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09/12/2021 09:07

Especialistas debatem promoção e atração de investimento direto no Brasil


Webinar realizado nesta quarta-feira (8) lançou a edição nº 30 do Boletim de Economia e Política Internacional

A construção da imagem e do marketing do Brasil não só como destino turístico, mas para promoção das exportações e como opção de investimento direto, agregando valor ao país, foi o ponto de convergência de dois dos cinco artigos da edição nº 30 do Boletim de Economia e Política Internacional (Bepi), lançada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira (08/12) e apresentada durante um webinar. O evento também promoveu o debate sobre os desafios do Brasil frente às novas demandas da economia global, que valoriza indicadores como sustentabilidade e políticas sociais para efeito de atração de investimentos.

A construção de uma marca-país alinhada a essa reputação, conforme os participantes do webinar, tende a facilitar o ingresso do Brasil no seleto grupo de integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira, ressaltou que cabe ao Brasil estar bem posicionado para atuar na defesa dos seus interesses e participar do jogo técnico-político da definição de indicadores no âmbito da OCDE. Estudo recente do Ipea, lembrou Oliveira, analisou o Produto Interno Bruto, as exportações e a atração de investimentos de países que ingressaram na OCDE após 2010 e mostrou que o impacto maior da entrada na organização tende a ser sobre os investimentos. “A atração de investimentos é um ponto crítico, particularmente investimentos advindos de países que fazem parte da OCDE, e tem impacto direto no processo de acessão”, afirmou.

O assessor da presidência da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Diego de Souza Araújo Campos, disse que a agência está atenta às novas demandas do comércio internacional, que toma como referência sustentabilidade e política social. Ele também destacou um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), lançado em junho deste ano, que mostra a desigualdade no fluxo de investimento externo direto no mundo. “Bahamas, Barbados, Equador, Paraguai e México tiveram crescimento, enquanto o Brasil apresentou redução”, disse Campos, ao indagar se esse comportamento estaria associado também à facilitação de investimentos diretos ou à regulação ou promoção comercial, especialmente no contexto pós-pandemia de Covid-19.

A subsecretária de Facilitação de Comércio Exterior e Internacionalização da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, Glenda Bezerra Lustosa, relacionou várias iniciativas aderentes a essa temática, entre elas uma plataforma eletrônica de serviços de logística para internacionalização de micro, pequenas e médias empresas, em parceria com várias instituições, como Sebrae e Confederação Nacional da Indústria (CNI), financiada pelo governo britânico. Disse que a gestão da governança nesse campo será incluída no Plano Nacional da Cultura Exportadora do Ministério da Economia e pontuou medidas não tarifárias e iniciativas para reduzir os custos de comércio entre os países do Mercosul.

Em foco no Bepi
Os dois primeiros artigos do Bepi nº 30 analisam as experiências e as boas práticas no exterior, fazendo um benchmarking para efeito de aprimoramento das políticas públicas brasileiras voltadas à promoção das exportações e da atração de investimentos. Ao apresentar seu artigo no webinar, Lediany Freitas de Campos fez uma análise comparativa dos sistemas de promoção de exportações de Alemanha, Lituânia, Finlândia, Coreia do Sul, Japão, China e Costa Rica, destacando iniciativas inovadoras nesses países que podem ser inseridas entre as melhores práticas de promoção de exportações. “Entre as estratégias práticas e medidas implementadas nesses países, observa-se a intensificação da tecnologia digital e a promoção de setores de tecnologia verde”, assinalou Campos.

Já o artigo assinado por Marta Rossi e apresentado por ela no webinar abordou a atuação das agências de promoção de investimentos externos, sua estrutura e a tendência de descentralização, ao apontar as melhores práticas nacionais e subnacionais de promoção de investimentos nos países. Segundo Rossi, há quatro razões para a realização de atividades de promoção de investimentos em nível local: objetivos do desenvolvimento, conhecimento de sua localização, facilitação no terreno e atração de investimentos nacionais.

“O núcleo mais importante desses dois artigos está na comparação de experiências internacionais, principalmente de agências de promoção das exportações e de atração de investimentos”, explicou o editor do Bepi, o pesquisador do Ipea André Pineli, para quem o Brasil poderia explorar melhor o seu potencial, por exemplo, do ponto de vista da sustentabilidade. Pineli, que junto ao colega Marcelo Nonnenberg atuou no painel de debatedores, apresentou cada um dos cinco artigos e seus autores.

Assim, o terceiro artigo da edição nº 30 do Bepi avalia os investimentos externos com foco no setor de energia da Alemanha, Austrália, Estados Unidos e Rússia, que utilizam o mecanismo de triagem de projetos. As autoras Michelle Ratton Sanchez-Badin, Ana Maria Morais, Carolina Bianchini Bonini e Manu Misra discutem o conceito de segurança nacional aplicado ao investimento estrangeiro, antes mais restrito aos setores militar e de defesa, e que agora, com o maior protagonismo das multinacionais chinesas, passou a incorporar áreas como indústrias estratégicas e de infraestrutura crítica.

Os cenários para redução dos custos de comércio no âmbito do Mercosul é o tema do quarto artigo do Bepi, que vem assinado por Flavio Lyrio Carneiro, do Ipea. Ele analisa os efeitos dessa redução sobre o comércio na região e o mercado de trabalho no Brasil. A edição nº 30 do boletim se encerra com uma análise comparativa das propostas de reforma tarifária no Brasil, por meio do artigo assinado pelo especialista Honório Kume.

Assista à íntegra do webinar

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