Inovação e oportunidades para bibliotecários são tema de debate
Durante o workshop na sede do Ipea, em Brasília, foi lançado o livro “Biblioteca do Século XXI: desafios e perspectivas”
No workshop Biblioteca do Século XXI, realizado no Ipea nesta terça-feira, dia 31, foi discutido o posicionamento dos bibliotecários brasileiros, especialmente os que trabalham em instituições públicas, em relação à profissão neste século. Inovação, o uso de tecnologias, o mercado de trabalho e o papel social e cultural dos bibliotecários na atualidade são algumas das questões que nortearam o debate. A chefe da Divisão de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas, Anna Carolina Mendonça, destacou que os bibliotecários não podem deixar-se atropelar pela “enxurrada” de mudanças no mundo e ficarem inertes: “Precisamos questionar quem são os bibliotecários, se estão atualizados, se participam das decisões nos órgãos que atuam”.
O workshop foi parte do projeto Biblioteca do Século XXI, lançado em 2016, que reuniu especialistas nacionais e internacionais culminando na produção do livro Biblioteca do Século XXI: desafios e perspectivas, lançado durante o evento desta terça-feira. Para o diretor-substituto de Desenvolvimento Institucional, Carlos Roberto Paiva da Silva, “essa é uma oportunidade de projetar melhores propostas de políticas públicas no setor”.
Segundo a chefe da Divisão da Biblioteca do Ipea, Lúcia Regina Pontes Lemos, é necessário que o profissional vá além do conhecimento oferecido pela formação universitária. “Cabe ao bibliotecário lutar pelas atualizações, condições de trabalho e pela inovação no local de atuação”, declarou.
Futuro Durante o evento, foram discutidos cinco temas: a atitude do bibliotecário (atual e desejado), o bibliotecário e o seu relacionamento com a tecnologia, bibliotecário e seus concorrentes, o papel social e cultural, e o mercado de trabalho desses profissionais. Os especialistas trouxeram linhas de discussão retratando os desafios do bibliotecário e seu relacionamento com a tecnologia.
A necessidade de criar órgãos e associações que representem os profissionais da área foi defendida pela analista em ciência e tecnologia da Capes Katyusha Madureira. “Temos de transformar o espaço em que trabalhamos, a nossa profissão tem de ser valorizada. Nós podemos trabalhar em qualquer lugar, não devemos nos limitar somente às bibliotecas”, afirmou.
O doutor em linguística computacional Claúdio Gottdchalg- Duque, da Universidade de Brasília, disse que o bibliotecário precisa ser mais proativo no mercado de trabalho para que novas oportunidades sejam alcançadas. “O mercado de trabalho, hoje, vem buscando profissionais cada vez mais qualificados. Por isso, tem de haver a necessidade de buscar mais conhecimentos”, salientou. Para ele, inovar na área é uma forma de valorizar mais o papel do bibliotecário.
A coordenadora do IBICT, Bianca Amaro, destacou a importância das tecnologias da informação e comunicação (TICs) na área, dando ênfase ao trabalho em grupo como forma de quebrar paradigmas na profissão. “Temos de nos acostumar e buscar novos complementos com as novas tecnologias. É preciso se atualizar com essas ferramentas”, disse. |