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Agência Brasil: Mudanças demográficas aumentarão demandas por Previdência Social e saúde Por Alana Gandra Rio de Janeiro - As mudanças demográficas observadas na população brasileira nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida e a diminuição do número de nascimentos, apontando para o aumento do número de idosos, tendem a ampliar as demandas da seguridade social e por saúde, tanto pública como privada. A avaliação é do pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Gabriel Mendes Borges. Ele participou hoje (14) de seminário promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em sua sede, no Rio de Janeiro, para debater As Mudanças Demográficas e Seus Impactos sobre a Saúde Suplementar".
"Os gastos com saúde são maiores para pessoas com idade avançada e, com o envelhecimento, a gente tende a concentrar mais esses gastos em seguridade", disse o pesquisador à Agência Brasil. As mudanças demográficas são muito rápidas no Brasil, ressaltou Borges, e servem como "pano de fundo" para a revisão de políticas públicas sociais.
O diretor-presidente da ANS, André Longo, que também participou do seminário, declarou que o envelhecimento da população brasileira é considerado um dos temas mais importantes no âmbito da agenda regulatória da agência. Ele informou que desde 2011, os técnicos da ANS estudam os impactos da rápida evolução demográfica brasileira sobre a sustentabilidade do setor. "Além dos estudos que nós já estamos desenvolvendo e os produtos que foram gerados pela agência, seminários como este vêm contribuir para que possamos encontrar soluções e saídas e apontar para caminhos de um setor de saúde cada vez mais sustentável e com qualidade", declarou.
A técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano, em entrevista à Agência Brasil, disse que o quadro de envelhecimento da população traz muitos desafios: "saúde, cuidados e renda são fundamentais". Segundo ela, o aumento do número de idosos terá impactos sobre a saúde privada e, também, na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ana Amélia defendeu a expansão em cinco anos, ou seja, de 60 anos para 65 anos, para a classificação da população idosa no país, pois como é atualmente, 60 anos, "isso acaba criando um estigma para a pessoa". A elevação da expectativa de vida, segundo ela, justificaria essa mudança no Estatuto do Idoso, que completará dez anos em outubro próximo, visando a adequá-lo à nova realidade demográfica e econômica do país.
Em artigo divulgado pelo Ipea em junho deste ano, Ana Amélia mostrou que a expectativa de vida do brasileiro cresceu 5,3 anos no período de 1994 a 2010, passando de 68,1 anos para 73,4 anos. Essa mudança de perspectiva foi acompanhada por melhorias das condições física e mental das pessoas consideradas idosas e por uma maior participação delas na sociedade. Por isso, a pesquisadora acredita que o conceito de idoso deve ser redefinido no país. Outros desafios que essa mudança demográfica traz, segundo Ana Amélia, incluem "quem vai cuidar da população idosa, uma vez que a mulher tem que trabalhar; e os novos gastos da Previdência Social".
Durante o seminário, a gerente-geral Econômico-Financeira da ANS, Rosana Neves, lançou o painel Precificação de Planos de Saúde. A publicação apresenta um panorama segmentado de temas relacionados à precificação dos planos de saúde, no ano passado, com destaque para referências de preços estabelecidos pelas operadoras de planos de saúde, variação média dos reajustes por mudança de faixa etária, custo médio estimado dos itens de despesa assistencial e outras despesas não assistenciais.
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Agência Brasil: Mulheres e negros são maioria no setor de asseio e conservação Por Isabela Vieira Rio de Janeiro - Uma das atividades econômicas que mais empregam trabalhadores com baixa qualificação, o setor de asseio e conservação é composto principalmente por mulheres e negros, das classes D e E. O perfil profissinal da categoria está descrito na pesquisa A Força do Setor-RJ, do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio de Janeiro (Seac-RJ). Na avaliação do coordenador de Mercado de Trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Gabriel Ulissea, a pesquisa demonstra que entre a população com menos escolaridade, mulheres e negros estão "sobrerrepresentados".
Ele explica que por motivos históricos e culturais, determinados perfis são predominantes em setores da economia. "As mulheres têm tradicionalmente inserção mais pronunciada em certos tipos de ocupação, como trabalho doméstico, prestação de serviços e serviços de baixa qualificação, embora isso esteja mudando."
Segundo o economista, o trabalho no setor também atrai mais mulheres porque tende a ser menos intensivo em horas. "São jornadas que podem não chegar a oito horas (diárias), ou mais, onde é possível trabalhar em tempo parcial, e isso facilita a inserção de mulheres", disse. De acordo com Ulissea, o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos também é uma preocupação delas. Segundo a pesquisa do Seac, as mulheres são 92% da mão de obra de limpeza e conservação.
Em relação à presença de negros no setor, que chegam a 62% dos empregados no Rio, o economista disse que há uma dificuldade de apontar a discriminação como um fator que atrapalha as contratações. No entanto, Ulissea explicou que, por estarem em maior quantidade entre a população mais pobre, os negros tendem a ter uma educação de menor qualidade.
"Como negros e mulheres negras, principalmente, estão sobrerrepresentados entre os mais pobres, é mais provável que tenha tido uma escolaridade de menor qualidade. Tem também a questão do ambiente familiar, se mora em comunidade, ou não. Ou seja, há uma série de componentes que se confundem", disse. Para ele, a situação confirma "uma clara desigualdade de oportunidades".
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Agência Brasil: Mulheres negras estão preparadas para vencer racismo, diz ministra Por Yara Aquino Brasília - Ao avaliar a situação da mulher negra na sociedade brasileira, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse hoje (22) que, embora esse segmento esteja entre os que mais sofrem os efeitos do racismo, as mulheres negras são também as mais preparadas para transformar essa realidade. Ela participou da mesa de abertura da sexta edição do Latinidades - Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.
"Ainda somos parte das estatísticas do segmento que tem mais desvantagens na sociedade brasileira. Isso nos dá bem a noção do nível de dificuldades que nós mulheres negras temos que enfrentar. Ao mesmo tempo que o efeito do racismo se manifesta mais fortemente na nossa qualidade de vida, somos o setor da sociedade negra mais bem aparelhado para vencer o racismo", disse.
Uma publicação sobre igualdade racial, lançada no Latinidades na manhã de hoje, traz artigos de especialistas com reflexões e dados sobre os negros e a mulher negra e mostra que elas são 56% dos trabalhadores domésticos. As mulheres negras estão em desvantagem também em estatísticas relacionadas à saúde e educação.
Os dados apresentados na publicação Igualdade Racial: reflexões no ano internacional dos afrodescendentes são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. O livro foi organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e está disponível no site www.ipea.gov.br.
Autora do artigo O Trabalho Doméstico e o Espaço Privado: iniquidades de direitos e seus impactos na vida das mulheres negras, a pesquisadora Cláudia Mara Pedrosa concluiu que o dia a dia das trabalhadoras domésticas negras ainda é marcado por relações de opressão e invisibilidade. "São relações permeadas por muita opressão e violência. Busquei junto com elas fazer uma crítica dessa invisibilidade do trabalho doméstico, da falta de fiscalização. É um recorte que diz muito sobre outras trabalhadoras que estão vivendo essa realidade e mostra a distância entre os direitos e as políticas para as mulheres da superação da desigualdade", disse.
O Latinidades vai até o próximo dia 27 e tem participação de representantes de vários estados brasileiros e também de outros países que se organizam em torno da discussão de políticas públicas para as mulheres negras. A intenção é que o evento sirva para convergir iniciativas do Estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e da promoção da igualdade racial.
A sexta edição do festival tem atividades de formação, capacitação e empreendedorismo, economia criativa e cultura com ampla programação artística entre shows, exposições e desfiles. O tema deste ano é Arte e Cultura Negra - memória afrodescendentes e políticas públicas.
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Agência Brasil: No Dia do Idoso, país tem pouco a comemorar
No Dia do Idoso, celebrado hoje (1º), a psicóloga Vera Lúcia Coelho, professora do curso de psicologia clínica da Universidade de Brasília (UnB), faz um alerta: "O Brasil precisa se preparar para o envelhecimento acelerado da população nos próximos anos." Segundo ela, as autoridades públicas devem ficar atentas a isso: "Temos a ilusão de viver em um país de jovens. A propaganda de que a beleza jovem é a única possível e saudável está impregnada na gente." Neste sábado, o Brasil também comemora oito anos do Estatuto do Idoso.
Segundo o Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20 milhões de idosos, o que corresponde a aproximadamente 10% da população do país. A maioria (6,5 milhões) tem entre 60 e 64 anos. Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais com maior número de idosos. Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que o Brasil terá, em 2050, 22,5% da população com mais de 65 anos.
O Estatuto do Idoso prevê várias políticas públicas de valorização dos idosos. No entanto, a professora da UnB entende que elas não estão sendo cumpridas integralmente. Além disso, Vera Lúcia defende que toda sociedade esteja atenta ao envelhecimento populacional. "Ainda não estamos preparados para o envelhecimento da população." Para a psicóloga , é preciso que haja uma mudança de postura no país em relação a esse tema.
O geriatra Einstein de Camargos, do Hospital Universitário da UnB, concorda com Vera Lúcia. A estrutura familiar e social, assinala, não contempla a inclusão dos idosos. "Quem dava apoio [aos idosos] era a família, mas essa estrutura se perdeu. Hoje, cada um está envolvido com a sua vida. Além disso, as cidades grandes não estão adaptadas para um idoso."
Embora as estatísticas indiquem o crescimento do número de idosos e as famílias estejam cada vez menos preparadas para conviver com eles, a procura por asilo no país é pequena, observa Camargos. "Apenas 0,8% dos idosos vive em asilos no Brasil." De acordo ele, o governo não dá o apoio a essas instituições nem fiscaliza suas atividades. "A fiscalização praticamente não existe e a qualidade é aquém do necessário."
A professora aposentada Sonia Ferreira, 70 anos, teve uma amiga que passou mais de cinco anos em um asilo em Brasília. Segundo ela, a amiga não era maltratada e acabou ficando doente. "Ela estava debilitada, a família não cuidava dela. O neto, que era o único parente vivo, a deixou no asilo, onde ficou lá até morrer", contou Sonia, que vive com a família.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em maio deste ano, mostra que o número de instituições públicas que abrigam os idosos não acompanha o crescimento da terceira idade. O Brasil tem 3.548 asilos, mas apenas 218 são públicos.
Para Marcos Terra, diretor do Lar da 3ª Idade Samaritanos, no município goiano de Águas Lindas, os idosos sofrem abandono em todos as aspectos. Segundo ele, as instituições que abrigam idosos não recebem nenhum tipo de ajuda governamental. "Além disso, há dificuldade da nova geração em aceitar e lidar com o idoso. Faltam políticas de conscientização da sociedade. Os que mais sofrem são as pessoas carentes."
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Agência Brasil: No Dia Mundial sem Carro, Brasília é colorida por ciclistas que defendem paz no trânsito
Agência Brasil
Ciclistas de todas as idades se vestiram hoje (22) de laranja e saíram pedalando pelas principais ruas do Distrito Federal. Os cartões-postais tradicionais de Brasília mudaram com a presença dos ciclistas que participam das comemorações do Dia Mundial sem Carro e defendem a paz no trânsito. Histórias de pessoas que perderam parentes e amigos devido à violência no trânsito foram lembradas como exemplos.
O passeio ciclístico foi promovido pela organização não governamental (ONG ) Rodas da Paz e a Embaixada da Holanda - país cuja cor oficial é o laranja e no qual o estímulo ao uso de bicilcetas é permanente.
Depois de perder o filho ciclista em um acidente de trânsito, a vice-presidente da ONG, Beth Davison, disse que observa como os usuários de bicicleta são desrespeitados nas ruas e avenidas das cidades.
"Em 2006, perdi meu filho. Pedro estava na bicicleta dele no Eixão, na área destinada aos ciclistas, quando foi atingido por um carro e, a partir daí, luto para que os ciclistas tenham respeito e espaço adequado para transitar nas vias. Bicicleta é uma mobilidade saudável, que não polui o ar que respiramos e nem o meio ambiente," disse Beth Davison.
O presidente da ONG Rodas da Paz, Uirá Lourenço, acrescentou que a iniciativa do passeio ciclístico é uma tentativa de mostrar à sociedade que a bicicleta pode ser usada como transporte diário. "Com esses passeios, incentivamos a sociedade a usar a bicicleta não só para o lazer, mas como forma de locomoção alternativa ao carro" , disse.
O passeio ciclístico contou com a participação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que pedalou os 4,5 quilômetros do percurso. "A bicicleta é um meio saudável, que não polui. Vamos construir 600 quilômetros até o fim de 2014 para dar mais segurança ao ciclista".
Os ciclistas que aderiram ao passeio saíram da área em frente à Embaixada da Holanda e seguiram para o Eixo Monumental, passando por locais tradicionais da capital federal, como a Esplanada dos Ministérios e a pista em frente à Catedral Metropolitana. No caminho, eles ganharam garrafas de água e receberam acenos de mãos e apoio.
O passeio foi encerrado na chegada ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no qual ocorre o seminário Ecomobilidade: em Busca de Cidades para as Pessoas, promovido pelo Ministério das Cidades.
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AGÊNCIA BRASIL: Novo governo deve melhorar educação e aumentar "mundo protegido", aponta economista do Ipea
Gilberto Costa Repórter da Agência Brasil
Quem vier a ser eleito presidente da República no próximo dia 31 terá a mesma tarefa dos seus antecessores: tornar o Brasil um país menos desigual. De acordo com o economista Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são tarefas fundamentais: melhorar a educação e ampliar o número de pessoas com acesso à assistência social.
Abrahão aponta que "há um conjunto da população brasileira, ativa economicamente, que não está coberto por nenhum benefício previdenciário". Segundo ele, apenas 56% das pessoas que trabalham contribuem e têm direito à Previdência Social. "Isso em parte vai ser resolvido com o crescimento econômico, mas vai ser preciso muita política previdenciária e inovações para trazer esse conjunto da população que não está contribuindo para o mundo protegido".
Além da ampliação do número de pessoas com direito à aposentadoria e proteção em caso de incapacidade para o trabalho, o diretor do Ipea afirmou ainda que o próximo governo também deve se preocupar com a consolidação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e a expansão e melhoria dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) especialmente para ampliar atendimento a crianças e idosos. Apenas 33% dos municípios prestam atendimento por meio dos Creas (1.854 unidades em funcionamento, segundo dado do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS)
O previsto envelhecimento da população brasileira, provocado pelo aumento da expectativa de vida e a diminuição da fecundidade, exigirá mais recursos na saúde pública, aumento do atendimento preventivo e da oferta de medicamentos.
Jorge Abrahão insiste que para "quebrar o ciclo da pobreza, ampliar a renda e diminuir a desigualdade" é preciso melhorar a qualidade do ensino ampliar o acesso e a permanência das crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola. Atualmente, só o acesso ao ensino fundamental (1º ao 9º ano, dos 6 aos 14 anos) está universalizado (98%).
"Ao ampliar o conhecimento e a educação dos jovens de hoje, essa população terá mais oportunidades de trabalho viverá com mais renda. Isso vai colocar o Brasil em outro patamar", disse o diretor do Ipea. Ele estima que a escolaridade média que hoje é inferior a oito anos de estudo poderá ser de dez anos até 2022, ano do Bicentenário da Independência.
O economista reconhece que as melhorias na educação ocorrem de forma "devagar", entre outros motivos porque o sistema é federativo (gerido pela União, estados e municípios). Ele assinala que já na segunda década do século 21 o país ainda padece do "desafio do analfabetismo". Segundo o IBGE, há 14 milhões de analfabetos no Brasil.
A geração de oportunidades depende também do acesso ao crédito. Jorge Abrahão acredita que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devam melhorar suas linhas de financiamento para que a população mais pobre possa pegar mais empréstimos e desenvolver os micro negócios. "No Brasil as coisas avançam quando as instituições estão bem estruturadas".
Um exemplo disso seria, na opinião do economista, o Programa Bolsa Família sob a responsabilidade do MDS que organizou um cadastro que identifica "onde estão os pobres" e cria meios para as famílias receberem diretamente os recursos. "Sem ter técnica e estrutura não funciona", afirmou.
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Agência Brasil: Observatórios estaduais vão ajudar governo a medir economia criativa no país
Por Alana Gandra Repórter da Agência Brasil
A Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) lança no dia 1º de junho o Observatório Brasileiro da Economia Criativa (Obec), que vai coordenar a implantação de unidades como essa em todos os estados. No mesmo dia, será lançado o Fórum Permanente da Economia Criativa.
O assunto é tema de seminário que começa hoje (10) em Nova Friburgo, no Rio, com a participação da secretária de Economia Criativa do MinC, Cláudia Leitão. O Seminário Serrano de Economia Criativa irá até amanhã e tem o objetivo de mostrar aos empreendedores da região como podem transformar elementos como inovação e criatividade em ferramentas para atingir o desenvolvimento econômico. A ideia é inserir a economia criativa como estratégia de desenvolvimento para a região serrana do estado do Rio.
A secretaria está liberando recursos, no valor de R$ 7 milhões, para bolsas na área de software (programas de computador) em 14 estados. Em 2013, o projeto será ampliado para mais 13 estados. "Até 2013, já teremos um observatório de pesquisa para essa economia em cada estado. São recursos destacados da secretaria para as universidades federais", disse Cláudia.
Ela explicou que esses observatórios vão ajudar a medir a dimensão da economia criativa nos estados. A expectativa é divulgar, ainda este ano, os primeiros números relativos ao setor.
No dia 1º de junho, também será assinado convênio entre a secretaria e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), visando à formulação da Conta Satélite da Cultura, que vai desagregar os dados dessa área. "Daqui a quatro anos, teremos o Produto Interno Bruto (PIB) dessa economia, ou seja, o que os segmentos criativos agregam ao PIB brasileiro". O IBGE já está trabalhando há três meses com a secretaria nesse projeto.
Claudia Leitão assina, no dia 31 de maio, parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Como o Brasil tem 27 estados, mas apenas 18 institutos de pesquisa estaduais, a secretária disse que a ideia é, a partir do convênio com o Ipea, estimular a criação de institutos onde eles não existem. Essa é a meta até 2014. "Um estado não pode deixar de ter um instituto de pesquisa. Como é que ele formula política pública se não tem informação, dados, sobre ele próprio?", indagou.
O Ipea já está trabalhando na criação de uma cesta de indicadores para os estados. Enquanto o instituto cuidará do aspecto qualitativo dos dados, a pesquisa de campo será feita pelo IBGE. "São dois braços fundamentais para nós".
Serão firmadas ainda parcerias com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "Vamos criar linhas de economia criativa em todas as fundações de amparo à pesquisa no Brasil". Segundo a secretária, por meio do programa Ciência sem Fronteira, lançado recentemente, pesquisadores brasileiros terão recursos para estudar nas maiores universidades estrangeiras que abordam a economia criativa.
Ela anunciou que em setembro deste ano será promovido um seminário com a Capes para discutir a primeira pós-graduação em economia criativa no Brasil. "Há um entendimento de que essa economia é subterrânea, é informal, movimenta muitos arranjos produtivos locais (APLs). As pessoas estão trabalhando e a gente não tem como dizer quanto essa economia movimenta no Brasil". O interesse é identificar as vocações estaduais e regionais, para que possam ser incentivadas.
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768. Agência Brasil: Para ex-ministro Reis Velloso, governo acerta quando anuncia contenção de gastos
Agência Brasil: Para ex-ministro Reis Velloso, governo acerta quando anuncia contenção de gastos
Pedro Peduzzi
Ex- ministro do Planejamento entre 1969 e 1979, o economista e fundador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Paulo dos Reis Velloso, considerou acertadas as medidas anunciadas ontem (29) pelo governo federal, visando a aumentar em R$ 10 bilhões a economia do governo este ano, por meio da ampliação do superávit primário.
"O Estado brasileiro gasta demais com os Três Poderes. Por isso, cobra demais [do contribuinte] e se endivida demais. Portanto, a presidenta Dilma Rousseff acertou porque, com elas [as medidas anunciadas ontem], vamos conter gastos. Fazendo isso, estamos poupando, o que gerará consequências muito significativas para a sociedade, como a diminuição da táxa básica de juros e a valorização do dólar. Isso ajudará a conter as importações e favorecer nossas exportações", disse o ex-ministro em palestra comemorativa aos 47 anos do Ipea.
A partir desse ponto de vista, Reis Velloso acredita que amanhã (31), quando a previsão orçamentária do governo federal para 2012 será anunciada, o governo apresentará cortes que beneficiem a expansão da poupança e a contenção dos gastos de custeio, "que são correntes e aida estão muito elevados".
No entanto, adverte, o governo precisa estimular a inovação. "Vivemos um momento de grades oportunidades para o país, mas, para aproveitarmos isso, precisamos criar condições para que a capacidade de inovação seja universalizada. Isso só é possível com a participação de universidades, empresas e, também, da sociedade. Metade do PIB [Produto Interno Bruto] dos países desenvolvidos está diretamente relacionada à inovação e à geração e uso do conhecimento", argumentou.
Para Reis Velloso, o governo acerta ao defender que os recursos do pré-sal sejam usados como ferramenta para o desenvolvimento econômico e social e, também, como mecanismo de transferência de renda. "Mas há outras coisas que precisam ser feitas, como melhor aproveitar o potencial da biodiversidade que só o nosso país tem e levar o conhecimento a todos os setores da economia e das camadas sociais. É uma ideia simples e, ao mesmo tempo, complicada de ser feita".
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Agência Brasil: Para Secretaria de Assuntos Estratégicos, Brasil deve quebrar barreiras para atrair mão de obra do exterior Por Marli Moreira São Paulo- O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, defendeu hoje (12) que o Brasil deve continuar se esforçando para quebrar as barreiras ainda existentes para permitir que profissionais altamente capacitados do exterior venham disputar o mercado interno de trabalho. Segundo Neri, há um conceito equivocado de que o país tem as portas abertas para estrangeiros, o que é, na opinião dele, uma mentalidade que tem de ser mudada para se avançar no desenvolvimento econômico e social.
"Nos brasileiros achamos que somos uma sociedade composta por imigrantes, mas quando se olha para os níveis, somos um décimo da média mundial", disse ele ao defender que é preciso melhorar os meios de atratividade da mão de obra externa. No entanto, Neri reconheceu avanços em comparação ao quadro de 20 anos atrás quando eram emitidos em torno de 5 mil vistos por ano, número que, atualmente, passou para 73 mil.
"Ainda é pouco, mas tem um potencial de crescimento grande", apontou o ministro ao destacar o ambiente favorável na oferta de mão de obra em razão da crise em países da zona do euro e mesmo em relação ao desaquecimento da economia mundial.
O secretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, informou que a taxa de imigração no Brasil é 0,3%, bem abaixo da média mundial de 3%, e que representa um fluxo de 6 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a taxa está em 14% e no Canadá 21,3%. A proposta da SAE é se atingir, pelo menos, a média mundial, gradualmente, no longo prazo.
Tanto Paes de Barros quanto Neri acreditam que a vinda de profissionais especializados poderia cobrir o déficit em algumas áreas, entre as quais a de engenharia, e com isso ampliar o grau de competitividade das empresas nacionais por meio da troca de conhecimento que pode elevar o nível de qualificação profissional no país, facilitar a adoção de novas tecnologias e levar à inovação.
Nos últimos seis meses, conforme revelou Paes de Barros, ocorreram alguns avanços na regulamentação em favor do trabalhador de fora como, por exemplo, a resolução do Conselho Nacional de Imigração que determinou a dispensa da obrigatoriedade de os trabalhadores estrangeiros serem pré-aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no caso de contratos temporários com vigência de três meses.
As informações foram dadas durante o encontro Política Migratória, Produção e Desenvolvimento, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Além de representantes da SAE, estavam presentes, entre outros membros da Câmara Oficial Espanhola de Comércio, da própria Fiesp e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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770. Agencia Brasil: Participação do trabalho na renda nacional cresceu 14% entre 2004 e 2010, diz Ipea
Agencia Brasil: Participação do trabalho na renda nacional cresceu 14% entre 2004 e 2010, diz Ipea
Nielmar de Oliveira
A participação do rendimento do trabalho na renda nacional aumentou 14,4%, entre 2004 e 2010. Isso foi possível porque a renda per capita anual dos brasileiros cresceu em média 3,3% e houve melhora do índice da situação geral do trabalho a um ritmo de 5,5% ao ano.
A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que divulgou nesta quinta-feira (4) o estudo Natureza e Dinâmica das Mudanças Recentes na Renda e na Estrutura Ocupacional Brasileira, que também constatou uma queda de 10,7% no grau de desigualdade na distribuição da renda do trabalho no período.
O estudo cobre um período de 50 anos, abrangendo as transformações na estrutura social brasileira a partir dos anos 1960 até o atual momento, destacando as características das mudanças, suas causas e efeitos e a singularidade do momento recente. Ele analisou o comportamento do emprego e da renda no país, dividido em três períodos: 1960 a 1970, 1981 a 2003 e a partir de 2004.
O estudo constatou, por exemplo, que na década de 1960, embora o país apresentasse um ritmo de expansão da renda per capita extremamente forte, média de 4,6% ao ano, a participação do rendimento do trabalho na renda nacional caiu 11,7%, enquanto o grau de desigualdade ns distribuição da renda do trabalho aumentou 21,9%.
O período de 1981 a 2003 apresentou uma renda praticamente estagnada para o conjunto da população, com média anual de apenas 0,2% de alta, o mesmo ocorreu com a distribuição de renda que apresentou redução de 0,1%.
Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o padrão de transformação social vivido pelo Brasil é positivo devido à redução da desigualdade e ampliação da participação dos salários na renda nacional, com a elevação do emprego, especialmente o formal.
Na avaliação de Pochmann, as transformações estão associadas a razões diversas que incluem alterações na estrutura produtiva do país. "Hoje o setor terciário responde pela principal fatia da geração de emprego. No entanto, estas ocupações geradas são ocupações vinculadas a remunerações relativamente baixas - em torno do salário mínimo - e chegam a responder por 95% dos postos de trabalho que o Brasil gerou na década de 2000".
Pochmann ressaltou, no entanto, que foi exatamente o aumento do nível de emprego em torno do valor do salário mínimo que exerceu influência positiva na redução da pobreza. "Nós tivemos uma ampliação do número de postos de trabalho com salário menor, em torno do salário mínimo, e foi este conjunto de vagas que permitiu a entrada no mercado, do trabalhador oriundo de uma condição de extrema pobreza. É preciso lembrar, ainda, que o salário mínimo teve uma recuperação real, permitindo que esses trabalhadores e suas famílias saíssem da condição de extrema pobreza".
Ele alertou, porém, para o fato de que a sustentação dessas "transformações exitosas" que o Brasil vive no período recente, depende, cada vez mais, da preparação e qualificação da mão de obra para a ocupação dos postos de trabalhos, mas também da capacidade de antecipar quais setores gerarão mais empregos, "porque se não tivermos bons empregos, muitas vezes a qualificação da mão de obra não será suficiente para manter este padrão de redução das desigualdades e ampliação da participação da renda do trabalho no conjunto da renda nacional".
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Agência Brasil: Passeio Ciclístico marca início das semanas da Mobilidade e do Trânsito no DF
Daniel Lima Repórter da Agência Brasil
A organização não governamental (ONG) Rodas da Paz participou hoje (18) da abertura da Semana da Mobilidade e da Semana do Trânsito no Distrito Federal (DF). O evento tem o apoio da Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e das embaixadas da Holanda e da Dinamarca
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Agencia Brasil: Pecuária é setor com maior potencial para emprego verde, aponta Ipea
Por Carolina Sarres, jornalista
Brasília - A pecuária é o setor com o maior potencial para empregos verdes, tanto do ponto de vista ocupacional (o tipo de atividade dos trabalhadores) quanto do setorial (relativo ao que é produzido pelo setor). Mais de 85% dos postos nessa área têm a possibilidade de minimizar os impactos no meio ambiente de alguma forma, o que corresponde a cerca de 432 mil empregos, dos mais de 504 mil empregos totais no setor. Os dados são do estudo Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado hoje (17).
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os empregos verdes são aqueles que contribuem para preservação ou recuperação do meio ambiente. As atividades são voltadas à proteção de ecossistemas e da biodiversidade com a redução do consumo de energia, de materiais e de água por meio de estratégias de eficiência.
De um modo geral, o Ipea identificou que as áreas em que há maior possibilidade de geração de empregos verdes são as relacionadas à agricultura ou a algum tipo de atividade no meio rural, como lavouras permanentes, temporárias e a floricultura - todos grupos citados no estudo.
No Brasil, há cerca de 3 milhões de empregos verdes, 6,6% do total de postos formais, segundo o Departamento de Criação de Empregos e Empresas Sustentáveis da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o Ipea, a organização internacional estima que esses trabalhos cresçam mais rapidamente do que os demais no mercado brasileiro. A oferta dos postos aumentou 26,7% nos últimos cinco anos, contra alta de 25,3% em outros setores.
No estudo, o instituto ainda utilizou informações da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps), cujos dados apontam que 26% das instituições pesquisadas pretendem aumentar o quadro de profissionais de sustentabilidade ainda em 2012.
Diferentemente dos setores com potencial verde, os relacionados à fabricação de produtos químicos, à metalurgia, à produção de cimento e de celulose são áreas com intensa possibilidade de prejuízo ao meio ambiente, especialmente devido aos altos níveis de consumo de energia (eletricidade e combustível) e água.
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AGÊNCIA BRASIL: Percentual de famílias chefiadas pela mulher avança 8 pontos de 2001 a 2009
Roberta Lopes/Lana Cristina
O número de famílias chefiadas por mulheres aumentou nos últimos nove anos segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) dos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad). No estudo, divulgado hoje (11), concluiu-se que o número de famílias nas quais a mulher é a chefe subiu de 27% em 2001 para 35% em 2009, o que representa 21.933.180 famílias.
De acordo com a chefe de Pesquisa do Ipea, Natalia Fontoura, esse fenômeno tem a ver com a maior participação das mulheres no mercado de trabalho. "O mais importante talvez seja a participação das mulheres no mercado de trabalho. Mas também a forma como as mulheres estão se inserindo nos diferentes espaços públicos e as mudanças culturais em relação aos lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade".
Com o nome Primeiras Análises: Investigando a Chefia Feminina de Família, o estudo é o quarto da série de análises do Ipea sobre a Pnad, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento das famílias chefiadas por mulheres teve crescimento em todas as regiões: na Sul, foi constatado o maior avanço, passando de 24,4% para 33%, de 2001 a 2009. No Sudeste, a região com o segundo maior crescimento no número de famílias chefiadas por elas, o avanço foi de 28% para 36%.
Grande parte dessas famílias é composta por mulheres sem cônjuge, o que representa 49,3%. As famílias chefiadas por elas são 17,3 % do total das famílias brasileiras. A Região Nordeste foi a que apresentou a maior proporção desse tipo de família, 19,5%, seguido pela Região Norte, com 18,8%. A Região Sul apresentou o menor percentual, 13,9%. No caso dos casais com ou sem filhos chefiados por mulheres, a Região Norte tem 10,4%, o que supera a média nacional, de 9,2%.
A análise mostra ainda que, nas famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge, 59,1% delas têm emprego e as mulheres chefes de família com cônjuge e que estão empregadas representam 55,6%. Na comparação com os homens chefes de família, mais de 80% deles, em ambos os casos, estão trabalhando.
Outro dado destacado pelo Ipea é o de que 50,4% das mulheres chefes de família sem cônjuge têm ocupações de melhor qualidade do que os homens. Enquanto nas famílias chefiadas por mulheres que têm cônjuge, 43,9% delas têm uma ocupação de melhor qualidade.
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AGÊNCIA BRASIL: Percepção internacional sobre o Brasil melhora na área social, mas cai em relação à economia, segundo o Ipea
Bruno Bocchini
Pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a percepção internacional sobre o Brasil melhorou na área social e piorou em relação à economia, à política e ao governo.
O índice Monitor de Percepção Internacional (MPI), divulgado hoje (16) pelo instituto, formula, a cada três meses, 15 perguntas sobre o Brasil a representações de governos (embaixadas e consulados), câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações multilaterais. As notas são dadas em uma escala que vai de -100 a 100. Números positivos indicam otimismo.
Seis perguntas são sobre a economia do país. Três tiveram respostas, em média, no patamar negativo; uma, no neutro; e duas, no negativo. Três foram sobre a áreas social - duas ficaram no patamar positivo. Mais seis perguntas foram sobre política, governo e instituições (apenas uma recebeu, em média, nota negativa).
Na comparação com a pesquisa feita em fevereiro, o indicador relativo à redução da pobreza evoluiu de uma nota média 26 para 40. O indicador sobre redução da desigualdade aumentou de 17 para 28. A percepção do nível de violência no Brasil teve queda sensível em maio, passou de -5, em fevereiro, para -33.
Os entrevistados foram perguntados sobre a probabilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescer entre 3,6% e 6%. A nota para isso ocorrer subiu de 40, em fevereiro, para 44 em maio. Sobre as condições gerais de crédito, as notas subiram, em média, de -14, no segundo mês do ano para -7 em maio. Já o acesso da população a bens de consumo ficou estável. O aumento nos investimentos estrangeiros caiu de 38 para 35 e as melhorias nas condições de infraestrutura saiu de -12 para -18.
As expectativas em relação à evolução da inflação continuam negativas, com o indicador temático passando de -10 para -24. A resposta mais comum foi uma taxa de inflação em torno de 5,5%. O Ipea apontou também que a maioria dos pesquisados acreditam em uma probabilidade de 57% de que a taxa de inflação supere a meta em 2012.
Sobre a estratégia do Banco Central para combater a inflação, 76% dos pesquisados disseram estar certa, mas com efeito limitado devido à natureza de parte das pressões inflacionárias.
"No ano passado havia um clima muito intenso em relação ao Brasil, crescimento alto e inflação relativamente controlada. Este ano, o crescimento está mais baixo e inflação mais alta. Isso teve impacto no indicador da inflação, reflexo das medidas anti-inflacionárias, e houve piora na expectativa do consumo e do crédito", disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea André Pineli.
Já a nota média sobre a avaliação do grau de atendimento das necessidades da população pelas políticas sociais apresentou declínio de 21, em fevereiro, para 8 em março.
A percepção da influência brasileira em instituições multilaterais cresceu de 14 para 24. A percepção da influência na América Latina caiu de 16 para 12., a da segurança jurídica caiu de -3 para -9, e da condução da política econômica caiu também de 12 para 5.
O período de coleta de informações da pesquisa foi de 12 até 26 de maio de 2011. Foram consultadas 170 entidades
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AGÊNCIA BRASIL: Pesquisa do Ipea avalia qualidade do desenvolvimento
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga hoje (22) a terceira edição de 2011 do Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD). Será às 14h30, na sede do instituto, em Brasília.
O IQD é uma pesquisa periódica que avalia se o desenvolvimento vivido pelo país tende a se sustentar ao longo do tempo e se o crescimento econômico promove o bem-estar e a distribuição de renda. A pesquisa qualifica o desenvolvimento com base em três dimensões - qualidade do crescimento, qualidade da inserção externa e qualidade do bem-estar).
A nova edição do índice será apresentada pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
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Agência Brasil: Pesquisas sobre mercado de trabalho se concentram em regiões metropolitanas e podem ocultar subemprego, diz Ipea
Isabela Vieira
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) não está convencido de que o mercado de trabalho brasileiro tenha atingido o pleno emprego. No boletim Conjuntura em Foco, divulgado hoje (14), o instituto questiona análises nesse sentido e anuncia que começa a pesquisar o tema de maneira aprofundada, levando em conta parcela expressiva de trabalhadores subempregados.
Na primeira etapa do boletim, o órgão constatou que o crescimento da economia nos últimos dez anos refletiu-se no aumento do nível de emprego e dos salários. Com base nos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ipea destaca o salto da população ocupada entre 2002 e 2011, de 17,6 milhões de pessoas para 22,5 milhões.
Mas, apesar dos dados positivos, o Ipea acredita que as pesquisas, por estarem centradas principalmente nas regiões metropolitanas, podem ocultar o subemprego em mercados regionais. De acordo com o Grupo de Análises e Previsões (GAP) do Ipea, o próximo passo é conjugar dados do IBGE com análises do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), criando uma metodologia próxima da realidade nacional de desemprego.
O técnico de Planejamento e Pesquisa do GAP Fernando Mattos explica que, em pesquisas como a do Dieese, o desemprego oculto pelo trabalho precário ou pelo desalento pode representar cerca de 50% do total da taxa de desemprego total. "É o caso de Salvador, cuja taxa de desemprego era 10,4%, mas considerando o desemprego oculto, sobe para 15,5%", informou.
Com análises sobre o desemprego, o instituto também procura demonstrar que o aquecimento do mercado de trabalho não põe em risco a meta de inflação do Banco Central. Segundo o GAP, o fato de setores da sociedade estarem insatisfeitos em pagar mais para profissionais do setor de serviços, não significa que o aumento de salários exerça pressão significativa sobre preços.
"A despeito de haver alguma oferta de mão de obra restrita, como construção civil, emprego doméstico, tudo depende de quanto o empregador está disposto a pagar", disse Mattos. "Segmentos da sociedade, das classes altas, estão chateados porque precisam pagar mais para o pedreiro, para a empregada doméstica, para serviços. Mas isso não é um caos."
Ao divulgar o boletim, o Ipea também chamou a atenção para análises econômicas que sugerem aumento da taxa básica de juros, a Selic, como forma de conter a inflação. Na avaliação do órgão, as medidas macroprudenciais do começo do ano, que agora refletem diminuição da atividade industrial, são suficientes para manter os preços dentro da meta estabelecida pelo governo.
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777. Agência Brasil: Petrobras vai encaminhar à CGU informações sobre compra da Refinaria de Pasadena
Agência Brasil: Petrobras vai encaminhar à CGU informações sobre compra da Refinaria de Pasadena Por Cristina Indio do Brasil
A presidenta da Petrobras, Graça Foster, vai encaminhar nos próximos dias à Coordenadoria-Geral da União (CGU) esclarecimentos sobre a compra, pela companhia, da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A informação é do ministro-chefe da CGU, Jorge Hage. Ele explicou que o órgão já vinha acompanhando a operação por meio da área de auditoria, mas após a nota do Palácio do Planalto com o posicionamento da presidenta Dilma Rousseff, que indica omissão de informações ao Conselho Administrativo, por parte de um diretor da Petrobras, a controladoria não poderia deixar de determinar a apuração das responsabilidades.
"A individualização das responsabilidades e a apuração dos prejuízos. Para isso, contactei a presidenta Graça Foster no mesmo dia da nota do Palácio, consultando-a se já havia uma apuração interna e pedindo a ela os esclarecimentos e as providências tomadas", contou.
Segundo Jorge Hage, até o pedido feito pela CGU, a Petrobras ainda não tinha aberto investigação interna sobre o caso de Pasadena. "Investigação formal ela não tinha. Ela tinha o levantamento das informações, e ia me mandar, mas não tinha processo investigativo formal", explicou, e acrescentou que até aquela época a companhia só tinha aberto investigação formal sobre o caso de acusação de pagamento de propinas da empresa holandesa SBM Offshore para funcionários da Petrobras.
O ministro-chefe da CGU adiantou ainda que solicitou a íntegra do contrato e das atas das reuniões, que a auditoria da Controladoria tem informações, mas apenas em extratos e resumos. "A partir daí, nós veremos se instalamos uma comissão na CGU ou uma coisa em parceria com a direção da Petrobras para apuração das responsabilidades, que é algo que tem que ser feito. Não pode deixar de ser feito. É o que falta ser feito", completou.
Sobre a apuração do caso da holandesa SBM, a Petrobras já encaminhou à CGU o contrato e informou que foi instaurada uma comissão interna. "Ela me assegurou que já estava em andamento a apuração interna, e deve ficar concluída até o final deste mês. A partir da apuração interna, veremos se é necessário aprofundá-la ou se é suficiente", disse.
Além disso, a Controladoria mandou equipes para a Europa e para os Estados Unidos para contato com o Ministério Público da Holanda, com o Departamento de Justiça americano e com a SEC [correspondente americana da Comissão de Valores Imobiliários brasileira]. "Nem um, nem outro tinha procedimento instaurado na semana passada quando foram feitos os contatos. Tinham apenas as informações da própria SBM, do seu procedimento interno. A partir disso é que eles vão decidir se instauram procedimentos de governo, tanto a Holanda como os Estados Unidos", informou.
Apesar do envio de informações para processo administrativo, feito no Brasil, não ser obrigatório em tratados internacionais, Hage acredita que a sinalização dos dois países é favorável à medida. "Embora seja previsto nas convenções multilaterais, tanto da Organização das Nações Unidas (ONU) quanto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde), mas não é mandatário. Então está dependendo do Ministério da Justiça da Holanda e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos a concordância em nos dar as informações. A sinalização é totalmente favorável", apontou.
Para o ministro, é possível ocorrer falta de informações completas em reuniões de conselhos administrativos, porque não se trata de um encontro apenas de gestores das empresas. "Claro que é possível, porque reunião de conselho não é reunião de gestores. Há uma diferença entre o caráter da participação de membros de conselho e a participação e função dos gestores, que são os diretores. São participações completamente diferentes. Não tem lógica nenhuma que os membros de um conselho se aprofundem e requisitem todo o processo de cada decisão que vão tomar. Aí não funcionaria, porque seria uma repetição daquilo que é do papel dos diretores. O papel do Conselho de Administração não pode ser confundido com papel de direção", analisou.
O ministro Jorge Hage deu as declarações depois de participar hoje (24), na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, do Primeiro Ciclo Brasileiro de Conferências em Compras Públicas e Desenhos de Concessões, organizado pela FGV e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O secretário de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Carlos Eduardo de Queiroz Pereira, que também participou do encontro, disse que o TCU tem uma auditoria em andamento sob a responsabilidade do ministro José Jorge. Carlos Eduardo não sabe quando o resultado será divulgado. Mas acrescentou que se o ministro entender que precisa de mais informações para julgar o caso ele pedirá,e isso poderá ocorrer até depois do caso julgado."Fatos adicionais que podem interferir naquela decisão, ou que poderiam ter induzido a um entendimento diverso, pode ser reavaliada por meio de recursos", contou.
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778. Agência Brasil: Plano da Secretaria de Economia Criativa do MinC prioriza parcerias multilaterais
Agência Brasil: Plano da Secretaria de Economia Criativa do MinC prioriza parcerias multilaterais
A Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) divulgou hoje (23), na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, um plano referência para o órgão. O plano prioriza as parcerias com os demais ministérios, secretarias estaduais e municipais, agências de fomento de todas as áreas e instituições do Sistema S (Sesi, Senai, Senac).
O documento foi lançado durante o 2º Seminário Internacional de Políticas Culturais e traça diretrizes, políticas e ações para a economia criativa brasileira, entre 2011 e 2014.
A secretária de Economia Criativa, Claudia Leitão, disse à Agência Brasil que o plano é resultado de um trabalho iniciado em abril deste ano que envolveu setores considerados importantes para a própria estruturação da secretaria. "Nós percebemos que a secretaria pode estar em qualquer ministério porque, como o negócio dela é desenvolvimento, ela articula desenvolvimento onde quer que esteja". Outro ponto importante é que o plano extrapola um único mandato. Por isso, vem sendo trabalhado um planejamento "para um Brasil Criativo".
Está sendo levantado o material relativo à construção da Convenção da Diversidade Cultural brasileira, "não só como patrimônio, mas como recurso econômico", declarou. Segundo ela, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, comprometeu-se a trabalhar junto com a secretaria para a criação de mais linhas de crédito voltadas para o segmento criativo.
"Nós temos necessidade de trabalhar políticas públicas de forma específica para as áreas. Pensarmos a infraestrutura desse ciclo de produção, distribuição e consumo desses bens". Claudia Leitão ressaltou que o Brasil não aparece nas pesquisas da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), que cuida da economia criativa.
"Porque nós não temos metodologia, não temos números confiáveis, não temos números dos estados comparáveis com outros países da América Latina". De acordo com a secretária, isso faz com que o Brasil não apareça como exportador de serviços criativos, nem tenha dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dessa economia, que está crescendo a taxas de 4% a 6% em todo o mundo. "O que prova que ela tem uma sustentabilidade, não polui, trabalha mais com a abundância do que com a escassez, é uma economia cooperativa, é desconcentradora".
Ela ressaltou que o Brasil precisa ter números, construir políticas públicas, além de envolver os estados e usar planos de exportação dessa economia. Claudia Leitão entende que a Copa do Mundo de 2014 é uma oportunidade para que o Brasil desenvolva esse segmento. Destacou a importância do Rio de Janeiro nessa área. Daí o estado ter sido escolhido para o lançamento do plano da secretaria.
Para resolver o problema da falta de dados sobre a economia criativa, a secretária disse que está trabalhando com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) visando à criação de um indicador para o setor, "para até o ano que vem termos metas do que construiremos nesses próximos três anos".
Claudia Leitão vai lançar nos próximos dias, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Conta Satélite da Cultura, que vai desagregar os dados do setor. A secretaria está lançando também dois produtos, que são o Observatório Nacional de Economia Criativa e agências de serviços de suporte ao empreendedor criativo brasileiro (Creative Bureau) nos estados que sediarão a Copa de 2014. Fruto de parceria com diversos ministérios e entidades, essas agências facilitarão, inclusive, a exportação dos produtos criativos do Brasil.
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AGÊNCIA BRASIL: Pochmann defende políticas públicas específicas para combater desemprego entre os pobres
Alex Rodrigues
O Brasil ainda está longe de atingir uma situação de pleno emprego. A afirmação é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann. Para ele, mesmo tendo criado cerca de 15 milhões de postos de trabalho entre os anos de 2003 e 2009 e atingido a menor taxa de desemprego (5,3%) desde março de 2002, o enorme contingente de pessoas sem trabalho entre a população mais pobre indica a necessidade de políticas públicas que permitam aos menos favorecidos se beneficiar do crescimento econômico.
"Ao contrário do que muitos pregam, o país não vive uma situação de pleno emprego. Entre os trabalhadores mais pobres, cerca de 33% estão desempregados, o que inviabiliza que falemos em pleno emprego no país", disse Pochamann ao apresentar, hoje (10), em Brasília, um comunicado em que os técnicos do Ipea identificam que o desemprego entre os 20% mais pobres do país cresceu desde 2005.
Perguntado se o resultado do levantamento indica a falta de políticas públicas de formação e capacitação para o mercado de trabalho voltadas para a parcela menos favorecida da população ou que elas simplesmente não existem, Pochmann afirmou que os governos municipais, estaduais e federais poderiam ter "ações mais objetivas".
"É natural que quando a economia cresce, as oportunidades sejam mais rapidamente capturadas pelos que tem maior escolaridade e renda. Isso é do comportamento econômico, mas é também um espaço para a construção de políticas públicas. Porque o mercado sozinho não vai resolver isso", disse o presidente do Ipea, órgão de assessoramento governamental ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos.
"É preciso haver uma adequação, uma homogeneização das ofertas de qualificação, ou seja, já que os empregos estão sendo gerados, oferecer oportunidades [de emprego] também para os mais pobres. Hoje, as oportunidades são aproveitadas por quem tem melhor formação, ainda que a educação, um requisito [para se obter um trabalho], não seja um passaporte para o emprego, que só é criado pelo crescimento econômico", explicou Pochmann.
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Agência Brasil: Política do BC segue princípios estabelecidos por americanos que ganharam Nobel, diz economista do Ipea
Por Isabela Vieira O coordenador do Grupo de Análises e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messemberg, disse hoje (13) que as decisões do Banco Central brasileiro em relação à taxa básica de juro Selic e a inflação são condizentes com a teoria dos norte-americanos que ganharam o Prêmio Nobel de Economia 2011, anunciado na última segunda-feira (10).
Para Messemberg, os métodos de avaliação do impacto da taxa de juros na economia e na inflação criados pelos premiados norte-americanos Thomas Sargent e Christopher Sims mostram que a inflação é determinada mais pelo viés fiscal (arrecadação de impostos e gastos públicos) do que pelo monetário - fator que evita com que a dívida pública entre "em um caminho explosivo".
Nesse sentido, para Messemberg, o Banco Central (BC) acertou ao cortar a taxa Selic em agosto, que passou de 12,5% para 12%, depois de quatro aumentos consecutivos desde janeiro 2011. "O BC está inteiramente consistente com as teorias do [Thomas] Sargent e do [Chrsitopher] Sims. Eles dizem que o que determina a inflação são as variáveis fiscais. Se, para conter pressões inflacionárias de curto prazo, há aumento da taxa de juros, a inflação pode cair, mas gerará uma trajetória de endividamento", explicou, durante divulgação da Carta de Conjuntura do Ipea, no Rio.
Para o economista do Ipea, contrariando análises do mercado, como a inflação não decorre exclusivamente do "descompasso" entre demanda e oferta, não há necessidade de a expansão da economia e da demanda serem contidas por altas taxas de juros. Os aumentos dos juros, destacou Messemberg, podem diminuir a inflação no curto prazo, mas propiciar um aumento do indicador no longo prazo.
Ao comentar a alta da inflação durante o ano, o coordenador do GAP também disse que a taxa tende a cair nos próximos meses, apesar das variações no câmbio, refletindo o crescimento em ritmo menor da economia brasileira. Segundo explica, as medidas macroprudenciais tomadas pelo governo no início do ano, aliadas às elevações da taxa Selic até julho, ajudaram a puxar a inflação para baixo.
Segundo o pesquisador, taxas mais altas da inflação foram medidas a partir de setembro do ano passado, pressionando o indicador do acumulado no ano, mas a tendência agora é que os índices diminuam a partir dos próximos meses. Messemberg estima que a inflação oficial, acumulada em 7,31% nos últimos 12 meses encerrados em setembro, deve ficar um pouco acima do teto de 6,5%.
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