03/05/2017 11:25 |
Setor de defesa pode impulsionar o crescimento tecnológico do país O planejamento de medidas eficazes para alavancar a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira foi tema do seminário realizado pelo Ipea em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério da Defesa no dia 27 de abril, na sede da ABDI, em Brasília. Os debates com especialistas do setor foram orientados pelo livro Mapeamento da Base Industrial de Defesa, publicado pelo Ipea e ABDI no último ano. "Esse mapeamento nos dá uma visão mais ampla do que podemos ter para o futuro na área de soberania nacional", ressaltou o presidente da ABDI, Luiz Augusto de Souza. "Recuperar esse projeto/trabalho é uma oportunidade de recuperar o debate e planejar futuras ações", afirmou a coordenadora técnica do projeto no Ipea, Flavia Schmidt. "Ter uma empresa líder nacional é fundamental para puxar o segmento aeronáutico. Em 2012, a Embraer ocupava a posição 66 entre as 100 maiores empresas exportadoras da área de defesa do mundo", lembrou Marcos Barbieri Ferreira, professor de economia especialista no segmento e autor do Capítulo 6 - Plataforma aeronáutica militar. "No segmento, estão concentrados os extratos de maior valor agregado. ” "Como no setor aeronáutico, as empresas do segmento espacial se concentram no Sudeste, principalmente em São Paulo (94%)", pontuou Patrícia de Oliveira Mattos, pesquisadora visitante do Ipea e autora do Capítulo 7 – Sistemas espaciais voltados para Defesa. “Mesmo em períodos de crise econômica, o segmento espacial tem a característica de manter seu dinamismo, tanto em relação ao setor quanto em relação à indústria em geral.” Também ressaltou a dificuldade de encontrar mão de obra especializada para o setor espacial para além das principais fontes de recursos humanos (como ITA e Inpe). Juliano Vianello, autor do Capítulo 2 – Sistemas eletrônicos e sistemas de Comando e Controle,destacou a amplitude deste segmento, que envolve desde equipamentos elétricos, eletrônicos, ópticos, optrônicos e comunicações a componentes de ponta, com visão térmica, sensores ópticos ou radares de longa distância, entre outros. "Se analisarmos todo o comércio mundial de equipamentos militares, observamos a forte participação deste segmento (Comando e Controle). Todos os players têm como setor de atividade a parte eletrônica", pontuou Vianello. Além da necessidade do aumento de investimentos para o setor, defendeu a importância de parcerias estratégicas para obtenção e desenvolvimento conjunto de tecnologias capazes de atender a demandas da atualidade, como “guerra eletrônica” e “defesa cibernética”. Vitelio Brustolin, autor do Capítulo 8, Equipamentos de uso individual, salientou que este segmento está entre os mais empregados pelas forças armadas de todo o mundo. Considerando que é tudo o que um militar porta individualmente (como munições, coletes, tablets, entre outros), destacou que as empresas internacionais com maiores vendas de tecnologia produzem, entre outros, equipamentos relacionados ao setor. “Essa é uma área oportuna que o Brasil tem demonstrado interesse, mas ainda não dispõe de empresas de ponta com sede nacional. É uma empreitada que necessitará de apoio governamental para que a indústria local se torne completiva.” O livro Mapeamento da Base Industrial de Defesa está disponível na íntegra neste link. |
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