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11/03/2022 16:07

Ipea participa da construção do Plano Nacional de Fertilizantes


Pesquisadores contribuíram com avaliação técnica ao grupo de trabalho interministerial

O governo federal lançou, nesta sexta-feira (11/3), o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), como estratégia para reduzir a dependência do Brasil, que atualmente ocupa a quarta posição mundial com 8% do consumo global desses insumos. A oferta de fertilizantes ficou ameaçada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que gerou a preocupação brasileira com a segurança alimentar, destacada pela presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a cerimônia de assinatura do decreto de criação do PNF, que contou com avaliação técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O objetivo do PNF é tornar viável o equilíbrio entre a produção nacional e a importação ao atender à crescente demanda por produtos e tecnologias de fertilizantes. Com o PNF, o Brasil almeja diminuir a dependência de 85% para 45% de importações, em 2050, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes. Dentre as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, que totalizam mais de 73% do consumo nacional. Além de um diagnóstico do setor, o PNF trata de como o país pode suplantar os gargalos atuais, seja identificando novos fornecedores no mercado internacional, seja produzindo fertilizantes e adubos internamente.

O trabalho do Ipea foi realizado pelos pesquisadores José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, Edson Benedito da Silva Filho e Rogério Edivaldo Freitas, que colaboraram com o grupo de trabalho interministerial, responsável pela elaboração PNF, por meio de uma avaliação técnica do documento final. O grupo vem se reunindo desde março de 2021.

“O Ipea contribuiu com uma avaliação técnica do PNF, que mapeou a cadeia de fertilizantes na agricultura brasileira, fazendo um diagnóstico das potencialidades produtivas no mercado doméstico e internacional”, disse José Eustáquio. Atualmente, o potássio (38%) é o principal nutriente utilizado pelos produtores, seguindo-se o fósforo (33%) e o nitrogênio, com 29% do consumo total de fertilizantes. Dentre as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, que totalizam mais de 73% do consumo nacional. “O setor agropecuário responde por 30% do Produto Interno Bruto (PIB), 20% do emprego e mais da metade das exportações brasileiras”, informou ainda o pesquisador.

Desde a década de 1970, o país vem ampliando sua fronteira agrícola, com expansão no Cerrado, região bastante semelhante às savanas africanas. Durante muito tempo, os agricultores brasileiros se referiam a esta região como “campos cerrados”, por causa da inadequada característica do solo para sustentar a produção agrícola. Desde então, incorporaram-se mais de 40 milhões de hectares em terras aráveis. Após a criação da Embrapa, a expansão se deu em duas ondas de crescimento: na década de 1980, na direção do Centro-Oeste e, na década de 1990, na linha do Matopiba, que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O crescimento do agronegócio só foi possível, segundo José Eustáquio, com o avanço da ciência e tecnologia, que desenvolveram sementes mais adaptadas ao clima tropical, bem como técnicas de correção e adubação do solo. “A dependência externa brasileira no consumo de fertilizantes gera preocupação, uma vez que eventos exógenos, tais como guerras e pandemias, podem influenciar na oferta global de insumos estratégicos. Uma ruptura nas cadeias de suprimento pode impactar na dinâmica produtiva, elevando os custos e, consequentemente, os preços dos alimentos. A importância do PNF está em minimizar essa dependência e repensar o papel estratégico do Brasil na produção mundial de alimentos”, avaliou o pesquisador do Ipea.

Com informações para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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