01/10/2015 19:01 |
Entraves na infraestrutura pautaram seminário no Ipea A disponibilidade de financiamento não é o único desafio para destravar a execução de obras de infraestrutura no Brasil. Existem diversas barreiras a serem superadas, como a falta de capacidade técnica do Estado, marcos legais ultrapassados e a falta de projetos de qualidade, entre outras. Essa tese foi defendida por pesquisadores do Ipea na sexta sessão do seminário Agenda Estratégica para o Brasil, realizada na tarde desta quinta-feira, 1º de outubro, em Brasília. A mesa Gestão de Projetos de Infraestrutura reuniu, além dos técnicos do Ipea Alexandre Gomide e Fabiano Pompermayer, o diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL), Josias Sampaio Cavalcante Junior, o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Marcelo Bruto Correia, e o secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz Carvalho. “Existe um consenso sobre a necessidade de ampliação dos investimentos em infraestrutura, pelo seu efeito multiplicador na renda nacional e também pelas demandas por serviços públicos de qualidade e melhoria na qualidade de vida das pessoas. Mas a gente percebeu claramente que, quando o Brasil passou a contar, no passado recente, com recursos para retomar os investimentos no setor, outros problemas aparecerem. Primeiro a ausência de projetos prontos e de qualidade. Depois outros ligados ao nosso contexto político-institucional”, afirmou Gomide. Para diagnosticar com maior detalhamento quais são essas barreiras ou “condicionantes” para o investimento em infraestrutura, o Ipea vem desenvolvendo uma pesquisa, cujos resultados devem ser apresentados até o final do ano. O planejamento é um dos aspectos abordados no estudo e permeou a fala de Fabiano Pompermayer. O pesquisador acredita que um planejamento mais elaborado e demorado garante celeridade na implementação dos projetos. “Por que nossos projetos tem sido de baixa qualidade? Órgãos públicos que contratam projetos de Engenharia, por exemplo, evitam contratar por técnica porque a Lei de Licitações exige uma quantidade enorme de justificativas. Optam por incluir requisitos mínimos, objetivos, que acabam não garantindo a qualidade”, argumentou. "Não é suficiente uma boa elaboração de projetos, temos que resolver outras condicionantes institucionais para reduzir os riscos”, complementou. Para Maurício Muniz, secretário do PAC, não é possível ter uma única receita para a gestão dos projetos de infraestrutura. “Precisamos buscar, em um processo contínuo, as diversas formas de ampliar nossa infraestrutura: concessão, PPP, Licitação. Essa escolha é um desafio significativo". Vídeo: confira as entrevistas com os palestrantes do seminário Saiba mais sobre o projeto Agenda Estratégica para o Brasil Confira a programação do seminário Veja as apresentações da Sessão 6: |
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.
|