24/05/2022 16:52 |
Estudo avalia possíveis cenários para o futuro da plataforma Lattes Análise destaca a necessidade de maior investimento financeiro no sistema, que reúne mais de 6 milhões de currículos Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia a estrutura atual da plataforma Lattes e a necessidade de mais investimentos financeiros nessa base de dados de grande alcance entre os cientistas brasileiros, com 6 milhões de currículos inscritos. O Discussion Paper do Ipea aponta os principais problemas existentes na plataforma, como cortes orçamentários que dificultam a manutenção e a atualização do sistema, os quais podem levar a Lattes a uma estagnação de funcionalidades e ameaçar, a longo prazo, sua relevância. O Lattes foi lançado em 1999, resultado de uma parceria público-privada, por meio de uma rede de colaboração formada pelo governo, setor privado, por agências e universidades, com recursos públicos coordenados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Entre 2000 e 2003, o orçamento médio previsto para a plataforma foi de R$ 4,29 milhões. Entre 2017 e 2019, o valor foi cinco vezes menor. O sistema é dividido em três sub-plataformas: o Diretório de Instituições e Extrator Lattes, o Diretório de Grupos de Pesquisa e o Currículo Lattes. A mais popular e usada é o Currículo Lattes, que reúne informações públicas sobre os cientistas brasileiros e estrangeiros que tenham ligação com o Brasil, disponibiliza informações sobre as áreas de estudo dos pesquisadores, as linhas de investigação e a produção científica já realizada. A inscrição é voluntária, mas os cientistas são estimulados a participar da plataforma porque ter currículos atualizados é uma condição prévia para obtenção de financiamento público à pesquisa científica. A plataforma garante que os dados pessoais dos inscritos sejam protegidos. “Quanto mais investigadores estiverem registados, tanto mais faz sentido utilizar o Lattes como fonte de informação para os mais diversos processos, desde a formação de bancos de talentos até a concessão de bolsas de estudo e financiamento. Quanto mais os institutos científicos e de investigação utilizarem a plataforma, maior será o valor para o investigador”, disse o pesquisador do Ipea Túlio Chiarini, autor do estudo ao lado de Victor José da Silva Neto, doutorando do Departamento de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação da Unicamp. No segundo cenário, mesmo com investimentos inadequados no Lattes, o CNPq pode conseguir manter a obrigatoriedade do uso da plataforma. No entanto, dado o baixo custo previsível para os usuários cadastrarem-se em mais de uma plataforma, eles continuariam usando-a devido à obrigatoridade, mas priorizariam outros sistemas melhores. Em um terceiro cenário, a projeção é mais positiva, embora exija grande investimento financeiro. Com orçamento ampliado, de acordo com os autores, o Lattes poderia expandir seu ecossistema, pelo valor que entrega. Os três cenários, entretanto, apontam que investimento financeiro é imprescindível para o futuro. Assessoria de Imprensa e Comunicação |
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