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Correio do Brasil - On Line: Mulheres são maioria entre jovens fora da escola e do mercado de trabalho
Parte da população de 18 a 24 anos do país faz parte de um grupo que nem estuda nem trabalha. São cerca de 3,4 milhões de jovens que representam 15% dessa faixa etária. Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostra que as mulheres são mais afetadas por esse problema, muitas vezes em função da maternidade e do casamento.
Do total de jovens fora da escola e do mercado de trabalho, 1,2 milhão concluiu o ensino médio, mas não seguiu para o ensino superior e não está empregado. A proporção de jovens nessa situação aumentou de 2001 a 2008, segundo o Inep, e quase 75% são mulheres. Uma em cada quatro jovens nessa situação tinha filhos e quase metade delas (43,5%) era casada em 2008.
Para Roberto Gonzales, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo reflete que a desigualdade de gênero ainda persiste não apenas na diferença salarial, mas no próprio acesso ao mercado de trabalho. "Isso tem muito a ver com a divisão do trabalho familiar, seja doméstico ou de cuidados com o filho. É uma distribuição muito desigual e atinge em especial as mulheres, por isso você tem tantas meninas fora do mercado e da escola", diz.
Entre as mulheres de 18 a 24 anos que estão na escola e/ou no mercado de trabalho, o percentual daquelas que têm filhos é cinco vezes menor. Segundo o estudo, os dados comprovam que "existe forte correlação entre casamento/ maternidade e a saída, mesmo temporária, da escola e do mercado de trabalho observada para as mulheres".
Uma vez que o processo de escolarização foi quebrado, o retorno aos estudos é bem mais difícil. Para Gonzales, esse afastamento do jovem do mercado de trabalho ou dos estudos pode não ser apenas uma situação "temporária", como sugere o estudo. Um dos fatos que corroboram essa teoria é a queda da matrícula entre 2009 e 2010 nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), segundo dados do último censo escolar.
"A baixa escolaridade não é uma barreira absoluta ao mercado de trabalho, mas é um problema porque há a possibilidade de criar-se um círculo vicioso. A mulher não terá acesso a bons empregos que dariam experiência profissional e poderiam melhorar sua inserção no futuro", alerta.
Gonzales afirma ainda que as políticas públicas precisam ser mais flexíveis e acompanhar os "novos arranjos" da sociedade para garantir mais apoio a esse grupo de jovens mães. "As pessoas costumam ter uma ideia mais tradicional de educação em que os pais provêm o sustento para que o filho termine a escolaridade, depois ele segue para o ensino superior e entra no mercado de trabalho. E, na realidade, esses eventos não acontecem necessariamente nessa ordem. Assim como temos muitos jovens casais, também temos famílias monoparentais chefiadas por mulheres com filho e isso, muitas vezes, abre espaço para outras trajetórias de vida", explica.
Uma das estratégias básicas para garantir que a jovem consiga prosseguir com seus estudos ou ingressar no mercado é a ampliação da oferta em creche. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos têm acesso a esse serviço no país. "Essa é uma das principais barreiras alegadas pelas mulheres inativas", indica Gonzalez.
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Correio do Povo: Otimismo das famílias é maior
O grau de otimismo das famílias brasileiras quanto à situação socioeconômica aumentou em janeiro ante dezembro, apontou o índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador atingiu o patamar mais alto desde a criação, há seis meses: 67,2 pontos numa escala que vai de zero a 100. Quanto à situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses, 64% disseram esperar melhoras.
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Extra: Menos famílias endividadas
Há menos famílias brasileiras endividadas hoje do há seis meses, segundo dados do Ipea. A proporção de famílias que afirmam estar endividadas caiu de 54,5%, em agosto de 2010, para 49,4%, em janeiro de 2011.
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Valor Econômico (SP): No mínimo, o máximo
Este título foi a resposta do antológico Dadá Maravilha (Dario, centroavante do Flamengo e imposto à seleção brasileira em 1970) à pergunta de um repórter sobre quanto estava pedindo para renovar o seu contrato com o clube carioca. Esta também parece a diretriz das centrais sindicais na disputa em torno do valor do salário mínimo.
Essa é uma discussão recorrente no início de cada ano. Por um lado, o governo ciente das dificuldades orçamentárias da previdência social e da maioria dos municípios, procura estabelecer um valor que se restrinja as disposições legais que, atualmente, são extremamente magnânimas: por ela, o salário mínimo recupera o valor real e aumenta proporcionalmente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Por outro la, as centrais sindicais lutam por estabelecer valores superiores ao proposto pelo governo, objetivando um piso maior para seus membros, já que este tem o salário mínimo como referência. Essa discussão termina usualmente por decisão parlamentar em que o governo costuma ser derrotado.
Um exame da evolução do salário mínimo real (ver Ipeadata no site www.ipea.gov.br) mostra que, após ter declinado continuamente desde 1982 até 1994, quando valia apenas R$ 274,00 (a preços de novembro de 2010, incluindo o 13º salário), o salário mínimo real inicia um vigoroso processo de recuperação que traduziu-se no crescimento de 31% até 2002 e de 58% daí até 2010 acumulando um aumento real de 106% nos últimos 16 anos.
O valor do salário mínimo proposto para este ano é de R$ 545,00 e a aplicação da regra atual, considerando-se algumas previsões de mercado para a inflação e o PIB, segundo Cristiano Romero no Valor Econômico de 26/01/2011, significaria um aumento de 19,8% reais nos próximos quatro anos, totalizando 136% em 20 anos.
Alta superior a essa ocorreu no período 1951-61, quando o salário mínimo recuperou-se de seu menor valor histórico e cresceu 282% em 10 anos. A consequência deste aumento foi uma inflação acumulada de 540% naquele período (média de 20% ao ano).
Essa última frase remete a questão do valor do salário mínimo para além do dilema mencionado no início deste artigo. O valor do salário mínimo tem consequências econômicas mais amplas: o Plano Cruzado naufragou na onda de um aumento salarial inconsequente. Muitas vezes essas consequências econômicas têm desdobramentos políticos trágicos: no Brasil, João Goulart foi deposto depois de um aumento do salário mínimo, que levou a inflação para 90% ao ano; Salvador Allende, em 1970, foi deposto da presidência do Chile pelos militares e assassinado, no bojo de uma inflação alimentada por um aumento salarial incompatível com a realidade econômica.
O que seria um valor razoável para o salário mínimo, que busque atender a sua lei original, mas que seja compatível com as possibilidades do país? A comparação internacional de seu valor absoluto pode levar a enganos importantes: o salário mínimo americano é cerca de quatro vezes superior ao brasileiro o que, pretensamente, indicaria o quão baixo é o nosso salário mínimo. Mas, esta não é uma boa base de comparação. Um princípio básico da teoria econômica é que "o padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços", vale dizer do seu PIB, ou melhor, de seu PIB per capita. E, o PIB per capita americano é cerca de 4,7 vezes o brasileiro.
Parece, portanto, razoável comparar o salário mínimo anualizado com o PIB per capita de alguns países e assim ter uma dimensão da posição do Brasil. Verifica-se que o salário mínimo do Brasil em 2000 era 28% do PIB per capita, aumentou para 30% em 2002 e para 36% em 2009 e 2010.
Os dados da OCDE (www.ocde.org) permitem a comparação com 19 países de 2000 a 2009. Verifica-se que o Brasil está em 2009 um pouco abaixo da média e da mediana (40% ambas) do grupo.
Estamos em situação semelhante ao Chile; superior aos Estados Unidos (31%), República Eslovaca, México (apenas 13%), Luxemburgo, Hungria e República Checa; e, inferior à Austrália, Bélgica (55%), Canadá, França, Grécia, Coreia do Sul, Holanda, Turquia (61%) e Reino Unido.
Outra comparação interessante é a do salário mínimo com o salário médio. Verifica-se, que o salário mínimo do Brasil em 1990 era 35% do salário médio (segundo as Contas Nacionais publicadas pelo IBGE), cresceu para 40% em 2000, para 45% em 2002 e, de 2005 a 2008, tem média de 50%.
Comparativamente aos demais 23 países para os quais os dados da OCDE permitem fazer comparações, em 2008 o Brasil apresentava o maior valor (51%), bastante acima da média (35%) e da mediana (34%). No extrato superior à média e a mediana estão: Austrália, Bélgica, Canadá, França, Grécia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Espanha, Turquia e Reino Unido (38%). No extrato inferior estão: República. Checa, Hungria, Japão (30%), Coreia do Sul, Luxemburgo, México (o menor valor - 19%), Portugal, República. Eslovaca, Estados Unidos (25%), Lituânia e România.
Tomando o Índice de Desenvolvimento Humano-2010 (IDH das Nações Unidas), o Brasil está numa posição (73º - "alto desenvolvimento humano") em que supera apenas a Turquia entre os países acima mencionados. A despeito disso o Brasil tem um salário mínimo comparativamente ao PIB per capita maior do que vários deles que estão inclusive no grupo de "muito alto desenvolvimento humano". Por sua vez, considerando-se a relação do salário mínimo com o salário médio, a posição do Brasil é excepcional.
Portanto, o salário mínimo brasileiro, a despeito do seu baixo valor absoluto está perfeitamente compatível com as condições de geração de renda do país. Podemos avançar mais, mas isto não poderá ocorrer na velocidade do período recente sob o risco de trazer efeitos colaterais indesejáveis. Inequivocamente, a política de recuperação do valor real do salário mínimo desde 1994 trouxe notáveis melhorias em termos da redução da desigualdade e do padrão de vida dos pobres.
Entretanto, qualquer exagero nessa política trará pelo menos dois impactos negativos: em primeiro lugar, pressiona a escala de salários e os preços dos serviços; em segundo lugar impacta a previdência, reduzindo a poupança pública. Ambos os efeitos pressionam a inflação. O resultado síntese é o aumento da taxa básica Selic e a redução do crescimento econômico e do emprego.
Claudio Monteiro Considera é professor do Departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense e pesquisador associado do Centro de Desenvolvimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.
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Valor Econômico (SP): Cai número de famílias endividadas
O número de famílias endividadas no país diminuiu. Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 50,6% das famílias brasileiras, ou cerca de 73,4 milhões de pessoas, declararam não ter dívidas em janeiro deste ano.
Em agosto de 2010, quando foi lançado o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), 66 milhões de pessoas (45,5% do total) afirmaram não estar endividadas. As que tinham dívidas na época somavam 79 milhões de pessoas. Agora, na sexta edição do índice, o número caiu para 71,6 milhões.
"Há um processo de aprendizagem, que indica que, à medida que o brasileiro vai tendo acesso a mais crédito, ele vai aprendendo a usar de forma adequada esse mecanismo importante", disse Marcio Pochmann, presidente do Ipea
A pesquisa considerou brasileiros maiores de 16 anos. A análise por faixa etária evidenciou que as famílias na faixa mais adulta têm dívidas menores. Entre 50 e 59 anos, e de 60 anos ou mais, o percentual dos que não têm dívidas é de, respectivamente, 52,4% e 67,6%.
Sobre a capacidade de pagamento de contas atrasadas, o IEF do Ipea apontou que 32,2% das famílias não têm condições de quitar os débitos. Entre as regiões, a situação é pior no Norte, onde 48,4% acreditam que não terão condições de pagar as contas em atraso.
Apesar disso, a situação melhorou no país como um todo entre os que não terão capacidade de pagar as contas atrasadas. Em agosto de 2010, o índice era de 37,8% e, em dezembro passado, recuou para 36,3%.
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Estado de Minas (MG): Censo de engenheiros
Para mapear a falta de mão de obra em setores de tecnologia estratégicos para o país, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vai realizar um censo nacional para medir a oferta de profissionais de engenharia no Brasil. Na semana que vem , o Ministério deve se reunir com o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), além da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Confederação Nacional da Indústria (CNI) para definir a metodologia a ser implantada no levantamento.
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Jornal do Commercio (PE): Brasileiros aprendem a gastar melhor
RIO – O número de brasileiros com dívidas caiu nos últimos seis meses, segundo pesquisa do Ipea divulgada ontem. Entre agosto de 2010 e janeiro de 2011, 7,4 milhões deixaram de se endividar (queda de 11%), indicando “uma aprendizagem no uso do crédito”, nas palavras do presidente do instituto, Márcio Pochmann.
No mesmo período, o brasileiro aumentou seu otimismo em relação à situação socioeconômica do País. O Índice de Expectativa das Famílias subiu de 62,8 pontos em agosto para 67,2 pontos em janeiro. Embora a notícia seja boa, Pochmann alertou para um descompasso entre a percepção do brasileiro e as medidas oficiais para reduzir o ritmo do crescimento da economia, sugerindo “um ajuste” no futuro.
O Índice de Expectativa das Famílias mede a percepção futura e passada dos brasileiros sobre sua condição financeira e a do País, bem como decisões de consumo e endividamento. São entrevistadas 3.810 pessoas em 214 municípios. O índice é mensal e está em sua sexta edição. Pontuações acima de 60 indicam otimismo ou grande otimismo.
No quesito endividamento, a percepção de 45,5% dos entrevistados em agosto era de que não tinham dívidas. Em janeiro, esse percentual subiu para 50,6%. Fazendo uma projeção para a população brasileira acima de 16 anos, o número de pessoas sem dívidas subiu de 66 milhões para 73,4 milhões.
“Há um processo de aprendizagem no uso do crédito. As pessoas estão aprendendo a usar os bancos de forma adequada e recompondo suas dívidas”, disse Pochmann.
Quanto à expectativa sobre a situação econômica do País daqui a um ano, 64% dos entrevistados acreditam que vai melhorar. Em agosto, eram 58%. E 58,2% deles acham que é um bom momento para comprar bens de consumo duráveis, ante 53% em agosto.
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Correio Braziliense (DF): Expectativa atinge o melhor nível
O Índice de Expectativas das Famílias (IEF), calculado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para medir o ânimo dos trabalhadores brasileiros quanto ao futuro da economia, atingiu o maior nível desde que foi criado, há seis meses. O indicador bateu em 67,2 pontos, numa escala que varia de zero a 100. Dos entrevistados, 64% disseram que esperam melhora na situação econômica do país nos próximos 12 meses e 60,9%, em cinco anos. “Existe uma desconexão entre a expectativa das famílias e as medidas que o governo está anunciando. As famílias preveem que estarão com a situação melhor do que no ano passado”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Na pesquisa, 76,8% avaliaram que sua situação financeira está melhor do que há um ano.
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Valor Econômico (SP): O Congresso põe seus blocos na rua
O Congresso se mobilizou ontem para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. José Sarney (PMDB-AP) segue para seu quarto mandato à frente da Casa Alta. No Parlamento, está há 35 anos. Supera, como ressaltou em discurso, até Ruy Barbosa, que ficou de 1890 a 1921 no Senado. Ex-presidente da República, deve sua sobrevivência, nos últimos anos, ao apoio do agora também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o defendeu, certa vez, dizendo não se tratar de um "cidadão comum". Na Câmara, o favorito Marco Maia (PT-RS) recebia críticas pela possibilidade de ser um 38º ministro de Dilma Rousseff - ou seja um preposto, à frente de um Legislativo submisso ao Executivo.
Sobre o Congresso Nacional sempre pairam as maiores desconfianças. Privilégios, sinecuras e dúzias de escândalos recorrentes colaboram para que o Parlamento não tenha boa imagem diante da opinião pública. Perto dos outros dois poderes - Executivo e Judiciário -, o Legislativo é, de longe, o que tem a reputação mais arranhada. Individualmente, poucos avanços têm sido feitos por deputados e senadores para mudar o quadro de descrédito. No entanto, em meio ao cenário desolador, há um arcabouço institucional favorável e mudanças recentes que têm agido no sentido de fortalecê-lo.
O funcionamento do Congresso brasileiro em torno de linhas partidárias razoavelmente rígidas tem se consolidado, o aproximando cada vez mais do modelo europeu e o distanciando do americano. Enquanto nos Estados Unidos o Congresso é quase sempre considerado o reino do individualismo dos parlamentares, eleitos para atender aos interesses paroquiais de seus distritos, o Parlamento brasileiro é capaz de barrar incentivos personalistas da arena eleitoral - graças à Constituição e aos regimentos internos das duas Casas legislativas.
"Todo poder aos líderes" poderia ser o dístico a ornar a entrada do Congresso Nacional. A delegação de poderes à Mesa Diretora e aos líderes partidários - e daí a cobiça pelos cargos distribuídos ontem na Câmara e no Senado - é o mecanismo pelo qual o Parlamento encontrou, durante a Constituinte, para resolver os problemas de ação coletiva numa Casa apinhada de 594 representantes com tantos interesses contraditórios.
Legislativo tem em seu tamanho uma desvantagem Afora os conhecidos desvios de conduta de seus integrantes - o que, por outro lado, também reflete o caráter mais aberto do Congresso - reside aí uma das maiores desvantagens do Legislativo em relação aos outros poderes. O Executivo é hierárquico e, no limite, se move a partir de uma única cabeça, presidencial. A Suprema Corte do Judiciário é composta pelo restrito comitê de 11 ministros. Para que o Legislativo tenha um mínimo de coesão e agilidade, a solução foi concentrar o poder na Mesa Diretora e nos líderes.
As candidaturas avulsas de Sandro Mabel (PR-GO), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), na eleição de ontem à Presidência da Câmara, neste sentido, refletem o anacronismo do poder parlamentar individual numa Casa regida pela linha partidária. Ou pela lógica que a move. A formação, em cima da hora, de cinco blocos partidários que atuarão na nova legislatura é resultado ainda mais evidente deste cálculo político. A melhor estratégia de pressão - seja interna ou voltada para fora - é a articulação em grupo. Se partido não basta, formam-se blocos.
O fato de a formação dos blocos ter se originado à revelia da presidente Dilma Rousseff é sinal de que o Legislativo pode encontrar espaços de independência. A aglutinação começou com PV e PPS (26 deputados), foi imitada por PR e partidos nanicos (60) e depois chegou aos médios e grandes. O PT e o PMDB formaram o maior bloco, ao lado de PP, PDT, PSC e PMN, com 257 parlamentares, no limite para a maioria governista. Também da base aliada, PSB, PTB e PCdoB reuniram seus 71 deputados. E as maiores siglas da oposição, PSDB e DEM, criaram bloco com 96 (19% do total).
Constitucionalmente, a distribuição dos valiosos postos das Mesas Diretoras pode seguir a divisão por partidos ou por blocos. Seja como for, o incentivo é em direção à lógica que põe as organizações partidárias como protagonistas do processo decisório. Se o auge do personalismo na política brasileira geralmente ocorre em situações de sobrevivência eleitoral, o ápice do partidarismo se dá no Congresso e na eleição de suas Mesas Diretoras.
A difundida imagem de parlamentares que, por meio de barganhas individuais, fazem do(a) presidente um refém indefeso não condiz com a realidade. A pressão só é eficaz pela ameaça crível, e esta só ocorre por meio de um líder que controle os votos de seu grupo.
Não é à toa que até uma legenda considerada pouco coesa, fisiológica, como o PR, tenha ameaçado de expulsão Sandro Mabel, que insistiu e manteve sua candidatura avulsa. A possibilidade de auto-indicação à Presidência da Câmara - como fizeram Mabel, Bolsonaro e Alencar - é, assim, uma provisão contraditória na engrenagem do Parlamento.
Para a cientista política e pesquisadora do Ipea Geralda Miranda seria um resquício do poder parlamentar individual. Em artigo intitulado "A delegação aos líderes partidários na Câmara dos Deputados e no Senado Federal", Geralda mostra como duas mudanças institucionais recentes reforçaram o comportamento partidário no Congresso.
A primeira foi a resolução, em vigor a partir de 2007, que estabeleceu que a correlação de forças entre os partidos no ato da diplomação, sobre a qual se baseia o critério de proporcionalidade, vale até o fim da legislatura. Isso tornou menos atraente aos partidos, geralmente os governistas, a cooptação de parlamentares com o objetivo de ganhar melhores postos numa recomposição da Mesa Diretora. A segunda mudança, também em 2007, foi a decisão do TSE de que os mandatos pertencem aos partidos.
"São medidas que apontam para o fortalecimento dos partidos, especialmente os de oposição, e tornam o Legislativo um espaço mais independente em relação ao Executivo", afirma a cientista política. Geralda lembra que a candidatura avulsa também favorece a oposição, mas sob o signo da incerteza e do descrédito, como foi a eleição surpreendente de Severino Cavalcanti, em 2005.
Cristian Klein é repórter de Política. A titular da coluna, Rosângela Bittar, está em férias
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O Globo (RJ): Em 6 meses, 7 milhões quitaram dívidas
Otimismo do brasileiro com economia cresce, e Ipea alerta para possível "ajuste"
Danielle Nogueira
O número de brasileiros com dívidas caiu nos últimos seis meses, segundo pesquisa do Ipea divulgada ontem. Entre agosto de 2010 e janeiro de 2011, 7,4 milhões deixaram de se endividar (queda de 11%), indicando "uma aprendizagem no uso do crédito", nas palavras do presidente do instituto, Marcio Pochmann.
No mesmo período, o brasileiro aumentou seu otimismo em relação à situação socioeconômica do país. O Índice de Expectativa das Famílias subiu de 62,8 pontos em agosto para 67,2 pontos em janeiro. Embora a notícia seja boa, Pochmann alertou para um descompasso entre a percepção do brasileiro e as medidas oficiais para reduzir o ritmo do crescimento da economia, sugerindo "um ajuste" no futuro.
"Desconexão com decisões anunciadas pelo governo"
O Índice de Expectativa das Famílias mede a percepção futura e passada dos brasileiros sobre sua condição financeira e a do país, bem como decisões de consumo e endividamento. São entrevistadas 3.810 pessoas em 214 municípios. O índice é mensal e está em sua sexta edição. Pontuações acima de 60 indicam otimismo ou grande otimismo.
No quesito endividamento, a percepção de 45,5% dos entrevistados em agosto era de que não tinham dívidas. Em janeiro, esse percentual subiu para 50,6%. Fazendo uma projeção para a população brasileira acima de 16 anos, o número de pessoas sem dívidas subiu de 66 milhões para 73,4 milhões.
- Há um processo de aprendizagem no uso do crédito. As pessoas estão aprendendo a usar os bancos de forma adequada e recompondo suas dívidas - disse Pochmann.
Quanto à expectativa sobre a situação econômica do país daqui a um ano, 64% dos entrevistados acreditam que vai melhorar. Em agosto, eram 58%. E 58,2% deles acham que é um bom momento para comprar bens de consumo duráveis, ante 53% em agosto.
- Há certa desconexão entre a expectativa das famílias e as decisões anunciadas (pelo governo). Em determinado momento haverá algum ajuste, seja do ponto de vista das decisões governamentais para desacelerar ainda mais a economia ou do ponto de vista do consumidor.
Segundo Pochmann, o otimismo dos brasileiros está relacionado, entre outros fatores, ao aumento do emprego formal.
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TD 1574 - Desigualdades Regionais em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Brasil: Uma Análise de sua Evolução Recente
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Comunicado n°75 será apresentado nesta quinta-feira, 3, em Brasília
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TD 1570 - Análise Quantílica-Espacial de Determinantes de Preços de Imóveis Urbanos com Matriz de Bairros: Evidências do Mercado de Belo Horizonte
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TD 1571 - Expansão Econômica e Aumento da Formalização das Relações de Trabalho: Uma Abordagem Através das Contratações
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TD 1572 - Participação, BUZZWORDS e Poder: Uma Análise Crítica da Tendência de Proliferação de Conselhos e Comitês Locais Enquanto Instrumentos de Gestão Ambiental no Brasil
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TD 1573 - Impactos do Projeto de Transposição do Rio São Francisco na Agricultura Irrigada no Nordeste Setentrional
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Indicador do Ipea revela expectativas das famílias em relação à situação socioeconômica do Brasil
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O DIA ONLINE: Gilberto Braga: Sono tranquilo
Brasileiros estão menos endividados, segundo pesquisa do Ipea. De acordo com o estudo, 50,6% da população com mais de 16 anos não tem dívidas. Esse dado deve ser comparado com a pesquisa feita seis meses antes, que mostra que o povo está ganhando mais e colocando a vida em ordem. A melhora foi de aproximadamente 5 pontos percentuais. Antes, menos da metade da população não estava endividada (45,5%). Agora, já se pode dizer que pouco mais da metade do povão não tem dívidas (50,6%).
Trata-se de resultado animador para o País, porque cerca de 77% da população acha que sua situação financeira melhorou. A melhora da economia, a geração de empregos e o crescimento da massa salarial ajudam a tirar o pé da lama. Nunca se vendeu tantos aparelhos de TV com tela plana e imagem de cinema, celulares com acesso à Internet, computadores de bolso, equipamentos de som e eletrodomésticos para a casa como atualmente. Mesmo quem não tem o dinheiro todo faz prestação, e o bem passa a caber no orçamento.
O brasileiro está aprendendo com a economia organizada que usar o crédito é forma legítima de melhorar a qualidade de vida, desde que só se coloque a mão onde o salário alcance. Comprar deve ser um prazer que não pode se tornar tormento de dívida impagável.
Quando o consumidor perde o controle e compra além do que é possível suportar, os juros e as multas cobradas formam a chamada bola de neve. Calculam-se juros sobre a dívida, que se torna cada vez maior, mesmo o devedor pagando o que consegue. O controle é indispensável para quem quer fazer prestação e também ter noites tranquilas.
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Agência Brasil: Ipea lança estudo sobre gastos com política social
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga hoje (3) o Comunicado nº 75 - Gastos com Política Social: Alavanca para o Crescimento e Distribuição de Renda. O anúncio será feito às 10h pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais, Jorge Abrahão, e a técnica de Planejamento e Pesquisa, Joana Mostafa.
O estudo analisa os gastos com educação, saúde, previdência social e programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Também mostra o percentual do gasto social que volta para o Estado na forma de impostos.
O comunicado explica como o gasto social, além de promover melhor distribuição de renda, passou a ser fator de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Revela ainda os tipos de gasto social que têm mais impacto no crescimento econômico e na renda das famílias.
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JORNAL DO BRASIL (RJ): Ipea divulga estudo sobre gastos com política social
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quinta-feira o Comunicado nº 75 - Gastos com Política Social: Alavanca para o Crescimento e Distribuição de Renda. O anúncio será feito às 10h pelo diretor de Estudos e Políticas Sociais, Jorge Abrahão, e a técnica de Planejamento e Pesquisa, Joana Mostafa.
O estudo analisa os gastos com educação, saúde, previdência social e programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Também mostra o percentual do gasto social que volta para o Estado na forma de impostos.
O comunicado explica como o gasto social, além de promover melhor distribuição de renda, passou a ser fator de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Revela ainda os tipos de gasto social que têm mais impacto no crescimento econômico e na renda das famílias.
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