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Valor Econômico (SP): Investimento da União em transporte fica abaixo da meta Por André Borges A previsão era que 2013 seria "o ano" para os investimentos públicos no setor de transportes. Depois de um desempenho anêmico em 2012, período contaminado pelos escândalos de corrupção deflagrados um ano antes, no que ficou conhecido como "a faxina dos Transportes", este ano deveria ser o momento da retomada. A pedido do Valor, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez um balanço do desempenho dos investimentos realizados pela União no primeiro semestre deste ano. O resultado é frustrante. Os dados usados são fornecidos pelo governo, por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do Tesouro Nacional. Entre janeiro e junho deste ano, o governo conseguiu executar somente 22,9% de tudo o que reservou para gastar com obras em rodovias neste ano. O orçamento autorizado para 2013 chega a R$ 13,092 bilhões, mas o valor efetivamente gasto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) só chegou a R$ 2,995 bilhões no período. O resultado é inferior ao desempenho verificado no mesmo período do ano passado, quando o governo conseguiu executar 23,5% do orçamento de R$ 13,745 bilhões. É preciso destacar que, dos desembolsos realizados neste ano, quase 90% referem-se a pagamento de despesas realizadas em anos anteriores, ou seja, somente 10% está relacionado a novas obras. A quitação de dívidas antigas também domina os pagamentos nas ferrovias da Valec. A estatal desembolsou R$ 679,4 milhões no primeiro semestre deste ano, o que equivale a 36% do valor total previsto para o ano. Desse montante, porém, quase 97% está atrelado a restos a pagar, ou seja, praticamente não houve desembolso de novas contratações. "O que vemos claramente é que a expectativa que o governo tinha não se confirmou. Prometia-se uma forte execução pelas estatais neste ano, mas a realidade mostra cenário bem diferente", diz o coordenador de infraestrutura econômica do Ipea, Carlos Campos. A situação não é diferente nos desembolsos para os portos e aeroportos ligados à União. Do ano passado para este ano, os recursos autorizados para os portos públicos e suas companhias docas saltaram de R$ 1,975 bilhão para R$ 2,388 bilhões. Por outro lado, a execução caiu de R$ 268,3 milhões verificados entre janeiro e junho de 2012, para apenas R$ 134,8 milhões neste ano, o que significa usar somente 5,6% de tudo o que está previsto para o ano. Na aviação civil, o orçamento anual manteve-se quase inalterado, com R$ 2,2 bilhões em caixa para investimentos, mas a execução, que chegou a 21,6% no primeiro semestre de 2012, caiu 12,7% neste ano. Campos lista seis problemas que, historicamente, transformam o orçamento do Ministério dos Transportes em uma fantasia: ajustes frequentes de marcos regulatórios; projetos e contratos mal elaborados; intervenções do Tribunal de Contas da União (TCU); dificuldades com licenciamento ambiental; problemas com desapropriações e legislação complexa, que leva a constantes recursos à Justiça. O pico dos gastos com transportes, apontam os dados do Siafi, ocorreu no último ano do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, foram investidos R$ 17,5 bilhões para bancar obras de infraestrutura logística. Quando Lula assumiu o governo em 2003, Fernando Henrique Cardoso tinha desembolsado apenas R$ 5,3 bilhões para o setor no ano anterior. Essa curva ascendente de investimentos, no entanto, é revertida a partir da gestão de Dilma Rousseff. Em 2011, o desembolso ficou em R$ 15,9 bilhões, caindo para R$ 12,8 bilhões no ano passado. O desempenho dos investimentos realizados neste primeiro semestre não dá espaço para uma perspectiva muito otimista para este ano, avalia o especialista do Ipea. "Não vemos perspectivas de mudanças no curto prazo. Tudo indica que 2013 vai repetir o desempenho do ano passado", afirma Campos. Do lado do setor privado, os investimentos em transporte têm apresentado crescimento constante desde 2009, chegando a R$ 12,2 bilhões no ano passado. "Isso significa que, por ano, o Brasil tem alocado um total de R$ 25 bilhões em infraestrutura logística. É pouco, perto do necessário", diz Campos. "A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) tem afirmado que é necessário investir R$ 100 bilhões por ano para recuperar a malha do país", diz Campos. Segundo o coordenador do Ipea, o Brasil tem investido 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor de transportes, enquanto os demais países do grupo dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) gastam, em média, entre 3,2% e 3,4% do PIB na melhoria logística. As novas concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos para o setor privado poderão elevar os investimentos em transportes em 2014, avalia o Ipea, com possibilidade de chegar a R$ 44,5 bilhões. "Ainda ficaríamos numa média de 1% do PIB. Isso demonstra como ainda temos que caminhar nessa área;"
Monitor Mercantil (RJ): Livro destaca que SUS forte ajuda a desconcentrar a renda Por Rogério Lessa No livro que está lançando pela Editora Fiocruz, intitulado SUS, o desafio de ser único o economista Carlos Octávio Ocké-Reis, doutor em saúde coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pós doutor pela Universidade de Yale (EUA) defende mais regulação no mercado de planos de saúde para torná-lo efetivamente complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS), em vez de parasitário. "O SUS é fundamental para a desconcentração da renda. No entanto, estamos subsidiando um setor altamente lucrativo, o mercado de planos de saúde", critica Ocké, que é técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste entrevista exclusiva ele lembra que, somente em 2011, as empresas privadas vendedoras de seguros saúde tiveram lucro líquido de R$ 4,9 bilhões, enquanto o subsídio estatal chegou a R$ 7,7 bilhões. Este valor representa 10% do faturamento dos planos de saúde. O que é analisado no livro e quais as propostas? Analiso a relação entre Estado e mercado de planos de saúde sob uma perspectiva teórica e histórica. Comparo a regulação em geral com a do mercado de planos de saúde, que é mais frouxa. O livro propõe uma reforma nesse mercado, que é fraturado em três pontos. Somadas, as três faturas resultam num modelo de saúde paralelo e duplicado. A primeira delas está ligada ao fato de que, enquanto o Artigo 196 da Constituição define a saúde como direito social e um dever do Estado - este conceito foi inspirado no Estado de Bem Estar Social europeu e parte do pressuposto de que o atendimento independe do nível de renda, que é uma fundamental característica da universalização - por outro lado está em contradição com a diretriz, expressa no Artigo 199, que libera o setor da saúde para atuação da iniciativa privada. A saúde deveria ser totalmente estatal? A rigor, é totalmente possível haver um mercado de bens e serviços médicos sem que isto esteja contemplado na Constituição, mas sim algo próximo de um regime de concessão. Qual a segunda "fratura" identificada no livro? A segunda fratura, decorrente da primeira, é a privatização do seguro social. A bandeira e os pressupostos do SUS são avançados e definem um novo marco civilizatório, mas o modelo é criticado, em parte, porque ainda dependemos da inserção no mercado de trabalho para ter acesso a ele. Por outro lado, os subsídios ao setor privado acabaram levando parte da clientela do seguro social migrar para ele, que passa a ser parasitário e não complementar ao sistema público. Para forçar essa complementariedade somente regulando o seguro privado, sem deixar de fortalecer o SUS. Pelas regras que vigoraram até aqui, pode-se dizer que no Brasil o Estado criou o mercado de planos de saúde que, mesmo já estando consolidado, ainda recebe subsídios. E quanto à terceira fratura? Refere-se ao financiamento. Para que o setor privado seja efetivamente complementar ao SUS, é preciso fortalecer o SUS estatizando os fundos financiadores da saúde no país, mas dada a nossa pobreza e várias outras mazelas sociais, como a violência, o SUS sozinho não tem condições de atender a totalidade da demanda. Então precisa de uma complementação do setor privado, mas esta não pode ser via subsídio e socialização dos custos. Proponho, então, um modelo que não acaba com a participação privada, mas que possa inibir a relação parasitária que o mercado tem com o SUS A redução da pobreza e da violência não poderia tornar o SUS capaz de dar conta do mercado sozinho? Difícil, porque estamos tratando de um setor da economia popular. Menos subsídio e mais recursos para o SUS faria o peso do mercado diminuir, mas ainda assim careceríamos de recursos para atender toda a classe média no âmbito do seguro público. Muitas famílias têm medo de migrar para o SUS, principalmente quando pensam na velhice. No entanto, isso não pode manter o sistema privado parasitário. Ele precisa ser suplementar. Esta visão não é exageradamente economicista? Um pouco, mas foi proposital. Como economista, reconheço que minha contribuição é modesta. Não trato de vários aspectos como a participação do setor privado no SUS, os modelos de gestão do SUS, do complexo médico-industrial. Pretendo apenas um modelo de políticas sociais universais que tem, inclusive, um papel ativo na economia e no desenvolvimento, pois ao economizar gastos com planos de saúde, por exemplo, o cidadão tem mais renda livre para o consumo de massa. Este é, por sinal, um dos segredos do sucesso do modelo de Bem Estar Social. Libera renda. O modelo europeu, inclusive, só entrou em crise com a internacionalização da economia, que permitia o vazamento dessa renda para compras fora das fronteiras nacionais. No Brasil os pobres gastam proporcionalmente mais com os planos de saúde do que as classes mais abastadas. De onde vem essa injustiça? Desde a ditadura o Estado brasileiro criou, via subsídios, o mercado de planos de saúde. A regulação é frouxa e precisa de regras principalmente para definição de preços e da cobertura. No livro procuro esclarecer esses aspectos. Ele tem um viés de defesa do SUS mas, pensando até no seu fortalecimento, pretende fazer com que o modelo privado ganhe características mutualistas de serviço social, em detrimento do caráter individualista que predomina atualmente. Os planos de saúde foram patrocinados pelo padrão de financiamento público (isenções fiscais) desde 1968, seguindo, nesse aspecto, o modelo liberal dos Estados Unidos, o qual se fundamenta em subsídios e em benefícios do empregador. É uma americanização perversa do sistema. Por quê as coisas não mudaram até agora? Existe um lobby no Congresso Nacional sobre questões-chave da assistência à saúde, evitando a ampla negociação entre as partes interessadas para fortalecer o sistema público. Um aspecto preocu-pante se refere ao fato de que, uma vez que os trabalhadores do polo dinâmico da economia estão cobertos pelo mercado de planos de saúde, seus representantes políticos não apoiam o SUS no Congresso como seria necessário. Essa é uma questão-chave. Basta ver que embora a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central brasileira, inclua a defesa do SUS, assim como a da Previdência Social, entre suas bandeiras históricas, diversos dos sindicatos a ela vinculados contratam planos privados para seus filiados. Quais os interesses privados podem minar o SUS? No Brasil, a luta política por melhores condições de saúde e de assistência médica em todos os níveis de atenção é vital. Exige uma consciência profunda acerca da determinação social das doenças, das desigualdades de acesso aos serviços de saúde, do barbarismo da violência urbana e da tragédia cotidiana dos acidentes de trabalho e de trânsito. O anúncio da aquisição da Amil, até então o maior grupo nacional do setor, pela multinacional norte-americana UnitedHealth, no valor de R$ 10 bilhões, fere a Constituição Federal. A Constituição é clara: "É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei". Em 1998, o artigo foi regulamentado pela Lei nº 9.656. Nenhum dispositivo autorizou a presença de capital externo no setor. Apesar disso, a transação foi avalizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, ao que parece, ignorada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Jornal Dia Dia (MS): Ipea divulga ranking de ocupações com melhores salários e mais vagas criadas Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançarão nesta quarta-feira, dia 3, às 10h, na sede do Instituto, em Brasília, a 27ª edição do Boletim Radar. A edição especial da publicação faz um mapeamento das ocupações de nível técnico e superior que mais geraram empregos e tiveram os maiores ganhos salariais, entre os anos de 2009 e 2012, em todo o país. A pesquisa constrói um ranking das ocupações com maiores e menores ganhos salariais ao longo do período analisado, assim como das profissões que mais abriram vagas. O boletim será apresentado pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Paulo A. Meyer M. Nascimento, com participação do presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri. A mediação será feita pelo diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura, Fernanda De Negri. Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada www.ipea.gov.br Fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais - possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro - e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
Brasil Econômico (SP): PIB e renda em rotas distintas Governo comemora o aumento dos ganhos per capita, favorecidos pelas políticas de inclusão social. Mas economistas e empresários alertam: a produtividade ficou para trás Por AlineSalgado e Mariana Mainenti O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, calculou em 8% o crescimento da renda do brasileiro de 2011 a 2012.O cálculo, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é animador sob o ponto de vista do ganho para o trabalhador. Preocupa os economistas, no entanto, o fato de, no mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita ter crescido ínfimo 0,1%. De um lado, a diferença entre os dois indicadores evidencia a maior preocupação dos empresários brasileiros: o país não está conseguindo avançar em termos de investimentos. De outro, o governo enfatiza que a distância entre eles é causada por uma diferença nos deflatores utilizados nos cálculos e por um dado positivo, a redução nas desigualdades. “Essa diferença acontece desde 2003. No último ano, foi mais forte, mas é ‘mais do mesmo’. De 2003 a 2012, o PIB real per capita aumentou 27,8%. Já a renda média pela Pnad cresceu 52%, quase duas vezes mais”, ressaltou o ministro. “Parte importante dessa diferença foi causada pelo fato de que o índice de preços ao consumidor, utilizado na Pnad, ter crescido 22,8% acima do utilizado para o cálculo do PIB. O problema é que o deflator implícito do PIB é um saco de gatos, não existe uma confiança a respeito do que ele significa”, sustentou Neri. O ministro apontou ainda o efeito da queda nas desigualdades, que vem acontecendo nos últimos dez anos. De 2011 a 2012, o ganho dos 5%mais pobres aumentou 20,1%. Para o vice-diretor da Faculdade de Economia da Faap, Luiz Alberto Machado, o governo priorizou as políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que são importantes como forma de redução das desigualdades socioeconômicas brasileiras, mas não geram efeito considerável no PIB. “O problema é que, no longo prazo, não se consegue manter a sustentabilidade da economia só com transferência de renda”, avaliou Machado. “Como você tem uma desigualdade brutal no país, quando há um tipo de alteração mais forte na rendada base da pirâmide, isso gera uma disparidade. É como se você estivesse como pé no forno e a cabeça na geladeira. Não quer dizer que o seu corpo esteja na temperatura ideal. É o que acontece com a renda média da população”, comparou. Para Machado, o único fator que dá sustentabilidade à economia é o ganho de produtividade. “E não temos tido isso há muito tempo. A qualidade da educação, por exemplo, é muito ruim, e não vejo ênfase do governo para melhorá-la”, afirmou. “Temos entraves à produtividade que vão além do custo da mão de obra, com uma alta carga tributária e toda a burocracia necessária para se abrir uma empresa”, apontou. Segundo Machado, os investimentos no país vêm se mantendo no patamar de 18% a 19% do PIB, enquanto em outros países asiáticos e mesmo latino-americanos, como México e Chile, está em cerca de 25% do PIB. “Neri diz que em 2012 colhemos os frutos dos programas sociais, é uma tese. Mas acredito que o que tivemos foi um ano de 2012 atípico. Com uma alta valorização do salário mínimo. Pegamos um crescimento máximo de 2010 e uma inflação grande em 2011. No fim das contas, o PIB cresceu 7,5% em 2010 e a inflação 6,5% em 2011. Logo, tivemos 14%de aumento do salário mínimo no ano passado. Não por acaso houve o aumento da renda que a Pnad mostra, que chegou a quase 8%”,afirmou a economista da Casa das Garças,Mônica de Bolle. Ela lembra que o PIB mede toda a renda produzida no país e não só a renda que as pessoas recebem do trabalho. “Entra no cálculo a renda produzida pelas empresas, pelo governo e a diferença entre exportação e importação. Já a Pnad mede exclusivamente a renda as famílias”, destacou. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que de 2001 a 2012, enquanto a remuneração média dos trabalhadores aumentou 169%, a produtividade elevou-se apenas 1,1%. “Como poderemos sustentar uma economia em que a renda aumenta acima da capacidade de produtividade do país? Esse é um sintoma de desequilíbrio ”, afirmou Mônica de Bolle. Para Celina Ramalho, do Conselho Federal de Economia, o baixo crescimento do PIB per capita é fruto da política econômica. “A proposta do governo é direcionar a renda para o consumo e não para o investimento. Com isso não conseguimos avançar na formação bruta de capital fixo”, comparou. Renda tem a maior alta em sete anos Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), os técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) observaram que 2012 foi um ano de significativa melhora na vida dos brasileiros. Isso porque a renda per capita média anual da população — obtida por meio da soma de todos os rendimentos do domicílio divididos pela quantidade de moradores — aumentou 8%, chegando a R$ 871,77. Esse foi o maior crescimento observado num período de sete anos, quando a renda per capita média aumentou 9,4%e teve valor de R$ 688,27. De acordo com análise do Ipea, que consta do Comunicado nº 159, intitulado “Duas décadas de desigualdade e pobreza no Brasil” medidas pela PNAD/IBGE, a população extremamente pobre — com renda familiar per capita de até R$ 75 — caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões, em 2012. Já a população pobre — com rendimento médio de até R$ 150 — foi reduzida de 19,1 milhões para 15,7 milhões. Quando se olha para a evolução da renda domiciliar per capita, os técnicos do Ipea observam ainda um contraste com outros indicadores do crescimento, como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e o consumo das famílias per capita — dados obtidos por meio da análise do Sistema de Contas Nacionais. A taxa de variação desses dois últimos foi muito inferior: o PIB per capita cresceu 0,06%entre 2011 e 2012 e o consumo per capita das famílias chegou à variação anual de 2,23%. Segundo o Ipea, apesar de ter provocado surpresas, esse deslocamento entre a Pnad e os dados do PIB per capita e do consumo das famílias per capita não é novo e já havia sido registrado antes. O estudo faz ainda uma ressalva, ao considerar que o PIB per capita e a renda disponível bruta per capita não são os melhores indicadores para avaliar o padrão de vida dos brasileiros. Isso porque esses indicadores consideram fontes de renda de todos os agentes da economia, como governo, empresas e instituições sem fins lucrativos.
China Daily (China) - Further reforms on track to sustain growth China is unlikely to become the next breaking point and deepen the global financial crisis, scholars and experts agreed at the Third Global Think Tank Summit on Saturday. They are confident that details of reforms to be released in the second half of the year will create more space for the economy to maintain stable growth. A huge domestic market and a strong drive to improve public infrastructure will create the growth engine that will guide China out of its development dilemma, they also said. These observations refute some foreign investors' views that China may be the source of the next tsunami after the US property bubble burst, and European debt surged. In financial crises, most major economies choose to expand the government's debt to stimulate growth, and the same measures are expected to be taken by China. "According to the development trend, the country that chooses to deviate from the proven path will suffer serious recession," said Li Daokui, a professor at the School of Economic and Management of Tsinghua University, and a former advisor to the People's Bank of China. Fast-growing debt and an expanding shadow banking system have increased potential financial risks, but the new round of reforms to start in the third quarter is expected to relieve bad loans and draw in private capital into more fixed-asset investments, Li said. Investments can be increased in areas such as reducing air and water pollution and improving urban underground infrastructure, he said. "Local governments should start debt restructuring, and seek more reliable and sustainable tax resources," he added. Justin Yifu Lin, former chief economist and senior vice-president of the World Bank, agreed that the world's second largest economy still has much space to sustain its growth potential. "As China's labor-incentive industries are changing towards high value-added businesses, other emerging economies will enter a golden time of industrialization based on advantages in their labor markets," Lin said. China's current debt load is almost twice as much as its GDP, which has Wall Street fearing that the new leaders may rein in credit at the cost of a slowdown in growth. Some global financial forecasts have downgraded its growth to 7.4 percent in 2013, but Premier Li Keqiang expressed his confidence in achieving this year's GDP target of 7.5 percent on Friday. The central bank's conservative stance on a prudent monetary policy remains firm, despite a surge in interbank lending rates and a stock market plunge last week. The PBOC will guide financial institutions towards reasonable credit creation and properly managed credit risks to support economic restructuring, said Qu Hongbin, chief economist in China of the HSBC Holdings. "Given the still complicated external environment and domestic challenges confronting China's economy, the central bank will likely step up efforts to enhance its policy by being more proactive and flexible," he said. Emerging markets will have more challenges in the coming months if the evaluation of US fed's qualitative easing policy accelerates, said Renato Baumann, director of the International Division of IPEA, a Brazilian government research institution.
Jornal do Comércio (RS): A herança indesejada das desonerações Os incentivos dados pelo governo da presidente Dilma Rousseff para turbinar a economia podem custar caro para o próximo governo As sucessivas desonerações e repasses para o Bndes, promovidos pelo governo federal nos últimos anos, têm impacto sobre as arrecadação para além de 2014 e, segundo especialistas, quando combinados com despesas elevadas, podem se transformar numa herança indesejada. Cálculos feitos com base nas principais renúncias fiscais e nos custos com o Bndes mostram que o novo governo deixará de contar com cerca de R$ 50 bilhões em seu primeiro ano. Assim, a piora nas contas públicas, um dos motivos citados pela agência de classificação de riscos S&P para pôr a avaliação do Brasil em perspectiva negativa, tende a se acentuar. No caso da desoneração da folha de pagamento de mais de 50 setores e produtos, embora oficialmente tenha data para acabar (dezembro de 2014), tem caráter permanente, segundo o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida gera renúncia anual acima de R$ 20 bilhões. Há ainda o impacto de ações como a redução de tributos sobre a cesta básica, de R$ 7,3 bilhões por ano; sobre tarifas de transporte público, de R$ 1,2 bilhão; o aumento das faixas de enquadramento das empresas no Simples, mais R$ 5,3 bilhões; e mudanças na regra do regime do lucro presumido, de R$ 1 bilhão. Juntas, as medidas representam renúncia de R$ 34,8 bilhões, sendo que o número pode ficar maior considerando que o governo também vem utilizando tributos regulatórios, como o IPI e o IOF, para calibrar o mercado e adotando incentivos temporários com reflexo nas contas de 2015, como o Reporto e o Plano Nacional de Banda Larga. Os especialistas reconhecem que os incentivos têm um papel importante para dar mais competitividade à indústria nacional e elevar os investimentos, mas alegam que o governo age de maneira errática - reduzindo tributos temporariamente e depois prorrogando -, como fez com o setor automotivo, e não atua na contenção de despesas. O resultado disso aparece no superávit fiscal primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública), que vem sendo cumprido com manobras como a antecipação de dividendos de estatais. "Não sei o real valor do superávit primário, pois, a cada ano, o governo tem feito maquiagem contábil. É como se eu vendesse os meus salários pra mim mesmo e, com o resultado, vou gastar, normalmente em bobagem, isso é uma artimanha", afirma o economista Joaquim Elói Cirne de Toledo. "O resultado fiscal é a grande preocupação para o futuro. E os incentivos do governo não têm conseguido fazer a economia reagir", complementa Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Outra conta salgada vem de subsídios a operações do Bndes. Em 2012, o valor chegou a R$ 12,7 bilhões e, diz o economista Mansueto Almeida, do Ipea, deve se manter alto. O dinheiro do Tesouro é captado no mercado com juro maior que o cobrado pelo banco de fomento. Isso gera um custo e o Tesouro acaba pagando essa diferença. Ou seja, arca com a equalização de parte dos empréstimos do banco. Almeida lembra que, em 2009, só R$ 44 bilhões em empréstimos do Bndes eram passíveis de equalização pelo Tesouro. Já neste ano o montante é de R$ 320 bilhões. A preocupação com isso levou o Ministério da Fazenda a editar uma portaria, no final do ano passado, na qual os subsídios apurados em 2013 e 2014 só precisam ser ressarcidos ao Bndes em 2015. "Isso significa que boa parte dessa despesa está sendo postergada para o próximo governo, que vai assumir num cenário de superávit primário menor, despesas correntes elevadas e baixa arrecadação. Ele praticamente não terá espaço fiscal", explica Almeida. Felipe Salto, da Tendências Consultoria, estima que o custo com os subsídios do Bndes ficará em torno de R$ 15 bilhões para os próximos anos. "A herança será o desequilíbrio fiscal." A política fiscal pode prejudicar a redução da dívida. A meta de superávit primário deste ano é de R$ 155,9 bilhões (3,2% do PIB), mas o governo adiantou que abaterá R$ 45 bilhões do total e propôs esforço menor de estados e municípios. Para Cirne de Toledo, como o governo está economizando menos, a relação entre dívida e PIB pode parar de cair neste ano e até subir em 2014. O mercado é mais otimista: projeta estabilização desse indicador a partir de 2016. "Nunca vi uma deterioração tão grande das instituições e das contas públicas. A Lei de Responsabilidade Fiscal, na prática, não serve mais para nada", alega a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Margarida Gutierrez. "A situação pode piorar. O governo propôs uma Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), acabando com metas de superávit de estados e municípios. O País desistiu de ter política fiscal efetiva." Para os técnicos do governo, a atual estratégia fiscal deixará para o próximo presidente um legado positivo: relação dívida/PIB declinante, redução nos custos de administração e menos carga tributária. Segundo um integrante da equipe econômica, as desonerações e outras medidas estão sendo feitas para dar mais competitividade
Confira o programa que recebeu Roberto Pires, do Ipea, e Emerson Masullo, da UCB
Brasil Econômico: Para especialistas, pacto fiscal não sai do discurso Por Edla Lula Governo terá muita dificuldade para viabilizar as propostas da presidente Dima Rousseff Brasília A presidente Dilma Rousseff pediu aos ministros que acelerem a gestão e a execução dos investimentos em andamento no seu governo. A ordem é atuar em duas frentes: infraestruturae orçamento dos ministérios. Primeiro, o governo quer acelerar o Programa de Concessões, que inclui portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, além da licitação de petróleo. Apressando esses projetos, conseguiria elevar a taxa de investimento, sem ter que tirar recursos do seu caixa. Na outra frente, quer que o orçamento de cada ministério seja executado com mais celeridade, já que os projetos caminham a passos lentos. Entretanto, na visão de especialistas em contas públicas ouvidos pelo Brasil Econômico, não será fácil promover essa aceleração pretendida por Dilma. "Acho muito difícil que um governo que tem tanta dificuldade para realizar investimentos promova uma ampliação, de uma hora para outra, apenas porque a presidente foi na reunião ministerial e pediu. Isso não acontece", comenta Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "A falta de investimentos é fruto de um sério problema que o Estado brasileiro possui", afirma Mansueto. Ele cita problemas na gestão dos projetos, que atrasam a execução, e a atuação dos órgãos de controle, que sempre encontram problemas. E tem ainda a indefinição de regras - cada obra precisa passar pela autorização de três ou mais órgãos ambientais. "No Brasil é muito difícil destra-var a agenda de investimentos em três ou quatro meses", diz. "O que vemos é que a ânsia de atender às demandas das ruas vem se transformando em mais gastos, o que é um problema", complementa. Mansueto lembra que não há como cortar custeio, porque a agenda de qualidade que vem sendo proposta pelas vozes das ruas implica contratar mais profissionais. O agravante, lembra, é que o momento econômico do Brasil - com baixo crescimento, inflação em alta e câmbio descontrolado - exige o corte de gastos. "Não há como fazer ajuste fiscal, no curto prazo, sem cortar o investimento público", afirma. O economista Reinaldo Gonçalves, autor do livro "Desenvolvimento às Avessas", diz que o país sofre hoje as consequências de um modelo equivocado de desenvolvimento construído desde o governo Collor, mas que se agravou na era Lula-Dilma. "Esses pactos que o governo está propondo, que vão desde responsabilidade até plebiscito para reforma política, são uma estratégia comum deste governo e do governo passado para aguardar as vozes das ruas se calarem, sem dar respostas concretas", avalia o economista. "É um jeito de fazer a maré baixar para o tsunami passar logo. Todas as medidas pactuadas são paliativos para ganhar tempo", completa. Para ele, a solução passaria por reformas estruturantes, alterando em profundidade "este modelo liberal periférico implantado no Brasil". Gonçalves acha que as promessas de melhorias, tanto na saúde quanto na mobilidade urbana, não vão responder aos apelos das ruas. "O governo priorizou um modelo de transporte privado, ao desonerar os carros. Não há interesse em mudar isto, porque a indústria automobilística é um dos eixos estruturantes do modelo"
Folha de S.Paulo (SP): Medicina tem maior salário, aponta Ipea Estudo do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao governo, indica R$ 6.940 de média salarial, a maior entre 48 profissões. "Se você pode dizer que falta algum profissional, é médico", disse Marcelo Neri, presidente do Ipea e interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Folha de S.Paulo (SP): Medicina tem maior salário, aponta Ipea Estudo do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao governo, indica R$ 6.940 de média salarial, a maior entre 48 profissões. "Se você pode dizer que falta algum profissional, é médico", disse Marcelo Neri, presidente do Ipea e interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Diário Comércio Indústria&Serviços - DCI: Salário médio em nível superior teve alta de 16% desde 2009 O salário médio de um profissional em ocupações de nível superior subiu de cerca de R$ 2 mil em 2009, para pouco menos de R$ 2,4 mil em 2012. A variação representa aumento real (acima da inflação) de cerca de 16% no período, considerando valores atualizados para dezembro de 2012. Os dados são do estudo "Perspectivas profissionais - nível técnico e superior", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "O ritmo de crescimento dos salários reais desses profissionais chegou a se reduzir ligeiramente entre meados de 2010 e fins de 2011, mas retomou o vigor ao longo de 2012, apesar da redução do crescimento econômico no período", cita o estudo. O crescimento real dos salários, no entanto, é bastante heterogêneo quando se consideram as diferentes atividades de nível superior. Entre os maiores ganhos salariais, predominam ocupações típicas do setor público, médicos, algumas especializações de engenharia e arquitetura, pesquisadores em engenharia e em ciências da agricultura e algumas especializações de professores do ensino superior. Há também ocupações de nível superior que apresentaram queda dos salários reais dos profissionais admitidos no período entre 2009 e 2012. Este grupo corresponde a 19 famílias ocupacionais, com destaque para algumas retrações superiores a 20%, como no caso dos defensores públicos e procuradores da assistência judiciária (perdas reais de 25,1%), engenheiros de alimentos e afins (27,4%), músicos intérpretes (31,8%), chefes de cozinha e afins (37,3%), engenheiros ambientais e afins (52,6%) e delegados de polícia (64,4%). As variações salariais apresentadas nas tabelas se referem às tendências médias verificadas para o Brasil. O estudo mostra também as carreiras de nível superior que mais geraram empregos entre 2009 e 2012, considerando dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No período analisado, foi gerado no Brasil um total de 304.317 postos de trabalho de vagas de nível superior. O ranking mostra que mais geraram vagas foram as de analistas de tecnologia da informação (49.535), enfermeiros e afins (27.282) e profissionais de relações públicas, publicidade, mercado e negócios (20.853). Entre 2009 e 2012, foram criados 402.490 postos de trabalho para técnicos de nível médio no Brasil. Os técnicos da ciência da saúde humana (entre os quais estão técnicos e auxiliares de enfermagem) formaram o grupo que mais viu expandir suas oportunidades de emprego no período analisado. A cada cem novos postos de trabalho para técnicos de nível médio entre 2009 e 2012, entre 24 e 25 foram preenchidos por esta categoria. Em segundo lugar vieram os técnicos em eletroeletrônica e fotônica. A cada cem novas contratações de técnicos de nível médio, pelo menos 11 se enquadravam nesta categoria. O salário real médio dos profissionais de nível técnico teve alta real no período, ao passar de cerca de R$ 1.280 em 2009, para cerca de R$ 1.410 em 2012.
Correio Braziliense (DF): Médicos são mais bem pagos A marcha dos jalecos brancostrueUm estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou quais são as carreiras com os melhores índices de desempenho trabalhista e que oferecem boas remunerações. Os médicos estão em primeiro lugar nesse ranking. Eles têm, em média, os maiores rendimentos (R$ 6.940,12) e taxas de ocupação (91,81%). Mas, mesmo com os melhores indicadores, a categoria acumula a maior escassez de mão de obra. E, para tentar equalizar esse problema, o Executivo pretende contratar profissionais de outros países. Para fazer a escala, os técnicos do instituto criaram uma fórmula que avalia os salários pagos, as horas trabalhadas, a taxa de ocupação e a cobertura previdenciária de cada profissão. A segunda categoria mais bem avaliada pelo ipea também é do setor de saúde: odontologia. Os dentistas têm um salário médio de R$ 4.238,65, trabalham 37,46 horas por semana, somam 89,96% das vagas disponíveis preenchidas e 78,63% deles fazem contribuições previdenciárias . Em seguida, estão os postos de engenheiro civil, mecânico e metalúrgico. Na avaliação do ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do ipea, Marcelo Neri, o ranking é um instrumento que auxiliará os jovens a escolherem qual carreira seguir e subsidiará gestores públicos e o setor privado de educação a definirem a oferta de vagas e a abertura de cursos. Conforme Neri, o Brasil vive um "bom problema" de falta de profissionais. "É melhor do que a crise de desemprego. Pleno emprego, entre aspas, é um problema, só que um bom problema. A gravidade é que, para formar pessoas, demora um certo tempo", comentou. Além disso, o economista comentou a polêmica contratação de médicos estrangeiros. Ele fez questão de ressaltar que a pesquisa teve início antes de a presidente Dilma Rousseff propor a "importação" desses profissionais, sem o intuito de corroborar o projeto do governo. Ele indicou, porém, que a atração de talentos do exterior pode ser interessante, desde que se tome o cuidado de buscar pessoas com qualidade técnica, sem desrespeitar os direitos dos médicos brasileiros. "Uma coisa é clara e isso não é novidade: faltam médicos no país. Em algumas cidades, como Nitéroi (RJ) e Vitória, há concentração de profissionais. Mas, no Nordeste e no Norte, essa proporção é cinco vezes menor", completou. Técnicos O estudo do Ipea também indicou que a área que mais gerou postos de trabalho de nível técnico nos últimos três anos foi a da saúde. Houve contratação líquida de quase 100 mil profissionais desse perfil entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, período em que foi criado um total de 402.490 vagas formais no país. Outras profissões que registraram um crescimento de contratação no mesmo período foram os técnicos em eletroeletrônica e em operações comerciais (mais de 40 mil postos cada) e os técnicos com formação administrativa e em educação infantil (mais de 20 mil). Na percepção de José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Investimento, a deficiência na formação básica dos jovens brasileiros prejudica todo o processo de qualificação profissional. De acordo com ele, o governo investe sete vezes mais em um aluno que cursa uma faculdade do que em um do ensino fundamental. Para piorar essa situação, Camargo destaca que o sistema educacional vive dois extremos. De um lado, há as famílias que podem pagar pela boa educação privada. Do outro, estão os pais que são obrigados a matricular os filhos em colégios ruins. Camargo ressalta ainda que o crescimento a longo prazo do Brasil está atrelado ao investimento em capital humano. "O custo marginal de mais um aluno em uma escola é pequeno. O governo deveria subsidiar a entrada dessas crianças em creches privadas, por exemplo. Como a taxa de crescimento populacional diminui a cada ano, poderia distribuir bolsas. Claro que há exceções, mas a infraestrutura existente deve suprir a demanda", completou.
Jornal do Commercio Online: Área médica, a mais vantajosa PROFISSÕES: Considerando remuneração, cobertura previdenciária e jornada de trabalho, medicina foi destaque em estudo do Ipea BRASÍLIA - A medicina é a carreira de nível superior com maior desempenho trabalhista, considerando os fatores salário, jornada de trabalho, nível de ocupação e cobertura previdenciária. Na média brasileira, os médicos ganham R$ 6.940,12 e trabalham 42,03 horas por semana. A taxa de ocupação nessa profissão é de 91,81% e a de proteção trabalhista, de 90,72%. Os números fazem parte da edição especial Perspectivas profissionais - nível técnico e superior da publicação Radar, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Depois de medicina, em um ranking de 48 formações de nível superior, estão odontologia, engenharia civil, engenharia mecânica e metalúrgica, serviços de transportes, estatística, engenharia elétrica e automação, engenharia (outros), setor militar e de defesa. Na base do ranking, com pior desempenho trabalhista, estão religião, filosofia, educação física e turismo. O presidente do ipea e ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, afirmou que as carreiras no topo do ranking têm indicadores que refletem escassez de profissionais. Se a jornada é alta, disse, esse é um sinal claro de que faltam trabalhadores, o que prejudica o bem-estar dos profissionais. "Se tudo é alto, esses são sinais inequívocos de que faltam aqueles profissionais. As instituições, sejam privadas, sejam públicas, deveriam direcionar esforços para essa área. Tanto é que é isso que tem sido feito tanto no caso de engenheiros quanto de medicina", afirmou. O ministro disse que o Brasil vive um "bom problema", o de falta de profissionais. "É um problema melhor do que a crise de desemprego. Pleno emprego, entre aspas, é um problema, só que um bom problema. A gravidade é que para formar pessoas demora tempo", disse. Neri afirmou que o estudo - baseado em dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE - vem sendo desenvolvido há algum tempo e não busca subsidiar a política do governo Dilma Rousseff de atrair médicos. No entanto, ressaltou a escassez de profissionais no setor. "Basicamente, ele mostra que, de todas as 48 carreiras consideradas, a de medicina é aquela onde há maior escassez de mão de obra. Então, é basicamente esse o resultado do estudo", afirmou. O ministro destacou que há um desafio agora no País para a área de mobilidade urbana e que o mercado precisará de profissionais capacidades nos próximos anos. "Profissionais ligados a serviços de transportes são sim com mais escassez. Então, é um sinal de que precisamos desses profissionais", disse. No ranking, serviços de transporte aparecem na quinta posição. O salário médio é de R$ 4,4 mil e a jornada de trabalho, de 41,91 horas semanais. O índice de ocupação é de 89,14% e a cobertura previdenciária, de 91,47%. Segundo Neri, o pico de ocupação no Brasil, considerando todas as carreiras e níveis de formação, se dá aos 41 anos e o de salário, aos 51 anos. "A taxa de ocupação é mais ou menos de 80% aos 41 anos de idade. Quando (o trabalhador) tem 16 anos, é em torno de 30%. Quando tem 65 anos, é em torno de 35%".
Estado de Minas (MG): Mapa da carreira Por Antonio Temóteo Pesquisa mostra que médicos e dentistas são os profissionais que têm a melhor renda. Mas estão em falta em algumas regiões Brasília - Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou quais são as carreiras com melhores índices de desempenho trabalhista e que oferecem boas remunerações no mercado. Os médicos estão em primeiro lugar nesse ranking e têm, em média, os maiores salários (R$ 6.940,12) e taxas de ocupação (91,81%) (veja quadro). Mesmo com os melhores indicadores, essa categoria também acumula a maior escassez de mão de obra. E para tentar equalizar esse problema o Executivo pretende importar profissionais do exterior e a questão está gerando manifestações da categoria por todo o país (leia reportagem na página 20). Para fazer o ranking, os técnicos do instituto criaram uma fórmula matemática que avalia os salários pagos, as horas trabalhadas, a taxa de ocupação e a cobertura previdenciária de cada profissão. A segunda categoria mais bem avaliada pelo Ipea também é do setor de saúde: odontologia. Os dentistas têm um salário médio de R$ 4.238,65, trabalham 37,46 horas por semana, têm 89,96% das vagas disponíveis preenchidas e 78,63% deles fazem contribuições previdenciárias. Em seguida estão as carreiras de engenharia civil, mecânica e metalúrgica, além de serviços de transporte. Na avaliação do ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do Ipea, Marcelo Neri, o ranking é um instrumento que auxiliará os jovens a escolher a carreira. Para ele, esse estudo também subsidiará gestores públicos e o setor privado de educação a definir a oferta de cursos. Segundo Neri, o Brasil vive um "bom problema" de falta de profissionais. "É melhor do que a crise de desemprego. A gravidade é que para formar pessoas demora um certo tempo", comentou. Neri não fugiu da polêmica sobre a contratação de médicos estrangeiros. Entretanto ele ressaltou que a pesquisa teve início antes da presidente Dilma Rousseff propor a importação desses profissionais de outros países, sem o intuito de corroborar o projeto do governo. Ele indicou, porém, que a atração de "talentos" do exterior pode ser interessante desde que se tome o cuidado de buscar pessoas com qualidade técnica, sem desrespeitar os direitos dos médicos brasileiros. O estudo do Ipea também indicou que a área que mais gerou postos de trabalho de nível técnico nos últimos três anos foi a saúde. Entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012 houve contratação líquida de quase 100 mil técnicos da saúde humana, período em que foram criadas 402.490 vagas formais. Outras profissões que registraram um crescimento no nível de contratação no mesmo período foram os técnicos em eletroeletrônica e em operações comerciais (mais de 40 mil vagas cada) e os técnicos com formação administrativa e em educação infantil (mais de 20 mil postos). Na avaliação do economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, a deficiência na formação básica dos jovens brasileiros prejudica todo o processo de formação profissional. Segundo ele, o governo investe sete vezes mais em um aluno que cursa uma faculdade do que em um estudante do ensino fundamental. Para piorar, Camargo destaca que o sistema educacional vive dois extremos. De um lado as famílias de classe média e as ricas podem pagar pela educação privada de qualidade. Do outro, os pais são obrigados a matricular os filhos em colégios ruins. Para ele, o crescimento do Brasil está atrelado ao investimento em capital físico e humano.
O Globo (RJ): Analista de TI lidera a abertura de vagas no país, diz Ipea Por Cristiane Bonfanti A carreira de analistas de tecnologia da informação liderou a abertura de vagas de nível superior no Brasil nos últimos quatro anos, com a criação de 49,5 mil postos de trabalho entre 2009 e 2012. Nas áreas de nível técnico, a ocupação de técnico da saúde humana ficou em primeiro lugar e registrou contratação líquida de 98,2 mil profissionais no período. Os dados fazem parte de estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e mostram que, num levantamento com 22 ocupações de nível superior, a de enfermeiro ficou em segundo lugar, com abertura de 27,2 mil vagas no período. Em seguida, estão profissionais de relações públicas, publicidade, mercado e negócios. O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Paulo Meyer Nascimento, ressaltou que, no caso dos profissionais com formação técnica, um conjunto de oito carreiras foi responsável por 75% dos novos empregos. Na segunda colocação entre as áreas que mais criaram oportunidades está a carreira de técnico em eletroeletrônica e fotônica (45,2 mil vagas). Depois, aparecem técnicos em operações comerciais e técnicos das ciências administrativas. De acordo com Nascimento, no período, os profissionais de nível técnico, de modo geral, tiveram reajuste salarial real de 10%. - Para carreiras de nível superior, o aumento foi de 16% acima da inflação - disse. No que diz respeito ao ganho salarial dos técnicos, os atletas lideraram o ranking, com salário médio de R$ 2,7 mil na admissão no ano passado. Já os técnicos em mineralogia e geologia tiveram remuneração média de R$ 2,4 mil em início de carreira. A ocupação de nível superior com maior salário é a de pesquisadores de engenharia e tecnologia, com remuneração média de R$ 12,3 mil na admissão no ano passado. Os médicos clínicos ficaram em segundo lugar, com remuneração média de R$ 9,5 mil na admissão.
O Globo (RJ): Intenção de consumo em SP no 3o tri cai a menor nível desde 2002 O índice de consumidores da cidade de São Paulo que pretendem ir às compras entre julho e setembro caiu 3,4 pontos percentuais em relação às projeções para o mesmo trimestre do ano passado, atingindo o menor nível desde 2002, apontou pesquisa divulgada nesta quarta-feira. Segundo dados compilados pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com a consultoria Felisoni, 50,4 por cento dos paulistanos pretendem comprar bens duráveis no período, contra percentual de 53,8 por cento apontado em 2012. Em relação ao segundo trimestre , a queda foi ainda maior, com recuo de 8,8 pontos percentuais. Desaceleração do aumento da renda, elevação dos juros, inadimplência e inflação estão entre os fatores que explicam o resultado, afirmou Claudio Felisoni de Angelo, presidente do conselho do Provar/FIA. Ele acredita que as manifestações ocorridas no país em junho são antes um reflexo desta conjuntura que a causa para a diminuição das expectativas. O levantamento do Provar foi realizado antes dos primeiros protestos. "As manifestações e o recente fechamento das estradas pelos caminhoneiros, que impede a distribuição regular de produtos, agravam pontualmente um cenário que é fundamentalmente afetado pelo cenário macroeconômico desfavorável", disse Felisoni. O desemprego, uma das variáveis de maior impacto para a confiança dos consumidores, também deve começar a pesar na balança. O Provar divulgou pela primeira vez um índice que trata da expectativa de desemprego, que apontou uma deterioração de 13,95 por cento no terceiro trimestre em relação à situação levantada em junho. A pesquisa também mostrou que apesar do governo ter lançado em junho um programa de financiamento com juros mais baixos para a aquisição de móveis pelos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, a intenção dos consumidores em comprar esses itens no terceiro trimestre caiu 16,3 por cento na comparação anual. "O grande problema (para impulsionar as vendas) é a questão da renda, que tem impacto duas vezes maior para o consumo que a diminuição dos juros", disse Felisoni. Por outro lado, o avanço na intenção de compra para eletrodomésticos da linha branca, também contemplados no programa do Planalto, foi de 9,1 por cento para o período, quarto maior dentre os segmentos pesquisados. O Provar estima crescimento para as vendas de apenas 1,1 por cento no varejo ampliado brasileiro entre julho e setembro, ante aumento de 5,6 por cento apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o mesmo período de 2012.
O Globo (RJ): Ciência da saúde humana lidera o ranking de abertura de vagas de técnicos, diz Ipea Estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a ocupação de técnico da ciência da saúde humana liderou o ranking de abertura de vagas entre as carreiras técnicas no país entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012. No período, foram criadas 98.251 vagas na profissão no Brasil. Em seguida, estão os técnicos em eletroeletrônica e fotônica, com 45.266 vagas. Para técnicos em operações comerciais, foram abertas 41.006 vagas e para técnicos das ciências administrativas, 33.075. O levantamento considerou um total de oito carreiras de nível técnico que mais geraram postos de trabalho no período. - Foram mais ou menos 400 mil novos postos entre janeiro de 2009 e de 2012 para técnicos de nível médio. E essas oito carreiras, que perfazem pouco mais de 20% do grupo de ocupações, foram responsáveis por 75% dos novos empregos - disse Paulo Meyer Nascimento, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. Ele disse que, no período, os profissionais de nível técnico, de modo geral, tiveram aumento salarial de 10% acima da inflação entre 2009 e 2012. - Para carreiras de nível superior, o aumento foi de 16% acima da inflação - disse. No que diz respeito ao ganho salarial, a ocupação de técnico em operação de câmara fotográfica, cinema e televisão liderou o ranking, com salário médio de R$ 2.046,16 em 2012 na admissão. Depois dele, destacam-se técnicos de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa; técnicos em laboratório; instrutores e professores de escolas livres; técnicos da ciência da saúde animal; e técnicos em ciências físicas e químicas. Os números foram consolidados com base no Caged/MTE. Carreiras de técnico de nível médio que mais geraram postos de trabalho (Jan/2009 - Dez/2012) Técnicos da ciência da saúde humana 98.251 Técnicos em eletroeletrônica e fotônica 45.266 Técnicos de nível médio em operações comerciais 41.006 Técnicos das ciências administrativas 33.075 Professores de nível médio na educação infantil, fundamental e profissionalizante 26.510 Técnicos em informática 25.438 Instrutores e professores de escolas livres 17.282 Desenhistas técnicos e modelistas 14.684 Fonte: Ipea, com base em dados do Caged/MT
Agência Brasil: Marcelo Neri é favorável à contratação de médicos estrangeiros Brasília - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, disse, hoje (3), ser favorável à vinda de médicos estrangeiros ao Brasil devido à escassez dos profissionais no país. O Ipea divulgou nesta quarta-feira um estudo informando que medicina é a carreira que tem o melhor desempenho trabalhista no Brasil, avaliado a partir de quatro critérios: salários, jornada de trabalho, cobertura previdenciária e facilidade de se conseguir emprego. O salário médio dos médicos, de acordo com o estudo, são os mais altos do mercado de trabalho (R$ 8,4 mil). Outro dado, segundo o instituto, que torna o curso atraente ao estudante é a facilidade de emprego. Os técnicos do Ipea informaram que os dados levantados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, entre 2009 e 2012, a medicina é a carreira que tem mais facilmente se é empregado, pelo menos 97% dos formandos encontrariam trabalho, segundo o estudo. "Das carreiras analisadas, medicina é a que tem mais escassez de mão de obra. Quando esses dados são analisados geograficamente, percebe-se que, em alguns lugares, a presença de médicos é um quinto em relação à de outros lugares", explicou Neri, ainda que a medicina não tenha sido o alvo do estudo divulgado hoje, que avaliou a situação de diversas profissões. Sobre a situação dos médicos, o ministro e presidente do Ipea ressaltou que os dados não são novos e já haviam sido demonstrados pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2010. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, há 1,8 médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é quatro médicos. O governo tem justificado a vinda de médicos do exterior com o argumento de que há escassez de profissionais na área de saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM), no entanto, diz que há médicos em número suficiente para atender à demanda brasileira e pede plano de carreira federal para atrair os profissionais às áreas carentes do Brasil. De acordo com Marcelo Neri, os dados que colocam a medicina como a carreira com mais vantagens trabalhistas - altos salários, cobertura previdenciária e fácil empregabilidade, que compensam a extensa jornada de trabalho -, mostram que o mercado vem reconhecendo a importância da profissão, por meio da valorização da carreira, expressada pelas melhores condições oferecidas. Situações em que são verificados baixos salários, segundo ele, são exemplos de situações escondidas por médias.
UOL: Medicina é o curso com mais vantagens profissionais, diz Ipea Medicina é o curso superior que oferece mais vantagens profissionais, atualmente, segundo o estudo Radar: Perspectivas Profissionais - Níveis Técnico e Superior, divulgado hoje (3), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De acordo com o instituto, baseado em informações de 2009 a 2012 do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), uma avaliação que considera salário, jornada de trabalho, facilidade de se conseguir um emprego e cobertura previdenciária faz com que a carreira médica tenha as condições consideradas as mais interessantes a um futuro profissional. Atualmente, o curso é um dos mais cobiçados nos vestibulares, momento em que os jovens têm de decidir suas profissões. Salário O salário médio dos médicos ao longo da carreira, segundo o Ipea, é o mais alto: R$ 8,4 mil; seguido pelo dos empregados no setor militar e de segurança, R$ 7,6 mil; e dos profissionais em serviços de transporte (engenheiros de trânsito, especialistas em logística, pilotos de aviação, administradores de portos e aeroportos, por exemplo), R$ 6 mil. Não só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de profissões do instituto. A facilidade de encontrar um emprego, expresso pela taxa de ocupação de 97% dos médicos formados, também a maior entre as carreiras e a cobertura previdenciária, de 93,3%, são fatores determinantes. Jornada Em relação à jornada de trabalho, os profissionais que dedicam mais horas semanais ao emprego são os engenheiros mecânicos e especialistas em metalurgia, 42,8h, o que corresponde a mais de oito horas por dia, jornada normal estabelecida pela legislação trabalhista brasileira. Carreiras que também têm jornadas mais extensas que o normal são as dos setores farmacêutico (42,6h) e de engenharia, produção e processamento (42,5h). Condições de trabalho Os médicos e os estudantes de medicina, no entanto, dizem que a situação da carreira não é bem essa que pinta o estudo do Ipea - o que tem sido, inclusive, questão de protestos nas últimas semanas. Eles reclamam das condições de trabalho, dos salários baixos, especialmente nos primeiros anos de profissão, e das jornadas de trabalho excessivas. "Infelizmente, na prática, não funciona assim. As cargas horárias são muito pesadas. Não é raro um médico recém-formado ter de trabalhar 60 horas semanais para ganhar mais ou menos R$ 2 mil. É um pouco frustrante estudar muito durante seis anos para ganhar isso", explicou a formanda em medicina, Simone de Almeida. Além da extensa jornada de trabalho, segundo ela, muitos colegas ainda têm de manter um segundo emprego, geralmente em forma de plantões, para complementar o salário, especialmente os que fazem a residência fora da cidade de origem e em hospitais públicos, em que recebem uma bolsa de estudos em média no valor de R$ 2,6 mil, incluindo auxílio-moradia. O lado positivo, em contraponto, é a certeza de que haverá emprego garantido, devido à demanda por mão de obra médica. Antes mesmo de se formar, a futura doutora já recebeu propostas de emprego. Piores condições Em contraponto à medicina, primeira colocada no ranking do Ipea, as profissões de nível superior ligadas a religião, ética e filosofia e educação física e esportes são as que oferecem as piores condições no mercado de trabalho, segundo os critérios avaliados. Por um lado, essas três carreiras têm baixa jornada de trabalho, entre 37h e 39h semanais, o que é um ponto positivo. Por outro, oferecem, em média, baixos salários que variam de R$ 2,1 mil a R$ 2,7 mil, além de baixa cobertura previdenciária e taxa de ocupação média de 89% dos profissionais formados têm emprego).
O Estado de S. Paulo (SP): Para Ipea, gasto com transporte é inadequado O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entrou na discussão sobre o transporte público e apontou erros no mecanismo de financiamento do setor. O modelo adotado, de financiamento da operação quase que exclusivamente via arrecadação tarifária, mostra-se inadequado no objetivo de se alcançar um transporte público de alta qualidade e baixo custo para o usuário", cita a nota técnica Tarifação e financiamento do transporte público urbano, divulgada ontem. O trabalho mostra que é preciso que outros segmentos da sociedade, beneficiários do transporte público, contribuam para ofinanciamento dessa atividade. "Em países europeus isso já é realidade. Lá, os subsídios respondem, em média, por quase a metade dos recursos destinados para financiar a operação dos sistemas. Contudo, é importante ressaltar a importância de se ter uma gestão municipal dos serviços devidamente capacitada, com adequados modelos de regulação das tarifas", alerta o instituto.| Tarifas* O estudo destaca a evolução do preço das tarifas de ônibus entre 2000 e 2012 e faz uma comparação com a inflação no mesmo período. A conclusão é que as tarifas subiram acima da inflação. Enquanto o IPC A teve alta de 125% no período, o índice de aumento das tarifas dos ônibus subiu 192%. Gratuidade* Com relação às faixas de gratuidade no transporte público, o estudo destaca que seria necessário encontrar fontes externas. "No Brasil há poucos exemplos de cobertura externa dos custos das gratuidades (incluindo aí as cidades de São Paulo, Rio, Goiânia e Brasília), em que o governo local contribui com repasse de recursos para custear as viagens gratuitas realizadas nos sistemas." O estudo cita experiências de outros países nos quais há um sistema de financiamento do transporte público que, em linhas gerais, cobre entre 40% e 50% dos custos do sistema. Os modelos são compostos pelos : recursos arrecadados com tributos e recursos criados pela cobrança do sistema o que, segundo a nota técnica, "contrasta com as cidades brasileiras onde, via de regra, o custo total dos sistemas costuma ser coberto exclusivamente pelo pagamento das passagens". Segundo o estudo, o grande desafio de toda essa discussão é a definição de novas fontes de financiamento do setor. Os limites do atual modelo, de se aumentar as tarifas para financiar as melhorias reivindicadas pelos usuários, estão claros, na avaliação do instituto. / sandra ; MANFRINI e AYR ALISKI

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