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Zero Hora (RS) – Portas abertas para o mercado
IBGE mostra números que impressionam: em 10 anos, enquanto o extrato jovem da população em idade de trabalho cresceu apenas 1%, a faixa acima dos 50 anos disparou 91% e chegou a 5,12 milhões de pessoas Os números que mostram a marcha dos trabalhadores mais maduros impressionam. Em maio de 2002, o contingente de ocupados com 50 anos ou mais nas regiões metropolitanas que integram a pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 2,68 milhões, número inferior aos 3,10 milhões de pessoas com idade de 18 anos a 24 anos. Dez anos depois, verifica-se uma ultrapassagem com folga. Enquanto o extrato jovem de ocupados cresceu apenas 1%, a faixa de maior idade disparou 91% e chegou a 5,12 milhões de pessoas.
Com a transição demográfica, fruto da menor taxa de natalidade e avanço na longevidade, a escalada dos trabalhadores grisalhos tende a se acentuar nas próximas décadas.
- As empresas absorverão cada vez mais pessoas maduras, pela diminuição da entrada de jovens no mercado devido à menor taxa de fecundidade e ao fato de ficarem mais tempo na escola. As empresas terão de rever preconceitos e investir mais em capacitação - resume Maria Amélia Camarano, coordenadora de população e cidadania no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e estudiosa do tema.
Nessa travessia, um dado positivo é o de que os jovens estão estudando por mais tempo. Portanto, quando entrarem no mercado serão mais qualificados e terão potencial de apresentar maior produtividade, avalia o pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, da Fundação Getulio Vargas (FGV). O quadro atual de escassez de mão de obra preparada é outro fator que contribui para o aumento da longevidade laboral.
- Empresas estão desaposentando funcionários para que voltem à ativa. Existem pessoas com 60, 65 anos que são ativas e têm produtividade alta - observa Moura.
Preconceito também tende a diminuir
As estatísticas são palpáveis para quem trabalha com recrutamento. Lourdes Lovison, gerente executiva do grupo Advis, consultoria na área de recursos humanos, sente que o preconceito com trabalhadores de idades mais avançadas caiu de forma nítida nos últimos cinco anos. Segundo Lourdes, 90% das empresas que solicitavam a indicação de profissionais a Advis tinham restrição a pessoas acima de 50 anos. Hoje, o percentual das que têm limitação etária caiu pela metade. Também cresceu o número de empregadores que procuram colaboradores mais maduros para posições em áreas administrativas e de gestão.
- É uma escolha por maturidade. As pessoas com 50 anos não são as mesmas de tempos atrás. São saudáveis, mais competitivas e produtivas, alinhadas às tecnologias, conectadas com as mídias e redes sociais. Disputam em igualdade com os jovens - afirma Lourdes.
Mais cauteloso, o consultor Eliseu Ordakowski, da Produtive, empresa especializada em transição de carreiras, ainda nota dificuldade para a recolocação de executivos de mais de 50 anos, embora admita uma mudança no cenário. Apesar de pontos fortes como experiência e conhecimento, em regra os laços familiares dificultam a mudança desses profissionais para outras cidades e Estados. Essa mobilidade, diz Ordakowski, tem sido exigida pelo mercado.
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Zero Hora (RS) – Verba para ONGs dobrou de 1999 a 2010
O volume de recursos repassados pelo governo federal para entidades sem fins lucrativos, as ONGs, dobrou de 1999 a 2010. É o que demonstra um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que levantou os valores repassados nos 12 anos que antecederam o governo da presidente Dilma Rousseff.
Em 1999, início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o governo repassou R$ 2,2 bilhões a essas entidades. Em 2010, final do governo Lula, esses repasses superavam R$ 4 bilhões.
Ainda assim, ao se considerar o volume de transferências obrigatórias e voluntárias do governo, os repasses para as entidades ocupam uma fração que não ultrapassa 2,5% do total de transferências. Em 2010, esse volume de recursos alcançou 1,8% do total. Segundo o Ipea, as transferências obrigatórias estaduais e municipais compõem a maior parte das transferências. "Verifica-se que essa forma de repasse tem peso bastante reduzido no orçamento federal", destaca o comunicado.
O estudo foi feito no contexto das denúncias envolvendo convênios com ONGs e que motivaram a queda de pelo menos quatro dos sete ministros demitidos pela presidente neste ano. "Nos últimos meses, a parceria entre o Estado e as organizações da sociedade civil para a execução de políticas públicas federais tornou-se objeto de debates públicos, os quais ensejaram medidas administrativas e culminaram na convocação de uma discussão voltada à mudança do marco legal atualmente em vigor", informa o Ipea.
"O principal do comunicado foi determinar com mais precisão o lugar das entidades – foco de debate e disputa política como novos parceiros e atores de formulação de políticas públicas – no orçamento", diz o estudo.
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Zero Hora (RS) – Verba para ONGs dobrou de 1999 a 2010
O volume de recursos repassados pelo governo federal para entidades sem fins lucrativos, as ONGs, dobrou de 1999 a 2010. É o que demonstra um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que levantou os valores repassados nos 12 anos que antecederam o governo da presidente Dilma Rousseff.
Em 1999, início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o governo repassou R$ 2,2 bilhões a essas entidades. Em 2010, final do governo Lula, esses repasses superavam R$ 4 bilhões.
Ainda assim, ao se considerar o volume de transferências obrigatórias e voluntárias do governo, os repasses para as entidades ocupam uma fração que não ultrapassa 2,5% do total de transferências. Em 2010, esse volume de recursos alcançou 1,8% do total. Segundo o Ipea, as transferências obrigatórias estaduais e municipais compõem a maior parte das transferências. "Verifica-se que essa forma de repasse tem peso bastante reduzido no orçamento federal", destaca o comunicado.
O estudo foi feito no contexto das denúncias envolvendo convênios com ONGs e que motivaram a queda de pelo menos quatro dos sete ministros demitidos pela presidente neste ano. "Nos últimos meses, a parceria entre o Estado e as organizações da sociedade civil para a execução de políticas públicas federais tornou-se objeto de debates públicos, os quais ensejaram medidas administrativas e culminaram na convocação de uma discussão voltada à mudança do marco legal atualmente em vigor", informa o Ipea.
"O principal do comunicado foi determinar com mais precisão o lugar das entidades – foco de debate e disputa política como novos parceiros e atores de formulação de políticas públicas – no orçamento", diz o estudo.
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21864. Zero Hora (RS): 6%
Zero Hora (RS): 6% Informe Especial, coluna de Túlio Milman 6% é a parcela dos habitantes de Porto Alegre que não nasceram no Rio Grande do Sul, de acordo com o Ipea. É a capital com o menor número de migrantes do país.
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Zero Hora (RS): A decolagem necessária
Entre os vários desafios gaúchos e brasileiros para a Copa do Mundo de 2014, um é especialmente importante e fundamental: o da qualificação dos aeroportos. Segundo estudo do Ipea, oito das 12 cidades-sede estão com seus aeroportos operando no limite. Em algumas delas – como o de Porto Alegre –, há uma deficiência histórica em relação às pistas e uma saturação do terminal inaugurado há poucos anos. O final da Copa da África desencadeia no Brasil um sentido de urgência e de responsabilidade em relação às obras para a próxima competição. O lento desenvolvimento das decisões e das ações, de que é exemplo o Salgado Filho, faz com que se tema pela capacidade brasileira de empreender uma decolagem segura e eficiente no sentido de cumprir a tempo as metas com que o país se comprometeu. No caso, mais do que cumprir tarefas, os brasileiros estão sob o desafio de mostrar competência e capacidade de organização.
A questão do apagão dos aeroportos, cujo sinal vermelho ocorreu após a tragédia do voo da TAM em julho de 2007, ainda persiste, apesar das providências emergenciais adotadas em alguns aeroportos e da traumática mudança da diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Naquela ocasião, instalou-se um verdadeiro caos nos aeroportos, envolvendo as empresas aéreas, as estruturas comandadas pela Infraero e uma desconfiança em relação aos controladores de voo. O principal problema do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, continua sendo a extensão da pista, cujos trâmites de ampliação obedecem a um processo lento, embora o principal entrave – o da remoção e relocalização de uma vila – parece ter sido superado. A situação da pista tem reflexos inevitáveis sobre todo o transporte aéreo regional, eis que impede a operação de cargueiros de grande porte e, assim, encarece o frete e deprime a competitividade das empresas.
A pressão dos prazos impostos pelo cronograma da Fifa precisa ser respondida, no Estado e no país, com uma demonstração de competência e eficiência. Não basta, por exemplo, que se anunciem linhas de crédito e financiamento ou que se definam projetos infraestruturais nas várias modalidades de transporte e circulação. Porto Alegre e as demais cidades-sede, bem como os Estados envolvidos, necessitam ver a urgência dos prazos – faltam agora 47 meses para a Copa de 2014 – transformada em obras aceleradas. A África do Sul deu bons e maus exemplos. Os estádios estavam concluídos, mas os entornos ficaram incompletos. Os aeroportos estavam adequados e as rodovias surpreenderam pela beleza e qualidade, mas o transporte coletivo se manteve claramente deficiente.
São lições que confirmam a urgência com que as obras da Copa devem ser tratadas, num alerta aos governantes das três esferas de governo e num desafio aos empreendedores privados que se aliaram ao projeto.
O final da Copa da África desencadeia no Brasil um sentido de urgência e de responsabilidade em relação às obras para a próxima competição.
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ZERO HORA (RS): A maior carência
Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) evidencia que o maior problema do Sistema Único de Saúde, na visão dos usuários, é a falta de médicos. Dos 2.773 entrevistados em todos os Estados do país, 58,1% apontaram a ausência de profissionais como principal dificuldade na busca de atendimento. A segunda queixa (35,4% dos entrevistados) refere-se à demora no atendimento nos centros de saúde e nos hospitais da rede pública. O terceiro grande problema (com 33,8% de reclamações) é a demora para conseguir uma consulta com especialistas. Só por estes indicativos já é possível perceber que as principais dificuldades do SUS concentram-se na relação do sistema com os profissionais que lhe prestam serviço.
O sistema é inquestionavelmente útil para os brasileiros. Antes da Constituição de 1988, somente os trabalhadores com carteira assinada tinham garantia de atendimento médico pelo extinto Inamps, o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social. Aos demais, restavam duas alternativas: pagar pela assistência de médicos particulares e pela internação hospitalar, ou, no caso da maioria, buscar atendimento gratuito nas santas casas, nos postos de saúde estaduais e municipais e nos hospitais universitários. O SUS foi criado para universalizar o acesso ao atendimento. A nova Carta garantiu atendimento público e gratuito a todos os habitantes do país, sem exceção.
Mas, na prática, não é bem assim: muitos brasileiros têm que entrar em longas filas, têm que esperar dias por cirurgias e, pelo que mostra a pesquisa do Ipea, nem sempre encontram os médicos a postos para atendê-los. Na verdade, não faltam médicos. Falta, isto sim, gestão competente e adequada. Evidentemente que a remuneração insuficiente e as más condições de trabalho nos estabelecimentos públicos não justificam ausências em horário de trabalho, tampouco o desvio de função. Se um médico atende pacientes no consultório particular no mesmo horário em que deveria estar prestando serviço público, está cometendo um delito.
Cabe, porém, ao gestor da saúde impedir que isso aconteça, não apenas corrigindo deformações, mas também e principalmente garantindo condições de trabalho para que os profissionais se sintam recompensados pela sua opção pelo serviço público. Compete aos gestores do SUS, a começar pelos ocupantes do primeiro escalão, criar condições dignas para os profissionais voltados para a atenção básica, especialmente para aqueles que trabalham em áreas de difícil acesso. Se for preciso contratar mais médicos, como reclamam os usuários no levantamento do Ipea, que isso seja feito com a urgência requerida, mas o mais importante é promover um gerenciamento competente do serviço, para que pacientes e operadores de saúde saiam beneficiados e para que o SUS - uma das maiores conquistas do povo brasileiro - fique ainda mais fortalecido.
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Zero Hora (RS): A política da coação Editorial De todos os sintomas a indicar a urgência de uma reforma política no país, as reações de inconformidade com a indicação de Marco Antonio Raupp para suceder a Aloizio Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia estão entre os mais preocupantes. Há consenso em escala nacional, se não planetária, de que o Brasil precisa investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação se quiser fazer frente aos desafios da recente revolução científica e tecnológica. As deficiências nesse terreno foram salientadas, entre outros, pela voz insuspeita de Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em palestra no 20º Fórum Nacional. O quadro traçado por Pochmann é desalentador. Tomando-se as empresas brasileiras em seu conjunto, apenas 1,3% dos representantes da indústria de transformação tinham atividades de pesquisa e desenvolvimento em 2005. O contingente de trabalhadores envolvidos em inovação era, nesse mesmo ano, de 47 mil pessoas num universo de 5,9 milhões de funcionários da indústria de transformação. Entre esses mesmos 47 mil, apenas 27 mil tinham graduação ou pós-graduação. Diante de quadro tão preocupante, nada mais salutar do que a decisão da presidente Dilma Rousseff de escalar um protagonista da pesquisa de ponta para a pasta da Ciência e Tecnologia. O currículo de Raupp, atual presidente da Agência Espacial Brasileira, fala por si: graduado em física pela Universidade do Rio Grande do Sul, é Ph.D. em matemática pela Universidade de Chicago e passou pela direção de várias instituições ligadas à área que comandará a partir de terça-feira. Em nota, Raupp afirmou ter "absoluta consciência da exigência sem precedentes para que a ciência, a tecnologia e a inovação contribuam de forma essencial para o desenvolvimento social e econômico do Brasil". É notório que a insatisfação de integrantes da direção do PT é motivada pelo fato de que o novo ministro não detém credenciais de quadro da cúpula partidária. O alto comando pressionava pela indicação do deputado federal Newton Lima (PT-SP), ex-prefeito de São Carlos. Cumpre lamentar que a chegada de um técnico do porte de Raupp ao ministério seja aquilatada não em função dos possíveis benefícios à ciência e à tecnologia, e sim dos supostos prejuízos a interesses particulares desta ou daquela agremiação partidária. Por legítimas e patrióticas que sejam, as necessidades de partidos e grupos políticos não podem se sobrepor aos interesses da nação. As dificuldades enfrentadas pela presidente da República na composição de seu ministério – notadamente os sucessivos escândalos que, no ano passado, custaram-lhe a demissão de sete auxiliares – são mais um fator a reforçar a urgência de uma reforma política no Brasil. Cantada em prosa e verso desde os primeiros anos de vigência da Constituição de 1988, tal reforma deve servir não para livrar o Executivo do contrapeso dos demais poderes, mas para permitir que, por meio do exercício soberano de suas prerrogativas, possa servir ao poder maior que emana do povo. A atual estrutura partidária e eleitoral, a sobreviver no futuro próximo, de nada servirá a não ser para consagrar o lema do "É dando que se recebe", não na acepção do frade de Assis, mas na dos bem menos desinteressados caciques políticos.
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Zero Hora (RS): Áreas de engenharia e design buscam talentos
Os setores relacionados à engenharia e ao design apresentam rotatividade positiva no mercado de trabalho nas oito maiores regiões metropolitanas brasileiras, incluindo Porto Alegre.
Conforme o estudo Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a média salarial dos empregados desligados tem pouca diferença em relação à média dos funcionários admitidos, o que significa que a rotatividade ocorre devido à maior demanda de profissionais no setor.
A rotatividade é considerada negativa quando trabalhadores são demitidos para que os novos recebam salários mais baixos e em condições menos favoráveis. Quanto maior a flexibilidade das regras para demissão e a informalidade nos vínculos de trabalho, mais os empregadores reduzem o custo e os benefícios associados. Quando a rotatividade é associada ao aquecimento da economia e ao aumento da demanda por mão de obra é avaliada como positiva, pois cria oportunidades de trabalho e melhoria dos níveis salariais. É o caso da engenharia e do design nos grandes centros brasileiros.
Para o ipea, o aumento da demanda por trabalhadores nessas áreas e o reflexo sobre o aumento dos salários indicam a necessidade de investimento em formação, capacitação e qualificação profissional, explica o editor do estudo, Paulo Augusto Meyer.
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ZERO HORA (RS): Até quando vai a paciência
Colapso no Salgado Filho
Na esteira de promessas descumpridas, estrutura do aeroporto se esgota - parta tormento dos passageiros.
Martírio aéreo
Promessas de cumprimento de obras são renovadas enquanto infraestrutura permanece precária e número de passageiros aumenta
Inaugurado em 2001 envolto em uma aura de modernidade, o novo aeroporto Salgado Filho chega aos 10 anos saturado: há mais passageiros do que comporta de fato e deve conforto a seus usuários. No ano passado, foram mais de 6,6 milhões de pessoas circulando pelos corredores do terminal, que oficialmente tinha capacidade para receber 5 milhões de passageiros. A abertura do terminal 2 para voos comerciais, em dezembro do ano passado, agregou mais 1,5 milhão à capacidade atual do complexo, mas o crescimento da demanda indica que em 2011 o movimento vai beirar as 8 milhões de pessoas. Se o número for confirmado, continuará a faltar espaço.
Além disso, o conceito de aeroporto associado a um shopping center que caracterizou a inauguração foi abandonado pela Infraero – empresa estatal que administra o complexo. Ainda consta da página oficial do aeroporto, mas não há lojas abertas 24 horas nem uma praça de serviços capaz de animar os consumidores. Os três cinemas, que apareceram como a grande novidade na época da inauguração, estão fechados há quase um ano, sem perspectiva de reabrirem. O espaço ocioso das salas está com tapumes e deverá ceder lugar para atividades comerciais.
O edifício-garagem também não comporta mais o fluxo de passageiros, que enfrentam até falta de táxis em dias muito movimentados. O serviço de transporte público inclui sete linhas de ônibus e uma de metrô até o centro de Porto Alegre, mas a distância da estação mais próxima desaconselha qualquer pretensão de usá-la. Os balcões de check-in são os mesmos 32 há 10 anos, apesar de o movimento ter duplicado nesse período.
A notícia que intriga é que há novas promessas no ar. A ampliação do terminal 1, com início previsto para o final de 2012, promete elevar a capacidade total para 10 milhões de passageiros em 2014 (incluindo o terminal 2), quando a carga de pessoas na unidade, de acordo com estudo realizado pela Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), deverá ser de 9,8 milhões de passageiros. Também haverá obras emergenciais, que começam na semana que vem. Mais 20 balcões de check-in vão ocupar uma ala ociosa no segundo andar, à esquerda das atuais posições. Serão acompanhadas de uma nova sala de embarque com capacidade para 280 passageiros, além de mais três posições de raio-X para inspeção de bagagem.
Mas, até tudo estar pronto, os usuários deverão continuar convivendo com filas nos balcões, falta de vagas nos estacionamentos, cancelamentos, atrasos de voos em dias de neblina e até, como registrado há uma semana, insegurança com relação à bagagem. O estudo do Ipea colocou o Salgado Filho entre os 14 aeroportos do país cuja situação é classificada como “crítica”. A ocupação média, segundo o estudo, foi de 166,9% em 2010.
– Mesmo com projetos adiantados, as obras em Porto Alegre não deverão levar menos que seis anos e meio para serem finalizadas. Isso indica que a situação crítica vai persistir – diz o pesquisador Carlos Campos Neto, do Ipea.
O superintendente do Salgado Filho, Jorge Herdina, contesta. De acordo com ele, a capacidade dos dois terminais já foi ampliada e não há problemas de conforto nos saguões:
– Em 2010, duplicamos os canais de embarque. Até dezembro, estaremos operando com capacidade para 8,5 milhões de passageiros.
Segundo Herdina, até 2016, quando ele estima que a ampliação definitiva estará concluída, os dois terminais terão capacidade para receber 12 milhões de pessoas por ano.
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Zero Hora (RS): Cadê os amarildos? Deve-se ao pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Daniel Cerqueira a descoberta de que cerca de 8,6 mil homicídios cometidos anual-mente no país são classificados erroneamente como tendo causa indeterminada no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Se esses homicídios forem contabilizados de maneira correta, a cifra anual de mortes violentas ocorridas no Brasil teria um impressionante incremento de 18,6% entre 1996 e 2010.
Inicialmente, Cerqueira havia topado com uma piora na qualidade dos dados sobre mortalidade violenta no Rio de Janeiro registrados no SIM entre 2007 e 2009. A partir desse dado, extraiu uma conclusão lógica: se erros similares de registro estivessem ocorrendo em outros Estados, o conjunto do sistema teria sua credibilidade comprometida.
Registre-se: Cerqueira é diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, ou seja, servidor do mesmo governo federal que mantém o SIM. Em tese, questionamentos sobre a precisão no registro de informações públicas não resultam necessariamente em números piores. No Brasil, porém, pode-se apostar que a subnotificação de qualquer dado vem de mãos dadas com interesses escusos - normalmente, de setores que detêm alguma parcela de poder e auferem benefícios no mascaramento da realidade.
A pesquisa de Cerqueira revelou essas duas facetas. De positivo, detectou que o aumento vertiginoso nas taxas de homicídios em muitos Estados, especialmente do Nordeste, não ocorreu de fato, mas foi resultado da melhoria da gestão do sistema de classificação.
Infelizmente, esses Estados contribuem de forma pouco significativa para o universo das mortes violentas. A má notícia foi encontrada, nos últimos anos, em sete Estados nos quais ocorreu um preocupante aumento daquilo que Cerqueira batizou de "homicídio oculto", registrado sob o disfarce de causa indeterminada: Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Roraima.
Além disso, resta um grande número de mortes violentas, particularmente de assassinatos, que não chega a ser registrado no SIM. É o caso do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu depois de ser levado por policiais para a Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, no Rio.
Tanto ao subnotificar um grande número de homicídios como ao fingir que cidadãos como Amarildo se liquefizeram no ar, autoridades de alto e baixo coturnos contribuem para, na prática, ocultar cadáveres. Esta prática incompatível com a boa administração e com os direitos humanos está sendo desmascarada por estudos como o de Cerqueira e pelo clamor pela punição dos responsáveis pelo sumiço dos Amarildos.
Com isso, fica cada vez mais evidente o descontrole oficial, que encobre outras deformações (entre elas, a truculência policial), afronta os direitos civis e a dignidade dos brasileiros.
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21871. Zero Hora (RS): Check in
Zero Hora (RS): Check in Coluna de Fábio Schaffner, de Brasília
Às vésperas das festas de fim de ano – e diante de uma nova ameaça de caos aéreo –, ainda não se conhecem os planos do governo Dilma para a modernização dos aeroportos. Dois meses após a eleição, a petista apenas acenou com a possibilidade de criar uma secretaria especial para o setor. A pasta, contudo, já é alvo de barganhas políticas, atraindo a cobiça de partidos aliados, como o PSB. Diagnósticos não faltam. Do Ipea ao sindicato das empresas aeroviárias, muita gente já apontou os gargalos e possíveis soluções para descongestionar os maiores terminais do país. Lula surfou no crescimento econômico que levou a classe média aos céus, mas não livrou os passageiros da agonia de enfrentar salas de embarque lotadas em um final de semana prolongado.
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Zero Hora (RS): Como as classes emergentes estão realizando sonhos de consumo
Por Joana Colussi
Renda dos chefes de famílias nas vilas da região metropolitana de Porto Alegre cresceu 14%
Comer bem, usar roupas da moda, cuidar da aparência e estar conectado. Os desejos e sonhos de consumo não mudam de uma classe social para outra. A diferença é a forma de realizá-los.
- O acesso à informação dá a impressão de uma sociedade mais igualitária, mas as desigualdades estão na forma como os caprichos se concretizam - analisa o antropologo Moisés Kopper.
Incluída em políticas governamentais de distribuição de renda e habitação, a chamada nova classe média brasileira é integrada por indivíduos que vivem em famílias com renda per capita entre R$ 292 e R$ 1.021 - com uma média de quatro moradores por casa. São milhões de pessoas que deixaram de ser pobres para embarcar no processo chamado de periferização ao adquirir o primeiro imóvel, carro e ter acesso a serviços até então distantes, agora disponíveis nas comunidades.
Agente de ação social, Tatiana Silveira, 38 anos, passou a frequentar a academia pela primeira vez há dois meses, depois da abertura de um estabelecimento ao lado da sua casa, na Vila Cruzeiro do Sul:
- Foi uma oportunidade por ser perto. Não teria como pegar um ônibus para fazer ginástica em outro bairro.
Pagando uma mensalidade de R$ 60, Tatiana cumpre a série de exercícios pelo menos três vezes por semana. Mãe de dois filhos, um de 15 anos e outro de três anos, está orgulhosa por ter emagrecido cinco quilos em 60 dias.
Aberta há três anos, a academia do empresário Anuar Paulo Pezzi (leia mais na página 8) reúne cerca de 150 alunos por mês, grande parte deles estreantes.
- A maioria quer emagrecer ou criar massa muscular - destaca o gerente e educador físico Yuri Kniphoff. RENDA NA VILA SUBIU MAIS QUE A MÉDIA
Com base em renda e habitação, o estudo Cidades em Movimento: desafios e perspectivas das políticas públicas, divulgado neste mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra a evolução na condição de vida dos moradores de favelas brasileiras de 2000 a 2010. Conforme o levantamento, a renda dos chefes de famílias nas vilas da região metropolitana de Porto Alegre passou de R$ 700 para R$ 800. A variação de 14,3% é bem superior ao avanço de 4,6% no rendimento de chefes de famílias de fora das comunidades: de R$ 2.150 para R$ 2.250. O estudo também mostra que esses moradores estão conseguindo melhorar suas casas, construindo banheiros e investindo em obras de esgoto sanitário. — Pesquisas comprovam que a melhoria da habitação faz com que a pessoa invista mais nela, comprando materiais de construção, móveis e eletrodomésticos. Um processo está relacionado ao outro — destaca Cleandro Krause, pesquisador e técnico do Ipea.
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Zero Hora (RS): Desigualdade se mantém
Entre 1995 e 2008, o Rio Grande do Sul reduziu o percentual de pobreza absoluta de 31,5% para 19,5% da população. O número de miseráveis caiu de 11,4% para 6%. A queda, no entanto, não representa equilíbrio na distribuição de renda.
Pela metodologia utilizada pelo Ipea, o Índice de Gini, a desigualdade mudou pouco no período. Em 1995, os gaúchos tinham índice de 0,56. Em 2008, esse indicador ficou em 0,50.
A escala, que varia de um a zero, indica que, quanto mais próximo de um, maior o fosso entre os que têm mais e os que recebem menos dinheiro.
Estipular metas para a melhoria dos índices de distribuição de renda e desenvolver mecanismos para que a sociedade possa cobrar por elas são ações apontadas por Marcio Pochmann, presidente do Ipea, como caminhos para obter um quadro social mais equilibrado.
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ZERO HORA (RS): Dissídio não afetará inflação, diz Ipea Os dissídios de diversas categorias profissionais de peso no segundo semestre não devem pressionar a inflação, entende o economista Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análises e Previsões Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para Messenberg, a inflação no atacado teve uma "surpreendente queda" em maio em razão da retração das commodities internacionais, e esse movimento não foi totalmente refletido nos índices ao consumidor. Em maio, o IPCA já perdeu fôlego e ficou em 0,47%, abaixo dos 0,77% de abril.
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Zero Hora (RS): Economia danosa Balanços de início de ano revelam, quase que diariamente, cifras que foram subtraídas de investimentos federais em 2011. O mais recente demonstra que o governo deixou de aplicar R$ 1 bilhão na construção e reforma de aeroportos, uma área com carências crônicas. Há outros dados preocupantes, como a não liberação de recursos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento e para projetos de amplo alcance social, como saneamento. É uma economia perigosa, porque compromete a modernização e a melhoria da infraestrutura, em várias áreas. Os fortes cortes em investimentos previstos em orçamento, confirmados por recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), evidenciam que, em nome do equilíbrio das contas públicas, o governo está economizando demais no que não deve, enquanto continua gastando muito na manutenção da máquina estatal. No caso dos aeroportos, estavam previstas 23 obras, 11 das quais em cidades que serão sedes da Copa de 2014. Muitos projetos continuaram engavetados, alguns por falta de recursos, incluindo melhorias na segurança de voos e controle do espaço aéreo. Para quem convive há anos com saguões lotados, atrasos em voos e outras deficiências de estrutura, de equipamentos e de gestão, é difícil entender por que o governo decidiu fazer poupança com verbas destinadas a serviços tão precários. O Tribunal de Contas da União identificou, além da não liberação do dinheiro, outras deficiências, como atrasos em obras programadas por falhas na administração dos projetos. Faltaram recursos e capacidade gerencial, enquanto os aeroportos têm problemas agravados pelo aumento do movimento nesta época do ano. Fica claro, com as contenções orçamentárias, que o governo foi implacável com os investimentos, na tentativa de demonstrar austeridade. O Ipea prova os efeitos dos cortes. A taxa de investimento público no ano passado caiu para 2,5% do Produto Interno Bruto, quando havia sido de 2,9% em 2010 e chegara, em alguns anos entre 2004 e 2010, a até 4% do PIB. O próprio Tesouro admite que os investimentos caíram 5,7% no ano passado. A opção do governo pelos cortes em obras teve forte repercussão no fraco desempenho da economia no segundo semestre. Investimentos públicos, que provocam ganhos diretos e indiretos em produção, emprego e renda, disseminando efeitos nas mais variadas áreas, não poderiam ter retenções tão expressivas de verbas num ano de insegurança e de recessão mundial. Há indícios de que, no esforço pelo superávit, que foi alcançado em 2011, a União sacrificou obras e prioridades, e ao mesmo tempo foi relapsa no controle das chamadas despesas correntes. Não houve economia com previdência e funcionalismo, com servidores comissionados e com outros gastos de manutenção da máquina pública. Esse desequilíbrio pode ser corrigido em 2012, desde que a liberação de verbas leve em conta os riscos de um ano de eleições. É preciso ter bom senso para evitar que a contenção do ano passado não seja substituída pela farra de recursos para contemplar demandas eleitoreiras, como já aconte ceu tantas vezes em diferentes governos.
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Zero Hora (RS): Especialistas defendem que é possível haver passe livre para estudantes e desempregados em Porto Alegre Isenção da tarifa é uma das exigências dos manifestantes que ocupam a Câmara de Vereadores
Acampados desde a última quarta-feira no plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, integrantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público exigem passe livre para todos os estudantes e desempregados da Capital. Isso é possível? ZH ouviu especialistas e todos concordam que, mediante uma decisão política, isso é possível. A que custo e de que forma são as questões nas quais afloram muitas divergências.
A proposta do Bloco de Luta, majoritariamente integrado por estudantes, é de que o passe livre seja suportado pela margem de lucro das empresas concessionárias do transporte coletivo de ônibus. E em nenhuma hipótese será admitida qualquer isenção fiscal ou subvenção, por parte do poder público municipal. Significaria nenhum centavo pago por uma média de 2,36 milhões de estudantes ao mês (dados da Capital, de 2011), sem contar desempregados.
É aí que as análises dos especialistas divergem, como em referência à margem de lucro. O procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, pediu revisão de toda a tarifa de Porto Alegre, que deve estar pronta em um mês. Um dos pontos analisados será a remuneração das empresas, que foi de 6,33% no ano passado e agora está em 7,51%.
Análises preliminares de técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) indicam que, em alguns momentos, a rentabilidade de algumas empresas chegou a 19%. Os cálculos, porém, não estão prontos nem revistos.
Funcionário da Carris e integrante do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), Luís Afonso Martins está convicto de que a tarifa zero para estudantes e desempregados pode ser custeada pelo lucro do setor.
- É quase certo que, ao investigar a planilha, o TCE vai descobrir que os gastos estão superestimados, e os quilômetros rodados são menores do que os anunciados pelas empresas de ônibus. A realidade é que a tarifa poderia custar R$ 2,50 e ser gratuita para alunos. Mesmo mantendo algum lucro para as empresas - defende Martins.
Professor de Planejamento de Transportes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-secretário municipal de Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna diverge. Para ele, "cada vez que alguém anda de graça no ônibus, outra pessoa paga". Entre as isenções atuais em Porto Alegre, ele aponta a meia-tarifa estudantil, a tarifa grátis a quem tem mais de 60 anos e a gratuidade da segunda passagem para quem toma dois ônibus para chegar ao destino (dentro de um período de tempo). Só este último benefício, garante, custou R$ 0,36 da passagem, que está em R$ 2,80. Até o momento, a prefeitura abre mão de impostos como o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para custear esses subsídios e até reduções na tarifa.
- É possível reduzir a margem de lucro dos empresários? Em tese, sim. Mas duvido que aí as empresas se interessem em explorar o sistema. A saída então seria estatizar, mas não podemos esquecer que a estatal Carris é deficitária - raciocina Senna.
Mesmo que dentro da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) se discuta a possível partilha do lucro, a questão é descartada no momento pelo prefeito José Fortunati. Ele diz que a prefeitura já abriu mão do ISSQN e de R$ 15 milhões.
Também não haveria como os permissionários custearem novas bonificações tarifárias. Isso só pode ocorrer mediante nova licitação do transporte coletivo, prevista para o final do ano. Fortunati diz que, aí, quem oferecer descontos para desempregados e estudantes poderá sair com vantagem.
Em números
- Um balanço do Dieese feito em março assegura que a inflação na Capital cresceu 281,31% entre 1994 e 2012
- O percentual de reajuste das passagens nesse período foi de 670,27%
- Na época do estudo, a passagem era R$ 2,85
- Levantamento de abril mostra prejuízo da Carris nos dois últimos anos. O valor do déficit em 2012 ainda está sob apuração. Em 2011, as perdas foram de R$ 5,9 milhões
- Em 2009, 2011 e 2012, houve um investimento da prefeitura de R$ 21,6 milhões
- Para o Dieese, em um ano, o óleo diesel subiu, na cidade, 5,8%
- Mas as empresas apontam 15,03%
Para baratear o bilhete
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, simulou no início do mês possíveis alternativas para baixar a tarifa no país
1) Subsídio estatal - Com recursos do orçamento geral. São Paulo e cidades europeias já adotam.
2) Fundos setoriais - Gratuidades e descontos para determinados usuários (estudantes, idosos, pessoas com deficiência etc.) seriam financiadas por fundos vinculados a políticas públicas setoriais (educação, seguridade social etc.). É o caso do Fundeb.
3) Taxa a motoristas - Donos de automóveis pagariam taxas extras sobre os combustíveis. Vigora em Bogotá (Colômbia).
4) Taxa congestionamento - Usuários de automóveis pagariam taxas sobre o uso de vias sujeitas a congestionamentos.
5) Tributo na folha - Imposto criado a partir da folha de pagamento de empresas em municípios com mais de 300 mil habitantes. É adotado na França.
6) Taxa sobre imóveis - Captura de parte da valorização imobiliária de imóveis beneficiados por investimentos em transporte (como metrô, por exemplo), por meio do IPTU. Usado em Hong Kong.
7) Uso de publicidade - Pagamento de aluguel pelo uso de espaços comerciais nas paradas e nos ônibus.
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Zero Hora (RS): Estrangeiro prevê alta de até 6% do PIB
Os estrangeiros estão otimistas com o desempenho da economia brasileira nos próximos 12 meses. Para 29% deles, o PIB crescerá mais de 6% no período, enquanto 59% apostam em uma alta entre 3,6% e 6%.
Os dados fazem parte do Monitor da Percepção Internacional do Brasil, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em sua primeira edição oficial, a pesquisa utilizou as respostas para a formulação de três indicadores principais sobre o Brasil: economia, política, governo e instituições, e sociedade. Cada indicador varia de -100 (muito pessimista) a +100 (muito otimista).
Na avaliação da economia como um todo, o indicador atingiu 24 pontos, o que revela que os estrangeiros estão moderadamente otimistas.
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Zero Hora (RS): Estudo aponta avanço da renda Conforme o trabalho divulgado ontem pelo Ipea, a renda média real subiu 28%, e 6,3 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema no Brasil de 2004 a 2009. Apesar de o estudo apresentar discrepâncias com os dados de miséria do Censo de 2010, os autores afirmam que, ao comparar os números anuais do Pnad, ele permite traçar um retrato fiel do avanço da renda no país. Órgão ligado à presidência da República, o Ipea tomou como ponto de partida o ano de criação do programa Bolsa-Família. Em 2004, eram 15 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema. Em 2009, somaram 8,6 milhões. No ano passado, durante a campanha eleitoral à presidência, o instituto havia publicado que, entre 1995 e 2008, 12,1 milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis. Desigualdade recuou 5,6% conforme levantamento No período analisado agora, a renda média subiu de R$ 495,12 para R$ 634,65. Como a renda dos mais pobres subiu mais, a desigualdade na distribuição de renda recuou 5,6%. O trabalho, intitulado Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira, afirma que o número de pessoas não-pobres no país é de 77,9 milhões, o correspondente a 42% da população, contra 29% em 2004. Não é preciso muita renda para entrar nessa lista. O Ipea definiu, arbitrariamente, que não é pobre quem tem um rendimento per capita mensal igual ou superior ao salário mínimo (R$ 465 em 2009). – Não existe parâmetro internacional de pobreza. Cada país faz seu critério. Usamos a percepção que existe na sociedade. Em uma pesquisa ainda não publicada, perguntamos às pessoas qual a renda necessária para que uma família de quatro pessoas não seja pobre. A resposta foi em torno de R$ 2 mil – diz Rafael Guerreiro Osório, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea. Mesmo bastando o salário mínimo para não ser pobre, os pobres ainda são maioria. Somavam 107 milhões em 2009.
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Zero Hora (RS): Expediente mais curto diminui ou aumenta sua produtividade?
Reduzir a jornada de trabalho não reduz em igual medida a produtividade do profissional. Por mais paradoxal que pareça, essa é a conclusão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em estudo divulgado em 2011. E ela não está sozinha. Dois anos antes, uma pesquisa em manufaturas americanas mostrou que espichar em 10% as horas de labuta comprometia em 2,4% a produtividade média dos trabalhadores. A relação inversa entre os dois aspectos se manteve em análise nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com a OIT, longas jornadas estão associadas a efeitos agudos de fadiga, como sonolência e desatenção, favorecendo erros e acidentes. Já uma carga horária pesada na semana também traria riscos de problemas crônicos de saúde e conflitos entre a vida pessoal e a profissional.
Se o patrão levasse em conta um diagnóstico para 16 países feito pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e Trabalho, adotaria meio período e horários flexíveis para empregar pessoas mais comprometidas no trabalho e mais relaxadas fora dele.
No Congresso, entre o sim e o não
O Brasil se junta a menos da metade dos países na adoção da carga horária semanal superior a 40 horas. Proposto pelo então deputado Paulo Paim (PT-RS), um projeto de emenda constitucional tramita desde 1995 no Congresso pedindo as 40 horas e aumento para 75% na remuneração das horas extras.
Hoje senador, Paim cita o exemplo de uma empresa paranaense que apresentou aumento de 37% na produtividade ao cortar oito das 44 horas do teto constitucional. O texto original do seu Pacto Empresarial do Pleno Emprego (Pepe) previa o mesmo limite de 36 horas, mas foi revisado para 40 horas, jornada máxima recomendada pela OIT em 1935.
- No Senado, a matéria não tem avançado. Deve ser votada no ano que vem. Garantiria mais gente consumindo e recebendo. A Previdência arrecadaria mais, haveria menos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e melhoraria a produtividade - lista o senador.
Segundo Paim, opositores da medida apresentam uma "análise fria" ao prever o aumento do custo da mão de obra. Em reunião com empresários em maio, a presidente Dilma Rousseff foi aplaudida ao sinalizar que a pauta é inoportuna em cenário de pleno emprego, esvaziando a tese de que a mudança traria novas contratações para suprir as novas brechas no expediente.
- O momento do Brasil é bom, mas o pleno emprego é para quem tem o mínimo de formação técnica. Jovens na faixa dos 20 anos não estão tendo oportunidades de ingressar no mercado e adquirir experiência - lamenta Paim, acrescentando que a tendência mundial é caminhar para 36 horas e que "o problema é convencermos os empreendedores".
Vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o deputado Laércio Oliveira (Solidariedade/SE) alerta que o tiro sairia pela culatra, gerando desemprego:
- A micro e a pequena empresa perderiam muito com esse projeto que não contribui em nada ao Brasil, não traz vantagem a nenhuma das partes e prejudica a grave situação econômica que o país atravessa. É uma atitude inconsequente que só vai prejudicar o setor produtivo nacional - afirma o deputado, para quem "o único caminho que as empresas teriam seria a demissão".
Quanto aos trabalhadores que se mantivessem empregados, Oliveira nega que eles perceberiam qualquer benefício:
- Bem-estar, mais tempo para se dedicar à família, cuidar da saúde... É um discurso sem consistência alguma. O trabalhador vai continuar a vida dele do mesmo jeito. Reduzir quatro horas de trabalho por semana não vai melhorar a qualidade de vida dele em nada. Para as empresas, sim, o prejuízo vai ser certo - sustenta, pregando uma reforma trabalhista no país para que, "sem a ingerência do governo", as relações de trabalho se assentem à "realidade de cada atividade".
Para Ana Cláudia Moreira Cardoso, socióloga do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil tem tanto a "necessidade" quanto as "condições" de reduzir a jornada.
- As centrais sindicais retomaram essa campanha lá em 2003. Isso deixa claro o tamanho da resistência. Trata-se do cerne da relação trabalho-capital, que é o tempo de trabalho. Historicamente, a diminuição da jornada nunca aconteceu de forma tranquila, sempre resultou de muito embate - observa a socióloga.
As confederações que representam o empresariado têm defendido que o assunto deve ser resolvido sem a intervenção estatal, já que os acordos coletivos estariam dando conta de estreitar a lida nas firmas. Uma das várias notas técnicas que o Dieese vem lançando sobre o assunto nega, entretanto, esse argumento.
- Temos um grande banco de dados, pesquisamos acordos e convenções para ver se havia esse fenômeno, e não foi o que verificamos. A redução a partir de acordos é uma experiência localizada, de metalúrgicos do ABC Paulista e de uma ou outra categoria muito pontualmente, como a de farmacêuticos em São Paulo - diz Ana Cláudia.
Em 2009, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sinalizou que 37 é o número certo para garantir emprego a todos os brasileiros. Já o Dieese diz que, ficando em 40, já seriam gerados 2 milhões de empregos.
A tendência mundial é de redução. A Alemanha, tradicionalmente uma das maiores jornadas da Europa, cortou recentemente a semana de trabalho de 41,6 para 40,8 horas. Na França, o limite de 40 horas, fixado em 1936, foi reduzido para 39 em 1982 e 35 no ano 2000. Apesar disso, a França segue entre os países com a melhor relação entre PIB e horas trabalhadas, à frente de potências econômicas como Alemanha, Reino Unido e Japão.
- Hoje o que causa desemprego e falência é a crise de 2008, que nada tem a ver com redução de jornada. A França reduziu sem perder competitividade. Competitividade tem a ver com investimento em infraestrutura, educação, outras questões - sugere a socióloga.
Da caça ao chão de fábrica
O consenso científico atual aponta que, dos povos da Namíbia às tribos amazônicas, o tempo de lazer era muito mais extenso entre os primitivos do que no mundo urbano de hoje, negando o mito de que os nossos ancestrais pré-históricos passavam o dia caçando o pão de cada dia.
Trabalhar permaneceu como atividade atada aos limites das estações do ano até que a Revolução Industrial, no século 18, passou a esvaziar a zona rural, atraindo camponeses para o interior das fábricas das grandes cidades. Transformando noite em dia, a luz artificial criou um turno novo de trabalho. Assim, era possível bater o ponto na firma e sair somente 16 horas depois.
Henry Ford, fundador da montadora de carros que leva o seu sobrenome, foi pioneiro na redução das horas de trabalho. Não que ele prezasse pelo bem-estar de seus funcionários: Ford percebeu que os trabalhadores precisavam de tempo livre para comprar produtos e manter a roda da economia girando. Ao justificar por que, sem reduzir salários, havia trocado a semana de 48 horas/seis dias pela de 40 horas/cinco dias, Ford disse que os trabalhadores precisavam de períodos vagos para descobrir utilidades para mercadorias como o próprio automóvel.
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ZERO HORA (RS): Falta de qualificação
Apesar dos repetidos alertas de órgãos do governo e de entidades privadas, vem crescendo o descompasso entre o dinamismo da economia brasileira e as deficiências na formação de mão de obra, incapaz de atender, com qualificação, às demandas desse crescimento. Recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforça o diagnóstico sobre as deficiências de formação de profissionais para as mais variadas áreas e nos mais diversos níveis. Constata o Ipea que as vagas para técnicos de nível médio, como construção civil, indústria e comércio, não são preenchidas porque os candidatos não satisfazem os requisitos exigidos. Só no Rio Grande do Sul, há pelo menos mais de 30 mil ofertas de emprego à espera de profissionais.
Governos, escolas e empresas devem finalmente reagir à constatação mais preocupante no estudo, segundo a qual muitos trabalhadores, recém formados ou mesmo com experiência, apresentam habilitação formal para as tarefas que pretendem desempenhar, mas não têm qualificação. São pessoas mal preparadas para o mercado, por deficiências do ensino básico ou dos cursos profissionalizantes que frequentaram. Tal cenário não se resume ao ensino técnico de nível médio e estende-se também à formação superior. Informa o instituto que, dos engenheiros formados, somente 28% obtêm notas consideradas de alto desempenho, e quase 30% têm resultados apenas medianos. O resultado dessa deficiência é um paradoxo que exige intervenção: mesmo que o país tenha atingido o pleno emprego, pelo menos 1 milhão de profissionais não encontrarão trabalho este ano por não estarem qualificados para as funções oferecidas.
Com um sistema de formação técnica que o próprio governo admite estar ultrapassado, o país não pode ser indiferente ao fato de que faltam profissionais em determinadas áreas, enquanto outras formam trabalhadores para vagas escassas ou inexistentes. A União promete começar a corrigir as distorções com o lançamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que beneficiará o Rio Grande do Sul com sete escolas técnicas e 8,4 mil vagas. É um começo, que depende não só do setor público. Como lembra o Ipea, também as empresas, mantenedoras de entidades encarregadas de formar mão de obra, precisam participar desse esforço.
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