Facebook Facebook Twitter LinkedIn Youtube Flickr SoundCloud
04/12/2015 15:08

Perspectivas para o agronegócio foram discutidas no Ipea

Seminário Agricultura e Crescimento reuniu mais de 10 entidades, como Mapa, USP, Unicamp, Embrapa e FGV, em Brasília

Com o objetivo de reunir a experiência de pesquisadores da área, com o conhecimento acadêmico de jovens pesquisadores, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou nesta quinta, 03/12, o seminário Agricultura e Crescimento. Estiveram presentes na mesa de abertura o diretor de Estudos Regionais, Urbanos e Ambientais do Ipea, Marco Aurélio Costa, e o secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar. O evento foi organizado por José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, e José Garcia Gasques, coordenador geral de Estudos e Análises do Mapa, e contou com a participação de palestrantes de mais de dez entidades, como Universidade de São Paulo (USP), Unicamp, Embrapa e Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na parte da manhã, ocorreram oito painéis. O primeiro deles comparou dados de satélite com os dados do Censo Agropecuário. Apresentado por Alexandre Iwata, pesquisador do Ipea, foram analisados alguns tópicos do Código Florestal, como a reserva legal; as anistias às pequenas propriedades; além das cotas ambientais e o impacto desses elementos no uso da terra até 2050. Segundo as perspectivas, com a redução da produção de carne e soja no Brasil - por um aumento da proteção ambiental, haverá um escoamento líquido da produção. “A América do Sul produziria mais soja e carne e os africanos, mais carne”, concluiu. 

Em seguida, Gasques (Mapa) discorreu sobre a hipótese da desaceleração. “A produtividade da agricultura estaria diminuindo?”, questionou. Para ele, a produtividade agrícola total é muito sensível às mudanças climáticas. “As tecnologias foram essenciais para o aumento da produtividade”, explicou ao citar o exemplo das pesquisas genéticas para criar maior resistência às pragas. Ainda sobre o tema, Marcelo José Braga, professor da Universidade Federal de Viçosa/MG, apesentou uma análise da convergência na produtividade da mão de obra na agropecuária. Dentre os resultados, destaca-se o aumento da produtividade no estado de Minas Gerais. Houve, marcadamente, uma conversão de mão de obra mineira para as classes inferiores de produtividade, apesar de haver certa convergência em direção a classes superiores. “Essa dinâmica se mostrou pouco representativa em relação à primeira”, destacou Braga. 

Ainda, José Eustáquio (Ipea) fez uma apresentação sobre a fronteira agropecuária no Brasil, os desafios para sua expansão e avanço tecnológico. E Guilherme Lambais, pesquisador da UnB, falou sobre o acesso à terra, a escolha ocupacional e o diferencial de produtividade agrícola entre pequenos produtores.

Extensão rural e crescimento

“Extensão rural: seu problema não é a comunicação.” Foi sobre esse tema que o pesquisador da Embrapa Dr. Eliseu Roberto de Andrade Alves falou sobre a difusão da tecnologia agrícola. “A gente acreditava que toda a tecnologia criada era lucrativa, independente da situação. E vimos que não é verdade”, pontou. Ele explicou que o mercado é que determina as melhores opções tecnológicas. “O desafio da extensão rural não é comunicar tecnologias, é contribuir para a correção de imperfeições de mercado e auxiliar produtores a fazerem escolhas corretas de sistemas de produção”, concluiu. 

Na temática do desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro, Antônio Márcio Buainain, professor de economia na Unicamp, discorreu sobre o crescimento do setor no cerrado nordestino. Além das mudanças impactadas pelas questões climáticas, a estrutura agrária da área também é outro ponto importante. “A estrutura do cerrado nordestino se aproxima bastante da estrutura do sertão. 1% dos agricultores ocupam mais de 50% das terras”, destacou. 

Apesar da evolução dos municípios do cerrado nordestino no Índice de Desenvolvimento Humano, esse desenvolvimento não gerou uma atração suficiente de grandes investimentos para dinamizar o local. “A região tem potencial, mas só será uma força propulsora de desenvolvimento regional mais equilibrado se tivermos políticas que orientem esse processo”, frisou. Ainda, o crescimento do agronegócio e o papel dos preços relativos foram o assunto da exposição de Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP. 

Plano ABC foi destaque em seminário sobre agronegócio

 
 

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.
Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada


Política de Privacidade
Expediente – Assessoria de Imprensa e Comunicação