15/04/2014 17:43 |
Futuro da OMC foi tema de encontro promovido pelo Ipea
Na mesa de abertura, o diretor da Dinte, Renato Baumann, apresentou expectativas positivas para o encontro. “Há um ano, essa reunião seria bem mais pessimista”, afirmou ao referir-se ao novo ânimo obtido nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) após um acordo firmado no final de 2013. “Tenho esperanças de encontrar visões positivas e ideias que possamos colocar no papel”, enfatizou. Para Carlos Mussi, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o ponto principal é pensar em como as regiões em desenvolvimento veem a nova ordem mundial do comércio. Jeffrey Schott, do Instituto Peterson de Economia Internacional, apontou que os países em desenvolvimento necessitam de incentivos agrícolas. “Não se pode ter uma economia agrícola sem um incentivo para os produtores”, afirmou. Para tanto, acredita, deve existir uma plataforma de negociação e incentivos para esses países em desenvolvimento conseguirem obter sucesso nos acordos de comércio internacional. Segundo Jeffrey, a entrada da China na OMC vai abrir grandes oportunidades para o crescimento em produção de bens e serviços para o mundo inteiro. Outro ponto importante é a adesão da Coréia do Norte em acordos mundiais. “Se queremos um acordo mundial, porque excluir os mais pobres?”, questionou. Lucas Ferraz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), trouxe para a discussão a preocupação com os altos custos enfrentados pelos exportadores brasileiros. O Brasil, segundo Ferraz, tem desempenho no comércio exterior muito inferior se comparado com Índia, China, Estados Unidos e Alemanha. Além do longo tempo para se conseguir exportar, os altos custos e a elevada tributação, outro grande problema do país, segundo ele, é “a verticalização da exportação”. “Para sanar alguns aspectos é necessário criamos uma tática horizontal de exportação”, argumentou. Marden Barboza, do Ministério da Fazenda, abordou o modelo de comércio brasileiro. “Como se inserir nas cadeias globais? Como vamos seguir? Focar em uma iniciativa como a agricultura, serviços, ou vamos fazer de tudo um pouco?”. Ele alertou ainda para a necessidade de criar estratégias para diminuir os riscos nas negociações internacionais, principalmente em relação aos efeitos nas políticas internas do país. O encontro discutiu ainda o papel dos acordos plurilaterais no futuro da OMC; câmbio e regulação do comércio internacional; o futuro da agricultura brasileira e a importância e principais desafios da OMC. Assista: Entrevistas sobre o futuro da OMC com especialistas |
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