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Reuters (Inglaterra): Brazil's Rousseff heads to Davos for first time to woo investors BY Anthony Boadle (Reuters) - Brazil's leftist President Dilma Rousseff will try to convince the world's business elite in Davos this week that her country is still a good investment despite three years of mediocre growth. The one-time Marxist guerrilla has decided to reach out to the rich and powerful for the first time at the annual World Economic Forum in the Swiss ski resort of Davos to reassure them she is business-friendly and not fiscally profligate.
That is a big turnaround for a leader with a reputation for heavy-handed policies that have squeezed profits of some companies and hurt share prices. Dispelling skepticism about Brazil's future will be an uphill task as Rousseff plans to seek re-election in October. "She will try to convince the international business community that she is more pragmatic than ideological, but no one really expects her government to make a huge effort to balance its fiscal policy in an election year," said Ricardo Ribeiro, a political analyst at MCM consultancy in Sao Paulo. The once-booming Brazilian economy grew just 1 percent in 2012, and capital outflows last year were the highest since 2002. Public spending is rising steadily and tax revenues have slowed due to weak growth and tax breaks aimed at stimulating industries, raising the risk of a credit downgrade this year. Brazil is no longer the darling of Wall Street it was during the commodity-fueled expansion enjoyed by Rousseff's predecessor and mentor, Luiz Inacio Lula da Silva, who, unlike Rousseff, was a regular fixture at Davos. Business leaders blame Rousseff for cooling investor appetite for Brazil with her penchant for excessive government interference in the economy. Some "creative" accounting measures taken to meet savings targets also undermined the standing of her economic team, but Rousseff has resisted calls to replace Finance Minister Guido Mantega. His poor credibility among financial professionals has meant that the president herself has had to take on the task of assuring investors that her government will stick to fiscal discipline and keep inflation under control. Mantega, who plans to join Rousseff in Davos, has seen his credibility crumble after he burned investors with frequent changes to tax rules, missed fiscal goals and overly optimistic growth predictions. Promoting Brazil Presidential aides said Rousseff decided it was time for a personal visit to Davos so she could show investors Brazil wants their business, explaining private concessions her government is granting to build roads, railways, airports and other badly needed infrastructure. "Financial markets are not understanding Brazil well," said Marcelo Neri, the minister of strategic affairs and head of the government economic think tank Ipea. "Private investment is fundamental for Brazil and the president must show the country's potential and listen to investors so the way we do things can be tweaked," Neri told foreign media last week. For the last decade, Brazil's ruling Workers' Party has focused on reducing poverty and expanding domestic consumption, an engine of growth that has run out of steam. To recover momentum, Brazil now needs to raise investment sharply from the current 19 percent of GDP, less than half the rate of China. Rousseff will speak publicly in Davos on Friday and later attend a fully booked private session with investors, economists and executives of top multinational companies. The interest in the Brazilian leader is no surprise: She is widely favored to win a second term and decide the direction of the world's seventh largest economy for another four years. After Davos, Rousseff will travel to a regional summit in communist-run Cuba where she and Cuban President Raul Castro will inaugurate a $900 million container terminal built in the port of Mariel by Odebrecht ODBES.UL, one of Brazil's biggest multinational conglomerates. Mariel is expected to become a major Caribbean port when the U.S. trade embargo on Cuba is lifted one day. Rousseff's office stressed that Rousseff's visit to Cuba was more business than politics. "This is not about leftist ideology. Brazil is positioning itself strategically by investing in post-Castro Cuba," a presidential aide said.
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Jornal do Commercio (RJ): Dilma tenta atrair investidor Em sua primeira visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, nesta semana, presidente buscará dissipar o ceticismo no exterior sobre o Brasil. Objetivo é assegurar que seu governo adota postura amigável com empresas e responsável pelo lado fiscal
A presidente Dilma Rousseff tentará convencer nesta semana a elite empresarial do mundo em Davos de que o país ainda é um bom investimento, apesar de três anos de baixo crescimento. Será a primeira visita de Dilma ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O objetivo é assegurar aos ricos e poderosos que ela adota postura amigável com empresas e responsável pelo lado fiscal.
É uma grande reviravolta para a presidente, que desenvolveu uma reputação por medidas de mão pesada que apertaram os lucros de algumas companhias e prejudicaram os preços das ações. Dissipar o ceticismo sobre o futuro do Brasil será uma tarefa difícil antes do processo eleitoral em outubro.
“Ela tentará convencer a comunidade empresarial internacional de que é mais pragmática que ideológica, mas ninguém realmente espera que o governo faça um esforço imenso para equilibrar a política fiscal no ano eleitoral”, afirmou o analista político da MCM Consultores, Ricardo Ribeiro.
A economia brasileira cresceu apenas 1% em 2012 e as saídas de capitais tiveram o maior fluxo desde 2002. Os gastos públicos registraram gradual expansão e as receitas tributárias desaceleraram devido ao fraco crescimento e às maiores desonerações feitas com objetivo de estimular indústrias, elevando o risco de rebaixamento de crédito neste ano.
O Brasil não é mais a menina dos olhos de Wall Street que foi durante a expansão alimentada por commodities na época do governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010). Ele, ao contrário de Dilma, participava regularmente de Davos.
Aberto a negócios Assessores presidenciais disseram que Dilma decidiu que era o momento de uma visista pessoal a Davos para mostrar a investidores que o Brasil está aberto a negócios, explicando concessões privadas para rodovias, ferrovias, aeroportos e outros tipos de infraestrutura fortemente necessários.
“Os mercados financeiros não estão entendendo bem o Brasil”, afirmou o ministro da Secretaria de Assuntos Especiais e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri.
“Investimento privado é fundamental para o Brasil e a presidente precisa mostrar o potencial do país e ouvir investidores de forma que a maneira como fazemos as coisas possa ser ajustada”, disse Neri à imprensa estrangeira na semana passada.
Dilma falará publicamente em Davos na próxima sexta-feira e comparecerá a uma sessão lotada privada com investidores, economistas e executivos das principais companhias multinacionais.
O interesse na presidente não é uma surpresa: espera-se amplamente que ela conquiste um segundo mandato e decida a direção da sétima maior economia do mundo por mais quatro anos.
Após o Fórum Econômico de Davos, a presidente viajará para a cúpula regional em Cuba, onde ela e o presidente cubano, Raúl Castro, inaugurarão um terminal de contêineres de US$ 900 milhões construído no porto de Mariel pela Odebrecht, um dos maiores conglomerados multinacionais brasileiros. Espera-se que Mariel torne-se um importante porto caribenho quando o embargo comercial dos Estados Unidos contra Cuba for revogado.
Estratégia O gabinete de Dilma sublinhou que a visita dela a Cuba deve-se a negócios mais do que a política. “Isso não diz respeito a ideologia esquerdista. O Brasil está se posicionando estrategicamente ao investir na Cuba pós-Castro”, disse um assessor do presidência.
Ontem, em entrevista para rádios de Minas Gerais, Dilma disse que seu governo tem feito um “grande esforço” para que a inflação convirja para o centra da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% ao ano. Afirmou ainda que manterá os esforços da manutenção da solidez dos fundamentos econômicos. Segundo ela, esta é uma preocupação sua desde que assumiu o governo em 2011 e não apenas por este ser um ano eleitoral.
“Nós estamos fazendo um esforço grande para fazer a inflação convergir para o centro da meta”, disse a presidente. “Desde 2011 nós estamos lutando e batalhando diariamente, primeiro para manter os fundamentos econômicos sólidos e segundo para garantir políticas sociais. Esse é o desafio, não por conta da eleição, em qualquer momento, em qualquer segundo, em qualquer minuto.”
Desde que Dilma assumiu a Presidência, em janeiro de 2011, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem se mantido próxima do teto da meta, de 6,5% ao ano.
A alta dos preços bateu o teto da meta em 2011 para recuar no ano seguinte, ficando em 5,84%. No ano passado, no entanto, ela voltou a acelerar um pouco fechando o ano em 5,91%. Pesquisa feita pelo Banco Central junto ao mercado divulgada ontem apontou expectativa de inflação de 6,01% em 2014.
Superávit Durante entrevista, a presidente também comentou os esforços do governo para cumprir a meta de superávit primário e pediu participação de estados e municípios no cumprimento das metas fiscais. “Nós cumprimos o superávit primário de R$ 75 bilhões e queremos muito que os governos estaduais, que os governos municipais participem deste esforço de robustez fiscal que é necessário para o Brasil”, disse.
Dilma também fez uma breve avaliação do cenário econômico externo e disse esperar que os efeitos do fim dos estímulos econômicos dados pelo banco central dos Estados Unidos à economia norte-americana sejam menos severos do que se pensava. “Quando os Estados Unidos começaram a sair do programa de expansão monetária, houve flutuação para todo mundo, para nós também, mas está estabilizando. E eu acho que será muito menos dramático do que se pensou no início”, comentou.
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Chamada Pública nº 005/2014
Chamada Pública nº 005/2014 - Projeto "Cumulatividade tributária e competitividade da economia brasileira" Vagas: 01 (um) Doutor Requisito Mínimo: Possuir título de doutor na área de Economia Prazo de inscrição: 21 de Janeiro a 11 de Fevereiro de 2014 Resultado: A partir de 18 de Fevereiro de 2014 Início das bolsas: Março de 2014 Chamada Pública nº 005/2014 Acesse aqui para cadastrar seu currículo
Informações básicas: Obs: Este texto é apenas informativo e não substitui o conteúdo da Chamada Pública.
Atenção: Os candidatos que apresentarem proposta para os processos de seleção em aberto, quando do cadastramento do currículo, devem mencionar no campo "Projeto de atuação pretendido no Ipea" o nome do projeto ao qual desejam concorrer à bolsa.
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Valor Econômico (SP): Empresas se unem a clientes e rivais em busca de inovação Um dos mais novos projetos de pesquisa da WEG, um gerador eólico de grande potência, que está sendo desenvolvido com investimentos de R$ 160 milhões, ocorre em parceria com o usuário final do produto, a Tractebel, geradora de energia multinacional. É a primeira união desse porte na área de pesquisa da WEG, mas revela uma tendência: as maiores empresas inovadoras do país estão realizando com cada vez mais frequência pesquisas em parceria com outras companhias. E não só com clientes ou fornecedores. Chegam a se unir até mesmo com rivais para buscar inovação em conjunto.
O Valor conversou com três executivos das maiores empresas inovadoras do país para entender os principais aspectos de sua estratégia de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nos anos mais recentes. De acordo com ranking global da Comissão Europeia, divulgado em novembro, oito empresas brasileiras apenas encontram-se no seleto grupo das 2.000 empresas de capital aberto que mais investiram em P&D no mundo em 2012. São elas: Vale , Petrobras, Embraer, Totvs, CPFL Energia, WEG, Braskem e Itautec, nessa ordem.
Com a união com a Tractebel em torno de um gerador eólico de 3,3 MW, superando a potência mais comum ofertada hoje no mercado nacional, que está na faixa de 2 MW, a WEG não precisa ter um campo de testes específico para o novo produto. Vai usar a experiência e os retornos obtidos com a Tractebel para 'afinar' o produto antes de sua comercialização no mercado. A união vai propiciar mais agilidade na pesquisa e troca de conhecimento entre as duas empresas, além de acesso a um financiamento específico, uma vez que a Tractebel conseguiu recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o projeto.
As parcerias de diferentes tipos também se tornaram mais comuns na estratégia de P&D da Braskem. A petroquímica fechou em 2009 com a Novozymes, produtora de enzimas industriais, o desenvolvimento conjunto do polipropileno verde (plástico verde), feito a partir de cana-de-açúcar. Em 2013, ela se uniu à americana Genomatica, da área de biotecnologia, com a qual pesquisa o butadieno verde, matéria-prima alternativa, voltada ao mercado de borrachas sintéticas, suprido hoje pelo butadieno de base nafta.
"Pensa numa montadora, ela tem seus fornecedores, mão de obra e vai juntando partes e montando isso dentro de casa. A gente tem operado muito dessa maneira, usando centros de pesquisa, universidades, e até outras empresas, mesmo as que estão no mesmo segmento e que são nossos concorrentes", diz Edmundo Aires, vice-presidente de tecnologia e inovação da Braskem, sem revelar outras empresas parceiras, mas destacando o fato de estarem atuando muito por meio da "inovação aberta".
Na inovação aberta, os concorrentes tentam desenvolver alguns tipos de tecnologias mais básicas em conjunto, compartilhando esse resultado, mas quando ocorrem os próximos passos, cada empresa passa a atuar sozinha.
"Nos estágios iniciais da pesquisa, especialmente em áreas do conhecimento ainda emergentes [como nanotecnologia], a associação é mais frequente, porque os riscos e os custos são grandes, e as empresas ainda nem sabem o que pode resultar dali", diz o pesquisador do Ipea, Luiz Ricardo Cavalcante. A inovação aberta tem se tornado mais comum no país justamente na etapa inicial. Mas à medida que as empresas passam à pesquisa aplicada, cada vez mais fazem questão de deter a propriedade intelectual do que desenvolvem.
As grandes empresas inovadoras atuam de forma diferente da média das companhias brasileiras não só na questão das parcerias. As mais inovadoras também têm em comum o fato de serem todas grandes empresas; de estarem sempre em contato com diferentes universidades, no país e no exterior; de procurarem manter o investimento em P&D constante, independentemente se a economia do país vai bem ou vai mal. Além disso, elas utilizam financiamentos subsidiados pelo governo federal para os seus projetos mais arriscados e de mais longo prazo e entendem inovação como um processo que pode surgir não só nos seus núcleos de pesquisa, mas em todos os seus departamentos. E isso engloba desde mudanças simples, como um novo posicionamento das máquinas na fábrica, a até mudanças relacionadas à criação de produtos e processos, com "inovação de ruptura", aquela que quebra paradigmas estabelecidos. Segundo pesquisadores ouvidos pelo Valor, essa manutenção do investimento em P&D mesmo quando o cenário econômico é adverso contraria a média do mercado, que faz inovação de maneira pró-cíclica. Essa diferença ocorre pelo entendimento de que, apesar de a pesquisa ser algo custoso e de longo prazo, é por meio dela que a empresa terá mais chances de se sobressair frente aos rivais.
"Quando o dinheiro começa a ficar escasso, as empresas, em geral, cortam em P&D porque os seus resultados são de longo prazo. Mas cada caso é um caso. Em determinadas empresas, justamente em momento de crise pode ser que seja preciso lançar um produto que sem o qual não sobrevivem na própria crise", diz Cavalcante, do Ipea.
WEG, Totvs e Braskem informaram que têm mantido constantes ou em elevação os investimentos em P&D, mesmo com o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos três anos.
"P&D não se faz em um ano, leva de três a 10 anos ou até mais, dependendo do projeto. Uma empresa que tem estratégia de inovação tem que investir de forma regular por longo período, independentemente se faz sol ou chuva, se o céu é de brigadeiro ou se tem tempestade, pois uma coisa que estamos pensando agora só vai muitas vezes aparecer [no mercado] daqui a 10 anos", explica Aires.
A Braskem nos últimos dois anos destinou à inovação R$ 200 milhões anuais. Em 2014, para melhor se preparar ao desafio de competitividade mundial trazido pelo gás de xisto descoberto nos Estados Unidos, estima-se que a verba de P&D poderá ficar um pouco maior: R$ 210 milhões.
Na WEG, o percentual voltado à P&D manteve-se em 2,5% da receita líquida anual nos últimos 20 anos, independentemente do cenário, diz Antônio Cesar da Silva, diretor de marketing corporativo.
Na lista da Comissão Europeia, essas três empresas mantiveram em alta os investimentos em P&D entre 2011 e 2012 e também em uma análise do triênio 2010-2012, embora essa não seja uma tendência observada em todas as oito companhias que aparecem no ranking. Os recursos da WEG aumentaram 7,6% entre 2011 e 2012 e 20,5% entre 2010 e 2012. A Braskem ampliou em 7,2% em 2012 contra o ano anterior e em 17,1% em três anos. A Totvs incrementou essa verba em 19,9% em um ano e em 13,8% em três anos.
"Os investimentos são constantes, porque sem inovação a gente não perdura como empresa de software", afirma Gilsinei Hansen, vice-presidente de sistemas e segmentos da Totvs, empresa voltada a sistemas de gestão integrada.
Um dos grandes projetos da Totvs é a tecnologia fluida, que é uma tecnologia rápida de adotar, fácil de usar, simples, móvel (usada em tablets e smartphones) e que promove aumento da produtividade, compartilhamento e colaboração. Com essa tecnologia, a Totvs afirma querer sair na frente de seus concorrentes na América Latina.
As mais inovadoras do país veem na pesquisa uma forma de colocá-las de fato em uma melhor condição de competição, não só no mercado nacional, mas diante dos rivais internacionais. "Temos que vencer as brigas pelo mundo na concorrência. Motores elétricos, por exemplo, são uma tecnologia muito antiga, plenamente dominada em muitos cantos do mundo, mas fazer motores mais eficientes e mais confiáveis têm a ver com processos, com engenharia e pesquisa, e é isso que os diferencia", diz Silva, da WEG. Segundo ele, os principais focos de pesquisa e desenvolvimento da empresa em motores são a melhora da eficiência e da confiança.
Na Braskem, uma das questões concorrenciais mais importantes hoje é o desafio do gás de xisto americano, que proporciona matérias-primas e produção de energia mais barata. "Há uma conjugação de fatores que vai nos levar a pensar em como ter competitividade frente a uma situação bastante desafiante, que é essa vantagem dos Estados Unidos", diz Aires. "Temos que buscar alternativas e elas virão a partir de inovação", acrescentou, sem revelar as pesquisas em andamento para fazer frente especificamente ao xisto.
Tanto Braskem quanto WEG e Totvs possuem projetos de inovação de diferentes portes, desde aqueles projetos que tratam apenas de melhorias incrementais em produtos e processos já existentes (inovação voltada para o passado), até projetos de grande envergadura, as chamadas inovações de ruptura, geralmente voltadas para o futuro e nas quais as apostas são mais altas, e onde a empresa pode mais facilmente criar algo de fato novo no seu setor de atuação.
"Dá para buscar alternativas de inovação na própria simplicidade, como o rearranjo de processos", diz Silva, citando que a WEG usa com frequência contribuições de funcionários. Para isso, mantém comitês de discussão constantes, voltados a sugestões de seus trabalhadores (desde o chão da fábrica) para inovação, além de a cada nove meses reunir um comitê de pesquisa com pessoas específicas da área de pesquisa da própria empresa e professores de universidades brasileiras e do exterior, criando uma rede de colaboradores. "O objetivo não é sair dessa reunião com um produto para entrar na nossa linha. É um olhar de longo prazo, estratégico", ressaltou.
Outras empresas que aparecem na pesquisa foram procuradas, mas não concederam entrevista. A Petrobras, por e-mail, informou que possui colaboração de 122 universidades e institutos de pesquisa brasileiros, e que vem criando iniciativas para promover a participação de fornecedores durante o desenvolvimento de projetos, como forma de acelerar a transferência de tecnologias e a introdução da inovação ao mercado.
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A Tribuna (Santos): Dilma é aguardada com ansiedade em Davos
O Blog do Planalto, mantido pela Presidência da República, divulgou uma entrevista com o fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. No texto, ele diz que os quase 2,5 mil líderes globais e empresários que estão reunidos em Davos, na Suíça, estão ansiosos pelo discurso que a presidente Dilma Rousseff fará amanhã.
Segundo o Blog do Planalto, Schwab disse que o Brasil tem um futuro bastante promissor e espera ouvir de Dilma como o País vai assumir seu papel como uma grande potência no mundo. “Nós também estamos ansiosos para ouvir dela sobre suas políticas futuras, que precisam relançar objetivos e, ao mesmo tempo, garantir que todos os pobres que hoje são deixados à margem do desenvolvimento econômico serão integrados ao sistema de bem-estar social”, comentou o presidente do Fórum.
O blog da Presidência da República relata ainda que Schwab mostrou interesse em conhecer as políticas de inclusão social desenvolvidas no Brasil.“ 2014 é um ano muito importante para o Brasil. É o ano da Copa do Mundo, o ano da presidência brasileira e, claro, também é ano das eleições. Estamos ávidos para ouvir a presidente sobre suas políticas de inclusão social, porque a inclusão social é o problema que está em mente para os participantes do fórum anual em Davos”
“SITUAÇÃO BIPOLAR” Marcelo Neri, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disse, em Davos, que o Brasil talvez esteja “numa situação bipolar”, com excesso de otimismo da população e excesso de pessimismo dos empresários. O excesso de otimismo da população pode reduzir a poupança e o esforço educacional, enquanto o excesso de pessimismo dos empresários reduz o investimento. Neri participou, no Fórum Econômico Mundial, de um debate sobre a ascensão da classe média no mundo, apresentando números sobre o fenômeno no Brasil.
De 2003 até novembro de 2013, segundo seus dados, 54 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, cujo total saiu de 67 milhões para mais de 120 milhões. Notando que 54 milhões formariam o 23º país mais populoso do mundo, Neri disse que se tratava de uma “transformação gigantesca”.
Com dados até novembro de 2013, ele observou que o crescimento anual do PIB per capita está em 1,5%, enquanto a mediana da renda real domiciliar per capita da PME (pesquisa que abrange as seis principais regiões metropolitanas) cresceu 5,2%. (Estadão Conteúdo).
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18366. O Estado de São Paulo (SP): Segunda fase do 'Minha Casa' registra piora do desempenho na baixa renda
O Estado de São Paulo (SP): Segunda fase do 'Minha Casa' registra piora do desempenho na baixa renda Programa vitrine do governo do PT, o Minha Casa Minha Vida, em sua segunda fase, vem entregando em ritmo mais lento as moradias destinadas à população de baixa renda, onde se concentra o déficit habitacional do País.
Por Murão Rodrigues Alves
De acordo com dados do Ministério das Cidades, a segunda etapa do programa (2011-2014) conseguiu entregar até o fim do ano passado 75% de todas as moradias contratadas às famílias enquadradas na faixa 2, com renda entre R$ 1,6 mil e R$ 3,275 mil mensais. Já para as famílias da faixa 1, com renda familiar de até R$ 1,6 mil, foram concluídas até agora apenas 15% de todas as moradias contratadas.
Na primeira etapa do programa, em 2009 e 2010, a discrepância nos resultados existe, mas é menor. Foram entregues 96% de todas as unidades contratadas pelos clientes da faixa 2. Para a faixa 1, o número de moradias entregues é de 82%. Na faixa 3 (renda de até R$ 5 mil), 81% das unidades habitacionais da primeira fase do programa foram concluídas. Na segunda fase, o número é de 30%.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado à Presidência da República, constatou que, embora tenha havido uma redução no déficit habitacional do País entre 2007 e 2012, na faixa de até 3 salários mínimos ocorreu o inverso: o índice subiu de 70,7% para 73,6% nesses cinco anos. O Minha Casa Minha Vida foi criado em 2009 justamente para combater o déficit habitacional do Brasil. No entanto, a presidente Dilma Rousseff reconheceu, em novembro do ano passado, que o problema não foi superado e defendeu a prorrogação do programa, que subsidia a compra de imóveis.
Crescimento 73,6% era o déficit habitacional em 2012 nas famílias com renda de até três salários mínimos, segundo o Ipea. Em 2007, esse déficit era de 70,7%. Custo. A lentidão para a entrega dos imóveis aos mais pobres se deve, segundo o governo, às exigências para a construção e a aquisição dos empreendimentos da fabía 1, cujo subsídio pode chegar a 95% do imóvel. De 2009 a 2013, o governo federal desembolsou R$ 73,2 bilhões em subsídios para os empreendimentos da faixa 1 e R$ 6,3 bilhões para os da faixa 2. As unidades habitacionais destinadas aos mais pobres precisam seguir um rito: o governo federal, por meio dos bancos oficiais, contrata uma empresa para a construção do empreendimento, que, depois de pronto, é entregue aos beneficiários selecionados pelas prefeituras. Cada etapa desse processo, que, em média, segundo o Ministério das Cidades, leva dois anos para ser concluído, é acompanhada pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil.
Nos imóveis destinados às outras faixas, há mais de uma alternativa para a construção e aquisição dos imóveis. Por exemplo, as empresas podem construir com recursos próprios ou outros tipos de financiamentos, respeitando as características e preços do programa. Em seguida, vendem os apartamentos ou as casas a clientes que se enquadrem nas regras do programa.
"Os ritmos têm curvas de comportamento diferentes quando observadas as faixas 2 e 3 e a faixa 1", reconheceram, em nota, o Ministério das Cidades e a Caixa. "Entretanto, a tendência natural é que, nos próximos três anos, a partir deste, a quantidade de unidades entregues na faixa 1 supere as demais." Segundo os órgãos, quase 1 milhão de unidades habitacionais da faixa 1 foram contratadas depois de 2012, ou seja, ainda estão em processo de construção para serem entregues às famílias selecionadas pelos governos municipais. Somando as duas etapas do programa, foram entregues 537.600 unidades habitacionais, de 1430.916 contratadas nessa faixa.
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Folha de São Paulo (SP): Em dois anos, 75% da população será de classe média, prevê Itaú Por Clóvis Rossi
Ricardo Villela Marino, executivo-chefe para América Latina do Itaú Unibanco, tocou música para os ouvidos do público de Davos, ao anunciar que 75% dos brasileiros estarão na classe média de hoje até 2016.
Classe média significa consumo, que significa bons negócios, e bons negócios são o que mais perseguem os executivos que compõem a principal clientela do encontro anual na cidade suíça.
Mas classe média numerosa tem uma vantagem adicional, política: "Uma classe média que se sinta parte da economia contribui para a estabilidade política", diz Rob Davies, ministro do Comércio e Indústria da África do Sul.
Um segundo efeito político foi apontado por Villela Marino, mas este é no mínimo polêmico: "Quando os pobres sobem para a classe média, o voto não está mais atado a benefícios sociais".
No Brasil, pelo menos, há inúmeros pesquisas que mostram que programas de inclusão social atam, sim, o voto aos governantes que os introduzem ou ampliam.
Por essas e outras razões, o tema classe média permeou duas das sessões de ontem do Fórum Econômico Mundial. A previsão do executivo do Itaú impressiona ainda mais se somada aos dados que esgrimiu, depois, o ministro de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri: de 2003 a 2013, 54 milhões de brasileiros subiram para as classes A, B e C.
Se a nova classe média fosse um país, seria o 23º mais populoso, à frente da Espanha, compara Neri.
Como já havia 67 milhões na classe média, pelas contas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), tem-se que o Brasil está hoje com 121 milhões de pessoas --ou dois terços da população-- na classe média.
Se a previsão de Marinho se confirmar, seriam 39 milhões de uma novíssima classe média, até chegar, portanto, aos 75% da população.
Pelos critérios da Secretaria de Assuntos Estratégicos, fazem parte da classe média (classe C) famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019.
ARMADILHAS O aumento da classe média, fenômeno mundial, mas particularmente forte na região da Ásia Pacífico, não traz apenas flores, constataram os debatedores.
Para Enrique García, presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), esse avanço pode provocar o que os economistas chamam de "armadilha da renda média". Traduzindo: os pobres têm um ganho de renda, mas estacionam no novo patamar e dele não conseguem sair.
Para essa armadilha, "o calcanhar de Aquiles é a baixa qualidade da educação", diz o executivo da CAF.
Uma segunda questão é o pipocar de manifestações em inúmeras partes do mundo, em geral tendo como eixo a classe média (nova ou antiga).
Maurício Macri, prefeito de Buenos Aires e único candidato presidencial assumido para 2015, cunhou uma bela frase de efeito para se referir aos protestos: "Um pobre de hoje é rico em informação e milionário em expectativas". Logo, sai às ruas para cobrar dos governos.
Os debates não serviram, em todo o caso, para esclarecer o que, exatamente, é classe média. "É uma definição muito arbitrária", disse, por exemplo, o ex-presidente mexicano Ernesto Zedillo.
Neri preferiu brincar com uma antiga definição americana: classe média seria quem possui dois carros, dois cachorros e uma piscina.
Se é assim, a classe média dos EUA está minguando, disse Laura D'Andrea Tyson (Universidade da Califórnia, em Berkeley): "A classe média não se recuperou das grandes recessões".
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Diário do Comércio (SP): Lojistas querem criar 'rolezódromos' Proposta foi feita pela associação de lojistas de shoppings ao governador Geraldo Alckmin. Espaços poderiam ser patrocinados por âncoras dos centros de compras
O presidente da Associação dos Lojistas de Shopping (A lshop), Nabil Sahyon, pediu ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) a criação de espaços de lazer na periferia da cidade para conter os chamados "rolezinhos". Os dois se reuniram na segunda- feira para tratar do assunto. "O governador garantiu que vai disponibilizar espaços adequados para que esses jovens possam reivindicar o que quiserem", afirmou Nabil, ontem, em entrevista coletiva. Os "rolezinhos" são encontros de jovens marcados pela internet, que reúnem diversas pessoas, principalmente em shopping centers. O encontro, segundo os próprios organizadores, não tem a intenção de protestar e sim de promover a integração entre os jovens. "Todos são bem-vindos, mas a entrada de milhares de pessoas ao mesmo tempo compromete a segurança desses estabelecimentos. Pode haver um acidente e o shopping será responsabilizado. Shopping não é lugar de baile funk" disse Sahyon. Show–De acordo com a proposta da Alshop, os espaços poderão ter shows patrocinados por grandes lojas dos centros de compras. A associação terá, na semana que vem, uma reunião com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Marta Suplicy (Cultura). "Se o governo federal sugerir que todos os Estados disponibilizem áreas de lazer, como será feito em São Paulo, as expectativas desses jovens serão atendidas", afirmou o presidente da Alshop aos jornalistas. O empresário também rejeitou a ideia de que os centros comerciais tenham agido de forma preconceituosa. "Fatos isolados podem acontecer, mas não se pode generalizar a percepção de que os shoppings são racistas porque uma pessoa foi racista", disse Sahyon, referindo-se aos casos em que alguns estabelecimentos selecionaram a entradade jovens no local. Exagero – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse ontem que há "exagero" na reação de entidades comerciais contra os chamados "rolezinhos". "Está havendo um certo exagero. Nada que uma boa conversa não resolva (...) É mais uma questão de conversa, pactuação e acordo do que propriamente repressão", afirmou Haddad, que listou ações da Prefeitura para lidar com os "rolezinhos". Entre elas, a autorização para a realização de bailes funk em clubes municipais. Davos – Ao falar ontem em um debate sobre a ascensão da classe média no mundo, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, Marcelo Neri, ministro- chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), comentou os "rolezinhos" dizendo que o fenômeno está ligado ao fato de que o Brasil está no pico da sua população jovem, que agora conta com 51 milhões de pessoas. Neri acrescentou que o problema não é exclusivo do Brasil, com manifestações da juventude atingindo outros países emergentes, como a África do Sul. "Manifestações estão estourando em toda a parte, e as pessoas não têm agenda", disse o ministro. Ele associou o movimento no Brasil também à fase estável de dez anos de crescimento com queda da desigualdade. "Depois de dez anos, as pessoas querem outra agenda. A casa das pessoas melhorou, mas fora de casa a infraestrutura e a aparência externa não acompanharam", disse Neri. (Agências). Rolezinhos dão prejuízo de 25% A Alshop estima que o movimento de consumidores nos shopping centers em dias de "rolezinhos" de jovens tenha caído pelo menos 25%, afetando o faturamento das lojas e restaurantes. "Tivemos reclamações de vendedores dentro dessas lojas, com comissões diminuindo", disse o presidente da associação, Nabil Sahyoun, sem precisar o impacto financeiro estimado pela entidade. Na coletiva de imprensa concedida ontem, ele afirmou que os "rolezinhos" afetam a atividade do varejo, ressalvando, por outro lado, "que as manifestações de junho do ano passado trouxeram muito mais prejuízo do que esses movimentos que acontecem hoje". Sahyoun acrescentou que a orientação dada aos shoppings é que permitam a livre entrada de pessoas. Diante dos "rolezinhos", os empreendimentos decidem individualmente como agir. "Cada um tem seu critério para permitir a ocorrência ou não. Com "rolezinho" de 30 a 40 pessoas, alguns podem optar por manter (as portas abertas)", disse. Com mais gente, afirmou Sahyoun, os centros de compras podem optar pelo fechamento para não terem que responder por problemas ocorridos em "evento de 1 mil, 2 mil pessoas". Separadamente, os shoppings evitam comentar sobre os prejuízos causados pelos encontros dos jovens. No domingo, o shopping Leblon, no Rio de Janeiro, administrado pela Aliansce, decidiu não abrir as portas depois que um "rolezinho" foi marcado naquela data. A assessoria de imprensa do empreendimento não deu informações sobre prejuízos, limitando-se a informar que o shopping recebe, em média, 700 mil visitantes ao mês. Aos domingos, o número costuma ser menor, já que o shopping abre mais tarde, às 15 horas. O shopping Itaquera, em São Paulo, informou que já investiu R$ 300 mil em segurança, treinamento e advogados por causa dos encontros, valor que não estava previsto em seu plano de negócios. No dia 11 de janeiro, a Polícia Militar paulista reprimiu um "rolezinho" no local com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Entre outros empreendimentos onde ocorreram os encontros estão o JK Iguatemi, Campo Limpo, Internacional Shopping Guarulhos. Cidade vai ganhar 45 mil habitantes por ano até 2030 U m estudo divulgado pela Fundação Seade aponta que São Paulo irá ganhar 45.571 habitantes por ano até 2030. Atualmente, a população da cidade é de 11,5 milhões, mas a estimativa é que ela atinja 12,2 milhões daqui a 16 anos, um crescimento médio anual de 0,38%. O distrito que terá maior taxa de crescimento anual é o de Vila Andrade (zona sul), com 1,68%, seguido de Anhanguera (1,67%), na zona oeste, e Iguatemi (1,26%), na zona leste. Por outro lado, 29 dos 96 distritos vão ter redução de habitantes. As quedas serão maiores em Alto de Pinheiros (0,64%), na zona oeste, San tana (queda de 0,52%), na zona norte, e Socorro (queda de 0,48%), na zona sul. Em números absolutos, o Grajaú (Zona Sul), hoje o distrito mais populoso (372,5 mil habitantes), continuará no topo da lista em 2030. Marsilac, na outra ponta (8.283), continuará sendo a região menos populosa. A idade média do morador da Capital, hoje em 34,71 anos, será de 39,08 em 2030. (Folhapress).
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Correio Braziliense (DF): 48% dos servidores inativos
Por Bárbara Nascimento
Pesquisa aponta que a proporção de aposentadorias no setor púbico é elevada. Como quase 40% dos ativos têm hoje entre 46 e 60 anos, essas estatísticas serão engrossadas nos próximos anos
Um estudo divulgado ontem, pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), mostra que o rejuvenescimento do funcionalismo é mais que um anseio: torna-se, a cada dia, uma necessidade. Os números do levantamento, referentes a 2013, apontam que quase metade (48%) dos servidores públicos dos Três Poderes e do Ministério Público Federal está aposentada. No executivo civil, os inativos já são a maior parcela: somam 52% do quadro. Entre os militares, 45% estão reformados.
Entre as cidades, os aposentados estão, sobretudo, no Rio de Janeiro e em Brasília – em ambas, 61% dos funcionários públicos não são mais ativos. Além disso, 37% dos servidores civis têm, atualmente, entre 46 e 60 anos, segundo estudo anterior da escola. Ou seja: devem, em breve, engrossar as estatísticas. Nos demais Poderes, a proporção é menor, mas ainda assim significativa: 27% no Legislativo e 19% no Judiciário. No Ministério Público, apenas 14% se aposentaram.
“O Executivo tem um histórico de mais de 100 anos de instituições. Além disso, o quadro de pessoal é enorme e complexo”, explica o diretor de Comunicação e Pesquisa e da Enap, Pedro Luiz Cavalcante. Não à toa, os aposentados e os pensionistas representam a maior parte dos servidores em diversos órgãos estratégicos.
Cavalcante pontua que, apesar de o número de funcionários aposentados no Executivo ser considerável hoje, essa proporção já atingiu patamares superiores em outros momentos. Em 2004, bateu o auge dos últimos 15 anos: 57%. Após isso, começou um processo de redução, e a quantidade de aposentadorias caiu bruscamente. Passou, por exemplo, de 17,9 mil em 2003 para 7,5 mil no ano seguinte e para 6,4 em 2005. Em 2012, 14,6 mil solicitações desse benefício foram registradas e 20,1 mil novos ingressos aconteceram.
O diretor da Enap ressalta que a razão da queda abrupta foi a reforma previdenciária. Até então, o servidor se aposentava com o salário integral. A partir de 2003, passou a poder receber apenas 80% da remuneração. “O governo diminuiu os incentivos à aposentadoria. Criou, por exemplo, o abono permanência (uma taxa extra paga ao funcionário que chega na idade de parar de trabalhar e opta por continuar em atividade), com o qual o funcionário continua ganhando a renda integral, além do adicional”, explica.
Alexandre Cunha, técnico do Departamento de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), comenta que a reforma deu fôlego para que o governo suporte uma máquina pública com tantos aposentados. “A expectativa é de que, após concluída a implementação (em 2038), o custo do sistema previdenciário seja equilibrado”, argumenta.
Em conta Segundo o estudo da Enap, o abono permanência tem sido adotado por cada vez mais pessoas ao longo dos anos. Em 2004, quando foi implantado, o benefício representava 0,3% das despesas do Executivo com pessoal. No ano passado, correspondeu a 1% dos gastos. O representante do Ipea diz que, teoricamente, o abono deve custar menos para o governo. Isso porque manter, por meio de um adicional, um funcionário já existente evita que a União tenha que pagar, além da aposentadoria, o salário para o novo servidor que ocupará a vaga.
Para a professora Carmem Migueles, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), porém, o benefício de adiar a aposentadoria pode ser positivo na medida em que “há uma necessidade de tomar decisões conhecendo as implicações dessa mão de obra qualificada”. “Não há condições de mandar para cada um profissional especializado e que quer trabalhar”, diz.
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Folha de São Paulo (SP): Emprego para mais velhos é o que mais cresce no país
Uma discussão tem sido travada nesses últimos anos de mercado de trabalho aquecido: o Brasil vive ou não situação de pleno emprego. Ao menos para os mais velhos, tal condição é uma realidade.
Aqueles com mais de 60 anos que procuram emprego encontram facilmente. O total de pessoas ocupadas nesse grupo etário cresceu 6,8% entre o segundo trimestre de 2012 e o mesmo período de 2013, segundo levantamento feito pela Folha a partir da nova Pnad contínua, que abarca 3.500 municípios. Foi, de longe, a faixa etária que mais avançou: mais de cinco vezes a média (1,1%). A taxa de desemprego para o grupo maduro caiu de 2,2% para 1,8% nesse período. Ou seja, de cada 100 pessoas com mais de 60 anos dispostas a trabalhar, apenas 2 não acham vaga.
Três são os motivos para o aumento do emprego entre os mais velhos: o envelhecimento da população, a procura por mão de obra mais qualificada e com experiência e as regras para aposentadoria que penalizam quem para de trabalhar mais cedo.
"As pessoas não querem perder renda na aposentadoria e, por isso, se mantêm mais tempo no emprego", diz Cimar Azeredo Pereira, coordenador do IBGE. Gabriel Ulyssea, do Ipea, diz que a busca por profissionais qualificados e com experiência é um dos principais motivos para o aumento do emprego entre os mais velhos, em um momento de escassez de mão de obra.
O mercado, diz, está aberto principalmente aos mais escolarizados. "Existem setores com carência de pessoal. Eles são mais aproveitados em funções que demandam conhecimento, experiência."
Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú, o primeiro fator que impulsiona o emprego entre idosos é o próprio envelhecimento da população. "A questão demográfica leva ao aumento da força de trabalho. Já se viu isso em outros países", afirma. O que determina, porém, se os idosos vão se manter ocupados ou não, diz, são as condições do mercado de trabalho, que tem se mostrado favorável com a crescente oferta de emprego e a renda em expansão -embora os dois indicadores já apontem desaceleração em 2013.
"O ciclo favorável torna o emprego mais atrativo do que se aposentar", diz Bicalho. Com isso, cresceu a fatia das pessoas com mais de 60 anos que estavam empregadas -21,9% para 22,3% do segundo trimestre de 2012 para igual período de 2013. O grupo, porém, corresponde a apenas 6,5% do total de ocupados em todas as idades.
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EBC: Chacina de Unaí: auditores pedem agilidade no julgamento de acusados
Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil
A Chacina de Unaí, em que três auditores fiscais do Trabalho e um motorista foram mortos em uma emboscada na região rural deste município mineiro, completa hoje (28) dez anos. O dia 28 de janeiro foi instituído o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem ao motorista Ailton Pereira de Oliveira e aos auditores Eratóstenes de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, mortos quando investigavam denúncias de trabalho escravo no município, localizado no noroeste de Minas Gerais Em ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait) lembrou a chacina e voltou a pedir agilidade no julgamento dos culpados.
"No primeiro ato em que encontrei com os colegas, um ano após o crime, eu nunca imaginaria que, depois de dez anos, ainda estaríamos reunidos com o mesmo objetivo, reivindicando o julgamento", lamentou Marinês Lina de Laia, viúva de Eratóstenes.
Nove pessoas foram acusadas pelo crime. Os três primeiros réus foram julgados e condenados, em agosto do ano passado, pela Justiça Federal, em Belo Horizonte. Os demais acusados seriam julgados em setembro, mas uma liminar do STF suspendeu os trabalhos até que fosse julgado, na mesma Corte, o pedido de transferência do júri para Unaí. Em outubro de 2013, os ministros do STF começaram a analisar o pedido, mas a sessão foi interrompida com o pedido de vista do ministro Dias Toffoli e não há data prevista para retomada do julgamento.
"No ano passado, após o julgamento dos executores, começou a acender uma esperança de que a Justiça iria ser feita, e o julgamento foi cancelado. Outro banho de água fria na nossa esperança em relação à Justiça foi quando chegou a vez dos mandantes: eles ficaram impunes e vão continuar em liberdade", disse Marinês.
Para Helba Soares da Silva, viúva de Nelson, o sentimento é de revolta. "Eles não podem ser julgados em Unaí. Se isso acontecer, é a mesma coisa que dar a sentença. Porque Antério Mânica, que é o mandante, foi prefeito eleito e reeleito de Unaí, vai se candidatar a deputado. Lá é a casa dele, então a Justiça deve ser feita em Belo Horizonte". Segundo o Sinait, Mânica é um grande produtor de feijão, tem propriedades no Paraná e em Minas Gerais e era alvo frequente de fiscalizações do Ministério do Trabalho e Emprego. É acusado de ser o mandante do crime e de, antes da chacina, ter ameaçado de morte o auditor Nelson José da Silva.
Também participaram do ato público de hoje o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e representantes da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Movimento Humanos Direitos (Mhud) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O ministro Manoel Dias lembrou que o combate ao trabalho escravo e infantil é prioridade do ministério, com resultados que, segundo ele, são reconhecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Já temos mais de 500 nomes de pessoas envolvidas com trabalho escravo". Dias ressaltou que, desde que os auditores intensificaram a atuação na área, aumentou o número de casos e também de pessoas que foram resgatadas de condições ilegais de trabalho. "Mais de 45 mil trabalhadores já foram retirados de situação análoga ao trabalho escravo no Brasil, mas a morosidade da Justiça resulta em impunidade. Procedemos as ações de descoberta, resgate e enviamos as informações. Cabe à justiça e ao Ministério Público tomar as medidas legais necessárias", disse o ministro.
Estão em atividade atualmente no Brasil 2.782 auditores-fiscais, mas, para Sinait, que citou pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o assunto, o ideal seriam 8 mil.
Em dez anos, pouca coisa mudou, disse a presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge. "Os auditores continuam trabalhando de forma insegura. Prova disso é que, recentemente, no Rio Grande do Sul, um auditor foi espancado por empregadores de uma obra do Programa Minha Casa, Minha Vida e outro foi ameaçado de morte por uma grande empreiteira." Para ela, o ambiente de impunidade contribui para que essas ocorrências. "Se um praticou [crime] e não foi punido, os outros se sentem no direito de continuar praticando crimes e ameaças contra os servidores públicos, A Chacina de Unaí não foi um crime só contra pessoas, mas contra o Estado do Direito, [cometido] por pessoas que se acham acima da lei.
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Valor Econômico (SP): Cenário para engenheiros tem leve melhora
O fraco desempenho da economia brasileira em 2013 e as projeções pouco animadoras com relação a 2014 estancaram o risco de haver uma piora da escassez de bons engenheiros nos próximos anos. A conclusão faz parte de um estudo elaborado no fim do ano passado pela Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que considerou diferentes cenários de crescimento com base na oferta de engenheiros com melhor qualificação vindos das faculdades.
De acordo com o estudo, a situação seria inevitável caso o Brasil mantivesse seu crescimento na média de 4,4% ao ano, conforme ocorreu entre 2004 e 2010, o que gerou no período uma demanda maior pelos cursos de engenharia, a ponto de em 2011 o número de ingressos ter superado, pela primeira vez na história, o de calouros em direito, revertendo uma tendência de acentuada queda no interesse pela profissão, que vinha desde a década de 90.
Segundo Aguinaldo Maciente, técnico de planejamento de pesquisa do Ipea, essa futura fornada de novos engenheiros nos próximos anos não implica necessariamente em um ganho de qualidade na mão de obra ofertada, já que a maioria dos formandos virá de faculdades particulares, que não possuem o mesmo nível de excelência das públicas. Hoje, diz, o gargalo está exatamente na falta de engenheiros qualificados para cargos de gerência e diretoria.
"A desvalorização da profissão nos anos 80 e 90 gerou uma oferta reduzida de engenheiros na faixa entre 35 anos e 59 anos. Muitos profissionais abandonaram a profissão ou ingressaram no serviço público", afirma. Esse vácuo de lideranças atinge diretamente os setores da engenharia que mais se destacaram nos últimos anos, com os de óleo & gás e mineração, principalmente em cargos mais técnicos, como os de diretor industrial. Segundo informações de mercado, os salários médios desses setores podem partir de R$ 18 mil (nível gerencial) até R$ 90 mil, para cargos de diretoria.
Além do descompasso gerado pelo sistema educacional, o mercado de trabalho reage conforme fatores imprevistos, como foi o caso da crise da OGX, do empresário Eike Batista, no ano passado, que ocasionou a demissão de centenas de engenheiros e técnicos do ramo de óleo&gás. "As demissões geraram um desconforto no setor mas podemos afirmar que há profissionais competentes disponíveis no mercado", afirma Bruno Stefani, gerente para óleo & gás da Michael Page.
Segundo Stefani, até 2011 as empresas do setor apostavam principalmente na contratação de novos talentos que já atuavam no mercado. "A partir do ano passado, notamos que os processos seletivos que demoravam 45 dias estenderam-se para até 120 dias, o que revela um processo de contratação mais criterioso, principalmente nas áreas mais técnicas, como perfurações e geofísica", diz.
Stefani acredita em uma retomada nas contratações após 2015, mas receia que em algumas áreas mais técnicas, não necessariamente ligadas à engenharia, haverá necessidade de absorção de profissionais estrangeiros.
Há quase meio século na profissão, o engenheiro Aluizio de Barros Fagundes, conselheiro do Instituto de Engenharia de São Paulo, descarta a possibilidade de um "apagão" no setor e vê com bons olhos o mercado de trabalho para os próximos anos. "Há uma tendência em buscar engenheiros com formação mais generalista, que possam atuar de forma integrada dentro de uma empresa."
Para o Mauro de Mesquita Spinola, presidente da direção executiva da Fundação Vanzolini, o ramo de civil deverá ser o carro-chefe da profissão nos próximos anos. "Há uma carência na formação de engenheiros navais e de óleo & gás, mas acredito que cursos de especialização possam suprir esta lacuna", afirma. Por ser uma entidade criada e mantida por professores da Poli-USP, a Fundação Vanzolini oferece diversos cursos voltados para engenharia de produção e de especialização em áreas administrativas e de gestão, inclusive MBA em gestão de operações, produtos e serviços. Para Spinola, independentemente do ramo da engenharia, o sucesso na profissão passa por um permanente processo de educação continuada.
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Folha de S. Paulo (SP): Força de trabalho encolhe no Nordeste
Por Gustavo Patu
Além da maior taxa de desemprego do país, a região Nordeste abriga a maior proporção de pessoas que não trabalham nem procuram ocupação – e esse percentual está crescendo.
O descompasso entre o mercado de trabalho nordestino e o do resto do país ficou evidente com a nova pesquisa de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que passou a coletar dados em todo o território nacional.
Enquanto a apuração anterior, limitada às maiores metrópoles, sugeria um cenário de pleno emprego, os novos números mostraram que no Nordeste 10% procuram uma vaga sem conseguir.
Além disso, na região, 43,9% das pessoas consideradas em idade de trabalhar – de 14 anos de idade ou mais – estão fora do mercado, por opção ou por desalento. No país, o percentual médio é de 38,5%.
Não parece difícil imaginar por que os números nordestinos são mais elevados que os das demais regiões: pobreza, setor empresarial menos estruturado e menor participação do trabalho feminino são explicações plausíveis.
Mais complicado é explicar por que a força de trabalho está encolhendo no Nordeste, como mostram números calculados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Palácio do Planalto).
Montado a partir de pesquisas populacionais do IBGE, o banco de dados do Ipea aponta que, em dez anos, a população economicamente ativa – quem trabalha e quem procura emprego – caiu de 55,7% para 51,8% da população em idade ativa (nesse cálculo, entram pessoas com dez anos de idade ou mais).
Nesse período, de 1992 a 2012, o percentual cresceu no Sudeste, no Centro-Oeste e no Norte, com leve queda no Sul. O Nordeste, que fez cair o percentual do país, teve crescimento econômico acima da média nacional.
“É um certo paradoxo”, diz a pesquisadora Ana Luiza Neves, do Ipea. Um estudo do instituto mostra que, de 2009 para cá, a força de trabalho diminuiu em todas as regiões – e a queda nordestina foi a mais aguda.
Segundo os dados nacionais, boa parte dessa diminuição se deve a jovens que retardam o ingresso no mercado – na melhor das hipóteses, porque podem estudar mais; na pior, porque não acreditam nas suas chances de conseguir uma ocupação.
As pesquisas disponíveis ainda não permitem identificar com segurança se o encolhimento da força de trabalho está mais ligado a bons ou maus motivos, mas o Ipea adianta que, entre os brasileiros de 15 a 24 anos de idade, 40,6% das mulheres e 25,6% dos homens estão fora da escola.
Benefícios sociais Para o economista Miguel Pinho Bruno, estudioso do mercado de trabalho, a maior oferta de educação e benefícios sociais deu opções para jovens e adultos.
“Em vez de aceitar imediatamente um emprego de baixa remuneração, a pessoa pode ficar na escola ou recorrer a algum programa social.”
Ele é cauteloso, porém, ao relacionar os programas de renda, como o Bolsa Família, à redução da força de trabalho no Nordeste, porque os dados sobre isso ainda são precários.
Ana Luiza Neves não acredita nessa hipótese: “A evidência empírica mostra que o impacto desses programas no mercado de trabalho é quase nulo”.
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Estado de Minas (MG): Mário Fontana - Idosos Propostas a se considerar Por falar em aposentados, ao que parece, até agora o governo federal ainda não levou em consideração nenhuma das propostas feiras pela demógrafa mineira Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), sobre a situação dos idodos no Brasil. Ela está sugerindo uma série de mudanças no Estatuto do Idoso, a fim de colocá-lo de acordo com a real situação do segmento no sistema populacional brasileiro. Em primeiro lugar, propõe que a idade mínima para se adquirir a condição de idoso seja alterada de 60 para 65 anos. com o avanço da medicina e o prolongamento da vida, pessoas com 60 anos já não podem ser consideradas idosas no sentido absoluto do termo, já que não seria mais válida a atribuição da considção de idoso para alguém com 60 anos, regra fixada em 1982 pelas Nações Unidas. Além dessa alteração, ela propõe várias outras mudanças. Mais detalhes dopo.
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Istoé (SP): Dilma contra o mau humor A presidenta segue os passos de Lula e vai pela primeira vez ao Fórum Econômico Mundial de Davos para tentar dissipar as desconfianças do mercado externo em relação ao Brasil Depois de um ano de muita desconfiança com a conduta da política econômica e de mais um resultado do PIB abaixo do esperado, a presidenta Dilma Rousseff decidiu, pela primeira vez desde que tomou posse, encarar frente a frente os maiores líderes empresariais do mundo para iniciar uma espécie de cruzada contra o mau humor dos mercados em relação ao Brasil. Acompanhada de toda a sua equipe econômica, entre eles o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, Dilma foi até a Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial, que ocorre todos os anos na simpática Davos, nos Alpes. No discurso de cerca de 30 minutos que fez na sexta-feira 24 para uma plateia de mais de 1,5 mil dos mais importantes empresários, financistas e investidores do planeta, a presidenta fez questão de reforçar o compromisso brasileiro com os investidores que estão dispostos a apostar no Brasil e dissipar as desconfianças de que o País não anda assim tão hospitaleiro com o capital externo. “O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios. Sempre recebemos bem o investimento externo. Meu governo adotou medidas para facilitar ainda mais essa relação. O Brasil precisa e quer a parceria com o investimento privado nacional e externo”, disse a presidenta. Apesar de sempre ter reafirmado que busca parcerias entre o capital privado e o poder público, o discurso de Dilma marca uma nova fase de seu governo na relação com o mercado. Até agora, ela relutava em fazer movimentos tão amplos e explícitos para convencer o empresariado, em especial o estrangeiro, de que o Brasil é um país aberto, pronto para receber quem quiser investir por aqui. A ida a Davos é um exemplo claro disso. Ao contrário de Lula, que logo no primeiro ano de governo visitou o Fórum, Dilma só decidiu cruzar o Atlântico para encontrar os maiores investidores mundiais em seu último ano de mandato. “Dilma quer mostrar que não é uma pessoa antiempresa”, diz Paulo Roberto Feldmann, professor de economia da USP. A presidenta fez isso e não se absteve de tocar em temas delicados para seu governo, como os repetidos resultados tímidos do PIB. “Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade”, disse, em relação às possibilidades de investimento e crescimento do Brasil. "O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios, e queremos o setor privado como parceiro" Dilma Rousseff “Precisamos mostrar as oportunidades que existem no Brasil. Temos gargalos claros, que representam opotunidades reais de investimento”, disse à ISTOÉ Marcelo Neri, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que também acompanhou a comitiva brasileira a Davos. Neri vê excesso de otimismo da população e pessimismo exagerado dos empresários. A viagem de Dilma a Davos é, de certa forma, a continuação de um movimento de aproximação com o empresariado que já vinha ocorrendo no Brasil. E que, lentamente, parece estar dissipando as desconfianças do setor privado. “A presidenta Dilma tem consciência de que estamos vivendo num mundo em que o Brasil precisa ser eficiente para disputar investimentos. E o Brasil tem um projeto de País para apresentar”, afirmou à ISTOÉ Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, quarto maior banco do Brasil em ativos, que também esteve em Davos para o Fórum econômico Mundial. O setor privado internacional, por sua vez, parece ter gostado do que ouviu. Uma série de grandes empresários e investidores pediram encontros reservados com a presidenta e com os outros integrantes da equipe econômica. “Ninguém quer ficar fora do Brasil. Temos muitas possibilidades, como extensão territorial, população, democracia, estrutura jurídica e política consolidada”, disse Trabuco. Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou a otimista previsão de que a taxa de investimento do Brasil pode se aproximar de 24% do Produto Interno Bruto (PIB), em vez dos atuais 19%. “O setor privado, em parceria com o governo, deverá implementar centenas de bilhões de dólares em investimentos no País. São praticamente os setores importantes da economia, como petróleo e gás, energia, rodovias, ferrovias e aeroportos”, disse.
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Participe da gravação ao vivo, nesta quarta, dia 29, às 17h, enviando perguntas pelo twitter
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G1: Trânsito é tema de capacitação para servidores em Teresópolis, no RJ
Guardas Municipais e Policiais Militares dos municípios de Teresópolis e Sumidouro, na Região Serrana do Rio, participaram da palestra "Educação para o Trânsito é um Compromisso de Todos", nesta segunda-feira (27). A capacitação foi feita pelo Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran/RJ) na sede da Guarda Municipal em Teresópolis. O objetivo é treinar os profissionais para que sejam disseminadores das informações, especialmente para alunos das redes pública e privada de ensino.
A chefe do Centro de Pedagogia do Detran, Manoela Morgado, abordou assuntos relacionados à segurança no trânsito, como direção defensiva e estatísticas sobre causas de acidentes. "Devemos nos preocupar com a nossa conduta e também estar alerta ao comportamento dos pedestres e outros motoristas", pontuou Manoela, citando a pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que mostra que 90% dos acidentes acontecem por falhas humanas. A intenção é fazer com que as informações cheguem até as crianças e adolescentes. Desta forma, o secretário de Segurança Pública de Teresópolis, Marcos Antônio da Luz, acredita estar criando um trânsito mais seguro no presente e no futuro. "A conscientização nas unidades escolares já acontece em nossa cidade, mas é fundamental que os nossos funcionários passem por esse aperfeiçoamento", acrescenta Marcos Antônio. Representantes da secretaria de Educação e do Sindicato dos Servidores Públicos de Teresópolis também assistiram a palestra. Segundo Manoela Morgado, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que os acidentes de trânsito deixam 100 mil pessoas com deficiência anualmente. A palestrante ressaltou casos de imprudência, como quando os condutores não utilizam cinto ou cadeirinhas para transportar crianças. Outro hábito citado como não recomendado, porém comum, são crianças menores de 10 anos atravessando ruas sem a presença de um adulto.
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18378. Agência Brasil (DF): Auditores pedem agilidade no julgamento de acusados pela Chacina de Unaí
Agência Brasil (DF): Auditores pedem agilidade no julgamento de acusados pela Chacina de Unaí
A Chacina de Unaí, em que três auditores fiscais do Trabalho e um motorista foram mortos em uma emboscada na região rural deste município mineiro, completa hoje (28) dez anos. O dia 28 de janeiro foi instituído o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em homenagem ao motorista Ailton Pereira de Oliveira e aos auditores Eratóstenes de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, mortos quando investigavam denúncias de trabalho escravo no município, localizado no noroeste de Minas Gerais Em ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait) lembrou a chacina e voltou a pedir agilidade no julgamento dos culpados.
"No primeiro ato em que encontrei com os colegas, um ano após o crime, eu nunca imaginaria que, depois de dez anos, ainda estaríamos reunidos com o mesmo objetivo, reivindicando o julgamento", lamentou Marinês Lina de Laia, viúva de Eratóstenes.
Nove pessoas foram acusadas pelo crime. Os três primeiros réus foram julgados e condenados, em agosto do ano passado, pela Justiça Federal, em Belo Horizonte. Os demais acusados seriam julgados em setembro, mas uma liminar do STF suspendeu os trabalhos até que fosse julgado, na mesma Corte, o pedido de transferência do júri para Unaí. Em outubro de 2013, os ministros do STF começaram a analisar o pedido, mas a sessão foi interrompida com o pedido de vista do ministro Dias Toffoli e não há data prevista para retomada do julgamento.
"No ano passado, após o julgamento dos executores, começou a acender uma esperança de que a Justiça iria ser feita, e o julgamento foi cancelado. Outro banho de água fria na nossa esperança em relação à Justiça foi quando chegou a vez dos mandantes: eles ficaram impunes e vão continuar em liberdade", disse Marinês.
Para Helba Soares da Silva, viúva de Nelson, o sentimento é de revolta. "Eles não podem ser julgados em Unaí. Se isso acontecer, é a mesma coisa que dar a sentença. Porque Antério Mânica, que é o mandante, foi prefeito eleito e reeleito de Unaí, vai se candidatar a deputado. Lá é a casa dele, então a Justiça deve ser feita em Belo Horizonte". Segundo o Sinait, Mânica é um grande produtor de feijão, tem propriedades no Paraná e em Minas Gerais e era alvo frequente de fiscalizações do Ministério do Trabalho e Emprego. É acusado de ser o mandante do crime e de, antes da chacina, ter ameaçado de morte o auditor Nelson José da Silva.
Também participaram do ato público de hoje o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e representantes da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Movimento Humanos Direitos (Mhud) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O ministro Manoel Dias lembrou que o combate ao trabalho escravo e infantil é prioridade do ministério, com resultados que, segundo ele, são reconhecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Já temos mais de 500 nomes de pessoas envolvidas com trabalho escravo". Dias ressaltou que, desde que os auditores intensificaram a atuação na área, aumentou o número de casos e também de pessoas que foram resgatadas de condições ilegais de trabalho. "Mais de 45 mil trabalhadores já foram retirados de situação análoga ao trabalho escravo no Brasil, mas a morosidade da Justiça resulta em impunidade. Procedemos as ações de descoberta, resgate e enviamos as informações. Cabe à justiça e ao Ministério Público tomar as medidas legais necessárias", disse o ministro.
Estão em atividade atualmente no Brasil 2.782 auditores-fiscais, mas, para Sinait, que citou pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o assunto, o ideal seriam 8 mil.
Em dez anos, pouca coisa mudou, disse a presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge. "Os auditores continuam trabalhando de forma insegura. Prova disso é que, recentemente, no Rio Grande do Sul, um auditor foi espancado por empregadores de uma obra do Programa Minha Casa, Minha Vida e outro foi ameaçado de morte por uma grande empreiteira." Para ela, o ambiente de impunidade contribui para que essas ocorrências. "Se um praticou [crime] e não foi punido, os outros se sentem no direito de continuar praticando crimes e ameaças contra os servidores públicos, A Chacina de Unaí não foi um crime só contra pessoas, mas contra o Estado do Direito, [cometido] por pessoas que se acham acima da lei.
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Elo Mídia: MPS e BID promovem debate sobre aposentadorias no Brasil
Reforma previdenciária: devemos pensar nela enquanto a população é jovem
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Previdência Social promovem hoje (29) debate sobre aposentadorias no Brasil com o lançamento do estudo Melhores Aposentadorias, Melhores Trabalhos: Em Direção à Cobertura Universal na América Latina e no Caribe, preparado pelo BID.
A população de idosos no Brasil será multiplicada por quatro até 2050. Neste sentido, o estudo destaca a necessidade de se pensar uma reforma previdenciária que fomente a criação de empregos formais, visto que isto impulsionaria a produtividade, e consequentemente, o crescimento. O mercado de trabalho é o epicentro da baixa cobertura de aposentadoria. Enquanto hoje, para cada aposentado existem 10 trabalhadores potenciais, em 2050 esta proporção diminuirá para um aposentado para cada três trabalhadores potenciais.
Para discutir soluções, participarão do debate o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho; o secretário de Políticas de Previdência, Leonardo Rolim; a representante do BID no Brasil, Daniela Carrera-Marquis; os co-autores do estudo, Carmen Pagés e Mariano Bosch; o coordenador de estudos e pesquisa em trabalho e renda do IPEA, Gabriel Ulyssea; além de representantes de instituições como o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Biografias dos autores do estudo estão disponíveis na página www.coberturauniversal.net.
O encontro estará aberto à imprensa, que terá acesso a material especial aprofundado sobre o tema. Aos jornalistas que tiverem interesse em participar ou entrevistar os autores do estudo, agradecemos o envio de um e-mail para janainag@iadb.org
O que: Lançamento do livro Melhores Aposentadorias, Melhores Trabalhos: Em direção à Cobertura Universal na América Latina e no Caribe seguido de debate sobre aposentadorias no Brasil.
Quando: 29 de janeiro, das 09h30 às 17h00.
Onde: Ministério da Previdência Social, Auditório do Térreo, Esplanada dos Ministérios, Bloco F.
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Monitor Mercantil Digital: Vendas de máquinas têm queda de 5,7%
O faturamento da indústria brasileira de bens de capital mecânicos recuou 5,7% em 2013, em relação ao ano anterior. A informação é de levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). As vendas no ano passado movimentaram volume financeiro de R$ 79,079 bilhões. Em 2012, o segmento já registrara recuo de 3,4%.
Em dezembro, o faturamento com as vendas ao mercado interno de máquinas e equipamentos recuou 9,5% em relação a novembro. O volume financeiro no último mês de 2013 ficou em R$ 5,5 bilhões.
"Víamos claramente uma fragilidade no crescimento da demanda por bens de capital no ano passado, que esteve associada a equipamentos de transportes (caminhões) e máquinas agrícolas (principalmente, tratores). Os números da Abimaq desmistificam o suposto desempenho favorável", analisa o economista Leonardo de Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Carvalho aponta para a deterioração da confiança dos empresários industriais e, particularmente, dos produtores de bens de capital.
O pessimismo da indústria em relação à demanda, que começou a aumentar no segundo semestre de 2013, impacta as intenções de investimento privado, a formação bruta de capital fixo (FBCF), que tem reflexo direto nos bens de capital.
Carvalho reconhece que a recente depreciação do câmbio poderia influenciar positivamente os investimentos da indústria exportadora, no entanto ressalva: "Existem sérias dúvidas sobre qual seria o câmbio necessário para que isso fizesse efeito relevante. Já estamos quase em R$ 2,40 e nada aconteceu até agora", salientou o especialista.
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