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Portal G1.Com :Poucos aposentados ganham teto máximo oferecido pelo INSS
Fator previdenciário, aplicado no momento do cálculo da aposentadoria, reduz, em média, 30% do valor do benefício. O fator é uma fórmula que leva em conta a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de vida.
O Jornal Nacional apresentou uma série de reportagens sobre a aposentadoria e também sobre a volta de aposentados ao mercado de trabalho. Por opção ou necessidade. Nesta segunda-feira (14), a repórter Camila Bomfim mostra por que é tão difícil um trabalhador da iniciativa privada se aposentar ganhando o máximo que o INSS paga como benefício. Dona Terezinha contribuiu para o INSS durante 30 anos, e reclama da aposentadoria. "Eu recebo R$ 2.100 de aposentadoria, este valor não é compatível com o que eu gasto", diz. É pouco mais da metade do teto do INSS, hoje em R$ 4159. O valor máximo de aposentadoria foi fixado por uma mudança na Constituição em 2003. Correspondia a 10 salários mínimos da época. De lá para cá o teto da aposentadoria vem sendo corrigido anualmente apenas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC. Por isso, hoje não equivale mais a 10 salários mínimos. O reajuste do salário mínimo é diferente: além do INPC, tem um ganho real que varia ano a ano. Ganhar o teto atual da aposentadoria é para poucos. Segundo o Ministério da Previdência, dos 17 milhões de aposentados, apenas 220 mil recebem a maior faixa do benefício, entre R$ 3 mil e R$ 4.159 reais. O Ministério não informa quantos aposentados recebem o teto. O benefício da dona Terezinha, por exemplo, foi reduzido porque ela se aposentou aos 48 anos de idade, cedo demais na avaliação do governo, que desde 1999 usa um freio para o que chama de aposentadoria precoce. É o fator previdenciário, aplicado no momento do cálculo da aposentadoria e que reduz, em média, 30% do valor do benefício. O fator é uma fórmula que leva em conta a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de vida do brasileiro. Um exemplo: um homem de 58 anos de idade e 35 de contribuição terá 20% de redução no valor do benefício. Segundo o Ministério da Previdência, o brasileiro tem se aposentado, em média, na faixa dos 50 anos de idade. Quanto mais cedo, maior a perda provocada pelo fator previdenciário, já que o tempo de contribuição ao INSS também é menor. Para tentar receber uma aposentadoria melhor, não tem jeito: é preciso trabalhar por mais tempo e ter um salário que permita a contribuição máxima durante o maior período possível. Para um especialista, é muito difícil o trabalhador alcançar o teto da aposentadoria. "Seria uma combinação de uma idade mais elevada, na faixa de, alguma coisa além dos 60 anos, e com tempo de contribuição também mais elevado, além de 40 anos, para chegar a conseguir obter o teto", explica o especialista em previdência do Ipea Marcelo Abi-Raimia Caetano. O diretor de benefícios do INSS diz que o sistema busca equilibrar a conta entre contribuições e pagamento de benefícios, mas reconhece: "O sistema é feito para poder levar em consideração o período contributivo da pessoa e tentar retribuir a ela a melhor possibilidade. Agora, naturalmente, ele vai precisar ter contribuições durante um longo período e retardar a aposentadoria. Se ele antecipar, ele sofre o efeito do fator", afirma o diretor de benefícios do INSS, Benedito Brunca.
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O Globo: Renda eleva demanda por alimentos de maior valor agregado no Brasil
O aumento da renda no Brasil tem impulsionado o consumo interno de alimentos com maior valor agregado, indicou um levantamento divulgado hoje pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura. Em cinco anos, a renda dos brasileiros avançou 8,6%, o que puxou a alta do consumo de carnes e derivados do leite, além de bebidas. Entre os alimentos industrializados que ampliaram as vendas no período estão o queijo, com elevação de 3,52% ao ano, seguido de azeite (3,06%), iogurte, (2,97%), carne bovina (2,77%), leite de vaca (2,29%) e carne de frango (1,87%). Entre as bebidas, destaque para cerveja, vinho e cachaça, com altas de 3,85%, 3,2% e 2,11% ao ano, respectivamente. De acordo com o coordenador de Planejamento Estratégico do ministério, José Garcia Gasques, essa tendência deve continuar na próxima década. "Produtos básicos, como arroz e feijão, devem ter o crescimento do consumo associado ao aumento da população. Essa demanda tem crescido por volta de 1% ao ano, pouco abaixo do crescimento populacional do país. No entanto, outros com maior valor agregado serão ainda mais buscados no mercado devido ao maior poder aquisitivo dos brasileiros", disse. Segundo dados do Ipeadata, ligado ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda per capita dos brasileiros tem aumentado a uma taxa anual de 1,72% nos últimos cinco anos, passando de US$ 10,69 mil em 2008 para US$ 11,61 mil em 2012.
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Valor Online (SP): Aliado dá seguimento à agenda de Campos no Ministério da Integração
Está em gestação no Ministério da Integração Nacional um projeto com potencial para beneficiar, com a estrutura da pasta, a candidatura presidencial do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Trata-se da ideia de realizar a Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil no Recife, cartão de visita das gestões de Campos como governador. O evento está agendado para o próximo mês de março, quando a pré-campanha estará em curso e os prováveis candidatos ao Palácio do Planalto estarão se esforçando para mostrar realizações passadas aos eleitores.
Quem leva esse plano adiante é o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana. Ele é um dos aliados de Eduardo Campos que ainda não deixaram o governo federal um mês após o PSB ter decidido entregar seus cargos na administração de Dilma Rousseff. A decisão da sigla foi anunciada em 18 de setembro, mas ainda hoje há gente do PSB na chefia de órgãos como a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e a Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste). Os dois ministros do partido, Fernando Bezerra (Integração) e Leônidas Cristino (Portos) já saíram do governo.
Chefe da Secretaria da Defesa Civil, órgão do Ministério da Integração, Viana deve seguir a orientação dada por Campos e sair de seu emprego atual. Mas ainda não está certo quando isso vai acontecer, segundo apurou o Valor com fontes do ministério. Enquanto cuida da transição, ele leva adiante a ideia de fazer a conferência acontecer no reduto pernambucano do PSB.
"Até agora há duas opções. Brasília ou Recife", afirmou Viana ao Valor. "A gente pretende fazer com que a política nacional [de defesa civil] seja mais debatida, seja mais concentrada nas regiões onde, historicamente, a gente tem mais deficiências culturais para implantação de uma nova cultura política", disse o secretário para explicar que a eventual realização do evento no Recife não tem a ver com a pré-campanha de Eduardo Campos nem com a promoção de obras do governo pernambucano. De acordo com ele, essa nova cultura privilegia a prevenção de situações de emergência, como a seca no Nordeste.
As conferências nacionais são eventos de discussão temática organizados por órgãos públicos e por representantes da sociedade civil ligados ao assunto em questão, como saúde, esporte e cultura. Os participantes, que também incluem integrantes de movimentos sociais, têm transporte e hospedagem financiados pelos organizadores. No fim dos debates, são elaboradas propostas para a área, como sugestões de projetos de lei e de novos programas governamentais.
No caso da Defesa Civil, está sendo planejada para março de 2014 a segunda edição da conferência -a primeira foi realizada em Brasília, em março de 2010. Alguns sites do governo federal mostram o evento programado para acontecer novamente na capital do país, assim como a maioria das conferências. Essa informação está publicada, por exemplo, nos sites da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). "O questionamento sobre isso [o local] é fruto da evolução das pré-conferências", disse Humberto Viana, reforçando o argumento de que o martelo ainda não foi batido. Segundo ele, a proposta de se realizar o evento em Pernambuco será levada para análise das pré-conferências, eventos regionais que antecedem o nacional.
Apesar de as discussões sobre prevenção de desastres naturais e ações de emergência serem o foco da conferência, realizações do governo de Pernambuco, gerido por Eduardo Campos desde 2007, e do Ministério da Integração, comandado pelo PSB de 2011 a 2013, devem ficar em evidência para os participantes da conferência caso a sede do evento seja o Recife. É o caso, por exemplo, da barragem de Serro Azul, uma obra feita em parceria entre o ministério e o governo pernambucano no sul do Estado.
Viana encara as críticas com naturalidade. "Olha, sempre há uma competição muito grande para onde se sediar um grande evento. Então a crítica pode surgir, mas a nossa preocupação é fazer com que haja o melhor aproveitamento para o país. Seja no Recife, o que não está definido, seja em Brasilia, o que não está definido. Nossa preocupação é que haja resultado. Se isso for melhor lá no Norte do país... Nós vamos ver nas pré-conferências. Vamos analisar. Se for melhor no Sul, vamos levar para o Sul", afirmou.
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Estadão.Com.Br (SP): Direto do governo
Por Sonia Racy
Tereza Campelo e Marcelo Neri anunciam dado impactante. O Bolsa Família, segundo o Ipea, foi responsável por 28% da queda da extrema pobreza. E a miséria subiria 36% se o programa não existisse.
Hoje, os ministros de Dilma explicam como chegaram a essa conclusão
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Brasil Econômico (SP): Um tripé que divide opiniões Para alguns economistas, governo abandonou a fórmula que funcionou nas eras FHC e Lula. Outros, entretanto, vêem apenas uma “flexibilização” Por Mariana Mainenti A geração de superávits primários nas contas públicas, juntamente com o regime de câmbio flutuante e o de metas para a inflação, consagrou-se como uma das bases para a estabilização da economia durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, mantida durante o Governo Lula. Na Era Dilma, no entanto, pairam dúvidas sobre que papel tema necessidade de financiamento do setor público na política econômica. Críticos do governo dizem que a atual gestão “abandonou” o tripé e que não há mais compromisso coma geração de superávits. Outros economistas consideram que o modelo está sendo “flexibilizado”. O governo alega que há um novo foco. No Ministério da Fazenda, o que se diz é que o tripé nunca foi abandonado, mas deixou de ser o “objetivo final” da política econômica. “Ameta é o crescimento do país e, para isso, o governo está fazendo uma política anticíclica, reduzindo ou aumentando os gastos de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)”, disse uma fonte do Ministério. Oficialmente, ninguém fala em abandonar oficialmente a meta de superávit. “Mas, de certa forma, o governo já abandonou a meta, quando o secretário do Tesouro (Arno Augustin) afirmou que o superávit passaria a se reger pelas necessidades da política anticíclica”, considerou o economista Raul Velloso. O economista defensor do polêmico tripé chama a atenção para as diferentes mensagens transmitidas por integrantes do governo em 2013. “Meses depois de o secretário do Tesouro ter feito as declarações, o ministro da Fazenda (Guido Mantega) anunciou que o superávit seria de 2,3% em2013, ou seja, que há uma meta. O problema são as declarações conflitantes. O secretário do Tesouro é forte dentro do governo, mas o ministro também é, pois continua como ministro. Mas, quando ele fala que algo é meta, ninguém mais sabe se é. É uma grande confusão”, alfinetou. Alimentando a polêmica, a ex-ministra Marina Silva - agora aliada de Eduardo Campos no PSB -, criticou na semana passada a política econômica do governo Dilma Rousseff, especialmente, por ter “abandonado” o tripé que seria o responsável pela estabilidade. “Eu não acho que o governo tenha abandonado o tripé. O Banco Central já anunciou que seguirá elevando juros nos próximos meses, por causa da inflação, já admitindo que ela chegará a 5,5% somente no segundo semestre do ano que vem. E o governo não fará mais desonerações, além de ter idealizado o “Refis’, preocupado com o superávit”, apontou o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Mansueto Almeida. Para Mansueto, esse comportamento mostra que o governo continua comprometido com o regime de geração de superávits primários, de câmbio flutuante e metas de inflação. Na visão dele, o que está havendo é um “relaxamento” desse modelo. Ele considera, entretanto, que nem todas as medidas que o governo está adotando são de fato anticíclicas, como alega. “Parte delas é, parte não é. Os gastos públicos são um item permanente. Esses gastos estão ligados ao custeio de programas sociais, não são anticíclicos. Já parte das desonerações são temporárias. A tendência de queda do superávit primário não é anticíclica”, afirmou. O vice-diretor da Faap, Luís Alberto Machado, também não considera que o governo tenha abandonado o compromisso com a geração de superávits primários. “Eu não diria que ele deixou o superávit de lado, ele não dá é a mesma ênfase que era dada no passado, na era Fernando Henrique Cardoso”, disse. Para Machado, essa “flexibilização” prejudica a visão que os investidores estrangeiros têm do país. “O Brasil havia conquistado muito espaço no exterior e agora a confiança diminuiu. A Marina criticou a política econômica atual porque sabe que há muitos que pensam como ela. Ela está na oposição e assumiu um discurso de oposição", disse.
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Correio Braziliense (DF): Visão do Correio - Bolsa Família ainda sem saída Prestes a completar 10 anos, o Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo federal, já não rende votos como antes, mas consolida-se como política de Estado. Em síntese, são essas as mais importantes conclusões a serem tiradas da série de reportagens publicadas pelo Correio Braziliense entre domingo e ontem. Outra análise aponta para a necessidade de correções, seja com vistas a reduzir as desigualdades sociais, seja para mais ampla inserção dos beneficiados no mercado de trabalho.
Hoje, são 50 milhões de contemplados, com repercussões em 13 milhões de famílias. Desde 2003, 1,7 milhão de pessoas alcançaram renda suficiente para serem desligadas. Por sua vez, 600 mil famílias extremamente pobres ainda não foram incluídas. Mais: embora a redução da pobreza, a desigualdade social parou de cair, conforme indicou a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad).
Não bastasse, o professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Denílson Bandeira Coelho aponta que quase 80% dos municípios brasileiros (todos eles com menos de 10 mil habitantes) dependem dos recursos do programa “para movimentar a economia local, estimular o associativismo e o empreeendedorismo”. São argumentos fortes a favor da continuação do Bolsa Família.
Outro foi fornecido, em maio, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ao analisar o microempreendedorismo no país, o Ipea concluiu que o auxílio financeiro a famílias em situação de extrema pobreza não estimula a ociosidade, contestando crítica frequentemente feita ao programa. O estudo mostrou que 7% dos empresários individuais são beneficiários cadastrados. Além disso, 38% do público-alvo trabalham, formalmente ou não.
Restou a crítica ao suposto caráter eleitoreiro do programa. Mas o que dizer da falta de correspondência entre a proporção de beneficiados e a dos votos em candidatos que exploram a bandeira do Bolsa Família? A série de reportagens buscou números no Nordeste e no Sudeste para checar a tese. De 2006 a 2010, as famílias paraibanas que recebiam benefícios passaram de 36,2% para 39%, enquanto os votos no PT caíram de 65,3% para 53,2% no estado, em relação às campanhas presidenciais.
Em Pernambuco, o fenômeno repetiu-se: mais famílias contempladas (33% para 50%), menor a votação, tendo Lula alcançado 70% em 2006 e Dilma Rousseff 61,7% em 2010. O mesmo se deu no Rio de Janeiro, onde os beneficiados passaram de 8% para 12% e os candidatos petistas à Presidência da República tiveram 49,1% dos votos na primeira eleição referida e 31,5% na segunda.
Manter o programa acima de interesses políticos partidários é condição indispensável à sua sobrevivência. Outra é abrir portas de saída. A presidente Dilma cita o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). É preciso bem mais. Sem uma revolução no ensino, com escolas que fascinem os estudantes, e uma economia em crescimento sustentável, o país vai seguir dependente do Bolsa Família.
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O Estado de S.Paulo (SP): PT já discute programa para Padilha Por Isadora Peron e Ricardo Chapolm O PT tem reunido em São Paulo, há cerca de dois meses, um grupo de militantes e especialistas para discutir o programa de governo a ser apresentado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na corrida pelo Palácio das Bandeirantes no ano que vem. Ontem, ocorreu o terceiro desses encontros, sob o comando do presidente estadual da sigla, Edinho Silva. O PT nunca começou a discutir programa tão cedo. Essa antecipação vem do diagnóstico d e que é preciso preparar a candidatura de Padilha com antecedência para conseguir derrotar o PSDB, que completará 20 anos à frente do governo estadual, Na campanha vitoriosa do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo em 2012, por exemplo, o partido deu início às discussões sobre as diretrizes programáticas em fevereiro daquele ano, a oito meses de os paulistanos irem às urnas. Participam do grupo dez pessoas, como o ex-prefeito de Diadema Mário Reali, o ex-presidente do Ipea Glauco Arbix e Marcos Rogério, que colaborou para a elaboração do plano de governo na candidatura de Aloizio Mercadante em 2010. Padilha não comparece às reuniões, mas fez questão de indicar a maioria dos integrantes. A discussão ainda está na fase inicial. Num primeiro momento, entrou em pauta a análise de três cenários: o da conjuntura atual do Estado, da atuação do PSDB nessas últimas duas décadas e dàs chances do PT de vencer as eleições. A avaliação do grupo é que Padilha tem um perfil parecido com o de Haddad um político jovem, com histórico de militância, mas sem ligações com as velhas figuras da legenda e, principalmente, com escândalos de corrupção. Serviços - O diagnóstico inicial do PT é que a questão econômica deve prevalecer no debate, assim como a necessidade de melhoria nos serviços públicos, pauta que surgiu com a onda de manifestações de junho, Na reunião de ontem foram definidos sete temas sobre os quais serão elaborados estudos, como mobilidade urbana e desenvolvimento. O próximo encontro deve ocorrer em 15 dias.
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O Globo (RJ): Bolsa Família reduziu em 28% pobreza extrema no Brasil, avalia estudo do Ipea Impacto do programa quadruplica em 10 anos e também influencia PIB Por Demétrio Weber -BRASÍLIA- Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que o Bolsa Família reduziu a pobreza extrema brasileira em 28% no ano passado. De acordo corri o levantamento, o percentual de miseráveis, que era de 3,6%, subiria para 4,9%, caso o Bolsa Família não existisse. A estimativa utiliza a linha oficial de pobreza extrema, que classifica como miserável quem sobrevive com renda per capita de até R$ 70 por mês. O cálculo foi feito com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), do IBGE. Os resultados do estudo foram apresentados pelo presidente do Ipea e ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, e pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. — O Bolsa Família não só aliviou a pobreza, como também garantiu a presença das crianças na escola, a nutrição, a saúde e a redução da mortalidade infantil. O Bolsa Família fez bem para o Brasil, e os resultados são para o conjunto da população. Hoje, podemos fazer uma discussão que não é mais ideológica. Temos estatísticas que comprovam o impacto do Bolsa Família — disse Tereza. LIVRO SAI DIA 30 Criado em outubro de 2003, o programa completa dez anos neste mês. Em 2003, o peso do Bolsa Família na redução da miséria era de 7%, o que significa dizer que seu impacto nesse sentido quadruplicou em 2012, quando o programa passou a garantir uma queda de 28% da pobreza extrema. Em 2011, esse índice era de 25%. A primeira década do Bolsa Família ensejará o lançamento de um livro pelo ministério e pelo Ipea, no próximo dia 30. Um dos artigos de pesquisadores trata dos efeitos macroeconômicos do programa, em comparação a outras transferências sociais. Segundo o artigo, o Bolsa Família tem, de longe, mais impacto no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para cada R$ 1 repassado pelo programa, a economia cresce R$ 1,78, ante R$ 0,39 no caso do FGTS; R$ 0,53 na Previdência; R$ 1,06 no abono e no seguro-desemprego; e R$ 1,19 no Benefício de Prestação Continuada (BPC), dado a idosos e deficientes. — O melhor caminho para fazer a economia girar é o Bolsa Família — disse Neri, que assina o artigo com Pedro Ferreira de Souza e Fabio Monteiro Vaz, ambos pesquisadores do Ipea.
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Agência EFE (Espanha) - Gobierno brasileño dice que la miseria se redujo un 28 % en últimos diez años
El Gobierno brasileño afirmó hoy que su programa social bandera, "Bolsa Familia" (beca familia), redujo la miseria en el país en un 28 % en los últimos diez años, prácticamente el mismo tiempo en que el Partido de los Trabajadores (PT) ha estado en el poder.
El presidente del estatal Instituto de Pesquisas Económicas Aplicadas (Ipea) y ministro de la Secretaría de Asuntos Estratégicos, Marcelo Neri, y la ministra de Desarrollo Social y Combate al Hambre, Tereza Campello, presentaron hoy en la capital brasileña el estudio "Efectos macroeconómicos del Beca Familia".
El análisis comparativo de los subsidios y beneficios del programa indicó que entre 2002 y 2012 la proporción de brasileños que viven con menos de 70 reales (unos 35 dólares) mensuales cayó del 8,8 % al 3,6 % y las proyecciones apuntaron que sin el programa esa reducción sería del 4,9 %.
El programa Bolsa de Familia es, según el Gobierno, el que reduce la desigualdad y la pobreza a "menor costo" y genera "grandes efectos" costando "sólo" un 0,5 % del producto interior bruto (PIB).
El programa fue reconocido hoy por la Asociación Internacional de Seguridad Social, con sede en Ginebra, con el premio "I Award for Outstanding Achievement in Social Security".
La Bolsa de Familia atiende a cerca de 13,8 millones de familias en Brasil, unos 50 millones de personas, y el subsidio promedio pasó de 2003 a 2013 de 73,70 reales (unos 33,80 dólares) a 152,35 reales (unos 69,88 dólares).
Según informó el Gobierno, la inversión realizada en 2013 es de 24.000 millones de reales (unos 11.009 millones de dólares), lo que representa un 0,46 % del PIB.
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18210. Valor Econômico (SP): Cada R$ 1 gasto com o Bolsa Família adiciona R$ 1,78 ao PIB, calcula Ipea
Valor Econômico (SP): Cada R$ 1 gasto com o Bolsa Família adiciona R$ 1,78 ao PIB, calcula Ipea Por Camilla Veras Motta O programa Bolsa Família tem um dos menores custos entre os chamados programas de transferências sociais, mas é o que tem o maior efeito multiplicador sobre a economia, de acordo com dados apresentados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante balanço dos dez anos da iniciativa, em Brasília. Para o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Ipea, Marcelo Neri, um dos principais atributos do programa é seu bom custo-benefício. Os gastos com o Bolsa Família representam apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mas cada R$ 1 gasto com o programa "gira" R$ 2,4 no consumo das famílias e adiciona R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB). Para efeito de comparação, em outro programa de transferência, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é gasto 0,6% do PIB, com geração de R$ 1,54 em consumo e R$ 1,19 no PIB. O seguro-desemprego, cujos gastos alcançam também 0,6% do PIB, rendem R$ 1,34 em consumo e R$ 1,09 no PIB, de acordo com os cálculos do Ipea. "Isso ocorre porque o programa é pró-pobre, e os pobres costumam gastar maior percentual da renda familiar mensal do que outras faixas da população", afirmou Neri. De acordo com os dados do Ipea, o Bolsa Família reduziu a extrema pobreza em 28% entre 2002 e 2012. Caso o programa não existisse, o percentual da população vivendo com renda mensal inferior a R$ 70 seria de 4,9%, ante atuais 3,6%, dado calculado com base nos dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Entre 2002 e 2012, o Bolsa Família respondeu, de forma relativa, por 12,2% da queda na concentração de renda medida pelo índice de Gini. Nesse período, a renda real média entre os 10% mais pobres no país avançou 120%, contra 26% entre os 10% mais ricos. Ainda segundo os dados mostrados pelo Ipea, cada real fiscal gasto pelo programa gera um benefício social 5,2 vezes maior. O impacto do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que foca idosos e pessoas com deficiência, é de 2,7, e o da Previdência, 1,07. "Para quem, como eu, tem preocupações com o lado fiscal, o Bolsa Família é um bom programa, porque faz muito gastando pouco", disse Neri. O efeito macroeconômico, segundo o ministro, é o maior entre todos os meios de transferência social praticados hoje no Brasil, como seguro-desemprego e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outros. Neri afirmou que o valor gasto em percentual do PIB com o programa é bastante inferior ao despendido por países da Europa e pelos Estados Unidos - esse último, de acordo com o Ipea, transferiu 2% do PIB no ano passado (US$ 315 bilhões) para programas chamados "focalizados". A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, disse que e ainda há espaço para ampliar o programa e deu como exemplo de iniciativas recentes nesse sentido o Brasil Carinhoso, que beneficia crianças de zero a seis anos, e cujos efeitos não foram aferidos pela pesquisa, que se deteve em dados colhidos até setembro do ano passado.
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Valor Econômico (SP): A armadilha da desigualdade Por Octávio Motta Ferraz e Diogo R. Coutinho No Brasil, em larga medida, os pobres são pobres porque os ricos são ricos. Vivemos enredados no que o economista indiano Vijayendra Rao chamou de "armadilha da desigualdade": a cristalização da desigualdade nas instituições, nas leis, nas políticas públicas e na vida social do país, reproduzindo-se em suas várias dimensões (renda, riqueza, oportunidades, poder e status social) e favorecendo os mais ricos em prejuízo dos mais pobres. São exemplos dessa armadilha os traços regressivos (isto é, pró-ricos) dos nossos sistemas tributário, previdenciário, de saúde, de moradia e educacional. Enquanto os ricos na Suécia, na Alemanha e Japão chegam a pagar quase ou mais da metade de seus ganhos em imposto de renda, no Brasil a alíquota mais alta é de apenas 27,5%. Para piorar, o IR tem aqui seu potencial redistributivo mitigado pelas deduções obtidas pelas classes mais favorecidas em despesas médicas e educacionais privadas e pela facilidade com que escapam desse imposto com medidas legalmente válidas, como a criação de empresas ou mediante simples sonegação. Não bastasse isso, parcela significativa dos tributos cobrados no país (60%) sobrecarrega injustamente os mais pobres porque incide sobre o consumo, com percentuais idênticos para todos. Como os pobres gastam parte maior de sua renda (quando não toda ela) em consumo, pagam proporcionalmente mais impostos desse tipo que os ricos. Nosso sistema previdenciário também é altamente regressivo, favorecendo desproporcionalmente os funcionários públicos de alto escalão do Executivo, Legislativo e Judiciário. Esses grupos, que já recebem bons salários durante a carreira, continuarão a ter direito a aposentadorias integrais (ou quase) até que o regime de previdência complementar instituído pela reforma constitucional entre em vigor, o que já tarda mais de 10 anos. O resto da população, incluindo-se aqui os mais pobres, aposenta-se sob o regime geral da previdência social (RGPS), ganha em sua maioria um salário mínimo ou sequer tem acesso à previdência por trabalhar no setor informal. A desigualdade medida pelo Gini não é muito adequada para revelar a verdadeira distribuição da renda no Brasil No campo da educação, nossas escolas públicas padecem de recursos humanos e materiais adequados, o que nos é tristemente lembrado pela péssima atuação do Brasil em testes internacionais, como o Pisa. Como consequência, o ensino superior público, a despeito dos recentes avanços observados, é praticamente reservado aos estudantes cujas famílias podem pagar escolas privadas. Na saúde, para os 80% da população que dependem do SUS o gasto per capita é quase dez vezes menor que o gasto dos 20% que têm acesso à saúde privada. Não surpreende, portanto, que nossos indicadores de saúde como mortalidade infantil e expectativa de vida estejam próximos aos dos países mais desenvolvidos do mundo para os mais ricos, enquanto para os mais pobres se aproximem dos patamares de países pobres da África. Essas discrepâncias têm como determinantes não só a desigualdade de acesso a serviços de saúde de qualidade, mas também à educação, à moradia adequada, incluindo saneamento básico, que ainda é inexistente ou inadequado em mais de 30% dos domicílios brasileiros (cf. Censo do IBGE 2010). Já as cidades brasileiras têm sua configuração espacial, de transportes, lazer e cultura voltada para facilitar a vida dos ricos, deixando os bairros mais pobres desprovidos dos mais básicos equipamentos públicos. Igualmente mitigado nas políticas urbanas é o componente progressivo do IPTU, o que torna letra morta a função social da propriedade garantida pela Constituição. São essas práticas, leis, instituições e políticas públicas que precisam sofrer mudanças estruturais para que a armadilha da desigualdade seja desarmada. E é por isso que a queda da desigualdade de renda a que assistimos no Brasil na última década - celebrada pelo governo, institutos de pesquisa e por grande parte da mídia nacional e internacional - deve ser comemorada, mas sem exagero. Segundo dados do Ipea, entre 2000 e 2010 a desigualdade diminuiu em 80% dos municípios brasileiros, pois a renda dos 20% mais pobres cresceu 217%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu 60%, algo sem dúvida positivo. Dados da mais recente Pnad do IBGE confirmam essa tendência, tendo a desigualdade alcançado o seu patamar mais baixo da história recente em janeiro de 2012 (Gini de 0,519). Mas esse nível de desigualdade, além de ainda muito alto (continuamos entre os países mais desiguais do mundo), leva em consideração principalmente os rendimentos do trabalho formal e transferências públicas, deixando de fora, por limitações de dados, a maior parte dos rendimentos do capital (cerca de 80% do rendimento dos ricos). A desigualdade medida pelo Gini não é, portanto, inteiramente adequada para revelar a verdadeira distribuição da renda entre trabalhadores formais e informais, de um lado, e empresários, banqueiros, latifundiários, proprietários de bens e de imóveis alugados, de outro. A recente tendência de declínio da desigualdade, apesar de inédita e auspiciosa, é em face disso, ainda muito tímida e não se apoia no ataque efetivo a nenhum dos principais gargalos da armadilha da desigualdade acima apontados. São apenas essas reformas, ou seja, a criação de um verdadeiro Estado de Bem-Estar social, com leis, instituições e políticas públicas que minimizem - em vez de sedimentar - as desigualdades existentes é que poderão tornar o Brasil um país realmente igualitário e livre das mazelas sociais que a desigualdade produz, como a violência, a falta de coesão social e os limites para o crescimento econômico sustentável. Num período em que a maior parte do mundo desenvolvido apresenta uma tendência oposta, de aumento das desigualdades (como mostra o mais recente relatório da OCDE (Divided We Stand: Why Inequality Keeps Rising), e o termo "brazilianization" é frequentemente usado para se referir a esse fenômeno, seria uma ironia histórica edificante se pudéssemos nos tornar um exemplo de ações estruturais para promover a igualdade. Octávio Motta Ferraz é professor de Direito na Universidade de Warwick (Reino Unido) Diogo R. Coutinho, livre-docente em direito econômico e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, é professor na Universidade São Paulo
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Portal G1.Com: Senado aprova proposta para criar quase 200 novos municípios
Projeto foi aprovado com amplo apoio do Senado, com 53 votos a favor. Com base em alguns critérios, podem ser criadas 188 novas cidades.
A proposta foi aprovada no Senado com amplo apoio: 53 votos a favor e apenas cinco contra. Para criar novos municípios, é preciso consultar a população por plebiscito e 20% dos eleitores da região concordarem. Novos municípios só podem ser criados ou incorporados a outros se for respeitado o número mínimo de habitantes por região: de 5.997 pessoas (se for no Norte ou no Centro-Oeste), 8.396 moradores (se for no Nordeste) e 11.995 habitantes (no Sul e Sudeste). Além disso, é proibido criar municípios em áreas indígenas, ambientais ou que pertençam à União. A partir desses critérios, o projeto permite a criação de 188 novos municípios. Hoje já são 5.570. Não há uma previsão oficial de quanto isso vai custar aos cofres públicos. Mas o fato é que junto com novos municípios, vêm novas estruturas como assembleias legislativas, prefeituras e milhares de cargos públicos. O senador Aloysio Nunes, um dos críticos da proposta, diz que não é hora de gastar mais. "Eu acho que é uma proposta que veio na hora errada. Não é hora, numa situação difícil das finanças públicas no Brasil, criar mais prefeituras, mais máquina administrativa, mais câmaras municipais, mais salários de vereadores. Não é hora", diz Aloysio, que é líder do PSDB no Senado. No entanto, o relator diz que as regras para a criação de municípios são restritivas. "Só vai passar aqueles distritos que têm condições de passar, e que vai beneficiar a população. Foi uma discussão amadurecida no Senado, na Câmara, com o governo", alega o senador Valdir Raupp, do PMDB de Rondônia. Para começar a valer, a proposta ainda depende da sanção da presidente Dilma Rousseff. "O momento mais adequado não é esse. Estamos próximos de eleição de 2014 e, em seguida, 2016. E, com o espaço fiscal pela União, com a capacidade de transferência e de repassar recursos aos municípios diminuída para a União", alerta Valderi Rodrigues, especialista em contas públicas do Ipea.
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Correio Braziliense (DF): Negro tem mais risco de morrer assassinado Por André Shalders A população negra tem 8% mais chances de serem vítimas de homicídio no Brasil. Entre os jovens que vivem nas cidades com mais de 100 mil habitantes, a diferença é ainda maior: estatisticamente, essa possibilidade é 3,4 maior, em comparação com os não negros. Esses e outros dados foram destacados no estudo Segurança Pública e Racismo Institucional, presente na 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem.
Ainda segundo o levantamento, a taxa de homicídios entre negros e pardos (36,5 por grupo de 100 mil habitantes) é mais de duas vezes maior que entre os não negros (15,5/100 mil). As mortes violentas reduzem a expectativa de vida dos homens negros em cerca de 20 meses. Entre os homens brancos, essa redução é de apenas 8 meses.
“O estudo mostra que existe, sim, racismo no Brasil e que ele produz efeitos muito negativos para a qualidade de vida da população negra. A cor da pele, por si, acarreta uma redução da expectativa de vida”, comenta Almir de OIiveira Júnior, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. O estudo é assinado por ele e por Verônica Couto de Araújo Lima, do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania da UnB.
O trabalho mostra também que a idade das vítimas de homicídio está caindo no Brasil: em 1980, foram cerca de 15 assassinatos para cada 100 mil habitantes na faixa dos 18 anos de idade. Em 2010, a relação subiu para 57 mortes por 100 mil jovens da mesma idade. Além disso, os dados mostram uma concentração das mortes violentas no período noturno e nos fins de semana.
“O que nós mostramos no trabalho é que há uma incapacidade do Estado de fornecer acesso igualitário à segurança para negros e brancos”, diz Almir. Enquanto 6,5% das agressões sofridas por negros foram praticadas por policiais ou seguranças privados, esse percentual cai para 3,7% entre os brancos. Ao sofrerem uma agressão, os negros também costumam procurar menos a polícia. Entre os não negros, apenas 38,2% deixaram de procurar ajuda policial. Entre os negros e pardos, são 61,8%. A maioria diz que “não quer envolver a polícia” ou que teme represálias.
O pesquisador Mário Theodoro, do Departamento de Sociologia da UnB, lembra que a realidade apresentada pelo estudo do Ipea vem sendo denunciada há muito tempo por ativistas do movimento negro. “Esse é um quadro bem conhecido, para o qual estamos chamando a atenção há anos. Estamos assistindo a um aumento excepcional nas mortes violentas de jovens negros”, frisa ele. “Além de combater o racismo na sociedade e no próprio Estado, é preciso oferecer uma inserção melhor para essa juventude negra”, aponta o estudioso.
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O Globo : A cada três assassinatos no país, em dois as vítimas são de cor negra O homem brasileiro negro perde 1,73 ano de expectativa de vida ao nascer - devido à violência - enquanto a perda do branco é de 0,71 ano. Além disso, a cor negra faz aumentar em cerca de oito pontos percentuais a probabilidade da pessoa ser vítima de homicídio. Os dados inéditos foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Boletim de Análise Político-Institucional. Os números vão constar ainda em um mapa do racismo no país que deverá ser divulgado pelo IPEA em até 30 dias. No boletim, sete artigos tratam de temas como a segurança pública, a pacificação das favelas e as manifestações de junho.
No texto "Segurança Pública e Racismo Institucional" os autores Almir de Oliveira Júnior e Verônica Couto de Araújo Lima, respectivamente pesquisador do Instituto e acadêmica da área de Direitos Humanos da UnB, falam da desigualdade de acesso à segurança entre brancos e negros. O artigo também discute o racismo que existe na atuação policial. De acordo com levantamento de Júnior, a cada três assassinatos no país dois são de negros. Ainda de acordo com ele, no conjunto da população residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, é calculado que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
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Programa recebeu Gabriel Ulyssea, do Ipea, e Márcio Guerra, da CNI
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The Economist (Inglaterra) – A ripple begets a flood
A politically inspired surge in lending is weakening state-owned banks in Latin America’s biggest economy
IN 2008 Luiz Inácio Lula da Silva, then Brazil’s president, boasted that by the time the “tsunami” unleashed by Lehman Brothers’ collapse hit his country’s shores it would dwindle to a “little ripple”. The stimulus programme he put in place helped to carry Brazil through the credit crunch relatively unscathed. But five years later public money is still pumping into its economy, with ever more negative consequences. Public debt is rising. State banks are taking more of the credit market. And the government is warping accounting standards in its attempts to disguise all this.
Concerned that consumers are overstretched, private banks have held back on lending in recent years. But since 2008 the corporate loan book of BNDES, the national development bank, has grown by 24% annually, far above nominal-GDP growth of 11%. Caixa Econômica Federal, a state retail bank, has expanded lending by 42% annually for the past three years (see chart). By June state banks had 50.3% of all outstanding credit, up from 33% in 2008 the first time they passed the halfway mark since a wave of bank privatisations in 1999.
BNDES and Caixa are funded by a tax on workers as well as recycled loan repayments and, in Caixa’s case, deposits. But hectic loan growth means both are stretched thin. Caixa’s loan-to-deposit ratio has soared from 49% to 113% in the past five years. The treasury now accounts for more than half of BNDES’s funding, from almost nothing five years ago. Treasury funding of state banks grew from 14 billion reais ($6.5 billion) in 2007 to 406 billion reais, 9.2% of GDP, last year.
As lending has increased, the quality of state banks’ capital has worsened. A growing part consists of shares in state-controlled firms, which are less liquid and more volatile than cash, but can be handed over by the treasury without it having to borrow. By the end of 2012 BNDES’s Tier 1 capital the most solid sort had fallen to 8.4% of assets and Caixa’s to 6.6%, far below the 12.1% average for Brazilian banks.
BNDES has high underwriting standards and good collateral. But its ten biggest borrowers account for a worrying four times its Tier 1 capital. And Caixa’s retail borrowers are often first-timers of unknown creditworthiness. The early months after taking a loan should be the least fraught, meaning the bank’s big expansion should have cut the share of loans in arrears. That it did not suggests trouble for the future. More risks come from a government-subsidised scheme giving poor Brazilians cheap loans to buy computers, furniture and white goods. Leaked documents show that Caixa’s analysts think default rates will be 30-50%.
In March Moody’s, a ratings agency, downgraded both BNDES and Caixa to match Brazil’s sovereign debt. Their stand-alone ratings, which assume implicit government support, are now below investment grade. The reason, says Alexandre Albuquerque, a Moody’s analyst, is that both have become entwined with government economic policy: “They are no longer a better risk than public debt.”
Much of the state banks’ lending is at rates lower than the government’s own funding costs. The difference is borne by the treasury. Mansueto Almeida of IPEA, a government-funded think-tank, estimates that it will reach 24 billion reais this year about the same as the Bolsa Família anti-poverty programme, which tops up the income of nearly 14m very poor families.
BNDES was set up to increase investment. But even as its loan book has ballooned, Brazil’s overall investment rate has stagnated. Burdensome paperwork and its fondness for national champions mean that much of its lending goes to firms big enough to seek private funding rather than small ones that are starved of credit. Its subsidised rates crowd out private loans. “BNDES loans have replaced some investment from companies’ own resources,” says Gabriel Leal de Barros of the Fundação Getúlio Vargas, a research institute. “The subsidies mean it can be cheaper to borrow than to self-fund.”
The desire to mask the consequences of increased state lending has tempted the government to fudge both its own and the banks’ accounts. Last December it put off paying for the subsidies on a particularly cheap credit line for BNDES until 2015. BNDES has been allowed not to book losses on shares it holds until it sells them, and to use transfers from the treasury to lend more before bolstering its Tier 1 capital. Another ruse comes close to a shell game. Treasury funding for a state bank does not count as outgoings in the national accounts. But the higher dividends that such funding lets the bank pay do count as government income.| Even the government seems at last to realise that the flood of public money gushing through Brazil’s state banks must slow. In April Luciano Coutinho, the president of BNDES, said the bank had been so successful in creating national champions that it could now ease off. On October 14th Guido Mantega, the finance minister, said the treasury would cut transfers to BNDES over the next few years.
But putting such good intentions into practice collides with other aims of the government. Though Caixa’s consumer loans make for bad risks, they are vote-winners for the president, Dilma Rousseff, who is seeking re-election next year. And her plans to upgrade Brazil’s skimpy transport links by auctioning concessions to build and run infrastructure will stretch BNDES as never before. It is supposed to be funding around 70% of the costs 170 billion reais over the next five years
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Jornal do Commercio (RJ): Sem pouso certo Por Marcia Peltier
O estudo lançado, sexta-feira, pelos pesquisadores do Ipea Graziela Zucoloto e Rogério Freitas sobre propriedade intelectual em biotecnologia mostra que o Brasil, em comparação com EUA e União Europeia, está engatinhando no assunto. Não possuímos ainda um centro depositário de material biológico e de microorganismos. Como a maioria desse tipo de material não é passível de ser descrito para fins de patente, é necessário possuir um local para armazenar amostras.
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O Globo: Cidade teve queda superior à registrada no Brasil em 2012
Na avaliação do economista e presidente do Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, os enormes avanços nacionais em redução da pobreza podem ser atribuídos aos programas de transferência de renda direta, principalmente o Bolsa Família.
O economista sustenta que o Rio tem conseguido ainda mais avanços com a complementação de renda feita pelo Cartão Família Carioca, criado peia prefeitura em dezembro de 2010: hoje sáo 146 mil famílias (ou 540 mil cariocas beneficiadas.
— Eu costumo dizer que 2012 foi um ano extraordinário em redução da pobreza. O niímero de pessoas na linha de pobreza extrema, ou seja, famílias com renda mensal de R$ 75, caiu mais fortemente no Rio (recuo de 25,8%) do que no Brasil (queda de 15,9%). Embora a desigualdade não tenha se reduzido significativamente em nível nacional, houve uma queda de pobreza violenta. No Brasil, a renda dos 5% mais pobres cresceu 20,7% no ano passado. E, no Rio, cresceu 21%. A meta de redução de pobreza proposta em 2009, mas usando 2007 como ponto de partida, praticamente foi cumprida — diz Neri.
220 MIL FAMÍLIAS INCLUÍDAS
Vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Social, Adilson Pires afirma que a cidade deve atingir a marca de 220 mil famíhas incluídas no Cartão Família Carioca.
— Com isso, estaremos eliminando a pobreza extrema. É obrigação do poder público usar recursos para tirar as pessoas da linha de pobreza. Para Alex Mendonça, que deixou a miséria e ganhou apartamento, sobreviver com dignidade é importante, mas ainda não o suficiente. Há quatro anos sem consumir crack, ele planeja voos mais altos: sonha em aprender a tocar violino e ter um trabalho de carteira assinada.
Aposentada há duas décadas, desde que foi atingida por uma bala perdida na região lombar, Selma Ferreira dos Santos, de 49 anos, viveu dois anos num precário alojamento com a filha, Naira, de 15 anos, na comunidade Serra do Sol, em Santa Cruz. O local não tinha saneamento.
Em 23 de agosto passado, foi transferida para um apartamento em Campo Grande, pelo programa Minha Casa Minha Vida. Chorou de emoção.
— Há dez anos, passei a receber um auxílio-acidente do INSS, de R$ 649 por mês. Antes disso, a minha mãe ajudava com a aposentadoria dela. Agora posso pensar em melhorar de vida.
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Diário de S.Paulo (SP): Bolsa Família beneficia 50 milhões após 10 anos
Programa completa uma década comhistórico de prêmio internacional e denúncias de fraude
Lançado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silvaem20 de outubro de 2003, o BolsaFamília–que beneficia famílias com rendamensal de até R$ 140 porpessoa–completou dezanos ontemcomooprincipal programadeseguridadesocialdopaís.
Segundodadosdogovernofederal, oBolsa Família contempla 13,8 milhões de famílias, beneficiando cerca de 50milhões de pessoas, e tirou 36 milhões de brasileirosdapobrezaextrema.
Nodia 15 de outubro, o governo brasileiro recebeu o Issa (Associação Internacional de Seguridade Social, na siglaeminglês),emreconhecimentoao sucesso do programanocombate àpobreza.
SegundoaIssa,oprogramaéomaior do mundo em transferência de renda, comumcusto relativo baixo, equivalentea0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.Oorçamento do Bolsa Família em 2013 é de aproximadamente R$ 24 bilhões.
Paraapresidenta Dilma Rousseff, o BolsaFamílias uperou muitos obstáculos para ser implantado,mas se transformouemumaimportante tecnologia socialdesenvolvida pelo país. De acordo comumestudo do Ipea (InstitutodePesquisaEconômicaAplicada), além de garantir renda às famílias pobres,o Bolsa Família também estimula a economia do país, por meio do consumo gerado por essa camada da população. Segundo o levantamento, cada R$ 1 investido no programa de transferência de renda provoca aumentodeR$ 1,78noPIB.
PROBLEMAS/Comseu porte, no entanto, o Bolsa Família se torna maisdifícil de ser fiscalizado e recebe denúncias frequentes.Muitas pessoas já foramdescredenciadas por terem simulado condições para ter direito a receber o benefício.
Emmaio deste ano,umboato de que os benefícios seriam suspensos levou milhares de pessoas às agências bancárias de vários estados, para sacar o que tinham direito. A Polícia Federal chegou a investigar o episódio,mas não chegou a um culpado. Casos de fraude podem ser denunciados pelo telefone 0800-707-2003.
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O Globo: Programas de inclusão avançam, e pobreza cai no Rio
RIO - Nascido numa família pobre de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, órfão de pai com 15 dias de vida, Alex dos Santos Mendonça passou a morar na rodoviária do bairro ainda menino. Ele fazia parte de um grupo de crianças que dormia sob as marquises do terminal. Matavam a fome cheirando cola. Mais tarde, deixou as ruas e foi morar com a avó em Sepetiba. Sentiu falta da liberdade e voltou à vida ao relento. Há três anos, passou a ocupar um barraco na base no Morro da Chacrinha, na Tijuca. Viciou-se em crack. O médico assegurou que sua vida estava por um triz. Em agosto passado veio a guinada: Alex passou a morar num confortável apartamento de dois quartos em Triagem, na Zona Norte. Divide o teto com a mulher, Aline de Jesus Gomes, de 23 anos, e com um dos quatro filhos, Samuel, de 2. O condomínio foi construído pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, em parceria com a prefeitura. Esta investiu R$ 102 milhões no Bairro Carioca, que tem área de lazer e creche. A família de Alex sobrevive hoje com uma renda mensal de R$ 600. Ele e a mulher vendem balas na rua. O programa Bolsa Família, para o qual a família foi cadastrada há um ano, responde por 23% do total da renda (R$ 142). Histórias como a de Alex têm se tornado cada dia mais comuns no Rio. De 2007 a 2012, a população com renda per capita mensal de até R$ 120 - a linha da pobreza considerada pela ONU - recuou 44,6%, como mostra a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2012, do IBGE. Com isso, a cidade praticamente já cumpriu a meta de reduzir à metade o índice, objetivo que deveria ser atingido somente em 2015. Cidade teve queda superior à registrada no Brasil em 2012 Na avaliação do economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, os enormes avanços nacionais em redução da pobreza podem ser atribuídos aos programas de transferência de renda direta, principalmente o Bolsa Família. O economista sustenta que o Rio tem conseguido ainda mais avanços com a complementação de renda feita pelo Cartão Família Carioca, criado pela prefeitura em dezembro de 2010: hoje são 146 mil famílias (ou 540 mil cariocas) beneficiadas. - Eu costumo dizer que 2012 foi um ano extraordinário em redução da pobreza. O número de pessoas na linha de pobreza extrema, ou seja, famílias com renda mensal de R$ 75, caiu mais fortemente no Rio (recuo de 25,8%) do que no Brasil (queda de 15,9%). Embora a desigualdade não tenha se reduzido significativamente em nível nacional, houve uma queda de pobreza violenta. No Brasil, a renda dos 5% mais pobres cresceu 20,7% no ano passado. E, no Rio, cresceu 21%. A meta de redução de pobreza proposta em 2009, mas usando 2007 como ponto de partida, praticamente foi cumprida - diz Neri. 220 mil famílias incluídas Vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Social, Adilson Pires afirma que a cidade deve atingir a marca de 220 mil famílias incluídas no Cartão Família Carioca. - Com isso, estaremos eliminando a pobreza extrema. É obrigação do poder público usar recursos para tirar as pessoas da linha de pobreza. Para Alex Mendonça, que deixou a miséria e ganhou apartamento, sobreviver com dignidade é importante, mas ainda não o suficiente. Há quatro anos sem consumir crack, ele planeja voos mais altos: sonha em aprender a tocar violino e ter um trabalho de carteira assinada. Aposentada há duas décadas, desde que foi atingida por uma bala perdida na região lombar, Selma Ferreira dos Santos, de 49 anos, viveu dois anos num precário alojamento com a filha, Naira, de 15 anos, na comunidade Serra do Sol, em Santa Cruz. O local não tinha saneamento. Em 23 de agosto passado, foi transferida para um apartamento em Campo Grande, pelo programa Minha Casa Minha Vida. Chorou de emoção. - Há dez anos, passei a receber um auxílio-acidente do INSS, de R$ 649 por mês. Antes disso, a minha mãe ajudava com a aposentadoria dela. Agora posso pensar em melhorar de vida.
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