SIPS 2012 - Sistema de Indicadores de Percepção Social – Trabalho e tempo livre
Março de 2012
Esta versão do Sips/Ipea levantou informações de 3.796 residentes em áreas urbanas, todos com pelo menos 18 anos de idade e com ao menos um trabalho remunerado na semana de referência do levantamento. As informações, colhidas em âmbito domiciliar, por meio de questionário com 64 questões, versaram sobre esse trabalho dos entrevistados. Mais especificamente, sobre o tempo cotidianamente gasto nesse trabalho e sobre seus impactos na vida dos entrevistados. Várias informações foram coletadas, desde dados sociodemográficos gerais (como sexo, idade e raça, entre outros) até dados sócio-laborais bastante específicos (duração da jornada, existência de intervalos, cobranças no ambiente de trabalho e assim por diante). Este relatório concentra-se na relação entre o tempo de trabalho e o tempo extratrabalho (ou tempo livre), tal como ela é percebida pelos entrevistados do Sips/Ipea.
Essa análise é realizada para o conjunto dos entrevistados, de maneira univariada e, também, multivariada. Verifica-se a distribuição simples das respostas dos entrevistados em cada um dos aspectos mencionados (se consegue se desligar do trabalho, se realiza outras atividades regulares, se o tempo de trabalho compromete a qualidade de vida etc.). Após, observam-se as relações existentes entre tais respostas e as características dos entrevistados (características sociodemográficas – como região, sexo, idade, cor/raça e situação conjugal – e socioeconômicas, direta e indiretamente ligadas ao trabalho – como escolaridade, renda, ocupação, jornada e tempo de vínculo). O contexto dessa análise precisa ser destacado, pois ele consiste em um mercado de trabalho com sinais de dinamismo, não observados no país desde os anos 1970. Esses sinais incluem a forte redução do desemprego e da informalidade, paralelas à expansão do assalariamento (em particular daquele protegido por normas laborais e sociais) e da remuneração do trabalho.
Essa dinâmica do mercado de trabalho, mais pronunciada após 2003, está fomentando soluções para problemas históricos do subdesenvolvimento brasileiro. Contudo, no bojo da ampliação do assalariamento protegido, também se estão levantando questões que há tempos não surgiam no debate acadêmico. Algumas dessas questões referem-se às tensões entre tempo de trabalho e tempo livre na vida cotidiana da população, aqui analisadas com os dados do Sips/Ipea.
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