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O Estado de S. Paulo (SP): Morte de jovens causa prejuízo de R$ 79 bi/ano A alta taxa de mortalidade de jovens causa um "custo social" de R$ 79 bilhões por ano ao País, de acordo com levantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) - o valor representa 1,5% do PlB nacional. Os dados foram apresentados em um seminário no Rio e tem por base informações de 1,9 milhão de jovens vítimas de morte violenta entre 1996 e 2010. Os valores obtidos no estudo não significam só gasto direto do governo ou perda de arrecadação e produtividade econômica, segundo Daniel Cerqueira, um dos autores do levantamento. Segundo o pesquisador, o custo final da violência contra jovens entre 15 e 29 anos é superior à soma "do orçamento das Secretarias de Segurança e de Justiça de todos os Estados". Foram utilizados dados do Ministério da Saúde para especificar as causas das mortes violentas e o perfil das vítimas. Entre os mortos por homicídio, os mais atingidos são os homens, de cor preta e parda. Já para os acidentes e suicídios, são os jovens brancos. O levantamento indica também que, pela exposição à violência, a expectativa de vida entre os jovens é reduzida em até 2,6 anos. O exemplo é do Estado de Alagoas, considerado o mais violento e com maior risco ao futuro dos jovens. Ali, as mortes custam R$ 1,7 bilhão, cerca de 6% do PIB local. São Paulo é o menos violento, segundo o estudo. Por outro lado, as mortes no Estado levam ao maior custo social do País: R$ 14,9 bilhões.
Jornal do Commercio Online: A desejável lei de mercado A série Eixos do Desenvolvimento Brasileiro do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), dedicada ao panorama e perspectiva para o transporte aéreo no Brasil e no mundo, esmiuçou a questão em 2010, projetando o espetacular crescimento do setor nas duas décadas seguintes. Um cenário inteiramente ligado ao processo de globalização, à melhoria da qualidade de vida de amplos segmentos de nossa população e, entre os diversos instrumentos trabalhados para dar nova configuração ao setor aéreo brasileiro, a criação da Agência Nacional de Aviação Civil que, segundo o estudo, "representou a conclusão de um longo processo de modernização e busca de contemporaneidade do processo de regulação".Na verdade, essa contemporaneidade se voltou para uma gradual flexibilização da regulação, seguindo recomendações da 5ª Conferência Nacional de Aviação Civil, em 1992. Fazia parte desse trabalho, maior liberdade de operação de rotas, facilidades para a entrada de novas empresas, ambiente mais competitivo e operações de baixo custo. Avanços que contribuíram para o impulso do mercado interno de transporte aéreo de passageiros, que passou a registrar crescimento superior a muitas nações mais desenvolvidas e com a expectativa de triplicar até 2030. Pois bem, dentro desse quadro de otimismo, as duas maiores empresas aéreas do País - TAM e GOL - estão anunciando a redução de voos domésticos, cortando vários destinos, especialmente no Nordeste, como forma de reduzir o impacto da alta do dólar. Custa entender como se explica essa medida dentro do cenário elaborado pelo ipea e também quando se constata que durante muito tempo a aviação aérea nacional fez forte lóbi para evitar a concorrência de empresas estrangeiras, com uma reserva de mercado que só fez aumentar os custos e piorar os serviços. De mais a mais, não se pode entender uma política de transportes aéreos como uma atividade estratégica dependente da flutuação cambial. O golpe que representa para o transporte aéreo interno e em especial na aviação regional leva-nos a crer que estamos precisando, com urgência, de mais uma conferência nacional de aviação civil, dando um passo adiante: abrindo de vez o mercado para que se tenha na competitividade o instrumento desejável da lei de mercado em um setor que está profundamente associado a todas as expectativas de crescimento do nosso País e, em particular, das regiões mais atrasadas, como são o Norte e Nordeste. Entretanto a tarefa de resgatar e dar sustentabilidade a esse mercado vai além da abertura à concorrência e diz respeito, inclusive, à tremenda carga tributária, com a cobrança em cascata de imposto sobre imposto e da enormidade de tributos - federais, estaduais e municipais - que oneram o setor, comprometendo 37% (os dados são do estudo do Ipea) da receita da aviação civil brasileira, contra 17% nos Estados Unidos e 9% na França.
Monitor Mercantil Digital: Violência reduz expectativa de vida A morte violenta de milhares de jovens a cada ano no país provoca redução da expectativa de vida em todos os estados, revela estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômi-ca Aplicada (Ipea). Em alguns estados, como Alagoas e Espírito Santo, a expectativa de vida dos homens diminui mais de dois anos por causa de homicídios, acidentes e suicídios de pessoas entre 15 e 29 anos. De acordo com o Ipea, os homens de Alagoas têm perda de 2,62 anos em sua expectativa de vida. No Espírito Santo, a perda é de 2,14 anos. Outros nove estados têm redução de mais de 1,5 ano na esperança de vida por causa da violência na juventude: Bahia (1,81 ano), Amapá (1,74), Pará (1,73), Paraíba (1,69), Paraná (1,68), Pernambuco (1,66), Ceará (1,6), Goiás (1,53) e Mato Grosso (1,51). Apenas três estados têm perda estimada menor do que um ano: São Paulo (0,78), Acre (0,95) e Santa Catarina (0,98). No Rio de Janeiro, a perda é de 1,32 ano e no Distrito Federal, 1,42.
O Globo (RJ): Mortes sem explicação Por Antônio Gois e Marcelle Ribeiro Taxa de óbitos violentos não esclarecidos cai no Rio, mas estado tem a segunda pior média do país RIO e SÃO PAULO Em 2011, de cada cem mortes violentas no estado do Rio, 12 não tiveram seus motivos esclarecidos pelo sistema de Saúde. Já foi pior. Em 2009, essa taxa chegou a 25%, o que gerou há dois anos uma crise nas secretarias de Segurança e de Saúde, e obrigou o estado a rever seus procedimentos para melhorar a informação coletada nos hospitais e no Instituto Médico-Legal (IML). Apesar da melhoria, o estado do Rio ainda apresentava a segunda maior taxa do país (12,2%), ligeiramente atrás da Bahia (12,4%) e um pouco acima de São Paulo (10,4%), segundo dados do sistema de informação DataSUS de 2011, recentemente postos à disposição pelo Ministério da Saúde e tabulados pelo GLOBO. Olhando apenas para as capitais, a situação é pior no caso da cidade do Rio. É ela que está no topo da lista com maior percentual desse tipo de óbito sem determinação dos motivos. E com um agravante: mesmo estando abaixo do patamar de 2009 (26%), a taxa subiu de 2010 para 2011, de 13% para 20%. O dado de 2011 da capital só não prejudicou mais os números do estado em 2011 porque outros municípios fluminenses registraram melhoria, compensando a piora na precisão dos números cariocas. Quando uma morte por causa externa consta como "com intenção indeterminada" no DataSUS, sabe-se apenas que ela não decorreu de causas naturais. No grupo de mortes violentas indeterminadas, entram todas as causas não naturais de falecimento: homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, quedas ou óbitos decorrentes de catástrofes naturais. - O padrão atual do Rio e outros estados ainda é elevado. Em países desenvolvidos, como a Inglaterra, em 2011, o total de mortes por causa indeterminada por morte externa foi de 0,2%. No Rio, tem a ver com a qualidade das organizações que produzem essa informação, como o IML, a Secretaria de Saúde e a polícia técnica. Muitas vezes, a cena do crime é desmanchada pelo próprio agente que deveria preservá-la. E não há troca de informação entre os órgãos - diz o pesquisador e diretor de Estado e Instituições do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Daniel Cerqueira. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado, a queda na taxa de mortes violentas não esclarecidas de 25% para 12% foi possível graças a um convênio firmado em 2011 entre a pasta e a Secretaria de Saúde, o que facilitou o cruzamento de dados da Polícia Civil com os da Saúde. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, em breve serão anunciadas novas medidas para diminuir ainda mais a taxa de mortes violentas não esclarecidas no sistema de Saúde. Para analisar estatísticas de criminalidade, os governos estaduais, incluindo o do Rio, preferem trabalhar com números de suas secretarias de Segurança, coletadas pela polícia com o objetivo de investigar crimes. A vantagem das estatísticas policiais é que elas tendem a ser mais precisas na apuração das causas, pois é a Polícia Civil quem investiga, por exemplo, se um óbito violento foi causado por suicídio, homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte). A coleta dos dados feita pelo DataSUS é importante, no entanto, pois é a única atualmente que permite comparação entre os estados e municípios, já que cada Secretaria estadual de Segurança trabalha com um padrão distinto para identificar crimes pelo sistema policial. Na Saúde, há um protocolo comum, que deve ser seguido em todos os estados. As estatísticas do DataSUS têm também outra função importante: servir como parâmetro de qualidade para os números de Segurança Pública. Em geral, especialistas da área tendem a confiar mais numa redução de homicídios verificados pelo sistema policial apenas depois que o DataSUS registra a mesma tendência. - Não é possível ter dados de péssima qualidade como os de hoje no Rio. Se fosse no Piauí, um estado que não tem recursos, isso se justificaria, mas não no caso do Rio. Sem dados bem feitos sobre a realidade, não se pode avaliar e elaborar políticas públicas - afirma Ignacio Cano, professor de Ciências Sociais e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Há dois anos, a alta taxa de mortes não esclarecidas pelos registros da Saúde do Rio gerou uma crise de confiança das estatísticas criminais do estado, após publicação de um artigo do pesquisador Daniel Cerqueira criticando a taxa (na época em 25%). A Secretaria de Segurança Pública reagiu ao artigo de Cerqueira, argumentando que não utilizava dados da Saúde para produzir suas estatísticas, mas, sim, os coletados diretamente em delegacias policiais pelo Instituto de Segurança Pública. Diretores dos IMLs de São Paulo e da Bahia - estados com taxas acima da média nacional de 7% - explicam que muitas vezes só é possível saber se a morte foi consequência de um acidente ou se houve homicídio depois que exames laboratoriais e toxicológicos ficam prontos, ou se o corpo vem acompanhado de um relatório policial sobre o fato - o que nem sempre acontece. Os resultados desses exames demoram em média 30 dias para sair e não são levados em conta pelo DataSUS, que se baseia apenas nas declarações de óbito preenchidas pelos legistas após a análise dos cadáveres. Na Bahia, a Secretaria estadual de Saúde está fazendo um trabalho conjunto com médicos legistas para complementar dados sobre as causas das mortes, usando os resultados dos exames laboratoriais e relatórios policiais. Além disso, diretores de IMLs de São Paulo e da Bahia afirmam que, muitas vezes, mortes classificadas como "por causas indeterminadas" eram, na verdade, mortes provocadas por causas naturais. A Secretaria de Segurança de Minas alegou que as informações sobre mortes violentas no DataSUS são "resultado de avaliação médica, dentro de hospitais federais, estaduais e municipais. Se a pessoa não chegou com perfuração de bala ou faca, por exemplo, eles teriam que indicar outra causa, a partir das investigações".
O Globo (RJ): Ancelmo Góis - Discriminar Jamais Por Ancelmo Góis O ministro Marcelo Neri lança hoje uma pesquisa do Ipea sobre juventude, que mostra muito bem a diferença de opinião de acordo com a faixa de idade. A importância da eliminação do preconceito e da discriminação preocupa, por exemplo, 3,6% mais os jovens entre 15 e 29 anos do que aqueles com mais de 30.
Evento discutiu questões relacionadas à juventude, educação e o mercado de trabalho
O Estado de S. Paulo (SP): Médicos se concentram no Sul e no Sudeste SÃO PAULO - Há um ano, a presidente Dilma Roussef lançou o polêmico programa Mais Médicos, que passou a contratar brasileiros e estrangeiros para trabalhar em locais carentes de assistência no Brasil. O objetivo era ampliar e melhorar o atendimento primário do Sistema Único de Saúde (SUS). No início do ano, um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, intitulado Demografia Médica do Brasil, mostrou que o problema não está na quantidade de médicos, mas na desigualdade de infraestrutura do sistema público de saúde, que muitas vezes afasta os profissionais. O número absoluto de médicos no País aumentou 557% nos últimos 40 anos. Em 2013, eram 374.919 profissionais, o que dá 1,89 médico por 1.000 habitantes, o dobro da média mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)- apesar de estar abaixo da médica das Américas (2,04) e de países como França (3,38) e Inglaterra (2,77), reconhecidos pela boa estrutura do setor. Enquanto no Sudeste há 2,7 médicos para cada mil habitantes, no Nordeste o número cai para 1,3. No norte, para 1,01. "O problema está na distribuição desses médicos. A desigualdade é maior principalmente em pequenos municípios e na periferia das cidades", diz Mário César Scheffer, coordenador do estudo Demografia Médica no Brasil. A pesquisa aponta que a diferença entre extremos chega a ser quatro vezes maior. No Distrito Federal, o campeão na área, há 4,1 médicos para cada mil habitantes. No Maranhão, a proporção é de apenas 0,7. Desigualdade. A concorrência entre os setores público e privado contribui para a desigualdade. "A lógica do nosso sistema de saúde faz com que recursos sejam disputados por vias diferenciadas de acesso, inclusive pelos médicos", diz Scheffer. "Os profissionais procuram os locais com maior infraestrutura. Menos de 25 % dos médicos brasileiros atuam exclusivamente no SUS". O setor privado cobre 54,3% dos gastos, e o público, 45,7%, segundo o Banco Mundial. Em outros países com cobertura universal, a proporção é inversa. No Reino Unido, as despesas da rede pública somam 82,7%. "O modelo vigente é focado no atendimento básico emergencial. Há uma demanda cada vez maior de casos crônicos, que exigiriam outro perfil de organização", afirma a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luciana Servo. "Muitas vezes, no posto de saúde há um clínico geral, mas descobre-se que o paciente precisa de um especialista. Se minha principal porta de acesso ao sistema envolve um profissional raro, haverá fila de espera."Pesquisa da Associação Nacional de Hospitais Privados, em 2012, aponta a falta de pediatras, neurologistas, anestesistas e intensivistas.Uma rede nacional de regulação da alocação dos recursos e do tempo de atendimento poderia ser usada para identificar gargalos e verificar se estão relacionados a problemas de gestão ou de estrutura. "Precisamos construir esses indicadores", diz Luciana. "Não adianta aumentar o número de médicos e não mexer na estrutura. Eles continuariam onde já estão", diz Scheffer. "O governo precisa oferecer incentivos financeiros e melhores condições de trabalho para que a regionalização seja atraente."
O debate desta semana sobre a segurança no Atlântico Sul estreia nesta segunda, dia 21, às 20h30
Folha de S. Paulo (SP): Instabilidade cambial e Cooperação Artigo de Barbara Fritz, Marcos A. M. Cintra e Stephany Griffith-Jones A volatilidade dos fluxos internacionais de capitais faz com que as economias emergentes fiquem sujeitas aos movimentos de boom e bust. Na euforia, investidores invadem as praças financeiras, valorizam os ativos mobiliários e imobiliários, apreciam as taxas de câmbio. Na crise, desvalorizavam os ativos e o câmbio, o interbancário e os mercados de capitais internacionais se retraem e os custos dos empréstimos se elevam. Após o anúncio de redução escalonada da política monetária americana ultraexpansionista, as expectativas de desvalorização do real têm sido contidas por uma política monetária restritiva. Entre abril de 2013 e abril de 2014, o Banco Central do Brasil elevou a taxa de juros básica de 7,25% para 11%, uma das maiores do mundo em termos reais. Além de conter a atividade econômica e as exportações, criam-se novas incertezas, em face dos impactos nas contas públicas e nos balanços das empresas e das famílias. Quais as alternativas para enfrentar essas vulnerabilidades? Uma desvalorização significativa da moeda brasileira seguida por um período de estabilidade cambial não seria uma solução mágica, mas auxiliaria a reestabelecer a competitividade das exportações, melhorando as transações correntes e a percepção de risco do país. Porém, como realizar uma maxidesvalorização sem um cataclisma: fuga de capitais, juros, inflação e desemprego em alta? Além de um acordo interno para conter a elevação temporária dos preços, tal operação requereria apoio e coordenação externa. Um provedor de liquidez internacional --garantido pelas reservas brasileiras-- deveria ancorar a desvalorização controlada. O FMI (Fundo Monetário Internacional) foi constituído com esta atribuição, mas permanece longe de exercê-la a contento. Diante disso, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizaram um duplo movimento: a articulação de um sistema de proteção à instabilidade dos fluxos internacionais de capitais e uma demonstração de solidariedade entre as economias emergentes. Na Cúpula de Fortaleza, criaram um Arranjo Contingente de Reservas de US$ 100 bilhões: China contribui com US$ 41 bilhões; Brasil, Rússia e Índia, com US$ 18 bilhões cada um; África do Sul, com US$ 5 bilhões. Cada um desses países apresentam fragilidades. Brasil, Índia e África do Sul aparecem na lista dos "cinco frágeis", com déficits em conta-corrente, baixo dinamismo do produto e do investimento, alta nos preços e nas taxas de juros. China enfrenta desaceleração econômica e desalavancagem dos governos locais e do sistema financeiro paralelo. Rússia confronta fuga de capital e desvalorização do rublo. Todavia, possuem US$ 5,3 trilhões em reservas internacionais. Pouco provável, portanto, que sofram choques externos simultâneos. Essa margem de apoio mútuo em termos de provisão de liquidez internacional deveria operar sem condicionalidades (talvez com a criação de um secretariado). A experiência do Fundo Latino-Americano de Reservas mostra que um mecanismo regional de liquidez pode ser ágil nos desembolsos --como exige o enfrentamento de crises-- e sem condicionalidades, pois nenhum país-membro deixa de saldar suas dívidas. E, dado o papel que cada um desses países desempenha em suas regiões, poderiam assegurar instrumentos semelhantes de cooperação financeira-monetária. Essa rede de mecanismo de defesa dos abruptos movimentos de entrada e saída dos fluxos de capitais, entre os Brics e com seus vizinhos, contribuiria para uma melhor gestão da ordem financeira e monetária internacional. Constitui decisão alvissareira e que deve começar a operar o mais rápido possível, apoiando a inserção internacional desses países e, simultaneamente, evitando um ajuste recessivo e deflacionário nas economias mais vulneráveis. STEPHANY GRIFFITH-JONES, 67, é diretora de mercados financeiros da Iniciativa para o Diálogo de Política Econômica da Universidade Columbia BARBARA FRITZ, 49, é professora do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Livre de Berlim MARCOS A. M. CINTRA, 52, é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Jornal do Brasil (Rj): Analistas reforçam possibilidade de recessão técnica em 2014 O temor de uma recessão na economia brasileira neste ano começa a aumentar com o anúncio de novos indicadores. Analistas reforçam que as chances do PIB ficar negativo nos próximos trimestres são grandes, e que pode haver uma recessão técnica (queda do indicador em dois trimestres consecutivos). Eles ainda revisam o crescimento deste ano para nível em torno de 1%, menor taxa desde 2009, um ano depois da crise que afetou o mundo inteiro. O Jornal do Brasil vem alertando para a queda significativa do crescimento do PIB em 2014, principalmente devido à Copa do Mundo e eleições. No início de junho, a divulgação do acréscimo de apenas 0,2% do PIB no primeiro trimestre, aliado à queda de 0,8% da indústria, retração do consumo das famílias em 0,1% e queda de 2,1% nos investimentos, entre outros dados, gerou expectativas pessimistas, com analistas reforçando as chances do PIB ficar negativo em dois trimestres seguidos - devido a resultado negativo no terceiro trimestre ou no primeiro, após uma revisão de seu desempenho, com o índice negativo do segundo trimestre já quase dado como certo. A média das expectativas de mercado para o PIB do Boletim Focus recuou para 1,05%. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), por sua vez, apresentou queda de 0,18% em maio, na comparação com abril - o segundo resultado negativo do ano. Com os dados revisados, a retração de fevereiro ficou em 0,09%. Com o resultado do IBC-Br, do comércio varejista e, principalmente, os indicadores antecedentes da indústria e de confiança, a Rosenberg & Associados revisou para baixo as estimativas de PIB para o ano e para o segundo trimestre. "Nesta nova rodada de projeções, revisamos a expectativa de crescimento de 0,3% do PIB na margem no segundo trimestre para 0,1%, destacando a revisão esperada do resultado do primeiro trimestre, de 0,3% para 0,0%." Para o ano, a consultoria aposta em um crescimento próximo de 1,1%. O Departamento Econômico do Itaú Unibanco já havia alterado sua expectativa de crescimento do PIB no ano de 1% para 0,7%, e aposta em um segundo trimestre também negativo. O Banco Bradesco também ajustou o índice para baixo, saindo de uma expectativa de 1,07% para 1,05%. O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, em no Boletim Macro de julho, aposta em um crescimento no segundo trimestre entre 0,1% e 0,3%. O Ipea, em sua Síntese da Conjuntura, ressalta que nos últimos três trimestres a taxa média de crescimento da série dessazonalizada foi de 0,1%. Os primeiros números do segundo trimestre de 2014, diz, não permitem apostar em um resultado muito diferente, especialmente em função da queda da produção industrial em abril e maio. Além disso, reforça, a queda dos índices de confiança de consumidores e empresários estão nos níveis mais baixos desde 2009. "A atual situação não comporta respostas simples de política econômica, capazes de, rapidamente, promover a retomada do crescimento a taxas mais elevadas e, ao mesmo tempo, reduzir os desequilíbrios acumulados nos últimos anos. O governo tem agido em diferentes frentes, desde o aumento da taxa Selic para combater a inflação até as concessões para estimular investimentos em infraestrutura, passando por desonerações fiscais para reduzir custos de produção e estímulos ao crédito. Até o momento, estas medidas têm tido impacto limitado", alega o Instituto. Alertando para a queda da formação bruta de capital fixo, do consumo das famílias, entre outros indicadores, o Ipea conclui que vários anos de crescimento a taxas expressivas permitiram ao país alcançar indicadores favoráveis, em relação ao nível de emprego, aumento da renda, mas que geraram também, contudo, tensões que se traduziram em desequilíbrios, principalmente na inflação e nas transações correntes. "Quaisquer que sejam os fatores que expliquem a perda de fôlego do crescimento - por exemplo, quadro internacional menos favorável (acompanhado de perda de termos de troca), incertezas geradas pela necessidade de corrigir os desequilíbrios ou mesmo uma acomodação natural após um longo período de expansão, o caminho para harmonizar o processo de retomada do crescimento com a redução dos desequilíbrios acumulados passa por ajustes no ambiente econômico que promovam o aumento da produtividade geral da economia, não apenas aquele relacionado a recuperações cíclicas da atividade, mas a avanços estruturais associados a novos investimentos. Nesse sentido, os investimentos em infraestrutura são um caminho óbvio e necessário, capaz de dar ignição a uma nova etapa de crescimento econômico do país", explica o Ipea. Blog do jornal britânico Financial Times também ressaltou nesta semana que o Brasil caminha para registrar um crescimento em torno de 1% neste ano, e que as perspectivas só pioram. "Alguns economistas começaram a falar sobre a possibilidade de uma recessão técnica em 2014 se os dados do PIB do primeiro trimestre forem revisados para baixo no mês que vem", diz o texto. A Firjan, em nota, enfatiza que o quadro econômico atual caracteriza-se por recuo das expectativas de crescimento, tanto em 2014 como em 2015, com desaceleração do consumo das famílias, da geração de empregos, da produção industrial e da confiança de empresários e consumidores. "Por isso, o Sistema Firjan insiste que a colaboração da política fiscal, com redução dos gastos públicos de natureza corrente, é imprescindível para que a inflação arrefeça adiante, sem que sejam necessários ajustes adicionais na política monetária. Apenas dessa forma o País poderá alcançar a tão almejada combinação de crescimento econômico e inflação controlada." A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também comentou sobre o desempenho da economia brasileira: "É crucial que a decisão de manter juros estáveis seja acompanhada de medidas fiscais menos expansionistas e de maior foco na manutenção dos investimentos públicos. Sem uma ação coordenada, corre-se o risco de um cenário ainda mais preocupante: crescimento próximo a zero e inflação acima da meta.”. O comércio varejista, assim como outros setores da economia e outros indicadores, devem sentir os efeitos desse cenário. No mês de maio havia conquistado um crescimento de 0,5% em comparação com abril, depois de três meses de queda, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta semana pelo IBGE. Já o varejo ampliado, que leva em conta as vendas do comércio automotivo (-1,9%) e de materiais de construção (-0,3%), teve queda de -0,3% em maio ante abril. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostram que foram criados 25.363 empregos com carteira assinada no mês de junho, uma queda de 79,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 123.836 vagas formais. Este foi o pior resultado para meses de junho desde 1998, quando foram abertas 18.097 empregos com carteira assinada. "Tanto a menor criação de vagas de trabalho formal registradas pelo CAGED quanto a evolução mostrada para as regiões metropolitanas pela PME - em cujo caso a taxa interanual de crescimento da ocupação aproximava-se de zero em abril - prenunciam uma reversão na longa série de reduções sucessivas das taxas de desemprego", diz boletim do Ibre. A indústria automobilística, que ajudou a puxar o PIB do primeiro trimestre para baixo e vem registrando grande número de demissões, alega que ainda mantém o compromisso de manter o mesmo nível de empregos de maio de 2012, quando conquistou redução do IPI, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A produção de automóveis em junho caiu 23% sobre maio e o a movimentação de cargas pelas rodovias recuou 4,3%. Aliado a isso, ainda caiu a satisfação do consumidor com este setor, de 66,1% para 55,9%, de acordo com o Índice Nacional de Satisfação do Consumidor (INSC), medido pela ESPM. A Anfavea, todavia, acredita que o desempenho da indústria automobilística no segundo semestre representará uma retomada do crescimento. Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora, em conversa com o JB por telefone, ressaltou os resultados críticos de maio e os números preliminares de junho ainda piores. A queda do PIB no segundo trimestre é certa para o analista, que acredita que o resultado do primeiro pode chegar ao negativo com uma revisão e que o terceiro também pode apresentar resultados ruins. Para o ano, Gala aposta em um crescimento entre 0,8% e 0,9% e acredita que o país tem grandes chances de registrar uma recessão técnica em 2014. O professor de Economia da USP Heron do Carmo, também não descarta essa possibilidade, e aponta que o PIB do ano deve ficar em torno de 1%, alegando que uma mudança no cenário é muito improvável. Ele lembra, inclusive, que o desempenho do IBC-Br de maio já era esperado, pelo comportamento de alguns setores como o automobilístico. "O que vejo é que tudo está piorando, como consequência da própria política econômica. Os dados da economia não vão bem, começam a afetar o emprego, tem a questão da confiança do consumidor e dos empresários, que é um problema sério. Tudo indica que, após as eleições, essa situação pode se reverter. Mas, para isso, seria importante que durante esse período o governo atual desse indicações de mudanças na política econômica", explicou Heron. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu para 46,4 pontos em julho, o menor valor da série histórica, que começou em 1999. Essa foi a quarta queda consecutiva e, desde março, o indicador, acumula retração de 6,1 pontos, informa pesquisa divulgada nesta sexta-feira (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Icei varia de zero a 100. Abaixo de 50 indica falta de confiança. O número de consumidores brasileiros em busca por crédito em junho também foi 9,8% menor do que em maio e 12,6% abaixo do registrado em igual mês do ano passado, segundo o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito. No acumulado do primeiro semestre, a procura caiu 5,4% sobre o mesmo período de 2013.
Monitor Mercantil (RJ): Fatos & Comentários ALÍVIO NO ANDAR DE CIMA A arrecadação de impostos sobre transações financeiras e de capital caiu de 1,63% do PIB, em 2004, para 0,60%, em 2013, mostram números divulgados pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Rodrigo Octávio Orair, na Carta de Conjuntura do Ipea de junho.
Monitor Mercantil (RJ): Anistias ajudaram a inflar arrecadação tributária em 2013 Programas de ajuda a empresas garantiram R$ 26 bilhões extras O crescimento da arrecadação de tributos em 2013 está vinculado diretamente aos programas instituídos pelo Governo Federal (Lei 12.865/2013, Refis da Crise, da Vale e das instituições financeiras) e pelo Governo do Estado de São Paulo (Decreto 58.811/2012), que estabeleceram condições favoráveis para pagar débitos tributários (descontos das multas e dos juros e parcelamentos dos valores devidos). "A adesão das empresas a esses programas ocasionou uma arrecadação extraordinária estimada em cerca de R$ 25,6 bilhões, ou 0,53 ponto percentual do PIB ano passado", analisa o técnico de Planejamento e Pesquisa da Dimac do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Rodrigo Octávio Orair, na Carta de Conjuntura de junho. Nesse contexto, a perspectiva mais razoável para 2014 é que a carga tributária apresente redução devido ao caráter temporário da arrecadação extraordinária que impulsionou a carga em 2013. "A tendência que prevaleceu entre os principais componentes da carga tributária foi de relativa estabilidade (ou mesmo declínio) em proporção ao PIB, incluindo os tributos sobre a renda do trabalho, que até então vinham impulsionando a carga tributária", avalia Orair. Essa tendência, segundo o técnico, está relacionada não somente à desaceleração econômica do período mais recente, "já que as evidências empíricas mostram que a arrecadação no Brasil responde de maneira elástica ao crescimento econômico", mas, principalmente, ao crescente volume de desonerações que tem caracterizado a política tributária do Governo Federal. Segundo números da Receita Federal, o volume de desonerações tributárias em 2013 alcançou R$ 77,8 bilhões, o que representa um aumento de 80% em relação aos R$ 43,1 bilhões de 2012.
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O Dia (RJ): Rotatividade no emprego   Demissão é maior entre jovens de 15 a 24 anos Governo estuda política de fiscalização Rio - Trabalhadores jovens - de 15 a 24 anos de idade - foram incluídos no mercado formal (com carteira de trabalho assinada) com mais intensidade nos últimos anos. As vagas criadas para esses trabalhadores, porém, são de alta rotatividade, como revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A frequência com que os jovens mudam de emprego é excessiva. Mas, ao contrário do que se imaginava, essa não é uma escolha: é uma imposição do mercado. A consequência, segundo a pesquisa, é o prejuízo da produtividade do trabalho no país e da competitividade da economia. Para reverter essa situação, a Secretaria Nacional de Juventude está formulando uma agenda de "trabalho decente para a juventude", em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo do Ipea será usado junto com a agenda que está sendo construída para a formação de um Plano Nacional de Trabalho Decente para a Juventude, que deve ser lançado pelo governo federal em 2014. Fiscalização Além de políticas de melhorias educacionais e de conciliação dos ambientes de trabalho, com o familiar e o de estudo, o plano estabelecerá critérios de fiscalização das condições de trabalho. No primeiro semestre de 2013, foram gerados 826,1 mil empregos formais - resultado de 11,439 milhões de admissões e 10,613 milhões de desligamentos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho. O índice foi o menor desde o primeiro semestre de 2009, quando foram registrados 397,9 mil empregos com carteira assinada. No mesmo período de 2010, 1,634 milhão de postos de trabalho foram criados. No primeiro semestre de 2011, 1,414 milhão; e nos primeiros seis meses de 2012, 1,047 milhão. Com o resultado, o governo federal reduziu para entre 1,3 milhão e 1,4 milhão a meta para 2013.
Valor Econômico - Para Ipea, 50 milhões de lares querem web
Estadão Online - Um país engessado por boas intenções
Fato Online - Ipea prevê crescimento do PIB em 2017 e 2018
Revista Isto É Dinheiro - ''Sem as reformas, iremos para o buraco''
O Estado de S. Paulo - Massa salarial cresce R$ 5 bilhões em um ano
Zero Hora - ABUSO INFANTIL

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