14/10/2009 23:27 |
Em seminário no Pará, Ipea avaliou políticas sociais Evento que comemora os 45 anos do Instituto foi realizado no IDESP, em Belém, e contou com a presença de acadêmicos e pesquisadores A terceira edição da série Encontros Brasil Ipea 45 anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional, ocorreu na quarta-feira, 14, em Belém (PA). Depois da Dicod (Recife) e Dimac (Salvador), foi a vez da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) participar do debate com acadêmicos, pesquisadores e integrantes do governo paraense. O evento ocorreu no Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP). Membro da rede Ipea/Anipes de pesquisa, o IDESP chamou para o seminário funcionários do Instituto, professores e pesquisadores de universidades como a Federal do Pará (UFPA), representantes do governo estadual e de outras instituições. Participaram como palestrantes Jorge Abrahão, diretor da Disoc, e José Aparecido Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa da diretoria. Ambos analisaram as políticas sociais do País e os números da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008). Um dos primeiros tópicos abordados por Abrahão foi o sistema previdenciário. Ele afirmou que o Brasil deve enfrentar problemas sérios nessa área por conta da “grande transformação demográfica” em curso no País. A taxa de fecundidade é de apenas 1,8 filho, e a expectativa é de que o número absoluto de brasileiros comece a cair a partir de 2030. “Então, não basta uma previdência com base em sistema de pensões. Teremos de partir para assistência, com sistema de benefícios e serviços sociais para idosos”, disse o diretor da Disoc. Com a redução no número médio de filhos do brasileiro, Abrahão prevê ainda o enfraquecimento da proteção familiar e a consequente elevação na quantidade de idosos sozinhos. “O Estado terá de lidar com esse problema.” Especialista em educação, o diretor também abordou os desafios nessa área e foi enfático ao falar de analfabetismo. “É uma vergonha um País como o nosso ter 14 milhões de analfabetos, ou 10% da população. E isso é uma herança do período em que o Brasil mais cresceu. Expandiu sua economia a 7%, 8% ao ano e nem assim deu escola para os jovens e as crianças”, afirmou, se referindo às décadas de 1970 e 1960. Progressos Ao mostrar a curva de redução da desigualdade social, José Aparecido enfatizou a necessidade de uma reforma tributária que contribua com uma melhor distribuição de renda. “Não dá mais para reduzir desigualdade tirando leite de pedra com o Bolsa Família. A tributação passa a ser estratégica”, explicou. Ao fim do encontro, Cassiano Ribeiro, diretor de Estudos Socioeconômicos do IDESP, elogiou a iniciativa do Ipea de promover o debate. “Para o IDESP, que está recomeçando sua base de pesquisa, isso serve como referência. Pretendemos estruturar um núcleo de pesquisa na área social e temos um longo caminho a percorrer. Nos sentimos honrados com a presença do Ipea”, declarou. O IDESP participa da rede Ipea/Anipes com estudos nas áreas de dinâmica regional, assentamentos precários, redes urbanas no Brasil e na América do Sul, licenciamento ambiental e avaliação da gestão municipal. A série de seminários Encontros Brasil Ipea 45 Anos: Um Novo Ciclo do Pensamento Nacional vai promover debates em diversas capitais do País com cada uma das diretorias do Instituto. Veja quais serão os últimos eventos: Outubro 22 (quinta-feira)
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