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22/09/2009 19:22 | ||
Crise afeta desempregados pobres, revela o Ipea Comunicado da Presidência mostra ainda que a desigualdade no desemprego nas regiões metropolitanas caiu nos últimos meses
O ingresso tardio do Brasil na crise internacional que acometeu o planeta há um ano impactou o mercado de trabalho, principalmente no início de 2009, mas o País reagiu de forma positiva. Voltou a gerar empregos de forma significativa, embalado pela maior ocupação da capacidade ociosa existente no setor produtivo. A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao apresentar na manhã desta terça-feira, dia 22, na sede do Instituto em Brasília, o Comunicado da Presidência nº 29, intitulado A Desigualdade no Desemprego no Brasil Metropolitano. Segundo Pochmann, dados mais recentes mostram uma ampliação de investimentos que fazem com que o ritmo de criação de empregos possa durar mais tempo. Mas as dificuldades dos que perderam o posto e continuam desempregados prevalecem. "Especialmente entre os desempregados pobres, porque esses tendem a ter dificuldades maiores, mesmo com a escolaridade ampliada, até encontrar um emprego permanente", ressaltou. Pobre é definido como o indivíduo cuja renda per capita familiar não supera meio salário mínimo. Entre setembro de 2008 e julho de 2009, o desemprego entre os indivíduos não-pobres aumentou 7,3%. No mesmo período, entre os pobres o aumento foi de 6%. Com isso, a desigualdade entre as duas taxas decresceu levemente. O estudo mostra, no entanto, que a população menos favorecida financeiramente ainda é a maior prejudicada quando vai procurar emprego. "Os pobres melhoram a escolaridade, mas não conseguem se inserir no mercado de trabalho. O mercado de trabalho, nos empregos de maior escolaridade, é um funil. Temos um problema de oportunidade com as pessoas com escolaridade originárias de famílias pobres", enfatizou o presidente do Ipea, lembrando ainda a diferença entre escolaridade e qualificação profissional. A situação do emprego no Brasil, na visão de Pochmann, necessita de uma política de longo prazo que busque inserir o País internacionalmente em mercados que não demandem apenas produtos primários. "O ritmo de ampliação da escolaridade no Brasil, que vem ganhando força nos últimos anos, é maior do que o ritmo de criação de empregos", observou. O presidente do Ipea ressaltou ainda que a questão do desemprego e da qualificação no Brasil é de ordem macroeconômica. "Se o País se concentra em exportar bens primários, gera empregos de pouca qualificação. Ao exportar produtos de valor agregado cria empregos de maior qualidade e remuneração, sendo, portanto, um problema macroeconômico", resumiu Pochmann. O estudo considerou os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e apresentou comparações entre desempregados segundo gênero, faixa etária, escolaridade e renda. O Comunicado da Presidência nº 29 teve transmissão on-line e foi seguido de entrevista coletiva com a imprensa, no auditório do Ipea em Brasília. Leia a íntegra do Comunicado da Presidência nº 29 |
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