- Acesso à Informação
- Início
- O Ipea
- Ouvidoria
- Fale Conosco
- Agenda de Autoridades
- Imprensa
- Presidência
- Publicações
Resultados 17861 - 17880 de 21966
O Estado de S. Paulo (SP): Inflação dificulta expansão da atividade, diz Ipea Por Mariana Durão Preços permanecerão pressionando o consumo no 2º semestre, de acordo com documento do instituto; setor externo não deve alavancar o crescimento do PIB
O ritmo de crescimento da economia brasileira permanece abaixo do esperado e aponta para um ano de "expansão moderada", aponta a "Carta de Conjuntura no. 19", divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto afirma que a inflação continuará pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
Ao analisar os fatores que estariam contendo a expansão da atividade econômica, o documento destaca a turbulência no cenário internacional para concluir que "são pequenas as chances de o país poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento".
A síntese da Carta de Conjuntura destaca que a recessão na Europa e a desaceleração do crescimento na China pesam negativamente sobre a pauta de exportações do País, composta sobretudo por commodities. Além disso, os efeitos da situação mundial começam a aparecer no balanço de pagamentos.
Para o Ipea, não se pode associar a recente desvalorização do real ante o dólar ao aumento do déficit do balanço. Em sua análise, o movimento reflete a realocação do portfólio de investidores internacionais diante dos sinais de alteração da política monetária americana.
O outro fator apontado pelo Ipea como crucial para o fraco desempenho da economia a curto prazo é a redução do ímpeto do consumo. A perda de fôlego é relacionada ao já elevado nível de endividamento das famílias e à inflação "persistente e disseminada, que reduz os ganhos reais de renda e aumenta o grau de incerteza". O Ipea frisa que a inflação tem se mantido "persistentemente acima do centro da meta oficial" e que nos últimos meses voltou a encostar no teto (6,5%).
"Embora seja provável que haja alguma desaceleração da inflação no segundo semestre do ano, o balanço de riscos demonstra que não há muita margem para descompressão, até porque os preços administrados já vêm dando contribuição positiva, com variação de 12 meses inferior a 2%", afirma o documento.
A "Carta de Conjuntura nº19" avalia que a decisão do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monetário para conter o avanço da inflação reflete "o reconhecimento das limitações da política monetária como instrumento impulsionador do crescimento econômico no atual contexto". O papel de estímulo estaria reservado agora à política fiscal, mas o Ipea ainda não enxerga um diagnóstico conclusivo quanto eficácia de seu expansionismo.
Apesar da conjuntura, o Ipea diz que diversos indicadores industriais - como a forte expansão do setor de bens de capital até abril (13,4%) - "levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva". O documento será comentado em entrevista coletiva nesta manhã, no Rio.
|
O Estado de S. Paulo (SP): Ministro diz que periferia não está nas ruas protestando O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Marcelo Neri, avaliou nesta quinta-feira, 27, que "não é a mulher negra de favelas da periferia" que está nas ruas protestando. Para ele, a forte queda da desigualdade na última década, que beneficiou principalmente os mais pobres do País, estaria provocando uma reação de parte da sociedade: "o pessoal do lado belga da Belíndia talvez tenha razões para não estar satisfeito."
Em palestra no Forte de Copacabana, o ministro apresentou vários dados sobre a queda da desigualdade no período que coincide com os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. "A renda dos 10% mais pobres cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos. Não tenho o perfil dos manifestantes, mas talvez não sejam os mais pobres da sociedade, que foram os beneficiários da última década", disse o pesquisador, que acumula o cargo de ministro interino com a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Neri destacou que a renda de grupos tradicionalmente excluídos no País, como negros, nordestinos e moradores da periferia, teve aumento muito maior que a dos demais grupos. "Se alguma coisa pode explicar o que está acontecendo é que se fez demais, e não de menos. Talvez não tenha faltado, talvez tenha tido um excesso. A desigualdade ainda é indecente, mas talvez tenha caído a uma taxa muito forte", declarou o ministro, acrescentando que a fotografia social do Brasil "é muito ruim, mas bem menos ruim do que era há dez anos".
Ele disse considerar fundamental saber o perfil das pessoas que estão insatisfeitas, mas concluiu dizendo que "a melhor pesquisa é a eleitoral". "A situação do Brasil, na avaliação da própria população, é boa. Não há uma tragédia grega acontecendo."
|
Folha de S.Paulo (SP): Ipea diz que protestos não estão sendo feitos pelos mais pobres Por Mariana Sallowicz O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, apresentou nesta quinta-feira dados sobre a redução da desigualdade e aumento da renda e afirmou que os protestos no país não estão sendo realizados pelos mais pobres, que foram os mais beneficiados por essas mudanças.
"Pessoas que estão no lado belga da 'Belíndia' talvez tenham razões para não estarem satisfeitas", afirmou em entrevista coletiva no Rio. A expressão 'Belíndia', criada pelo economista Edmar Bacha, buscar definir as desigualdades do Brasil, que mistura a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia.
Questionado se são os mais ricos que estão nas ruas, respondeu: "Não diria os mais ricos, mas certamente não [são] os mais pobres."
Neri disse que a renda dos 10% mais pobres no país cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos, e que a redução da desigualdade no Brasil reduziu de maneira "muito forte" nos últimos 12 anos.
"Talvez as pessoas que estejam mais no topo da distribuição, e que tiveram menores crescimentos de renda, olhem para o lado e falem: olha, quero ter crescimento mais alto."
O presidente do Ipea também afirmou que as manifestações no país surgiram de uma forma diferente da que ocorrem em outros lugares do mundo, no que chamou de "uma receita brasileira".
"Normalmente protesto surge como aconteceu em Wall Street [referindo-se ao Occuppy Wall Street], que foi contra a desigualdade e o desemprego. O fato é que a desigualdade no Brasil está caindo e a economia encontra-se próxima ao pleno emprego. Então o protesto é de natureza diferente."
Neri afirmou também que os brasileiros têm o maior índice de felicidade futura (projeção do que espera em cinco anos), segundo um levantamento feito em 160 países. Para ele, uma alta expectativa em relação ao futuro pode trazer frustração.
Sobre o mercado de trabalho, afirmou que há sinais de gargalo. Segundo ele, o aumento da renda atualmente tem ocorrido muito mais pelo aumento dos salários do que por causa da elevação da ocupação, o que ocorreria se houvesse mais pessoas entrando no mercado de trabalho.
"Isso pode ser um sinal de pleno emprego, que é um problema, mas é menos preocupante do que o desemprego."
Sobre as manifestações que têm ocorrido nos protestos contrárias a realização dos grandes eventos, como a Copa do Mundo, afirmou que os custos já tivemos e que é preciso honrar os compromissos assumidos. "Lá atrás os protestos teriam algum sentido."
|
Valor Econômico (SP): Emprego aquecido pode reduzir expansão de serviços, afirma Ipea A persistência do aquecimento do mercado de trabalho aquecido pode estar afetando a expansão do setor de serviços, que responde por 60% do PIB e é intensivo em mão de obra, ao aumentar custos de contratação para as empresas e tornar mais difícil encontrar pessoal qualificado, na análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que apresentou nesta quinta-feira a 19ª edição de sua Carta de Conjuntura.
O aperto do mercado de trabalho é um dos elementos que influenciam ritmo de crescimento da economia brasileira em 2013, que permanece "abaixo do desejado". No documento, o Ipea lembrou que o crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano, em comparação ao trimestre imediatamente anterior, ficou abaixo das expectativas.
Na prática, os indicadores de atividade econômica nos primeiros meses de 2013 reforçaram o quadro de crescimento moderado observado desde meados do ano passado, avaliou o instituto.
Em sua análise, o Ipea enunciou fatores internos e externos que podem explicar o avanço mais lento do PIB esse ano. Outros fatores internos que ajudaram a diminuir o ritmo de crescimento esse ano, segundo o Ipea,foram continuidade de problemas de infraestrutura; questões de ordem regulatória; e, sobretudo, o nível ainda "relativamente baixo", na avaliação do Ipea, da taxa de investimento no país. A perda de ímpeto do consumo em 2013 também foi mencionada como inibidor a uma possível trajetória ascendente mais robusta do PIB.
Mas o cenário doméstico não foi o único a influenciar o fraco desempenho do PIB brasileiro esse ano. O Ipea avaliou que o cenário mundial, ainda marcado por crescimento pouco robusto e elevadas incertezas, também atua como freio ao crescimento econômico do país. Embora a economia norte-americana esteja mais sólida esse ano, em relação ao ano passado, o Ipea considerou, em seu documento, que o cenário mundial ainda é prejudicado por recessão persistente na Europa; e redução do ritmo de expansão da China, "que aparenta ser permanente", frisou o Ipea. Com isso, os fluxos totais de comércio internacional têm se mantido virtualmente estagnados, avaliou o instituto. A entidade recordou também, em sua análise, que o cenário projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)não indica grandes melhorias para a economia global em 2013. Todos esses fatores combinados ajudam a formar um quadro internacional especialmente desfavorável ao Brasil, por ser prejudicial às exportações brasileiras - o que, consequentemente, também afetou negativamente o PIB brasileiro, já que as vendas externas correspondem a em torno de 12% da atividade econômica.
Indústria
A indústria brasileira deve mostrar expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo de 2013 - mas com tendência positiva, analisa o Ipea. Na 19ª edição de sua Carta de Conjuntura, o instituto justificou sua previsão ao lembrar a evolução, até o momento, de diversos indicadores industriais.
A produção industrial acumulou crescimento de 1,6% de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano passado, com expansão de 2,1% da indústria de transformação, no mesmo período de comparação. O Ipea considerou que o número da indústria geral só não foi melhor em virtude da retração de 6,5% da indústria extrativa mineral, reflexo, principalmente, da queda de produção de petróleo, evento que não deverá se repetir daqui por diante - visto que foi causado por paradas programadas de plataformas.
Na avaliação do Ipea, é "especialmente notável" o desempenho do setor de bens de capital, de máquinas e equipamentos, cuja produção subiu 13,4% no primeiro quadrimestre do ano, ante igual período em 2012. Para o instituto, embora este número deva ser visto com cautela, em vista da base de comparação baixa, as taxas de crescimento mês a mês da série dessazonalizada também têm sido expressivas.
Outros pontos positivos relacionam-se ao índice de difusão do crescimento industrial, que alcançou o nível mais elevado em dois anos até abril; e ao aumento classificado como "firme", pelo instituto, do nível de utilização de capacidade instalada (Nuci) apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Além disso, os dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produtividade da indústria voltou a crescer, observou o Ipea, em sua pesquisa.
|
Portal R7: Problemas para escoar produção travam avanço da economia brasileira, aponta Ipea Carta de Conjuntura divulgada nesta quinta (27) mostrou queda do consumo interno
Os números da economia brasileira em 2013 mostram queda no consumo interno e fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que pode ser atribuído aos problemas de infraestrutura no País. A análise é da Carta de Conjuntura, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Além de analisar setores da economia como PIB, mercado externo e consumo interno, o relatório apresenta as possíveis causas de cada um dos dados. A seguir os principais resultados:
PIB
O Ipea classificou como "abaixo das expectativas" o crescimento de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2013 em comparação ao trimestre anterior.
De acordo com o Instituto, o resultado pode ser atribuído ao aumento do custa de mão de obra e às dificuldades em encontrar funcionários qualificados, o que estaria afetando a expansão do setor de serviços.
Além disso, o Ipea aponta os problemas de infraestrutura e o baixa taxa de investimentos no País como entraves à expansão da econômica nacional.
Mercado Externo
Em relação ao mercado externo, a Carta de Conjuntura apontou uma estagnação nas trocas comerciais internacionais, o que projeta um cenário de poucas melhorias em 2013 pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Nesse panorama, o Brasil estaria prejudicado pela desaceleração da economia chinesa, o seu maior parceiro nas exportações; pela recessão europeia, para onde o País vende commodities, e pelos problemas nos mercados da América Latina, destino dos produtos manufaturados.
Com isso, o déficit em transações atingiu 4% do PIB entre janeiro e abril, respondendo a uma rápida deterioração do saldo comercial, que apresentou déficit de mais de R$ 13,2 bilhões (US$ 6 bilhões) no período.
O setor externo obteve indicadores negativos, com redução das exportações (-6,4%) e crescimento das importações (6,3%). Houve ainda uma queda de 50% nas exportações do petróleo. Segundo a Carta de Conjuntura, as expectativas não são as melhores:
- O fato é que são pequenas as chances de o País poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento.
Consumo interno
A pesquisa mensal de comércio (PMC) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que, no período entre janeiro e abril deste ano, as vendas no comércio restrito cresceram 3,0%, contra mais de 8,0% ao longo de 2012. O desempenho foi fraco sobretudo nas vendas de supermercados e hipermercados.
A desaceleração foi menor no comércio ampliado, que teve bom desempenho nas vendas de veículos (8,5% no ano) e materiais de construção (7,8%). Apesar disso, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresenta queda desde o ano passado.
A queda no consumo, segundo o relatório, pode ser atribuída ao endividamento das famílias e à inflação, que bateu o teto de 6,5% e, ao reduzir os ganhos reais de renda, acaba por reduzir o consumo.
Produção Industrial
A produção industrial, por sua vez, teve crescimento de 1,6% entre janeiro e abril em relação ao mesmo período do ano passado, com expansão de 2,1% na indústria de transformação. O desempenho só não foi melhor devido à retração de 6,5% na indústria extrativa mineral, reflexo da queda na produção do petróleo.
Em relação à oferta, a indústria de transformação voltou a crescer, com variação de 0,3% em relação ao trimestre anterior na série dessazonalizada; e a agropecuária teve desempenho excepcional, com alta de 9,7%. O setor de serviços cresceu apenas 0,5%; e a indústria extrativa mineral sofreu queda de 2,1%.
De acordo com o Ipea, "os diversos indicadores industriais levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva".
|
Valor Econômico (SP): Inflação segue persistente e disseminada em 2013, avalia Ipea A inflação em 2013 segue "persistente e disseminada" em 2013, na análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A avaliação consta na 19ª edição da Carta de Conjuntura do instituto, divulgada nesta quinta-feira.
Para o Ipea, o atual cenário inflacionário reduz ganhos reais de renda e aumenta incertezas - o que gera comportamento mais defensivo por parte dos consumidores. Isso, na prática, pode ter influenciado ambiente menos intenso nas vendas do varejo, com menor dinamismo no consumo no primeiro semestre de 2013, em comparação com igual período em 2013. Outros fatores, como nível já relativamente elevado de endividamento das famílias, também contribuíram para o cenário pouco positivo.
Entretanto, o instituto alertou que a inflação tem se mantido persistentemente acima do centro da meta oficial (de 4,5%) há longo tempo - e, nos últimos meses, voltou a encostar no teto da meta (6,5%), quando se considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses.
O instituto lembrou que, no início do ano, havia expectativa de que os preços dos alimentos começassem a recuar de maneira mais intensa, refletindo a queda nos preços ao produtor. Mas o recuo foi, até o momento, menor do que se esperava. Além disso, os preços dos bens duráveis deixaram de ter impacto deflacionário - originado de isenções e reduções fiscais promovidas pelo governo, para estimular consumo -, e os serviços continuam a apresentar variações da ordem de 8% a 9% ao ano.
Para o Ipea, embora seja provável que haja alguma desaceleração da inflação no segundo semestre do ano, o balanço de riscos demonstra que não há muita margem para descompressão inflacionária em 2013, até porque os preços administrados já vêm dando contribuição positiva, com variação em doze meses inferior a 2%. Há que se levar em conta, entre outras coisas, o possível repasse, ainda que pequeno, da recente desvalorização da taxa de câmbio, salientou o instituto. Isso porque o dólar alto costuma elevar a inflação de itens com preços "dolarizados", como as commodities, por exemplo.
Em seu documento, o instituto lembrou que o governo tem estado atento a isso. Tanto que o Banco Central (BC) iniciou novo ciclo de aperto monetário, nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), lembrou o instituto.
[27/06] Portal R7: Problemas para escoar produção travam avanço da economia brasileira, aponta Ipea Carta de Conjuntura divulgada nesta quinta (27) mostrou queda do consumo interno
Os números da economia brasileira em 2013 mostram queda no consumo interno e fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que pode ser atribuído aos problemas de infraestrutura no País. A análise é da Carta de Conjuntura, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Além de analisar setores da economia como PIB, mercado externo e consumo interno, o relatório apresenta as possíveis causas de cada um dos dados. A seguir os principais resultados:
PIB
O Ipea classificou como "abaixo das expectativas" o crescimento de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2013 em comparação ao trimestre anterior.
De acordo com o Instituto, o resultado pode ser atribuído ao aumento do custa de mão de obra e às dificuldades em encontrar funcionários qualificados, o que estaria afetando a expansão do setor de serviços.
Além disso, o Ipea aponta os problemas de infraestrutura e o baixa taxa de investimentos no País como entraves à expansão da econômica nacional.
Mercado Externo
Em relação ao mercado externo, a Carta de Conjuntura apontou uma estagnação nas trocas comerciais internacionais, o que projeta um cenário de poucas melhorias em 2013 pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Nesse panorama, o Brasil estaria prejudicado pela desaceleração da economia chinesa, o seu maior parceiro nas exportações; pela recessão europeia, para onde o País vende commodities, e pelos problemas nos mercados da América Latina, destino dos produtos manufaturados.
Com isso, o déficit em transações atingiu 4% do PIB entre janeiro e abril, respondendo a uma rápida deterioração do saldo comercial, que apresentou déficit de mais de R$ 13,2 bilhões (US$ 6 bilhões) no período.
O setor externo obteve indicadores negativos, com redução das exportações (-6,4%) e crescimento das importações (6,3%). Houve ainda uma queda de 50% nas exportações do petróleo. Segundo a Carta de Conjuntura, as expectativas não são as melhores:
- O fato é que são pequenas as chances de o País poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento.
Consumo interno
A pesquisa mensal de comércio (PMC) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que, no período entre janeiro e abril deste ano, as vendas no comércio restrito cresceram 3,0%, contra mais de 8,0% ao longo de 2012. O desempenho foi fraco sobretudo nas vendas de supermercados e hipermercados.
A desaceleração foi menor no comércio ampliado, que teve bom desempenho nas vendas de veículos (8,5% no ano) e materiais de construção (7,8%). Apesar disso, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresenta queda desde o ano passado.
A queda no consumo, segundo o relatório, pode ser atribuída ao endividamento das famílias e à inflação, que bateu o teto de 6,5% e, ao reduzir os ganhos reais de renda, acaba por reduzir o consumo.
Produção Industrial
A produção industrial, por sua vez, teve crescimento de 1,6% entre janeiro e abril em relação ao mesmo período do ano passado, com expansão de 2,1% na indústria de transformação. O desempenho só não foi melhor devido à retração de 6,5% na indústria extrativa mineral, reflexo da queda na produção do petróleo.
Em relação à oferta, a indústria de transformação voltou a crescer, com variação de 0,3% em relação ao trimestre anterior na série dessazonalizada; e a agropecuária teve desempenho excepcional, com alta de 9,7%. O setor de serviços cresceu apenas 0,5%; e a indústria extrativa mineral sofreu queda de 2,1%.
De acordo com o Ipea, "os diversos indicadores industriais levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva".
|
Época Negócios: Inflação dificulta expansão da atividade, diz Ipea SEGUNDO INSTITUTO, AUMENTO DE PREÇOS CONTINUARÁ A PRESSIONAR O CONSUMO N O SEGUNDO SEMESTRE - O QUE DEVE PREJUDICAR PARTICIPAÇÃO DA ATIVIDADE NO CRESCIMENTO DO PAÍS
O ritmo de crescimento da economia brasileira permanece abaixo do esperado e aponta para um ano de "expansão moderada", aponta a "Carta de Conjuntura número 19", divulgada nesta quinta-feira (27/06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto afirma que a inflação continuará pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
Ao analisar os fatores que estariam contendo a expansão da atividade econômica, o documento destaca a turbulência no cenário internacional para concluir que "são pequenas as chances de o país poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento".
A síntese da Carta de Conjuntura destaca que a recessão na Europa e a desaceleração do crescimento na China pesam negativamente sobre a pauta de exportações do País, composta sobretudo por commodities. Além disso, os efeitos da situação mundial começam a aparecer no balanço de pagamentos.
Para o Ipea, não se pode associar a recente desvalorização do real ante o dólar ao aumento do déficit do balanço. Em sua análise, o movimento reflete a realocação do portfólio de investidores internacionais diante dos sinais de alteração da política monetária americana.
O outro fator apontado pelo Ipea como crucial para o fraco desempenho da economia a curto prazo é a redução do ímpeto do consumo. A perda de fôlego é relacionada ao já elevado nível de endividamento das famílias e à inflação "persistente e disseminada, que reduz os ganhos reais de renda e aumenta o grau de incerteza". O Ipea frisa que a inflação tem se mantido "persistentemente acima do centro da meta oficial" e que nos últimos meses voltou a encostar no teto (6,5%).
"Embora seja provável que haja alguma desaceleração da inflação no segundo semestre do ano, o balanço de riscos demonstra que não há muita margem para descompressão, até porque os preços administrados já vêm dando contribuição positiva, com variação de 12 meses inferior a 2%", afirma o documento.
A "Carta de Conjuntura nº19" avalia que a decisão do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monetário para conter o avanço da inflação reflete "o reconhecimento das limitações da política monetária como instrumento impulsionador do crescimento econômico no atual contexto". O papel de estímulo estaria reservado agora à política fiscal, mas o Ipea ainda não enxerga um diagnóstico conclusivo quanto eficácia de seu expansionismo.
Apesar da conjuntura, o Ipea diz que diversos indicadores industriais - como a forte expansão do setor de bens de capital até abril (13,4%) - "levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva". O documento será comentado em entrevista coletiva nesta manhã, no Rio.
|
Jornal Dia Dia (MS): Tecnologias e processos para reduzir impacto da energia na produção serão debatidos no Rio O debate é organizado pela Planeja & Informa Comunicação e pela Casa Viva Eventos, que entende que o momento de dificuldades por que passa o País é muito oportuno para exercitar a criatividade e, portanto, estratégico para uma mudança de posicionamento pelos setores produtivos, pois "em todos os segmentos é possível melhorar a eficiência no consumo de energia ou substituir fontes tradicionais por outras renováveis, mais econômicas e menos poluentes, reduzindo custos e o impacto ambiental.
O evento pretende reunir lideranças empresariais, Gestores públicos e privados, técnicos e executivos do setor de energia; concessionárias de energia; empresas de engenharia industrial, construção e serviço; empresas de projetos e desenvolvimento tecnológico; fornecedores de equipamentos e materiais para engenharia elétrica, empresas e órgãos governamentais, nas três esferas, além de entidades de classe de engenharia, universidades e institutos de pesquisa.
Estudo recente do IPEA demonstra que as mudanças climáticas poderão provocar, nas próximas décadas, impactos "alarmantes" em algumas bacias hidrográficas brasileiras, especialmente no Nordeste. A redução dos estoques de água até 2100 seria mais moderada na Região Norte. Mas, nas demais, pode haver redução da capacidade de geração de energia hidrelétrica, de 29,3% a 31,5%. O uso de combustíveis renováveis no lugar dos derivados de petróleo evitaria emissões de 203 milhões a 923 milhões de toneladas de gás carbônico em 2035, segundo o estudo do IPEA.
No 3º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), divulgado em 2009, a ONU recomenda a empresas, governos e consumidores em geral prioridade para o papel da eficiência energética, ao invés da discussão de como produzir mais energia em todos os setores: industrial e de edificações (residenciais, comerciais e públicas).
O Governo lançou o Programa Nacional de Eficiência Energética (PNEf) e promete cumprir metas importantes em todos os segmentos. Diante do aumento da população mundial, empresas e gestores públicos em geral precisam se preparar para esta nova etapa da economia planetária, de forma a produzir mais com menos.
Na visão dos organizadores, atitude por parte das empresas é fundamental neste reposicionamento estratégico em busca de novos processos e equipamentos que proporcionem o uso racional da energia nos setores industrial, comercial e de edificações, bem como a substituição da energia convencional por energia renovável, como a "solar", melhorando a disponibilidade energética, reduzindo custos e aumentando ganhos. Novas experiências e tecnologias nesse sentido são sempre bem vindas e serão debatidas no 3º Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética - Desafios e soluções para o Brasil produzir mais com menos - uma oportunidade impar para incentivar os consumidores em geral a adotarem novos métodos e tecnologias para reduzir seu consumo, substituir a energia convencional por outras fontes mais limpas e renováveis e garantir seu próprio crescimento e do País de forma mais sustentável e segura.
As empresas de engenharia, tecnologia, fabricantes de materiais e equipamentos e prestadores de serviços interessados em patrocinar ou apresentar palestras técnicas sobre soluções e tecnologias para o setor nuclear podem entrar em contato com a área comercial da Planeja & Informa Comunicação e Marketing, através do telefone. (21) 2244-6211
|
O Progresso - Dourados (MS): A Pec 544/02 foi salva pelo gongo Por José Carlos de Oliveira Robaldo Na nossa despretensiosa avaliação, em face dos últimos acontecimentos resultantes dos protestos de ruas por melhor gestão da coisa pública, a PEC 544/02, que resultou na EC 73/13, que criou quatro novos Tribunais Regionais Federais, promulgada recentemente pelo Congresso Nacional, foi salva pelo gongo. Entretanto, pode ser nocauteada pelo STF, pelo vício da inconstitucionalidade. O tempo dirá!
Os estudos apresentados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) não são nada animadores. Na sua avaliação esses novos tribunais vão custar aos cofres públicos cerca de 922 milhões por ano, o que representa um aumento de 59% nos custos fixos da Justiça Federal de 2ª. Instância. Não incluindo nesse montante os custos com obras etc. Sem, contudo, resolver o problema de eficiência do Judiciário nesse segmento (Folha de S. Paulo, p. A6, de 11.6.2013). O que é compartilhado pelos articulistas Joaquim Falcão e Ivar A. Hartmann, quando afirmam que "...entre gastar mais e gastar eficientemente, a emenda preferiu a primeira opção" (Folha de S. Paulo, p. A6, de 11.6.2013).
No outro viés, entretanto, na avaliação dos magistrados federais Antonio César Bochenek e Nino Oliveira Toldo, conquanto a importância dos estudos financeiros e econômicos do Ipea, esses dados não são os únicos a serem utilizados para avaliar a estrutura judicial, eis que "Há uma variável de suma importância na análise de custo dos TRFs que foi desprezada ou omitida pelo Ipea: a carga de trabalho" (Revista Consultor Jurídico, 12 de junho de 2013).
Pelo o que se depreende das manifestações (as civilizadas) vindos das ruas, a população, de fato, está preocupada sim com custo e eficiência dos serviços públicos, o que os economistas chamam de "custo benefício" e que nós não especialistas compreendemos muito bem. A população, ao que parece (a certeza só nas próximas eleições), acordou. Quer ver resultados. Na administração da Justiça, resultado é sinônimo de rapidez, celeridade, eficiência. Isso sinaliza que o velho ditado popular de que "a justiça tarda, mas não falha", não está convencendo a ninguém. É hora de "virar o disco"!
A experiência tem demonstrado que nem sempre a criação de novas comarcas, novas varas, novos cargos tem trazido a celeridade da Justiça que todos reclamam. Aliás, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul está sentindo na pele o preço da criação de novas comarcas e até mesmo de novas varas, desnecessariamente. Herança do passado. Não é por acaso que a gestão atual do TJ está enfrentando dura resistência de políticos para não desativar determinadas comarcas. Esse quadro sinaliza que no Judiciário, à exemplo de outros órgãos, há um sério problema de gestão e que precisa ser revisto.
Sabe-se que tanto a apresentação de emenda constitucional, como a sua aprovação e promulgação, são atos políticos. Com efeito, diante do quadro exposto no parágrafo anterior, associado às reações da população clamando por mais eficiência nos serviços públicos, é bem provável que se aludida emenda não tivesse sido aprovada, teria tomado o mesmo rumo da PEC/37, isto é, rejeitada. Motivo: Não atender os reclamos da sociedade manifestados nos "gritos das ruas".
Em face da criação das novas regiões, acrescidas às existentes, o quadro ficou da seguinte forma: 6ª Região, com sede em Curitiba (Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do sul); 7ª Região, com sede em Belo Horizonte (Minas Gerais); 8ª Região, com sede em Salvador (Bahia e Sergipe) e 9ª Região, com sede em Manaus (Amazonas).
Não há dúvida de que o ideal é que tivéssemos um Tribunal Regional em cada unidade da federação. Entretanto, entre o ideal e o possível há um grande vácuo. A pergunta que se faz, com todo o respeito ao Rio Grande do Sul (origem dos meus antepassados) e aos seus jurisdicionados, ficar com um tribunal só para o seu território, não é um exagero diante da nossa realidade? Talvez se justifique em relação ao Estado do Amazonas pelas suas peculiaridades territoriais. Enfim, parece-nos que a matemática não fecha.
Especificamente em relação ao jurisdicionado de Mato Grosso do Sul, a mudança não foi boa, pois o acesso para a capital paulista, onde está sediado o Tribunal da 3ª Região, ao qual pertence, é bem mais fácil do que a deslocação para a capital paranaense, sem considerar os transtornos comuns naquele aeroporto, sobretudo, no inverno, em razão das constantes neblinas.
Ainda bem que os "gritos das ruas" estão sendo ouvidos. Logo, logo teremos eleições!
Procurador de Justiça aposentado. Mestre em Direito Penal pela Universidade Estadual Paulista-UNESP. Advogado. Professor universitário. Professor da Esmagis-MS. Representante do sistema de ensino telepresencial LFG, em Mato Grosso do Sul. Ex-Conselheiro Estadual de Educação. Sul. E-mail jc.robaldo@terra.com.br
|
Rádio CBN Online: Produção da indústria tem recuo de 1,6% em maio Balanço parcial é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O órgão aponta para um cenário ainda incerto sobre a recuperação da indústria no período. O indicador da atividade da manufatura chegou ao menor patamar em sete meses, segundo o Ipea.
|
O Globo (RJ): Ônibus: tarifa subiu 67% em 12 anos Por Demétrio Weber Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que as tarifas de ônibus no país aumentaram, em média, 67% acima da inflação de 2000 a 2012
ipea: tarifa de ônibus subiu 67% acima da inflação Instituto diz que modelo de financiamento do transporte se esgotou e sugere cobrar pedágio e taxa de quem tem carro BRASÍLIA Estopim das manifestações de rua que agitam o país, o preço da tarifa de ônibus no Brasil reflete um modelo de financiamento que está esgotado, na medida em que tem como principal fonte as passagens pagas pelos usuários. O diagnóstico faz parte de uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea) divulgada ontem. O ipea - vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - propõe alternativas de financiamento que vão do uso de dinheiro público até a criação de impostos, além da cobrança de pedágio e taxas de quem tem carro. A nota técnica aponta que o valor das tarifas de ônibus subiu, em média, 67% acima da inflação de 2000 a 2012. - Não é à toa que as coisas chegaram a esse ponto em termos de insatisfação popular - disse o pesquisador Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, um dos nove autores do estudo. De um lado, segundo ele, a tarifa subiu mais do que a inflação devido ao corte gradativo de subsídios ao óleo diesel e à incorporação de avanços tecnológicos, como a menor emissão de gases poluentes. De outro, houve diminuição de cerca de 20% do número de passageiros. Carvalho afirmou que a cidade de São Paulo é uma exceção, pois usa recursos orçamentários para bancar 20% dos custos de transporte público. No restante do país, segundo ele, a regra é que os usuários arquem com todas as despesas. Ele disse que nas cidades europeias a conta é dividida, com a tarifa bancando 50% dos custos e outras fontes, o restante. Entre as alternativas sugeridas pelo ipea estão a criação de taxa sobre combustível para veículos individuais, aumento do IPVA e cobrança de estacionamento e pedágio em vias públicas. Carvalho argumentou que o crescimento do número de automóveis gera congestionamentos que, por sua vez, encarecem as tarifas de ônibus. Ele disse que os engarrafamentos podem responder por cerca de 25% do custo da tarifa, na medida em que obrigam as empresas a pôr mais ônibus em circulação. - Você tem que transferir renda de usuários do transporte privado para o transporte público.
|
O Estado de S. Paulo (SP): Medicina é a carreira que melhor remunera, diz Ipea Medicina é a carreira em que o profissional alcança a melhor remuneração no País: R$ 8.459. Depois está Odontologia, com R$ 5.367. Na outra ponta estão profissionais com ensino superior que trabalham com Filosofia e Religião, com salários de R$ 2.340 e R$ 2.175. Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que avaliou 48 carreiras.
O Ipea fez o levantamento para orientar os vestibulandos em relação às perspectivas que as carreiras oferecem. Foram avaliados salários, horas trabalhadas por semana, cobertura previdenciária e taxa de ocupação. Segundo o estudo, o pico de renda de trabalho se dá aos 51 anos.
Além de analisar o pico salarial, o Ipea também se debruçou sobre o salário médio obtido nessas carreiras. E, mais uma vez, Medicina ficou em primeiro, com R$ 6.940,12. Esses profissionais trabalham 42,03 horas por semana e 91,81% estão empregados.
No fim da lista estão profissionais que trabalham com serviços pessoais (como beleza), com renda de R$ 2.205,83, 44 horas de trabalho e 78,6% de ocupação; e quem trabalha com Religião, com salário de R$ 1.413,01, 48 horas de trabalho por semana e 79,98% empregados.
|
O Globo (RJ): Fusão seria caminho para enxugar Esplanada e tamanho da máquina Por Paulo Celso Pereira e Luiza Damé Secretaria de Assuntos Estratégicos é possível candidata à extinção
BRASÍLIA - Se decidir ouvir a proposta do PMDB de reduzir o número de ministérios, a presidente Dilma Rousseff poderá retomar ideias de fusão de pastas que chegaram a ser tratadas no governo, mas acabaram abandonadas devido à grita geral dos setores atingidos. Uma séria candidata à extinção é a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que, desde a reforma ministerial de março, quando Moreira Franco foi para a Secretaria de Aviação Civil (SAC), está sob o comando interino do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. O PMDB diz que o objetivo é reduzir os custos e pregar a austeridade. A lista de possíveis fusões, na avaliação do partido, é grande. O deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) elenca grupos que poderiam ser fundidos: os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca poderiam se juntar em uma pasta que cuidasse da produção de alimentos; as secretaria especiais de Portos e de Aviação Civil, poderiam ser incorporadas ao Ministério dos Transportes; e as secretarias de Políticas para as Mulheres e a de Promoção da Igualdade Racial poderiam ser unidas aos Direitos Humanos. - O que não pode é gastar R$ 611 bilhões por ano com a máquina administrativa, que é um monstrengo, e o investimento ficar entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões - justifica Fortes. O líder da bancada, deputado Eduardo Cunha (RJ), quer ir mais longe e começa a recolher assinaturas para uma proposta de emenda constitucional que crie um limite legal ao número de ministérios: - Não posso opinar sobre quais devem ser mantidos, isso cabe à presidente. Mas nossa ideia é colocar na Constituição o número máximo de ministérios. Gostaria que fossem 15, que é o número do PMDB, mas vamos sugerir que sejam 20. O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, disse que qualquer decisão sobre estrutura do governo cabe à presidente: - A presidente tem se mostrada aberta a sugestões, tem dialogado muito, mas ela que vai tomar decisões. Sugestão endereçada a presidente, cabe a ela dar a resposta.
|
Valor Econômico (SP): Gasto público por aluno é muito menor no ciclo básico Por Tainara Machado e Luciano Máximo | De São Paulo Nos últimos dez anos, o Brasil elevou de forma expressiva os gastos públicos com educação, que somaram 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, quando se consideram despesas diretas municipais, estaduais e federais com escolas públicas (97% do total) e subsídios às famílias no ensino privado (3%), em contas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em proporção do PIB, o percentual é equivalente à média dos países que compõem a OCDE, de 5,8%, e até maior do que em países reconhecidos pela qualidade do ensino, como Estados Unidos (5,5%), Espanha (5%) e Coreia (4,9%), sempre considerando gastos públicos em instituições públicas de ensino e bolsas em instituições privadas. Quando esse número é ajustado para levar em consideração o tamanho da economia, o número de alunos, o nível de ensino e, principalmente, quando se olha para os resultados que o país tem obtido em provas internacionais, o que parece grande fica pequeno. Por aluno, os 5,8% do PIB brasileiro se transformam em gasto anual de US$ 2.964, muito abaixo da média dos países da OCDE, de US$ 8.332. De novo, contudo, a despesa por estudante esconde a realidade, pois o Brasil continua gastando muito mais no ensino superior e muito menos no ensino básico, apesar de haver melhorado essa "divisão". Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, US$ 2.653 por aluno nos ensinos básico e médio, e cinco vezes mais no ensino superior, com US$ 13.137 por estudante. No ensino básico, o país está quase na lanterna entre os 34 países da OCDE (e muito abaixo da média de US$ 8.412), enquanto, no ensino superior, dez países gastam mais que o Brasil por aluno, e a média é de US$ 11.382. Para especialistas em educação e em contas públicas, a pior notícia desses números é que, mais do que gastar pouco, o Brasil gasta mal os recursos destinados à educação. Entre 2008 e 2013, as despesas com educação subiram, em média, 82% nas capitais, 70% nos Estados e 122% na União, em termos nominais. No mesmo período, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 39,6%, já considerando a alta de 5,86% do índice em 2013, prevista pelo mercado no boletim Focus do dia 24 de junho. No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova da OCDE destinada a avaliar habilidades de leitura, matemática e ciências, o Brasil atingiu nota média de 401 pontos em 2009, 33 pontos a mais do que em 2000. Embora tenha sido um dos maiores aumentos de nota observados entre os países que participam da prova, o Brasil segue em 53º lugar no ranking de 65 países, atrás de Chile e México, que investem 4,1% e 5,3% do PIB em educação, respectivamente. Diante das manifestações que tomaram as cidades brasileiras nas últimas semanas, com bandeiras que demandam mais recursos para saúde e educação, a Câmara aprovou a destinação dos royalties do pré-sal para essas duas áreas. O Senado também se comprometeu a votar antes do recesso parlamentar, em meados de julho, o Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras metas estabelece que 10% do PIB sejam destinados para educação, o que significa praticamente dobrar recursos para o setor. Para economistas e estudiosos da educação, no entanto, apenas elevar gastos direcionados para a área pode não resultar em melhora da qualidade do serviço prestado à população, caso não venham acompanhados de mudanças estruturais, como valorização da carreira de professor, redefinição de etapas do ensino, implementação de metas e bonificação de bons professores e escolas, por exemplo. Ainda assim, argumentam, para equiparar o ensino público brasileiro ao de países desenvolvidos, e elevar o gasto por aluno, será preciso investir uma parcela maior do PIB para fazer frente às defasagens históricas no ensino do país. Brasil gasta 5,8% do PIB em educação pública, percentual igual a média dos países da OCDE Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, diz que não é possível dar um salto de qualidade na educação brasileira sem investir mais, já que o país tem uma população jovem e precisa ainda fazer o trabalho de qualificação que outras economias fizeram no século passado. A questão, afirma Priscila, é que o aumento de recursos tem de vir acompanhado de boa gestão e excelência na implementação de políticas públicas. Caso contrário, é possível elevar recursos sem ter contrapartida na qualidade. Um exemplo está no ensino médio, afirma. Os recursos para educação nessa faixa dobraram em dez anos. Ainda assim, apenas 10% dos alunos apresentam nível de aprendizado condizente com a sua série, mesmo patamar observado há dez anos. Nesse caso, embora tenham aumentado os recursos, o desenho equivocado do ensino médio brasileiro, que tem 13 matérias obrigatórias fixas, enquanto em diversos outros países o currículo é flexível, travou avanços significativos no aprendizado, diz Priscila. "Ou o financiamento vem acompanhado de reformulação, ou podemos desperdiçar os investimentos a mais." Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipea), faz diagnóstico semelhante. No curto prazo, segundo ele, é fácil ceder ao apelo de elevar recursos para áreas como o ensino público, mas a discussão está começando pelo lado errado. "A melhoria do serviço não é uma questão de curto prazo e depende de reformas institucionais, com investimento em treinamento e qualidade dos professores, políticas de bônus para os funcionários e escolas com melhor desempenho", diz. É uma dinâmica diferente dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que dependem majoritariamente de aumento da despesa e têm impacto quase imediato. O aumento do gasto para 7% ou 10% do PIB, diz, deveria ser resultado desse rearranjo na condução das políticas públicas, e não uma meta por si só. "Para elevar a qualidade da saúde e da educação, o aumento do gasto sozinho pode resultar em desperdício de recursos." A essas críticas, Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, adiciona a má distribuição de recursos. "Hoje, um aluno do ensino superior recebe seis vezes mais recursos do Estado do que um aluno da educação infantil." Entre 2008 e 2013, orçamento público para educação cresceu muito acima da inflação em todos níveis de governo A necessidade de priorizar o ciclo básico de educação, em detrimento do superior, é um dos pontos consensuais entre os especialistas ouvidos pelo Valor. O Brasil tem avançado nesse caminho. Em 2000, pelos dados compilados pela OCDE, o Brasil destinava 2,4% do PIB para o ensino básico (fundamental e médio), percentual que cresceu para 4,3% do PIB dez anos depois. Na mesma comparação, entre 2000 e 2010, a parcela destinada ao ensino superior passou de 0,7% para 0,9%. Para Menezes, a perenidade das políticas públicas ao longo de administrações distintas é um caminho para garantir resultados melhores, como no caso do Ceará. São duas políticas que, de certa forma, independem dos recursos. "Apenas transferir recursos não resolve a questão", diz. O grande volume investido na área resultou em aumento das notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todos os ciclos. Ainda assim, mesmo onde o desempenho melhorou mais, nos anos iniciais do ensino fundamental (que avalia o desempenho dos alunos da 5ª série), a nota no ensino público (4,7 pontos) continua distante da obtida no ensino privado, que é de 6,5 pontos. Quanto mais elevado o nível de ensino, maior a discrepância. Outro indicador importante, que mede a distorção idade-série entre alunos do ensino médio (adolescentes mais velhos em séries em desacordo com a sua idade), recuou de 44,8% para 32,8% entre 2007 e 2011, mas segue elevada tanto por causa do ingresso tardio na escola quanto por causa das taxas ainda altas de repetência e abandono escolar. Ana Maria Barufi, economista do Bradesco, avalia que são necessários anos de investimento forte no setor para que a qualidade do aprendizado melhore. Nelson Cardoso Amaral, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), também avalia que avanços importantes foram feitos na última década, e que não são percebidos pelo Ideb. "Mudanças substanciais em processos educacionais são lentos. Mesmo com recursos substanciais, a melhora da qualidade pode não aparecer de imediato." A capacidade de aprendizado do aluno, diz o professor da UFG, também depende de melhora do perfil socioeconômico da população e de investimento em infraestrutura, para equipar escolas com bibliotecas, quadras e laboratórios. Segundo Amaral, a partir da evolução desses outros indicadores, é possível passar a focar em elevar a qualidade do ensino. O momento para isso é agora, enquanto o Brasil ainda pode capacitar a população e aproveitar o que resta do bônus demográfico. Além disso, há a expectativa de ingresso de recursos para a área com os royalties da exploração de óleo no pré-sal. Apenas esses recursos não serão suficientes para elevar o investimento público em educação para 10% do PIB, o que significa dizer que a sociedade precisará fazer escolhas. Priscila, do Todos pela Educação, afirma que é preciso que os recursos que ingressarão nos cofres públicos carimbados para a educação não sejam mal aproveitados. Os royalties do pré-sal, diz, poderiam ser usados para elevar os salários dos professores. Apesar da expectativa de que a quantia somará mais de R$ 200 bilhões nos próximos anos, Priscila afirma que não seriam suficientes para equiparar o salário dos professores do ensino fundamental e médio aos salários médios dos profissionais de outras áreas, o que tornaria a carreira na educação mais competitiva. Amaral também afirma que apenas o pré-sal será insuficiente para elevar o porcentual destinado à educação para 10% do PIB e avalia que outras medidas serão necessárias, como a redefinição do destino das contribuições existentes, estabelecimento de novas contribuições e levar União, Estados e municípios a gastar mais do que o mínimo constitucional com a área. Para Mansueto, do ipea, o debate no Brasil é sempre "aditivo". Ou seja, a cada nova demanda da sociedade, aumenta-se a carga tributária para acomodar a reivindicação. Hoje, no entanto, a carga tributária do país é uma das maiores do mundo e o debate precisará se dar em torno do mix de gastos do governo. "Ou vamos discutir se estamos dispostos a mudar a regra do salário mínimo, por exemplo, ou a resposta vai ser mais carga tributária, mais dívida ou mais inflação", afirma.
|
17875. O Estado de S. Paulo (SP): Projeto sobre recursos do pré-sal não garante 10% do PIB para a Educação
O Estado de S. Paulo (SP): Projeto sobre recursos do pré-sal não garante 10% do PIB para a Educação Por Ocimara Balmant e Paulo Saldaña A destinação de parte dos lucros do petróleo para a educação, como define projeto de lei aprovado na Câmara, deve elevar os recursos da área, mas não resultará num montante equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o dinheiro do petróleo, as verbas para educação chegariam a 7,43% do PIB em 2022. Sem ele, esse porcentual ficaria a 6,73% - caso o ritmo de investimento dos últimos dez anos se mantivesse.
Mesmo que insuficiente para alcançar os 10% que prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), haverá impacto positivo nas contas. O dinheiro do petróleo para a educação chegaria a R$ 196 bilhões até 2022, que resultaria em um salto de 40% no porcentual da educação em relação ao PIB no período. Sem os lucros do petróleo, esse salto seria de 26%, na hipótese de manutenção de aumento dos gastos ocorrido nos últimos anos.
O porcentual do PIB destinado à educação passou de 4,1% para 5,3% entre 2002 e 2011. A evolução, segundo dados do Ministério da Educação, foi de 0,13 ponto porcentual a cada ano. Para a projeção feita até 2022, considerou-se a manutenção desse ritmo de aumento de investimento, além do crescimento do PIB em 3% ao ano.
As estimativas de produção e lucros do royalties do pré-sal foram traçadas pela consultoria legislativa de Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos da Câmara dos Deputados, com projeções da Agência Nacional do Petróleo e da Petrobrás.
Segundo a nota técnica da Câmara, os recursos do petróleo que seriam destinados vão aumentando a cada ano, até alcançarem R$ 41 bilhões em 2022. A projeção do porcentual do PIB levou em conta a soma desses valores ao que já seria destinado à área, que chegaria a R$ 397 bilhões. Em 2011, os recursos ficaram em R$ 219 bilhões.
O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que o Brasil não pode abrir mão dos recursos que a lei pode trazer. "O avanço é real. Mesmo sendo insuficiente, o País não pode abrir mão dessa conquista. Temos a chance de fazer com que o dinheiro do petróleo colabore com o desenvolvimento de uma nova força produtiva."
Nova redação. O avanço se refere à aprovação na Câmara do texto substitutivo do deputado André Figueiredo (PDT) ao projeto de lei que tramitava na casa, de autoria do governo. A redação antiga do projeto garantiria receitas de R$ 25,8 bilhões, contra os R$ 261,44 bilhões estimados agora com o novo texto. Deste valor, 25% devem ser destinado à saúde. O projeto aguarda votação no Senado (mais informações nesta página).
Para o professor da Universidade de Brasília Luiz Araújo, há o que comemorar, uma vez que "é difícil conseguir dinheiro para a educação". No entanto, lembra ele, é preciso ter em mente que os recursos não chegarão à área automaticamente. "Para que houvesse efeito em curto prazo, só se fossem considerados os contratos antigos."
Segundo seus cálculos, se os contratos antigos do pré-sal fossem considerados, só em 2013 haveria R$ 17 bilhões para a Educação. Araújo também questiona as projeções bilionárias para o pré-sal. "O potencial dos campos existe. Mas o ritmo de produção sofre interferência de outras variáveis, como a crise econômica e a capacidade de investir da indústria."
Para o especialista em financiamento da Educação Nelson Cardoso Amaral, da Universidade Federal de Goiás (UFG), é preciso pensar em outras fontes de recursos. "Com o petróleo, aumentará pouco mais de um ponto. É preciso diversificar as fontes de receita e implementá-las logo." Segundo ele, já existem outras opções.
Documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta outras possibilidades para atender à necessidade de ampliar os recursos da Educação. Vão da ampliação de impostos e vinculação de parte de contribuições para o setor até ações consideradas chave, como melhorar a gestão e o controle social dos gastos públicos.
|
Folha de S.Paulo (SP): Planilha de custo de tarifa é uma caixa preta, diz especialista O engenheiro de transportes e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) Carlos Henrique Carvalho, um dos maiores especialistas em transporte urbano, concorda em uma coisa com o Movimento Passe Livre: as planilhas sobre custos da tarifa de ônibus são uma caixa preta.
"É uma caixa preta porque as prefeituras não divulgam os componentes da tarifa."
A razão? "Medo de desgaste político". A remuneração das empresas, que é de 14% em São Paulo, incide sobre ônibus, garagem e equipamentos. Sobre os demais componentes da tarifa, como mão de obra e óleo diesel, a prefeitura paga os valores definidos na planilha.
Segundo o engenheiro, São Paulo tem uma das taxas de retorno mais altas do país porque tem ônibus novos, com uma média de idade de cinco anos, e esse componente faz parte da tarifa.
Quanto mais a frota é nova, mais a empresa recebe, como estímulo à renovação.
Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, diz que em tese não faz o menor sentido pagar uma taxa de retorno mais alta para concessão de ônibus do que para estradas.
Para ele, a demanda por ônibus é mais ou menos constante, enquanto o uso de estradas sofre oscilações com o vai e vem da economia.
Em São Paulo, o número de passageiros cresceu 16% entre 2005 e 2012 - de 2,5 milhões para 2,9 milhões por ano. Só entre 2011 e 2012 houve uma pequena queda (0,81%), atribuída à inauguração de uma nova linha de Metrô, a de número 4.
O economista diz que já solicitou as planilhas com os componentes da tarifa de ônibus para a Secretaria de Transportes da prefeitura.
Ele queria estudar a planilha para fazer previsões de inflação nos períodos de reajuste. Seu pedido nunca foi atendido, segundo ele.
O Banco Central, segundo o economista, teve um problema similar ao tentar entender as planilhas de custo das tarifas de ônibus no país todo, com a mesma intenção: prever a inflação na época dos reajustes.
Como não teve acesso aos dados da grande maioria das prefeituras, o Banco Central editou um relatório em que recomenda aplicar o IPCA (o índice oficial de inflação) na correção da tarifa, já que não obteve os dados que compunham a tarifa nas principais capitais. (MARIO CESAR CARVALHO)
|
Valor Econômico (SP): Fundos levam calote em títulos de crédito do BVA
Por Vinícius Pinheiro e Karin Sato Os fundos de investimento que adquiriram títulos de crédito com lastro em empréstimos do Banco BVA, liquidado no mês passado pelo Banco Central, registram perdas nas carteiras em razão do calote das empresas devedoras. A venda de cédulas de crédito bancário (CCB) a fundos ou diretamente a investidores era uma forma de a instituição antecipar receitas para realizar novos empréstimos.
A maior parte dos títulos de crédito originados pelo BVA foi comprada pela Vitória Asset Management, que pertence a José Augusto Ferreira dos Santos, fundador do banco. Até a intervenção pelo Banco Central na instituição, em outubro do ano passado, os principais investidores da gestora eram fundos de pensão.
Os papéis eram adquiridos pelos fundos com o compromisso de recompra em caso de problemas, mas, com a quebra do banco os fundos precisam agora cobrar diretamente os devedores. Além dos problemas de inadimplência, eles enfrentam questionamentos de algumas empresas na Justiça sobre a dívida.
Um dos fundos da Vitória que registrou perdas é o Primazia, que tem como única cotista a Fundação Geap, que possui convênio com 99 órgãos governamentais. A instituição registrou uma provisão de R$ 38,4 milhões em razão do calote em títulos de crédito da Prol Editora Gráfica, Dedini Indústria de Base e Atac Participação e Agropecuária, que compõem a carteira do Primazia. Procurada, a Dedini informou que não possui relação direta com o fundo Primazia, mas não respondeu se realizou os pagamentos das CCBs. A Prol e a Atac estão em recuperação judicial.
A Geap se encontra desde março em regime especial instaurado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), em meio a problemas administrativos ou financeiros encontrados, como o patrimônio líquido negativo e a insuficiência de ativos garantidores. Procurada, a Previc não se manifestou até o fechamento desta edição.
Além das perdas nos fundos, a Geap também provisionou no balanço R$ 34 milhões contra uma perda de uma CCB emitida pela Bolero. A empresa tem entre os sócios os antigos controladores do BVA, que emitiam CCBs para capitalizar o banco.
A Petros, fundação de previdência dos funcionários da Petrobras, também financiou diretamente os sócios do BVA, com a compra de títulos da V55 Participações, empresa que, assim como a Bolero, foi usada para injetar capital no banco. A Petros tenta agora cobrar a dívida, que de acordo com demonstrativos de investimentos referente a 2012 era de R$ 45 milhões.
A fundação era uma das principais investidoras da Vitória, com R$ 708 milhões aplicados na gestora no fim do ano passado, o que inclui fundos que compraram títulos de crédito de empresas originados pelo BVA. Procurada, a Petros não respondeu ao pedido de entrevista. Os ex-controladores do banco não foram localizados para comentar o assunto, mas uma fonte próxima a eles confirmou a falta de pagamento em um pelo menos uma das CCBs, provocada pelo bloqueio das contas desde a intervenção no banco.
Com a liquidação do BVA, as fundações devem consolidar a perda no fundo de participações (FIP) Patriarca, criado para investir em ações do BVA. Entre os cotistas do FIP, que investiu aproximadamente R$ 330 milhões no banco, estão a Serpros, que tem como principal patrocinadora o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Infraprev, dos funcionários da Infraero, além da Fipecq, fundação de previdência de órgãos como a Finep, Ipea e CNPq, e da Fundação Refer, de estatais do setor ferroviário.
O Patriarca também reuniu outros investidores, como o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, controlador do grupo de revendedoras de carros Caoa, que liderou uma tentativa frustrada de compra do banco.
|
Terra: Saiba o que aconteceria se a Petrobras não pudesse negociar Talvez você nem tenha sabido, mas, por alguns dias, a Petrobras esteve impedida de comercializar petróleo, no início de junho. A decisão judicial trouxe um clima de tensão ao mercado petrolífero brasileiro, ao cancelar o Certificado Negativo de Débitos (CND) da estatal, que já recuperou a autorização. E se a Petrobras não pudesse mais importar ou exportar, o que aconteceria?
Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) cancelou o CND da Petrobras em razão de uma dívida de R$ 7,39 bilhões da empresa com a Receita. A Petrobras entrou com um pedido de medida cautelar para suspender a decisão. A princípio, a medida foi negada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, porém em seguida a decisão do foi revogada, devolvendo à Petrobras o CND.
Em sua reavaliação, Gonçalves levou em conta o impacto econômico e o risco de desabastecimento de combustíveis que a cobrança poderia acarretar. Conforme a decisão, os riscos eram muito altos, apontados também como uma questão de utilidade pública.
Caso fosse mantida a decisão de cancelar a CND, a Petrobras ficaria impedida de importar o petróleo necessário para o abastecimento de combustível no mercado nacional, exportar sua produção, participar das rodadas de licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) - incluindo o pré-sal -, e de usufruir de benefícios fiscais federais. Uma situação impensável, que colocaria em risco o mercado petrolífero brasileiro.
Conforme o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Aureliano Bressan, este foi um episódio emblemático, que mostra o quão burocrático é nosso sistema tributário. Ainda de acordo com Bressan, é algo impensável, dada a relevância da empresa para a economia brasileira. Para ele, o valor de mercado da companhia só não foi mais afetado porque havia desde o início a crença de que a decisão desfavorável à Petrobras seria revertida.
Para se ter uma ideia, apenas no primeiro trimestre deste ano, a empresa importou 400 mil barris de derivados/dia. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até maio, o volume de exportações de combustível no Brasil acumulou uma queda de 39% em relação ao ano passado, enquanto o de importações subiu 23% no período.
Entenda
A ação se refere ao não recolhimento de Imposto de Renda sobre as remessas de valores que a estatal fez para o exterior, para pagar afretamentos de plataformas petrolíferas móveis entre 1999 e 2002. Autuada em 2003, a empresa passou a questionar a exigência, e após o esgotamento dos recursos na via administrativa, uma ação foi ajuizada pela Petrobras em 1º de março do ano passado, levando o impasse ao Judiciário.
Em nota divulgada pela Petrobras antes da reversão da decisão, a companhia afirmou que tomaria "todas as medidas cabíveis para continuar discutindo a questão, pois acredita estar amparada na legislação tributária que lhe assegurava a desoneração do Imposto de Renda à época dos fatos". A estatal assegurou, à época, que mesmo que não houvesse sido revertida a decisão que cancelava seu CND, não havia risco algum de desabastecimento
|
Agência Brasil: Carta de Conjuntura do Ipea indica crescimento moderado da economia Por Cristina Indio do Brasil Rio de Janeiro - A elevação da taxa de juros pelo Banco Central reflete a preocupação da autoridade monetária com a necessidade de reverter as expectativas inflacionárias e de recolocar a taxa da inflação em níveis mais próximos ao centro da meta. A avaliação foi feita pelo economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernando José da Silva Paiva Ribeiro, ao comentar para a Agência Brasil, a Carta de Conjuntura de junho de 2013. O documento indica crescimento moderado da economia.
O documento segundo Fernando Ribeiro, mostra que a economia está em processo de recuperação do crescimento, mas é uma recuperação em ritmo bastante moderado, inferior ao desejado. "Não tem tendência tão firme e sustentada de expansão, mas está em expansão. Em grande parte pela recuperação da produção industrial. Os investimentos também estão em crescimento, mas consumo das famílias perdeu um pouco o fôlego, tem crescimento mais devagar do que vinha ocorrendo", disse.
Sua análise mostra um cenário de indefinição. "A inflação tem se mantido persistentemente acima da meta já há bastante tempo, com pressões difíceis de reverter. E tem ainda o déficit externo crescente. A nossa balança comercial está piorando. Nós temos déficit em serviços e isso faz com que a gente tenha uma piora das contas externas, que não apresenta nenhum risco de curto prazo, mas acaba sendo um elemento que tem efeito negativo sobre a atividade econômica", analisou.
Ontem (28), o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou a manutenção da meta de inflação para 2015 em 4,5%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), percentual mantido desde 2005. Como ocorre habitualmente, poderá haver variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
De acordo com o economista, o governo também está sofrendo queda de receita, porque a atividade econômica cresce devagar ou porque está havendo desonerações. "Já há dois anos que o governo vem com um processo amplo de desonerações, redução de impostos e mudança de cálculo de impostos. Tudo isso se reflete em um desempenho ruim da arrecadação tributária", segundo Fernando Ribeiro.
A consequência dessa política, de acordo com o economista, é que as contas públicas ficam com um superávit primário menor do que o previsto anteriormente. "O governo está tentando administrar isso reconhecendo a queda do superavit primário, mas reafirmando o compromisso de ter uma política fiscal responsável", explicou.
Para o economista, o fato positivo neste momento vem do mercado de trabalho. A taxa de desemprego está em um nível historicamente baixo. "Certamente, é o ponto mais positivo que tem na conjuntura. O salário real continua crescendo, quer dizer, os salários continuam tendo aumento acima da inflação e, portanto, a renda real do trabalhador está subindo. O mercado de trabalho continua numa situação bastante positiva", explicou.
Fernando Ribeiro disse que a diminuição do ritmo de criação de empregos em comparação ao que foi em um passado recente era esperada. "Mas, dado que a taxa de desemprego já está mais baixa, é normal que a criação de emprego desacelere, até porque já não tem tanta gente desempregada disponível para entrar no mercado de trabalho. A expectativa é que a taxa continue baixa e continue havendo ganho real de salário. O mercado de trabalho vai continuar sendo um elemento positivo da conjuntura", explicou.
A indústria tem registrado crescimento, com destaque para bens de capital, o que, de acordo com o economista, significa aumento de investimentos. "O quadro geral da indústria é ainda de recuperação, tanto que a produção ainda está em níveis inferiores aos que estava há dois anos. Ela ainda está recuperando o que perdeu no ano passado, que foi um ano de retração, e está crescendo a uma taxa lenta, inferior ao desejável, mas é um processo que parece ser firme ao longo do ano", disse Ribeiro.
|
O Globo (RJ): Governo muda regra para elevar superávit por meio do BNDES Por Martha Beck e Henrique Gomes Batista Especialistas dizem que dívida bruta cresce, mas banco vê medida positiva
BRASÍLIA E RIO - Sem alarde, o governo fez na semana passada uma mudança no Estatuto Social do BNDES que, segundo especialistas, abre espaço para novas manobras fiscais destinadas a fechar as contas de 2013. O decreto 8.034, publicado em edição extraordinária do "Diário Oficial da União", permite que o banco pague dividendos à União com recursos que deveriam compor suas reservas. Isso, no entanto, só poderá ser feito se o Tesouro Nacional compensar a instituição com um aumento de capital.
Segundo especialistas, na prática, o governo está fazendo uma espécie de triangulação. O Tesouro emite títulos públicos (aumentando a dívida bruta), coloca os recursos no BNDES e, com isso, consegue gerar receitas primárias com dividendos, inflando as receitas e facilitando a obtenção da meta de superávit primário para o ano, de 2,3% do PIB. Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu o sinal verde para que o Tesouro conceda um crédito de R$ 15 bilhões ao banco, o que se encaixa na estratégia.
- O BNDES ficou livre para não precisar compor reservas. Os valores que iriam para esse fim vão ser substituídos por títulos e entrar no caixa para fazer (superávit) primário - explicou o economista da consultoria Tendências, Felipe Salto.
Antes da mudança, o lucro apurado pelo BNDES tinha necessariamente que passar a compor a reserva para margem operacional ou a reserva para futuro aumento de capital. Somente depois que essas reservas estivessem completas é que os dividendos poderiam ser pagos à União. No entanto, agora, as reservas não precisam mais estar completas para que o repasse seja autorizado. O dinheiro pode ir direto para o Tesouro.
Em nota, o Ministério da Fazenda disse que a mudança não é uma manobra e apenas serve para dar agilidade ao pagamento de dividendos. "Trata-se de faculdade adotada inclusive pelas principais instituições financeiras privadas, estando em linha com as melhores práticas de governança corporativa do mercado bancário", diz a nota, destacando ainda que o decreto não muda a previsão de receitas do ano com o pagamento de dividendos, que é de R$ 24 bilhões.
'O Tesouro raspou o tacho'
Segundo o especialista em contas públicas Mansueto Almeida, do Ipea, no entanto, a medida mostra quão dependente a equipe econômica está ficando de dividendos para conseguir atingir suas metas fiscais. Ele lembrou que a mudança ocorreu depois que as reservas do BNDES começaram a diminuir devido aos sucessivos repasses de dividendos:
- O Tesouro raspou o tacho.
Margarida Gutierrez, professora da UFRJ, lembrou que manobras como esta reduzem ainda mais a confiança no governo e em suas metas econômicas:
- Hoje muitos economistas já não olham a dívida líquida, porque há uma maquiagem. O correto é analisar a dívida bruta, que só cresce - afirmou a professora, que prevê novo aumento da dívida bruta com esta triangulação. Luciano Coutinho, presidente do BNDES, disse ontem pela manhã, ao sair de um evento em São Paulo, que a medida foi positiva:
- De um lado essa medida desburocratiza o repasse de dividendos. Por outro lado, garante uma salvaguarda importante, pois estabelece que os dividendos poderão ser distribuídos, desde que sejam compensados por instrumentos que possam ser utilizados como capital. A regra é boa para o banco - afirmou, segundo sua assessoria.
Capitalizações do Tesouro já chegam a R$ 53 bi
Neste ano o impacto das capitalizações do Tesouro sobre a dívida bruta - que está em 58,69% do PIB - já chega a R$ 53 bilhões: R$ 15 bilhões do BNDES, R$ 15 bilhões da Valec, R$ 15 bilhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e R$ 8 bilhões da Caixa.
- É um artifício que reduz ainda mais a credibilidade do governo - afirmou o economista Alcides Leite, da Trevisan.
Nesta segunda-feira, Mantega também liberou a concessão de crédito de R$ 8 bilhões para o programa Minha Casa Melhor - que prevê linhas subsidiadas para que os beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprem eletrodomésticos e móveis.
Outro despacho publicado ontem no "Diário Oficial" autoriza o BNDES a conceder empréstimo de R$ 2,5 bilhões à Eletrobras para capital de giro. A estatal foi prejudicada na redução das tarifas de energia no início do ano, que reduziu suas receitas em 20% e diminuiu seu patrimônio.
|
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.
|