Cadeia produtiva é tema da 7° Conferência Brasileira de APLs 

Entre as ações sugeridas para os arranjos produtivos locais, pesquisadores do Ipea apresentaram programa que avalia ex-ante os investimentos setoriais

Durante os dias 09 e 10 de dezembro, a 7ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais reuniu os atores envolvidos na ação interministerial – entre representantes do Governo Federal, instituições financeiras, Sistema “S” e instituições de ensino e pesquisa – para debater o desenvolvimento de políticas públicas e ações voltadas aos arranjos produtivos locais. Para contribuir com as discussões, os pesquisadores da Diretoria de Estudos Regionais Urbanos e Ambientais (Dirur) foram responsáveis pela oficina Avaliação do Impacto de Investimentos na cadeia produtiva e região e apresentaram um programa que permite a avaliação ex-ante de investimentos setoriais.

“A nossa ideia aqui é apresentar um simulador que habilita, teoricamente, qualquer pessoa a fazer análise de impacto de um determinado investimento, em determinado setor, a partir de um determinado município”, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Carlos Wagner de Albuquerque Oliveira na abertura da oficina. Segundo o economista, normalmente essas simulações são feitas com o uso de alguns modelos muito carregados em termos de base de dados e habilidade na sua manipulação – há sempre a necessidade de um especialista, que conheça a teoria por trás desses modelos.

O programa que vem sendo criado no Instituto surgiu com o objetivo de facilitar a vida do tomador de decisão, do prefeito, do agente público, dos bancos de investimentos que queiram fazer esse tipo de simulação. Em fase de finalização, o projeto foi apresentado pelo diretor de pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), Bruno Cruz e pelos também pesquisadores do Ipea Iuri Queiroz e Ubirajara Cruz, que mostraram os principais resultados que o programa pode extrair, com suas possibilidades e limitações.

Em linhas gerais, a ideia deste modelo é identificar o setor ou atividade econômica localizada no município, o tamanho dessa atividade econômica e o local em que foi feito o investimento.

7° Conferência

O tema desta edição da Conferência foi “APLs: Dinamização das Cadeias Produtivas e Inclusão Social”. Os dois dias de programação buscaram aprimorar e estimular o desenvolvimento das empresas e empreendedores organizados em arranjos. O evento é uma ação do Grupo de Trabalho Permanente de apoio aos APLs, composto por representantes do Governo Federal e instituições privadas, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O grupo é formado por 33 instituições, dentre elas o Minsitério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Ipea.

O evento contou ainda com o patrocínio de instituições como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bradesco, Instituto Euvaldo Lodi da Confederação Nacional da Indústria (IEL/CNI), Agência Brasileira de Desenvolvimento da Industrial (ABDI), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

APLs no Brasil

De acordo com os dados do Banco de Dados Nacional de APLs, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento da Produção do MDIC, o Brasil possui, atualmente, 677 APLs, em 2.175 municípios. As atividades desenvolvidas representam 59 setores da economia nacional.