19/12/2014 00:00 |
Livro do Ipea analisa Cooperação Internacional para o Desenvolvimento A publicação contribui para os debates em torno do tema, apresentando evolução histórica e os atores envolvidos, assim como estudos de caso Um livro lançado pelo Ipea nesta quinta-feira, dia 18, em Brasília, analisa a cooperação internacional para o desenvolvimento, uma importante categoria operacional da política externa brasileira. Sob o título Repensando a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, a obra busca fazer uma releitura do tema em três partes, que abordam sua história, seus atores, e apresentando estudos de caso. O diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Instituto, Renato Baumann, observou que a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID) não é um tema a mais entre os vários temas da área internacional. “Não é mais algo eventualmente complementar a interesses comerciais ou a interesses de investimento. É parte fundamental da proatividade da inserção internacional do país”, destacou. O embaixador e subsecretário geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Hadil da Rocha Vianna, falou da atuação do Itamaraty na área, destacando a iniciativa do livro e a habitual parceria do Ipea na avaliação, na mensuração e na divulgação de temas relacionados com a cooperação internacional praticada pelo Brasil. “Este livro agrega mais um elemento teórico e organizativo no debate que ocorre sobre cooperação internacional, não só no Brasil, mas em todo o mundo”, disse o embaixador e diretor da Agência Brasileira de Cooperação do MRE, Fernando José Marroni de Abreu. História A princípio, a publicação traz um panorama da evolução histórica da CID, abordando a cooperação Norte-Sul e a cooperação Sul-Sul. O pesquisador Carlos Milani faz uma análise da evolução da cooperação Norte-Sul, adotando como ponto de partida o período pós-Guerra, quando tal cooperação passa a operar “de maneira mais organizada, regular e previsível”. Neste contexto, a evolução histórica da cooperação Sul-Sul também é o tema explorado por Bruno Ayllón, que identifica e distingue diferentes fases desse processo. Atores Nesta parte da publicação, Bruno Ayllón analisa a condição da América Latina na CID, com o foco na incapacidade dos doadores de adotar como metas as causas em vez dos sintomas da pobreza, a fragmentação de sua cooperação, a redução dos volumes de recursos destinados aos países de renda média da América Latina e sua concentração naqueles que mais combatem problemas relacionados ao narcotráfico e à segurança. Por fim, André de Mello e Souza, aborda a CID da Índia e da China, dois dos principais países emergentes com crescente e significativo engajamento nessa cooperação. Segundo o estudo, ambos rejeitam a definição, os padrões e os procedimentos adotados pelo Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento, defendendo uma concepção mais ampla e pragmática da CID, que inclui relações econômicas geradoras de benefícios mútuos e se opõe a condicionalidades de boa governança, de observância dos direitos humanos e de preservação ambiental, assim como enfatiza sua horizontalidade, parceria e benefícios mútuos. |
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