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09/12/2015 11:20

Pesquisador do Ipea participa do lançamento do perfil do ciclista

O estudo mostra que Brasília é a cidade brasileira onde há maior integração entre a bicicleta e outro modo de transporte


O técnico da Coordenação de Sustentabilidade Ambiental do Ipea Nilo Saccaro participou nesta terça-feira, 8 de dezembro, na sede do Instituto, em Brasília, do lançamento da Pesquisa Nacional Perfil do Ciclista – Etapa DF. Realizada pela ONG Transporte Ativo, em parceria com nove organizações que atuam na promoção da bicicleta (entre elas a Rodas da Paz), com o Observatório das Metrópoles e com o Programa de Pós-Graduação em Urbanismo (PROURB/UFRJ), a pesquisa foi feita no mês de agosto, com usuários de bicicletas que as utilizam como modal de transporte ao menos uma vez por semana em dez cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Brasília, Manaus, Aracaju e Niterói.

“As cidades precisam, cada vez mais, que os usuários de automóveis se tornem ciclistas. Não, necessariamente, na maior parte do tempo, porque para o trânsito, especificamente, o problema é menos a posse do carro do que o uso”, disse o pesquisador do Ipea. Para ele, além do modelo do transporte automotivo individual ter se esgotado nas grandes cidades, ainda há o impacto ambiental, quando se pensa em poluentes da atmosfera e, por isso, a importância da pesquisa. Por fim, lembrou que o Ipea tem um projeto de sustentabilidade urbana muito focado nas cidades “clicáveis”.

Junto com o coordenador das Contagens de Ciclistas do Rodas da Paz, Rafael Stucci, a coordenadora geral da ONG, Renata Florentino, mostrou os principais resultados do estudo, informando que nas dez cidades pesquisadas foram aplicados cinco mil questionários, dos quais 433 em Brasília. “No Distrito Federal, foram seis entrevistadores, que abordavam usuários que estivessem utilizando a bicicleta no momento da entrevista nos locais de maior fluxo de ciclistas, sendo 1/3 na região central, 1/3 na região intermediária e 1/3 na região periférica”, explicou.

Também fizeram parte da mesa o secretário de Estado de Mobilidade do Distrito Federal, Marcos Dantas, além do subsecretário de Políticas e Projetos de Mobilidade, Denis de Moura Soares, e Vicente Lima, representante da Secretaria de Gestão Territorial e Habitação.

Perfil
Algumas questões moveram a pesquisa inédita “Perfil do Ciclista brasileiro” como investigar quem são as pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades brasileiras, em quantos dias da semana elas pedalam, o que as fazem pedalar mais e quais as suas dificuldades. Os resultados do levantamento nacional mostram uma maior concentração de ciclistas na faixa etária de 25 a 34 anos (36,4%), seguida pelo grupo de 35 a 44 anos (24,2%). Nas cidades pesquisadas, pessoas que pedalam mais de cinco dias da semana compõem a grande maioria: 73,6%.

A exemplo de São Paulo, em Brasília houve o acréscimo de duas questões relacionadas ao trajeto - visando a avaliação das condições gerais e de segurança do percurso. Comparando com outras cidades, o quesito “pessoas que pedalam mais de cinco dias da semana utilizando a bicicleta como meio de transporte” foi um dos que teve menor taxa de resposta (59,9%), mas esse percentual pode aumentar. Na questão da faixa etária, o ciclista de Brasília é o mais jovem: 76,9% usam a bicicleta para chegar às escolas/faculdades e desses 38,1% estão entre os 15 e 24 anos.

Chama atenção a quantidade de pessoas que realizam a integração entre a bicicleta e outro meio de transporte – a capital federal foi a cidade brasileira com maior percentual (51,7%), sendo o metrô que lidera essa integração. Um diferencial é que ainda que a bicicleta esteja caracterizada como meio de transporte nas massas mais populares é em Brasília que as faixas de renda dos ciclistas estão mais distribuídas, o que significa que a classe média a está utilizando mais do que em outras cidades.

Contagem
No que diz respeito à contagem de ciclistas foram feitas quatro: em julho, na EPTG; em agosto, na Ponte do Bragueto; e duas em outubro, em Águas Claras. Por terem sido feitas em rodovias, que preveem projetos de ciclovias, as duas primeiras têm características bem semelhantes. Já em Águas Claras a verificação foi feita devido ao debate que se estabeleceu no local sobre ciclofaixa e da Zona 30, que prevê menos velocidade para as vias.

A contagem feita na EPTG, sempre no período das 6h da manhã às 20h, registrou um número de 226 ciclistas. Na Ponte do Bragueto, foram contabilizados 165 e, em Águas Claras, a primeira, feita simultaneamente em dois cruzamentos próximos, no entorno da Estação Arniqueiras, do metrô, a contagem foi de 162 ciclistas e, na segunda, realizada na Estação - embarcando, desembarcando e cruzando – foram 155 ciclistas, com um fluxo maior no turno da manhã. A maioria dos usuários pedalam nas ruas do Distrito Federal e estão na faixa que vai dos 18 aos 40 anos.

 

 
 

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