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Agência CMA: Fundo de ajuda do BRICS deve ser anunciado em março
Por Ivan Ryngelblum
Os países que compõem o BRICS (grupo composto por Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) devem assinar em março, na próxima reunião de cúpula, que ocorrerá no País, o acordo para a criação de um fundo de ajuda mútua, o Arranjo Contingente de Reservas, e um banco para financiar projetos de desenvolvimento.
"A expectativa é muito grande, não só dentro do governo brasileiro, mas dos outros países, de que o acordo seja assinado em março, na próxima reunião de cúpula. Os processos ainda são extensos, mas entendo que se chegou a um acordo sobre a Reserva em Durban [África do Sul], e a probabilidade é muito grande que se assine formalmente este 'pool' de reservas, porque ele não implica um desembolso imediato", acredita Renato Baumann, diretor da área internacional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o que foi previamente anunciado, o Arranjo terá um total de US$ 100 bilhões. Brasil, India e Rússia aportarão, cada um, US$ 18 bilhões. A China entrará com US$ 41 bilhões, e África do Sul com US$ 5 bilhões.
Ainda não se sabe como ele funcionará. Especula-se que ele pode ser parecido com o Chiang Mai, um acordo multilateral de swap de moedas fundado em março de 2010 e que envolve China, Japão, Coreia do Sul e os integrantes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (AESAN). O objetivo dele é lidar com problemas de liquidez de curto prazo dos países membros e fornecer ajuda financeira.
"O projeto em si [dos BRICS] é bastante inédito, porque fora do Fundo Monetário Internacional [FMI] existem poucos arranjos que funcionam desta maneira. O Chiang Mai é um exemplo. É um mecanismo asiático de emergência que pode ser acionado em tempos de crise. O fundo dos BRICS deve se basear neste modelo, mas nunca foi feito algo do tipo fora do FMI", diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV). "É difícil dizer como vai ser".
Alguns analistas entendem que, assim como Chiang Mai, o Arranjo trabalhará em paralelo ao FMI, e não como uma forma de suplantá-lo. "Toda a lógica do fundo de reservas é complementar os recursos disponíveis no FMI. Da mesma forma que o Chiang Mai, entendo que o mecanismo contemple o uso destes recursos de acordo com a cota de cada país. Se a necessidade ficar acima das cotas, teremos monitoramento do FMI", afirma Baumann.
Embora deva trabalhar em parceria com o FMI, alguns analistas entendem que a movimentação dos BRICS em direção a este acordo tem por objetivo pressionar o Fundo a acelerar as reformas estruturais da instituição, especificamente em relação às cotas de cada país no órgão. O FMI está empenhado em conseguir mais compromissos de aporte de recursos dos países membros e as economias emergentes estão dispostas a colaborar mais. Contudo, eles exigem mais poder de decisão, que desde a fundação da instituição, em 1944, está concentrado nos países avançados, especificamente Estados Unidos e nas nações europeias.
"Este fundo precisa ser visto como parte do descontentamento dos BRICS em relação às reformas do FMI. Ou seja, a iniciativa nasceu parcialmente pela vontade dos BRICS de terem mais espaço nas instituições existentes. Existe uma frustração com a falta de progresso de reformas no FMI, que têm avançado devagar", analisa Stuenkel.
Para Cristina Helena Pinto, professora de Relações Internacionais da ESPM de São Paulo, mais do que pressionar o FMI, o Arranjo terá como principal objetivo ajudar os países a lidarem com a volatilidade dos fluxos internacionais de recursos, que vem afetando a estabilidade das economias e os valores das moedas.
"O que temos hoje é uma competição monetária internacional que está afetando bastante países como India, Brasil e Rússia, promovendo as suas desindustrializações. O Fundo tenta criar mecanismos para minimizar estas oscilações. Dentro deste contexto, é uma grande iniciativa", diz. "Quando se olha o fluxo [de capital], ele não é de investimentos, é um forte movimento de capital especulativo, e o Arranjo deve ter o poder de minimizar".
Um fator destacado pelos analistas é que o Arranjo é a primeira ação concreta tomada pelo BRICS desde que foi formalmente instituído, em abril de 2011. "Acho que a simples concretização deste projeto será muito importante, pois será a primeira coisa concreta dos BRICS", afirma o diretor do Ipea.
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Brasil Econômico (SP): Sem recursos, aumento da qualidade é difícil A melhoria da qualidade dos transportes urbanos demanda mais recursos. E, para isso, segundo especialistas, não há como fugir das seguintes opções: aumento das tarifas ou subsídios e desoneração dos custos com isenção fiscal e ganhos operacionais (pistas exclusivas para ônibus). Sobre a primeira opção, acredita-seque o clima político é adverso após as manifestações de rua, apesar de, no caso do Rio, o prefeito Eduardo Paes já ter defendido o próximo reajuste em janeiro. Portanto, as demais medidas são necessidades urgentes. Para o urbanista Nazareno Stanislau Affonso, coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (MDT), o governo federal precisa desonerar totalmente o setor e fazer pressão para a aprovação imediata na Câmara do projeto de lei do Reitup (Regime Especial de Incentivos para o Transporte Urbano de Passageiros). O Reitup, que já foi aprovado no Senado e a guarda tramitação na Câmara desde agosto, elimina o que restados tributos federais e obriga os estados a retirar também o ICMS dos ônibus e insumos, como o diesel. “A estimativa do Senado é de que o Reitup possa desonerar as tarifas em 15% em média”, explica Nazareno. Outra recomendação dele é priorizar o espaço para o transporte público, executando, com as prefeituras, o plano emergencial de construir 4 mil quilômetros de corredores de ônibus nas grandes cidades do país. A compensação pelas gratuidades é outra questão crucial. Segundo o diretor da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) Marcos Bicalho, o peso médio das gratuidades nas tarifas é de 20% e, em alguns lugares, como no Rio, esse percentual é ainda mais elevado. “Resolver essa questão é um dos principais desafios dos prefeitos. No Brasil inteiro, o que se vê é uma injustiça, porque o passageiro não sabe que é ele quem paga pelos estudantes, idosos e pessoas com necessidades especiais. Fica parecendo que isso vem dos governos”, afirma Bicalho. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) recomenda mais subsídios ao transporte público e compara o Brasil com países europeus, onde a ajuda governamental chega a 50% das tarifas, em média.
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Brasil Econômico (SP): São Paulo e Rio vivem fuga de cérebros Principais polos de atração de mão de obra, regiões vêm perdendo talentos nos últimos cinco anos, segundo pesquisa do Ipea Por Aline Salgado Históricos centros de captação de mão de obra, especialmente as que vêm do Nordeste, São Paulo e Rio de Janeiro se transformaram em regiões exportadoras de mão de obra qualificada. Entre 2005 a 2010, a microrregião paulista, composta por 64 municípios, incluindo São Paulo, perdeu 122 mil graduados. Já a microrregião Rio, com a capital e mais 15 municípios, viu emigrar 60 mil talentos. A nova realidade dos fluxos migratórios está em pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que faz parte do primeiro volume do livro “Brasil em Desenvolvimento 2013 — Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável: um recorte territorial”. A partir da revisão de dados dos Censos de 2000 e 2010 do IBGE, o Ipea identificou que os talentos de São Paulo e Rio não estão indo muito longe. A maioria dos profissionais de São Paulo está imigrando para microrregiões do próprio estado, como Itapecerica da Serra, que recebeu 6.244 pessoas, e Osasco, 6.097. Já no Rio, a indústria do petróleo é a responsável pela fuga de cérebros. Os profissionais de alta escolaridade estão indo para a Região dos Lagos e a bacia de São João da Barra. “Se fosse prefeito do Rio, faria uma campanha pela volta dos cérebros à cidade”, brinca Marcelo Neri, presidente do Ipea. Ele destaca que o novo perfil do fluxo migratório provocou o aumento dos deslocamentos pendulares e a maior pressão na mobilidade urbana — o número de pessoas que, todos os dias, sai de um município para trabalhar em outro saltou de 7 para 15 milhões.
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Valor Econômico (SP) - Com deslocamento das empresas, fatia de SP recua
Reconhecido como "locomotiva do país" pela importância histórica de sua indústria, o Estado de São Paulo vem perdendo participação relativa no emprego formal de diversos ramos industriais. Para alguns economistas, esse movimento significa uma desconcentração espacial da indústria, que migra parte da sua produção em busca de custos menores em outros Estados, ancorada principalmente em benefícios tributários da guerra fiscal.
Entre as que reduziram sua importância relativa em São Paulo estão a indústria metalúrgica, a indústria mecânica, a de material de transporte, a química, a têxtil e a indústria calçadista. Em 2007, a metalúrgica paulista respondia por 41,96% dos empregos deste segmento no país, participação que recuou para 37,73% em 2012. Na mecânica, essa relação caiu de 49,55% para 46,76% no mesmo período. Na indústria de material de transporte, de 54,86% para 48,43%. Na química, saiu de 47,52% para 43,62%. No setor têxtil, de 30,82% para 28,96% e no de calçados, de 17,20% para 16,83%, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada pelo Ministério do Trabalho.
As empresas, que iniciaram parte deste deslocamento nos anos 1990, seguem se transferindo para locais com mão de obra mais barata, como o Nordeste, onde são também menores os custos de mobilidade e logística do que em São Paulo. Outro destino da transferência são os Estados que estão recebendo investimentos em infraestrutura ou vivem a pujança do agronegócio, como os do Centro-Oeste, e principalmente ela ocorre para locais onde são dadas também vantagens fiscais.
André Nassif, professor da Universidade Federal Fluminense, lembra que, no início deste processo, as empresas foram para o Sul do país, depois foram mais para o Nordeste. Mas ainda há exemplos recentes de deslocamentos para o Sul, como novas plantas da General Motors - representante do setor automotivo, indústria que se concentra bastante no Estado de São Paulo - anunciadas nos últimos anos em Santa Catarina.
Na avaliação de Haroldo Campos, pesquisador da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado de São Paulo não tem assistido necessariamente a uma migração de sua indústria para outras regiões, mas vem sendo substituído quando há um processo de expansão das atividades das empresas já sediadas em solo paulista. Nesses casos, elas têm dado preferência a outras localidades. "Mas, no geral, as empresas não têm saído de São Paulo. Elas se expandem para outras regiões por conta dos custos menores", diz.
Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP, diz que o efeito positivo é que essa mudança ajuda muitas vezes a indústria sediada no Brasil a fazer frente à concorrência de empresas de outros países, que produzem a custos menores na Ásia e que disputam clientes com empresas brasileiras tanto no mercado interno quanto no mercado internacional. Um malefício desse processo, porém, é o fato de ele se fazer sobretudo pela guerra fiscal, um modo de descentralizar espacialmente a produção ao custo de diminuição na arrecadação de impostos de Estados e municípios.
Gabriel Ulyssea, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tem opinião parecida. Ele afirma que "a desconcentração é desejável para reduzir as disparidades regionais, mas a guerra fiscal é um meio ruim para este fim porque introduz muitas distorções na alocação de recursos".
Para alguns economistas, esse processo costuma provocar a "guerra entre lugares". Municípios e Estados abrem mão de receita de impostos para abrigar uma empresa, mas não necessariamente o retorno em empregos e atividade econômica gerada pela empresa instalada compensam os benefícios que ela recebeu.
Apesar do deslocamento territorial da produção, há concordância entre os economistas de que São Paulo ainda é importante, sendo necessário manter parte de sua estrutura, especialmente o comando das decisões estratégicas, em São Paulo, pela sua importância como mercado consumidor e centro financeiro do país. Segundo eles, isso mostra que a desconcentração é muitas vezes específica - da produção física em si e não do núcleo da diretoria - e apenas parcial. (CVM e VJ)
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Publicação lançada nesta quarta-feira, 30, analisa impactos do programa em áreas como saúde, educação, proteção social e na redução da pobreza
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18286. JORNAL DO COMÉRCIO DO RS - Presidente do Ipea defende reformas tributária e da previdência social
JORNAL DO COMÉRCIO DO RS - Presidente do Ipea defende reformas tributária e da previdência social
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Brasil Econômico (SP): Olhar do Planalto
Por Sonia Filgueiras
O exame da participação de bens de elevada intensidade tecnológica na pauta de exportações brasileira mostra uma insignificância contínua e decrescente. Desde 1996, quando começa a série histórica mais à mão no portal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a participação de itens de elevado conteúdo tecnológico, como os aeronáuticos e os equipamentos de som, telecomunicações e imagem, só ultrapassaram os dois dígitos em 2000 e 2001, quando alcançaram 12% do total das exportações. O pico foi motivado quase que integralmente por motivos conjunturais - além de um bom desempenho na venda de aviões, o Brasil disparou na exportação de celulares, que depois foi lentamente minguando. A série do Mdic termina praticamente igual ao seu início. Em 1996, produtos de elevada sofisticação tecnológica correspondiam a 4,2% do valor global das exportações. Em 2012, equivaliam a 3,2% do total exportado. Do auge de 2000 a 2012, o encolhimento foi de 8,6 pontos percentuais. Neste ano, pouca coisa deve mudar. Os dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que também acompanha o desempenho da indústria exportadora, apontam que, até o terceiro trimestre de 2013, a fatia dos produtos tecnologicamente avançados estava em 3,7% do total. No caso da indústria de mé-dia-alta tecnologia, a queda na participação entre 2000 e 2012 foi de 6,5 pontos percentuais -passou de 23,1% para 16,6% do total exportado. Nesse grupo estão máquinas e equipamentos elétricos, equipamentos para ferrovia e material de transporte e veículos automotores e bens de capital. Os dois grupos juntos representavam 20% das exportações brasileiras em 2012 e, em 12 anos, a retração foi de 15 pontos percentuais. O restante das exportações industriais referia-se a produtos siderúrgicos, derivados de petróleo refinado e outros combustíveis, madeira, papel e celulose, têxteise calçados, dentre outros. São todos classificados nos grupos de média-baixa e baixa intensidade tecnológica. De novo, os dados do Iedi para 2013 prenunciam pouca mudança em 2013: a participação acumulada até setembro está na mesma faixa de 16%. As exportações de automóveis, em recuperação recente, não parecem estar sendo suficientes para dar fôlego ao número. A divisão por intensidade tecnológica é uma das formas possíveis de esmiuçar o valor agregado do que o Brasil exporta no grande grupo dos chamados produtos manufaturados. E esse grupo viu sua participação reduzida em 20% na pauta de exportações entre 2007 e 2012. No mesmo período, produtos básicos como petróleo, grãos e alimentos registraram expansão idêntica, de 20%. Em resumo, além de a participação dos manufaturados estar diminuindo como um todo, a qualidade da sua composição pouco mudou em mais de uma década — a presença da indústria de elevada e de média-alta tecnologia na pauta se mantém tímida. Segundo o coordenador do grupo de estudos de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernando Ribeiro, o câmbio é a menor parte do problema: "O principal é conhecido: a baixa taxa de investimentos da economia brasileira. O Brasil investe pouco, e menos ainda em inovação especificamente". O retrato quase imutável da composição da nossa pauta industrial é também indicativo de que o Brasil não consegue sofisticar a composição de suas exportações industriais e tornar-se competitivo nessa área. Somos quase sempre passivos seguidores das demandas do mercado internacional. Odesmatamento e a disposição política O aumento de 28% do desmata-mento entre agosto de 2012 e julho de 2013 na Amazônia Legal, em comparação ao mesmo período anterior, reavivou um corriqueiro mal-estar existente dentro do governo no que se refere ao combate à destruição do meio ambiente: áreas como as de Agricultura e Energia não parecem ter o mesmo empenho dos órgãos ambientais em controlar a derrubada de vegetação nos projetos sob suas áreas de atuação. O conflito interno leva especialistas em meio ambiente a concluir que o combate ao desmatamento no Brasil precisará de bem mais empenho para tornar-se uma política de governo. Guerra do algodão A reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), marcada para hoje, deve discutir algum tipo de retaliação à suspensão dos pagamentos, pelos Estados Unidos, da reparação financeira aos cotonicultores brasileiros. A compensação foi determinada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), por conta de práticas protecionistas norte-americanas. O setor se movimenta intensamente em Brasília em busca de uma posição firme do governo brasileiro para que os pagamentos, suspenso ha três meses, sejam retomados. Na véspera da agenda, que envolve oito ministros, o consenso em torno do tema — sensível, porque envolve mais uma rusga com o governo de Barack Obama — ainda estava em construção.
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Valor Econômico (SP): Déficit habitacional cai e fica concentrado na baixa renda Por Ana Conceição | De São Paulo
O déficit habitacional brasileiro caiu entre 2007 e 2012, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Embora tenha recuado em todas as faixas de renda, ficou ainda mais concentrado entre as famílias que ganham até três salários, ou R$ 2.034 por mês. Segundo o Ipea, o déficit habitacional recuou 6,27% em termos absolutos, de 5,59 milhões de domicílios para 5,24 milhões. Essa queda ocorreu ao mesmo tempo em que houve aumento de 12,6% no total de domicílios, de 55,918 milhões para 62,996 milhões. Assim, em termos relativos, o déficit caiu de 10% do total de domicílios para 8,53% no período. Na análise da distribuição da falta de moradias adequadas, houve concentração maior do déficit entre as famílias de baixa renda. Em 2012, 73,6% do déficit era composto por domicílios com famílias com renda até três salários mínimos, ante 70,7% em 2007. Ainda assim, houve queda em números absolutos: em 2007, os 70,7% de 5,59 milhões equivaliam a 3,95 milhões de domicílios nessa faixa. E, em 2012, 73,6% de 5,24 milhões equivaliam a 3,86 milhões de domicílios. As demais faixas passaram a responder menos pelo déficit. Em 2012, 11,6% do déficit referia-se aos que ganhavam de três a cinco mínimos. Em 2007, a fatia era de 13,1%. Entre os que recebiam de cinco a dez mínimos, a parcela foi de 10,4% para 9,4%. O déficit entre quem ganhava mais de dez salários mínimos caiu de 4,1% para 2,9%. Segundo a pesquisa, o número de habitações precárias caiu 30% e passou de 2,22% do total de domicílios para 1,42%. E a coabitação familiar (várias famílias vivendo no mesmo domicílio) recuou 2 6%, passando de 4,13% do total para 2,83%.
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O Estado de S.Paulo (SP): Déficit habitacional no País recuou entre 2007 e 2012 Por Ricardo Delia Coletta Brasília Mesmo com mais 7 milhões de domicílios no País, o déficit habitacional brasileiro registrou queda entre 2007 e 2012. De acordo com um estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em cinco anos, o indicador passou de um déficit de 5,59 milhões de domicílios para 5,24 milhões - redução de 350 mil unidades. Dessa forma, a participação do déficit habitacional passou de 10% do total de domicílios para 8,53%. Apesar disso, a faixa de renda que menos se beneficiou desse movimento foi a que ganha até três salários mínimos, justamente o público-alvo do principal programa de habitação do governo federal, o Minha Casa Minha Vida. Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o levantamento do Ipea mostrou que o número de domicílios considerados em déficit com renda de até três salários mínimos caiu, em números absolutos, 2,4% -de 3,95 milhões de unidades pa- ra cerca de 3,85 milhões. A variação é bem mais modesta do que a observada em outros segmentos - quase 17% para os que ganham de três a cinco salários mínimos e de 32,5% para as rendas domiciliares superiores a 10 salários mínimos, Assim, ao contrário do que aconteceu com todas as demais faixas de renda, a participação dos domicílios mais pobres no total do déficit foi a única que cresceu no período, passando de 70,7% em 2007 para 73,6%, cinco anos depois. Nos cinco anos abarcados pelo estudo, o Brasil passou de 55,9 milhões de domicílios para 62,9 milhões. Mais opções. Um dos pesquisadores que assinam a nota técnica Estimativas do Déficit Habitacional brasileiro (Pnad 2007-2012), o técnico do Ipea Cleandro Krause avalia que a população com maior renda conta com mais opções para sair da situação de precariedade, enquanto que os mais pobres são dependentes de políticas específicas. "As outras faixas de renda contam com opções habitacionais maiores e mais amplas", afirmou ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. Na opinião do pesquisador, o Minha Casa é um programa ainda muito recente para refletir com mais força nos indicadores, uma das razões pelas quais a superação do déficit teve avanço bem mais tímido entre os que têm renda domiciliar de até três salários.
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Brasil Econômico (SP): Déficit de moradias cai, mas aluguel sobe muito Apesar da melhoria geral, mais famílias gastam acima de 30% de sua renda com o aluguel Por Aline Salgado Nos últimos cinco anos, de 2007 a 2012, pelo menos meio milhão de famílias (537.148) com renda de até três salários mínimos e que moram nos centros urbanos passaram a comprometer mais de 30% de seu orçamento com a locação de moradia. Já os preços, esses dobraram em dez anos. É o que revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o déficit habitacional. A análise, que levou em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou, que, mesmo com a maior pressão da locação no orçamento do brasileiro, o déficit habitacional no país vêm caindo — 350 mil no período. Em termos reais, saímos de uma necessidade de moradia da ordem de 5,59 milhões em 2007, ou 10% do total de domicílios do país, para 5,24 milhões em 2012 — 8,53% do montante existente. De acordo com o estudo do Ipea, a queda na necessidade de estoque de moradias foi verificada em todos os estratos sociais, mas na população de renda mais baixa, até três salários mínimos, ela é ainda elevada: 85 mil. Para o coordenador de Estudos Urbanos do Ipea, Cleandro Krause, se não fosse a supervalorização imobiliária que o Brasil vem passando nos últimos anos, a queda no déficit habitacional poderia ter sido maior. "Temos indícios que mostram que o aumento da demanda por moradias e a evolução do mercado de compra e venda de imóveis impactaram no preço dos aluguéis nos últimos cinco anos. Embora seja esse um segmento ainda muito obscuro, já que não contamos com índices oficiais de variação dos preços dos imóveis, os sinais mostraram uma tendência de aumento do déficit ligado ao encarecimento dos aluguéis. Um cenários que precisamos ficar atentos" , avalia Krause. De acordo com o técnico do Ipea, desconsiderando a inflação e o aumento da renda do brasileiro, de 2002 a 2012, o valor dos aluguéis aumentou 50%. Para ser ter uma ideia do impacto do crescimento do mercado imobiliário, no Rio de Janeiro, por exemplo, cidade que mais sentiu a valorização habitacional, de julho de 2009 — pico da explosão de crescimento do mercado de imóveis — a julho de 2013, as unidades para venda na cidade tiveram uma valorização de 161,72%, segundo dados do índice FipeZap, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em 2012, a capital fluminense desbancou Brasília, segunda no ranking de aumento no preço para venda e que atingiu valor médio do metro quadrado em julho daquele ano de R$ 8.437. Na comparação com São Paulo, o terceiro em valorização nos preços dos imóveis para venda - com metro quadrado médio custando R$7.361 —, a capital paulistana teve um aumento 110%. Já no quesito aluguel, o Rio de Janeiro sofreu uma valorização de 103,9% no acumulado dos quatro anos — 2009 a 2013— frente a 50,3% de São Paulo. Esse boom imobiliário impactou no déficit habitacional das principais metrópoles do país. Segundo o Ipea, o déficit metropolitano foi responsável por 31% do total brasileiro e concentrou-se, em 2012, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Distrito Federal. "Apesar da presença forte do déficit nessas regiões, o tratamento para contorná-lo vêm sendo aplicado. As ações de urbanizações nas favelas e o programa Minha Casa, Minha Vida vêm se mostrando como políticas efetivas para a redução da necessidade de moradias", defende Krause.
Na semana passada, após comemorar o recorde de 2 milhões de unidades habitacionais contratadas pelo Minha Casa, Minha Vida, a presidenta Dilma Rousseff antecipou que a terceira versão do pro -grama virá no ano que vem. No Ministério das Cidades, os detalhes ainda são mantidos em sigilo.
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Correio Braziliense (DF): Aluguel pesa mais no bolso
Proporção de pessoas que gastam acima de um terço da renda com a locação de imóveis cresce 36,7%. No DF, isso acontece em 7% dos lares Os brasileiros têm gastado mais com aluguel. Dados divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que, em 2012, o custo de locação de 2,29 milhões de domicílios no país correspondeu a mais de 30% da renda familiar, o que representa um aumento de 30,58% na comparação com2007, quando esse gasto atingia locatários de 1,75 milhão de casas. No Distrito Federal, o valor da locação ultrapassa esse limite em 61,8 mil lares—alta de 36,7%. Proporcionalmente, na capital federal, é onde mais se paga o chamado ônus excessivo com aluguel: 7,28% das residências locadas. No Brasil, o gasto de mais de 30% da renda com aluguel no ano passado foi apurado em 3,73% de 62,99 milhões de domicílios. Seis anos atrás, essa proporção era de 3,14%. O técnico em planejamento do Ipea Cleandro Krause, um dos responsáveis pelo estudo, avalia que a elevação da despesa com locação está atrelada à valorização imobiliária. "Esse movimento é uma tendência geral no país. Está ligado ao preço das unidades habitacionais", disse. Apesar dessa variação, entre 2007 e 2012, houve queda do indicador do déficit habitacional, que passou de 5,59 milhões de domicílios para 5,24 milhões. Para calculá-lo, o instituto analisa os locais incapazes de atender dignamente os moradores—em razão da precariedade ou do desgaste provocado ao longo do tempo —, que tenham aluguel excessivo ou que sejam compartilhados sem o consentimento dos inquilinos. Para o vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), Pedro Fernandes, ao mesmo tempo em que o déficit habitacional é grande no país, o indicador mostra que ainda há necessidade de construção de lares. Ele ressaltou que o número de domicílios em situação precária aponta que uma quantidade ainda maior de unidades precisa ser substituída. "O governo deverá incentivar o mercado, porque só atendemos uma pequena parte da população que necessita de moradia", defendeu. Contramão No Distrito Federal, ao contrário do que é observado nacionalmente, o pEÜBTn aumentou. Em 2007, eram necessários 96,2 mil novos domicílios para acabar com o problema. Em 2012, esse número saltou para 116 mil. É a maior proporção da falta de residências em boas condições entre as regiões metropolitanas pesquisadas: corresponde a 13,6% de um total de 852 mil unidades. No entender do presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi), Paulo Muniz, parte desse problema poderia ser superado na capital do país se os projetos de construção de novas unidades fossem mais facilmente aprovados. Ele diz que 170 empreendimentos aguardam liberação, em um espaço de 3,8 milhões de metros quadrados, com valor geral de vendas de R$ 16 bilhões. Baixa renda Ao analisar a distribuição da faLta de moradias adequadas, nota-se que houve concentração maior do déficit entre pessoas de baixa renda. Em 2012,73,6% dele eram compostos por domicílios com famílias com rendimento de até três salários mínimos, ante 70,7% em 2007. Ainda assim, observou-se queda em números absolutos: seis anos atrás, os 70,7% de 5,59 milhões eqüivaliam a 3,95 miLhões de domicílios nessa faixa. E, em 2012,73,6% de 5,24 miLhões correspondiam a um total de 3,86 milhões.
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Estadão.Com.Br (SP): Ipea: Déficit habitacional é maior na baixa renda
Com 7 milhões de domicílios a mais no País, o déficit habitacional brasileiro registrou queda entre 2007 e 2012. De acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em cinco anos o indicador passou de 5,59 milhões de domicílios em déficit para 5,24 milhões uma redução de 350 mil unidades.
A participação do déficit habitacional no período passou de 10% do total de domicílios para 8,53%. Apesar disso, a faixa de renda que menos se beneficiou desse movimento foi a que ganha até três salários mínimos, justamente o público-alvo do principal programa de habitação do governo federal, o Minha Casa Minha Vida.
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o levantamento do Ipea mostrou que o número de domicílios considerados em déficit com renda de até três salários mínimos caiu, em números absolutos, 2,4% - de 3,95 milhões de unidades para cerca de 3,85 milhões.
A variação é bem mais modesta do que a observada em outros segmentos - quase 17% para os que ganham de três e cinco salários mínimos e de 32,5% para as rendas domiciliares superiores a 10 salários mínimos. Assim, ao contrário do que aconteceu com todas as demais faixas de renda, a participação dos domicílios mais pobres no total do déficit foi a única que cresceu no período, passando de 70,7% em 2007 para 73,6%, cinco anos depois.
Nos cinco anos abarcados pelo estudo, o Brasil passou de 55,9 milhões de domicílios para 62,9 milhões.
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18293. Zero Hora (RS): Santa Maria é o 3º maior exportador de mão de obra com ensino superior do Brasil
Zero Hora (RS): Santa Maria é o 3º maior exportador de mão de obra com ensino superior do Brasil Pesquisa coloca a cidade gaúcha entre as principais exportadoras de profissionais do país POR LEANDRO BELLES
Atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, Santa Maria é o município que mais envia mão de obra com Ensino Superior para o restante do país. O dado, parte da pesquisa Brasil em Desenvolvimento 2013, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que o município do centro do Estado exportou, entre 2005 e 2010, 8.503 pessoas com nível superior e recebeu 5.435 graduados, um saldo de 3.068 diplomados no período.
Entre as cidades que mais enviam graduados para outros municípios, também estão outras quatro cidades do interior do Estado: Santo Ângelo (10º), Ijuí (12º), Cruz Alta (17º) e Frederico Westphalen (22º).
Sobre Santa Maria, o número traduz duas peculiaridades básicas da cidade: é formadora de mão de obra qualificada, mas tem dificuldade em absorver essa quantidade de cérebros formados em suas sete instituições de Ensino Superior.
Em relação à escolaridade, Santa Maria é destaque e ocupa o segundo lugar, depois de Porto Alegre, no índice de graduados em relação a soma total da população, com 16,51% dos moradores com diploma universitário. Esse percentual, bem superior à média gaúcha, de 10%, e da brasileira, de 9,67%, a coloca como a 34ª cidade brasileira com o melhor índice de formados em contingente populacional.
Essa formação é vista por duas óticas pelo economista e professor da Unifra José Maria Pereira. Primeiro, ele aponta que se trata de uma peculiaridade local. Ou seja, Santa Maria sempre vai exportar esse contingente de diplomados.
- O fato é que temos muitas vagas (em universidades) em oferta. Muito mais do que a necessidade local. Atraímos estudantes de todo o país. Obviamente, fica quase impossível absorver todos - explica Pereira, salientando que foi justamente esse perfil, de atração de estudantes, que alavancou a economia local, fortalecendo o comércio e a construção civil.
Por outro lado, o economista ressalta a falta de base industrial que poderia abrigar esses cérebros.
- A base local é o setor de serviços. Quem emprega mesmo é a indústria, e esse setor não é nossa vocação. A curto e médio prazo vai ser assim mesmo.
Um exemplo disso é Caxias do Sul, que importou mais diplomados do que exportou. No mesmo período, a cidade recebeu 1.229 graduados, graças ao seu pujante parque industrial.
Inovação pode ajudar a manter os diplomados
Sem tradição industrial, o município acaba não sendo uma boa alternativa para graduados. Mas a solução pode estar a caminho. Hoje, a Incubadora Tecnológica de Santa Maria, localizada no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), tem 50 empresas incubadas, que já dão os primeiros passos.
O Tecnoparque, que deve ser inaugurado na próxima semana, é outra alternativa. A professora da UFSM, Nilza Zampieri, que preside o parque tecnológico, aposta no empreendedorismo para virar o jogo.
- Na engenharia, onde dou aula, a maioria dos alunos vai embora. Temos de incentivar e consolidar uma tradição empresarial na cidade. Temos de fazer com que esses cérebros se desenvolvam aqui e não fora.
Vilson Serro, presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), também é um entusiasta do empreendedorismo como alternativa para o município.
- Por que não se cria mais oportunidades? Temos de apostar na indústria do conhecimento, empreender. Assim, não dependeremos da logística para desenvolver a cidade. O Tecnoparque é uma dessas iniciativas que colabora para isso - concluiu.
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Bloomberg Businessweer (USA): What a Higher Minimum Wage Does for Workers and the Economy
Tom Wolfe himself couldn’t have imagined a better New York juxtaposition. Pizza, Pepsi, and hot chicken wings were out on the table one November evening at Strive New York, an agency in East Harlem that helps ex-convicts and other chronically unemployed people get and keep jobs. Luz Droz, 32, who has a 10-month-old son, explained that she was trying to turn things around after “a little situation in my life,” which turned out to be two prison sentences totaling eight years for dealing drugs and passing bad checks. She detests being on welfare but was turned down recently for a minimum-wage job at Burlington Coat Factory (BURL). “I thought I was going to get it,” she said. “Once I get a job, I’m off to the races.”
The same evening, one stop south on the 4 express subway line, waiters were serving hors d’oeuvres of tuna tartare and basil-slathered shrimp in the Upper East Side apartment of billionaire George Soros. The guest of honor was Soros’s fellow billionaire David Sainsbury, the former chairman of the family-founded British supermarket chain J Sainsbury (SBRY:LN). He has a new book, Progressive Capitalism. Sainsbury will probably never meet Luz Droz, but he, too, had minimum-wage employment on his mind. To compete with China, he said, “the West must race to the top” and not try to “screw down the wages.”
The down-on-her-luck mom who can’t land a job at minimum pay and the billionaire who can’t imagine paying so little are two voices in a global debate over not only the minimum wage, but also the bigger challenge of helping the least fortunate members of society. The federal minimum wage is $7.25 an hour. President Obama called for a $9 federal minimum by 2015 in his State of the Union address in February and then this fall endorsed a more ambitious bill, which is stuck in House and Senate committees, to raise it to $10.10 by 2015. California, New York, Connecticut, Rhode Island, and New Jersey voted to raise state minimums this year. Last August fast-food workers in almost 60 cities struck or walked out in a bid for starting pay of $15 an hour. In recent weeks two of the nation’s largest private employers, Wal-Mart Stores (WMT) and McDonald’s (MCD), have taken heat for paying many of their workers so little that they need government benefits and charity to get by.
Raising the minimum wage is neither as wonderful as its advocates claim nor as dangerous as its detractors warn. On the upside, it would increase pay for millions of Americans, not only those earning the minimum but also those at fixed increments above it. These are people who could really use a raise. Contrary to what generations of students were taught in freshman econ, new research finds that minimum-wage increases at the state level have caused little, if any, harm to employment. “Outside of the simple Econ 101-type environment, increasing workers’ pay can improve the functioning of the low-wage labor market,” Arindrajit Dube, a University of Massachusetts economist, testified before Congress in March.
On the downside, a higher wage floor would undoubtedly price some marginal workers out of the market. Interns, for example, aren’t allowed to work for less than the minimum while they learn the ropes. (They can be unpaid, but then they’re not allowed to do real work.) A higher minimum wage would do nothing for the unemployed, among whom are the poorest of the poor. For them, other solutions are needed. “The search for a silver bullet is a mistake. We need lots of bullets,” says Steven Pressman, an economist at New Jersey’s Monmouth University.
Raising the wage to catch up with inflation invariably polls well, because most Americans perceive it as a matter of justice. Their hearts go out to the likes of Shawndraka Mack, 40, who works full time at $7.60 an hour for a McDonald’s in Charleston, S.C. She and her disabled fiancé are raising two teenagers in the trailer home she inherited from her mother. “I love what I do,” she says, “but I don’t want to work for nothing.” Obama appealed to that sentiment in his State of the Union address when he said, “Tonight, let’s declare that in the wealthiest nation on earth, no one who works full time should have to live in poverty.” A Gallup poll in November found that 76 percent of Americans would vote for a $9 federal wage floor.
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Bloomberg News (EUA) - Brazil Beautician’s Dream Shows Low Jobless Paradox: Economy
By David Biller
Monica Werneck and her husband bought a rat-infested “dump” on the edge of a Rio de Janeiro slum in 2012. They built a beauty salon that opened last week, complete with two manicurists whose jobs she’s registering with the government. “It’s a dream that’s starting to come together,” said Werneck, 32, in her freshly painted shop at the base of the Complexo de Alemao favela. “I still have a lot in mind that I want to do.” The plans include taking on two hairdressers and a beautician. Such small entrepreneurs helped Brazilgenerate 1 million registered jobs in the 12 months through November, 81 percent of them in the service and commerce sectors, which includes everything from laundromats to dentistry, photocopying and auto repair. While that’s down from 1.4 million in the same period of 2012, it was still enough to keep joblessness near record lows. During President Dilma Rousseff’s almost three years in office,unemployment in the world’s second-biggest emerging market has fallen, to 4.6 percent in November from 6.1 percent in January 2011, even as gross domestic product growth averaged the lowest in a decade. That’s because most jobs were created in the service sector and deliver low productivity, according to former central bank director Carlos Langoni. “It explains this apparent paradox where you have an economy with 2 percent GDP growth, but working at full employment,” Langoni said in an interview at his Rio de Janeiro office. At the current jobless rate, Brazil is considered to be at full employment, central bank President Alexandre Tombini said on Dec. 10. Unsustainable Pace Langoni said unless job creation spreads to other sectors, the low unemployment rate can’t be sustained. “If we go on growing at 2 percent, sooner or later the labor market will reflect the slowdown,” he said. “Services can’t support it by itself.”
The average service employee makes a smaller contribution to GDP than workers in other sectors, such as manufacturing. Services and retail accounted for 73 percent of all government-registered jobs in September, according to the National Services Confederation. Yet those sectors generated only 58.5 percent of third-quarter GDP, (BZGDQOQ%) which contracted 0.5 percent from the previous period, according to the national statistics agency.
There are already signs Brazil’s labor market is losing steam. Job creation in the first 11 months of the year marked the third consecutive decline from 2.5 million in 2010. The 12-month moving average of unemployment fell every month of Rousseff’s administration through April, to 5.43 percent from 6.74 percent in December 2010, the month before she took office. It has since leveled off at 5.42 percent in November.
Wage Growth A slower rise in real wages also signals softness, according toTony Volpon, head of emerging markets research at Nomura Holdings Inc. Real wages in November rose 3 percent from the same month in 2012, down from 5.3 percent the year before according to the statistics agency, which measures employment in six cities.
“The next step will be higher unemployment, and I think that’s going to be coming in 2014,” Volpon said by phone from New York.
The low jobless rate has helped boost Rousseff’s approval rating prior to presidential elections next October. “We’re a country with one of the lowest unemployment rates in the world, and we’ll stay that way,” Rousseff says in a television spot currently airing. “In addition, we’ll generate more and more quality jobs.”
Brazil’s economy will grow 2.3 percent this year and 2 percent next year, according to the latest central bank survey of economists, up from 1 percent last year. Growth during Rousseff’s first three years in office will average 2 percent, according to economists surveyed by Bloomberg, the lowest since 2001-2003.
Budget Deficit The benchmark Ibovespa (IBOV) index has fallen 25.8 percent since Rousseff took office, compared with the Mexican benchmark IPC index’s 10.1 percent gain. Brazil’s growing budget deficit prompted Standard & Poor’s and Moody’s Investors Service to cut their outlooks on the sovereigncredit rating this year, helping to spur an 11.2 percent drop in the country’s dollar bonds in 2013, compared with a 6.5 percent loss for emerging markets.
Thanks to the government’s social welfare policies, especially the cash transfer program known as Bolsa Familia and yearly increases in the minimum wage, the modest expansion of GDP hasn’t stopped Brazil’s middle class from growing. Over the last 10 years, 41 million Brazilians emerged from poverty, according to Sao Paulo-based research company Data Popular.
Consumer Goods The government’s Secretariat of Strategic Affairs defines “middle class” as average monthly per capita income of 291 reais ($124) to 1,091 reais, based on data from mid-2012. The millions who have recently attained that level have already increased their spending on durable consumer goods, and now are purchasing services they couldn’t afford before, according to Carlos Thadeu de Freitas, a former central bank director. Many goods are imported, which limits the impact of increased consumption on Brazil’s industrial production and growth, he said.
“They’re a lot better off, so they’re demanding more services, and this is cutting the unemployment rate,” De Freitas, chief economist at the National Confederation of Goods, Services and Tourism Commerce, said by phone.
Also helping keep a lid on unemployment is the decline in Brazil’s workforce participation rate -- the number of people in the labor force divided by total population of working age. Participation fell to 57.5 percent in 2012 from 59.5 percent in 2009, according to a report from government research agency IPEA. It fell further to 56.8 percent in November, the statistics agency said yesterday. That’s largely due to an aging population, according to Claudio Dedecca, an economist specializing in labor at the University of Campinas.
In School Reinforcing this demographic trend, young people are remaining in school longer, which has removed hundreds of thousands from the work force and helps hold down the unemployment rate, said Dedecca.
The labor force of those aged 15-24 in November fell to 3.8 million from 4.1 million last year and 4.8 million a decade earlier, according to the national statistics agency.
“The participation rate receded significantly, confirming the labor market’s lack of dynamism and foretelling increases in the unemployment rate,” Rosenberg Associados economists led by Thais Zara wrote in a note to clients after release of yesterday’s jobless data.
Industrial Hub Even the industrial hub of Vitoria, the capital of Espirito Santo state, is relying on services for job growth. The three-month moving average increase in the state’s industrial output has exceeded both the national and regional averages for four years through September, the central bank said. Yet services and commerce account for 57 percent of jobs created this year through October. In the state’s government unemployment office, Edison Arcanjo is looking for a job after completing a master’s degree in arts at the state university. He wants to become a teacher.
“I was living off a scholarship, and that ended last month, so I’m going back to work,” Arcanjo, 47, said. “While I wait for an opportunity in my area, I’m looking for anything temporary.”
The office offered him 15 prospects, all in the commerce sector. He chose to interview for a job restocking groceries.
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Brasil Econômico (SP): Encomendas de ônibus caem 20% após protestos
Fabricantes de veículos confirmam parada na renovação da frota de coletivos urbanos após redução das tarifas nas cidades do país. Perda de receita chega a R$ 800 milhões
A redução das tarifas do transporte urbano na maioria das grandes cidades do país fez cair as vendas dos fabricantes de ônibus em20% a partir de setembro, o que comprovaaquedadarenovação da frota de coletivos urbanos pelas empresas de transporte. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Ônibus (Fabus), JoséAntônioFernandes Martins, o setor de carrocerias e chassis fatura R$ 12 bilhões ao ano e aperdade receitanos últimos três meses do ano deve ficar emtorno de R$ 800 milhões.
De acordo com o executivo, que també mé diretor da Marcopolo, as vendas vinham crescendo em 2013,mas mudaram o rumo depois das manifestações populares.“Ocrescimento de 18% divulgado pela Anfavea (associaçãodos fabricantes de veículos) é real,mas foi até setembro. Agora estamos com um cenário completamente diferente. A produção de ônibus deve cair entre 15% e 20% neste último trimestre. Se não houver alguma ação, o nível de emprego pode estar comprometido”, disse.
Martins contou que os impactos da redução das tarifas em junho só chegaram agora, porque ainda havia encomendas sendoentregues.As informações da prefeitura de cidades como o Rio de Janeiro confirmam o alarme de Martins. Segundo a Secretaria de Transportes carioca, a renovação da frota de coletivos urbanos era de 15% a 20%ao ano e, em2013, caiu para apenas 4% e fez o órgão rever os planos de ter 100% dos ônibus comar-condicionado até 2016.
Atualmente, os fabricantes de ônibus empregam 30 mil funcionários diretos e o executivo alerta sobre o risco de diminuição de postos de trabalho. “As manifestações acertaram em cheio o segmento de ônibus urbanos.O setor de veículos rodoviários também parou em função das incertezas sobre a licitação dos serviços interestaduais e internacionais pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT)”, explicou o presidente da Fabus, defendendo que o governo respeite os contratos de concessão de transporte, mantendo a segurança jurídica para o investidor.
Enquanto Martins reclama da queda nas vendas, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemora o melhor ano da história na produção de carros, com alta de de 3,5% a 4,5% emrelação a 2012.Por trás dessa diferença, dizemespecialistas, está uma política do governo federal que incentiva o transporte individual em detrimento do coletivo.
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Valor Econômico (SP): Economia em tempos difíceis Na história recente do Brasil, durante o governo Lula, ficamos todos com a impressão de que a política econômica apenas gera ganhadores. Viveu-se um período de grande liquidez internacional, preços de commodities em alta, juros americanos em baixa. O resultado foi que todos os grupos sociais melhoraram de vida. Tratou-se de uma unanimidade. Empresários, trabalhadores, campo, cidade, todos ganharam durante o governo Lula. Os períodos de bonança escondem que, sempre, quando há ganhadores, há também perdedores. Neste caso, quando todos ganham, há aqueles que ganham menos e os que ganham mais. No período Lula, o grupo social que mais ganhou foi a base da pirâmide. Houve um aumento vigoroso da renda real dos mais pobres, enquanto o aumento da renda daqueles que têm curso superior completo não foi tão grande assim. O resultado disso foi a redução da desigualdade de renda no Brasil, fartamente documentada pelas várias medições e estudos produzidos pelo IBGE e pelo Ipea.
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UOL: Imóveis devem subir de 5% a 10% em SP e Rio em 2014, segundo pesquisa POR ASHER LEVINE E SILVIO CASCIONE, da Agência Reuters Os preços dos imóveis nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro devem subir de 5% a 10% em 2014 e no ano seguinte, segundo pesquisa da agência de notícias Reuters divulgada nesta terça-feira (3), com condições de crédito mais difíceis dissuadindo potenciais compradores e tirando o brilho de taxas de crescimento de dois dígitos vistas no passado.
De um grupo de 12 analistas consultados pela Reuters, oito previram que os preços dos imóveis nas duas principais áreas urbanas do Brasil devem subir de 5% a 10% em 2014, enquanto dois estimaram que não haveria nenhuma mudança.
Os preços dos imóveis na maior economia da América Latina cresceram nos últimos três anos, avançando 65%, com milhões de consumidores ingressando na classe média e tirando vantagem de aumentos salariais e condições mais facilitadas de crédito para comprar a casa própria.
Mas esse ritmo diminuiu à medida que a economia brasileira não conseguiu repetir o robusto crescimento da última década. Muitos brasileiros enfrentam uma pesada carga de dívida após terem tomado crédito para comprar uma série de bens, de carros a máquinas de lavar roupa, com o endividamento das famílias tendo dobrado desde 2005.
"O acesso ao crédito é cada vez mais restritivo e caro ... o que deve atrasar a compra da moradia para uma grande parte da população", disse Celson Placido, analista da XP Investimentos, ainda esperando que os preços subam a uma taxa de 5% a 10% nos próximos dois anos.
De fato, os preços da habitação não estão prestes a ceder, analistas observaram, em um cenário em que os salários continuam subindo, embora a um ritmo mais lento, e com a permanência da demanda por imóveis em um país com um déficit de 5,4 milhões de moradias em 2011, de acordo com as mais recentes estatísticas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os preços dos imóveis subiram pouco acima de 10% até outubro deste ano, medidos pelo índice Fipe-Zap, que é calculado com base nos valeres nominais de residências anunciadas no site ZAP.
O aumento esperado para este ano e para o próximo no setor imobiliário ecoa a previsão para os preços ao consumidor em geral. Economistas vêem a inflação medida pelo IPCA subindo 5,9% em 2014 e 5,6% em 2015, acima do centro da meta do governo de 4,5%.
O Banco Central elevou a taxa básica de juros de volta para o patamar de dois dígitos no mês passado, em um esforço para reduzir as expectativas de inflação.
A maioria dos empréstimos hipotecários no Brasil são financiados pela caderneta de poupança, a taxas menores, mas os bancos estão desacelerando a concessão de crédito imobiliário e ao consumidor para protegerem sua posição de caixa e evitarem novas injeções de capital nos próximos meses.
A pesquisa no Brasil está em linha com as pesquisas da Reuters para os mercados dos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e China, locais onde a expectativa também é de que os preços dos imóveis percam força, mas não caiam.
SEM BOLHA Como nas pesquisas anteriores, a maioria dos analistas afirmou que o aumento acentuado dos preços imobiliários nos últimos anos ainda não criou uma bolha no país.
"Se os preços estivessem demasiadamente altos em relação aos custos, o setor de incorporação estaria com lucros recordes, o que não é o caso. Os competidores menos eficientes estão, de fato, na faixa de prejuízos e tendo que ajustar seus modelos de negócios", afirmou Gilberto Abreu, diretor-executivo de Negócios Imobiliários do Santander.
Embora nenhum analista tenha estimado queda de preços para o próximo ano, a maioria vê os valores atuais dos imóveis como um pouco superestimados.
Para 2015, seis analistas enxergam os preços dos imóveis subindo de 5% a 10%, enquanto quatro preveem um avanço de até 5%. Um deles não viu nenhuma mudança nos preços e outro estimou um declínio de até 5%.
Os aluguéis comerciais devem subir no mesmo compasso que o mercado imobiliário residencial em 2014. Em 2015, no entanto, eles devem se estabilizar, segundo a pesquisa.
"O aumento no número de entrega de imóveis comerciais nos próximos trimestres deve colocar pressão sobre o preço atual dos aluguéis", disse o analista do JP Morgan Marcelo Motta, citando especialmente os empreendimentos "triplo A" de São Paulo, de lajes corporativas de alto padrão.
Analistas das seguintes instituições participaram da pesquisa: Banco Fator, Caixa Econômica Federal, Capital Economics, Credit Suisse, Gradual Investimentos, HSBC, Itaú Unibanco, JP Morgan Securities, Poli-USP, Santander Brasil, Tendências Consultoria, XP Investimentos.
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O Globo (RJ): Pedágio urbano, uma discussão na pauta do dia Quem vive numa grande cidade como o Rio sabe bem. De manhã, à tarde ou mesmo à noite, é fácil perder horas em intermináveis congestionamentos. Aquela rua ou avenida que antes servia de acesso rápido a qualquer área do município não existe mais. E não há muito segredo para explicar por que chegamos a essa situação. O modelo de transporte urbano, altamente dependente do automóvel - no Brasil, o consumidor paga mais impostos por uma bicicleta do que por um carro -, reduziu drasticamente a mobilidade. Se a longo prazo a saída é investir em transporte de massa, o problema persiste a curto prazo: o que fazer nos próximos meses, anos? Será que o pedágio urbano, por exemplo, tal como ocorre em Londres e em outras cidades do mundo, ajudaria a reduzir os congestionamentos? Especialistas em transporte e mobilidade, e mesmo o poder público municipal, acreditam que a cobrança da tarifa em algumas áreas será um caminho inevitável para cidades como o Rio, mas a maioria argumenta que essa medida só teria efeito após a criação de alternativas de transporte de massa.
Na avaliação do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em transporte e mobilidade urbana Carlos Henrique de Carvalho, o pedágio urbano tem vantagens. A medida atinge diretamente quem gera ônus para a cidade, ou seja, os motoristas de carros particulares que ajudam a criar os congestionamentos. Para Carvalho, essa política é mais eficaz que o aumento do preço da gasolina, porque este atinge toda a sociedade, inclusive cidades pequenas, que não sofrem tanto com o trânsito, e o transporte público. No mundo, há alguns modelos de pedágio urbano. Um dos mais usados é o de sistema de câmeras. Os veículos, ao entrarem nas áreas restritas, são fotografados, e a cobrança é enviada à casa do proprietário, como ocorre com as multas de pardais eletrônicos. - A desvantagem do pedágio urbano é o perigo da exclusão. Ou seja, só quem pode arcar com esse custo poderá circular por determinadas áreas. A meu ver, o pedágio é bom e pode ser aplicado, como fazem Londres e cidades da Ásia, mas é o último recurso para resolver os congestionamentos. Antes, é preciso investir pesado em transporte de massa de qualidade, criando alternativas ao uso do carro. Outra ação possível a curto prazo é reduzir os espaços para os carros nas vias, como São Paulo e Rio já estão fazendo. Há ainda a alternativa de cobrar pelos estacionamentos em áreas públicas e privadas. Esses recursos poderiam ser destinados a um fundo para financiar o transporte público - argumenta Carvalho. Rush: cada vez mais cedo O prefeito Eduardo Paes defende que o pedágio urbano seja adotado, num futuro próximo, no Centro, que tem o trânsito mais lento da cidade. No Rio, a hora do rush, segundo pesquisa da CET-Rio, começa cada vez mais cedo. Por isso, a companhia antecipou para as 5h o início do trabalho dos operadores de tráfego. Paes diz que o pedágio pode ser criado após a conclusão das obras de ampliação da rede do metrô, de trens e da implantação dos BRTs. - Sou a favor de tudo o que ajude a restringir o uso do carro. Cidade e carro não combinam. Acredito que os futuros prefeitos terão condições de criar esse sistema (pedágio urbano) por conta dos investimentos que estamos fazendo em transporte de alta capacidade, como os BRTs, o VLT, a ampliação do metrô e dos trens - defende Paes. Coordenador nacional do Movimento pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos, Nazareno Stanislau Affonso acredita que a criação de faixas exclusivas para os ônibus já melhora esse serviço e pode atrair mais usuários. Atualmente, segundo ele, o Brasil tem apenas 410 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus, o que corresponde a apenas 0,6% das vias para esse modal. Outra aposta seria restringir os estacionamentos, que passariam a ser uma concessão pública. Teria direito de explorar o serviço quem restituísse ao município a maior soma de recursos. Affonso também é favorável à criação do pedágio urbano. - Não vamos acabar com os estacionamentos porque hoje as ruas estão tomadas pelos automóveis, mas podemos fazer muito. A primeira coisa é reduzir os privilégios para quem tem carro. Quem tem automóvel no Brasil paga estacionamento barato e ainda tem pistas e mais pistas para circular. Cerca de 90% do nosso sistema são ocupados por automóveis. É um sistema antidemocrático. Precisamos devolver os espaços para os ônibus. Com transporte público pontual e gastando menos tempo em ônibus, você começa a mudar o sistema. Na sequência, o pedágio urbano também poderia ser criado. Onde ele foi implantado, funcionou muito bem - ressalta Affonso. Os congestionamentos custam caro à sociedade. Marcos Cintra, professor e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), calculou recentemente o custo de oportunidades perdidas em razão das horas passadas no trânsito. Embora tenha focado a pesquisa na cidade de São Paulo, Cintra acredita que, no Rio, esse cálculo também revelaria valores expressivos. Pelo estudo, os congestionamentos em São Paulo tiveram um custo de oportunidade de R$ 10 bilhões em 2002 e de R$ 30 bilhões no ano passado. - Sabemos que do jeito que está não podemos ficar. A solução a médio e longo prazos é, como sabemos, o investimento em transporte de massa sobre trilhos. Mas essa é uma solução cara e que demanda muito tempo. Então, precisamos adotar medidas de curto prazo. O pedágio urbano é uma saída, mas precisa ser feito com muita cautela. Se não houver alternativa para as pessoas se locomoverem, o resultado será apenas o aumento de arrecadação municipal. As famílias vão perder poder aquisitivo, e os congestionamentos não vão diminuir - afirmou Cintra. Frota do Rio cresceu 62% Um cálculo do GLOBO revela que o Rio tem hoje cerca de 335 veículos por cada quilômetro de via disponível. Nesse ritmo, deverá chegar a 2017 com a mesma proporção existente hoje em São Paulo (423 carros/km). Entre 2001 e 2012, a frota no Rio cresceu 62%. Passou de 1,6 milhão para 2,6 milhões de carros, motocicletas, ônibus, micro-ônibus e caminhões. As motos registraram o maior crescimento: 196%, de 83 mil para 246 mil. Com relação aos automóveis, o aumento foi de 41%. Os especialistas ouvidos pelo GLOBO são unânimes em afirmar que a política de incentivo à compra de veículos e a gasolina barata contribuíram para o aumento da frota nas grandes cidades, bem como para o desenvolvimento econômico e a geração de emprego. Para eles, alterar totalmente esse modelo econômico seria quase impossível. - Muitos países da Europa têm uma relação de 70 veículos para cada 100 habitantes. No Brasil, é de 20 para cada 100 habitantes. Portanto, é um modelo que ainda tem muito para crescer, e isso tem um impacto grande na economia de um país. A Europa, ao contrário do Brasil, decidiu criar vários desincentivos ao uso do automóvel - explica Carvalho.
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