06/10/2009 19:20 | ||
Instituto quer debate com redes de conhecimento Ideia do Ipea é retomar o pensamento crítico nacional para o planejamento de longo prazo
No primeiro de uma série de debates programados para ocorrerem em comemoração aos 45 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj-PE) realizaram nesta terça-feira (6) um seminário no Recife (PE). Houve consenso entre os pesquisadores de ambas as instituições sobre os rumos positivos que o Brasil vem tomando no sistema de assistência e proteção social, e sobre as conquistas de equidade no País desde o processo de redemocratização instalado há quase três décadas. Houve consenso, também, sobre o fato de que ainda há muito a fazer: o Brasil continua a ocupar lugar de destaque no ranking dos mais desiguais e precisa crescer com melhor distribuição de riqueza e sustentabilidade ambiental. Como promover esse tipo de desenvolvimento? As discussões sobre o tema farão parte de uma rede de conhecimento que o Ipea está construindo com 25 instituições regionais de estudo e pesquisa, anunciou Mário Lisboa Theodoro, diretor de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais (Dicod) do Ipea. Ele convidou a Fundaj a integrar a rede. No seminário Encontros Brasil Ipea 45 Anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional, Theodoro mostrou ao público um panorama da economia brasileira com taxa de desemprego de 7,2% em 2008, menor patamar desde 1996, o que significa mais recursos previdenciários e poder de ampliação da rede de proteção social. Para ele, esse é um caminho sem volta que o Brasil precisa percorrer. “Grande parte da equidade conseguida no País se deve ao sistema de proteção social. Precisamos reconstruir um sistema de planejamento de proteção social que pense o Brasil até 2030”, afirmou, depois de observar a tendência de baixa fecundidade e aumento no número de idosos previsível nos dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Trata-se, segundo ele, de um debate que já ocorria internacionalmente na Organização das Nações Unidas (ONU). “Na década de 1990, as crises financeiras mostravam os limites do Consenso de Washington para os países emergentes,” disse. “A crise financeira global mostrou a importância do papel das instituições nacionais e internacionais”, ponderou, ao lembrar que o “milagre” de alguns países asiáticos ocorreu justamente porque eles não seguiram o receituário do consenso. Romano acredita que a crise agilizou a volta do coletivo e do Estado, e que não está em debate a desglobalização, mas sim a globalização organizada, a governança global. “Falta uma convenção sobre o desenvolvimento, e o Brasil terá papel de destaque nessa convenção”, acrescentou o pesquisador ao observar que o País foi convidado a integrar o G-20, o Comitê da Basileia e acaba de conquistar o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. As mudanças climáticas, na visão de Romano, também “criaram um novo paradigma tecnológico com janelas de oportunidades para áreas ricas em biodiversidade, como o Brasil”. Mercado interno A economista destacou os benefícios dos investimentos da Petrobras no Nordeste, mas observou que a região parece ter ficado de fora da integração com os países vizinhos. “Vão fazer rodovias ligando vários estados aos países vizinhos, mas o Nordeste parece estar meio esquecido nesse planejamento”, destacou, ao solicitar estudos a respeito do assunto. Formação de quadros |
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