assessoria de Imprensa e Comunicação do Ipea
61 99427-4553
61 2026-5136 / 5240 / 5191
ascom@ipea.gov.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

 
 

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.
Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada


Política de Privacidade
Expediente – Assessoria de Imprensa e Comunicação

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.