14/12/2021 16:20 |
China deverá investir US$ 1,4 trilhão em inovação industrial no pós-pandemia Diagnóstico aponta papel estratégico dos investimentos em infraestrutura tecnológica na indústria, como a automação e 5G, para a retomada econômica chinesa A política de inovação tecnológica e industrial deverá ser o principal motor estratégico para a retomada do crescimento econômico da China no período pós-pandemia. A projeção faz parte do estudo apresentado nesta terça-feira (14/12), em webinar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento destaca o planejamento do governo chinês, que prevê U$ 1,4 trilhão em investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura de automação na indústria e a tecnologia 5G. A pesquisa analisou as políticas industriais adotadas na China durante os últimos 30 anos e reiterou o papel central das políticas de inovação para promover o fortalecimento das cadeias produtivas industriais da China, observadas especialmente a partir da década de 2000. Na avaliação dos autores do estudo, Marcelo Nonnenberg, Uallace Lima e Scarlett Bispo, a política industrial de desenvolvimento do país deverá ser mantida como medida de enfrentamento aos atuais desafios econômicos e sociais impostos pela pandemia. A abertura do webinar foi realizada pelo diretor da área de estudos internacionais do Ipea, Ivan Oliveira. Ele destacou a importância da série de pesquisas realizadas ao longo deste ano sobre a economia chinesa e os impactos da pandemia na economia global. “O Ipea tem dado a sua contribuição para o fortalecimento na agenda de pesquisas sobre a relevância da China. A série de relatórios resultou em estudos inéditos e que vão auxiliar no posicionamento do Brasil no atual cenário de política externa”, argumenta. O debate também contou com a participação da embaixadora e secretária do Ministério das Relações Exteriores para negociações bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia, Marcia Donner Abreu. Segundo ela, as pesquisas sobre a influência da economia chinesa são necessárias para apoiar o processo de desenvolvimento da agenda comercial brasileira. “A China é parceira central de cadeias de suprimentos globais, além de ser o principal parceiro econômico para centenas de países, incluindo o Brasil. Portanto, ela desempenha importância crucial na agenda de comércio internacional e precisa continuar sendo pesquisada de forma aprofundada”, disse a embaixadora. Entre os painéis de debate, o webinar também abordou a chamada Nova Rota da Seda, Belt and Road Initiative (BRI). Trata-se do conjunto de programas de investimentos chineses, inicialmente focados em infraestrutura e lançados em 2013 pelo presidente Xi Jinping. A iniciativa constitui, atualmente, a principal plataforma de aplicação de investimentos em diversos setores produtivos. Na avaliação do pesquisador do Ipea Fernando Ribeiro, a BRI deverá alavancar o processo de retomada da economia chinesa no médio prazo. “Essa iniciativa vem atraindo fluxos de capitais com potencial de afetar positivamente as economias hospedeiras dos projetos em países signatários. É importante o Brasil acompanhar essa agenda de negociações”, afirmou. O Ipea dará continuidade aos debates sobre as pesquisas que tratam da economia chinesa nesta quarta-feira (15/12), segundo dia do webinar, com a participação de pesquisadores e especialistas para debaterem o sistema tributário chinês, além da relevância estratégica da agricultura na agenda comercial do país. Assessoria de Imprensa e Comunicação |
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