Resultados 81 - 100 de 21966
BBC Brasil (Inglaterra): Crescimento econômico estimula doméstica a mudar de emprego Júlia Dias Carneiro
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
A ex-doméstica carioca Leila Ramos Barbosa, investiu nos estudos e atualmente é técnica de enfermagem. O crescimento econômico brasileiro vem estimulando a migração de empregadas domésticas para outros setores da economia, como empresas de telemarketing, supermercados ou clínicas hospitalares.
Nas seis principais metrópoles do país, onde mais de 1,6 milhão desempenham serviços domésticos, a tendência tem sido de queda consecutiva no número de empregados no setor desde setembro, aponta o economista Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) com a possível migração para outros setores. Nos últimos 12 meses, após alguns anos de sobe-desce, as estatísticas mostram que a categoria perdeu 81 mil pessoas, a maioria em empregos sem carteira assinada.
Notícias relacionadasDomésticas são reserva subutilizada de trabalho, diz MantegaEm busca de ascensão, ex-domésticas apostam em novas carreirasApós viver de restos, ex-doméstica vira técnica de enfermagem. “Ao longo da última década, houve um encolhimento do setor informal da economia, e acredito que as domésticas também estejam seguindo este caminho. É provável que outros setores estejam ‘roubando’ essas trabalhadoras, que estão procurando emprego com carteira assinada”, analisa.
Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), relaciona o fenômeno ao fato de o Brasil estar perto do pleno emprego e assistindo à ampliação do chamado 'apagão de mão-de-obra', mas com características bem específicas.
Enquanto a expressão costuma ser usada para designar a falta de mão-de-obra qualificada, neste caso, diz Neri, é o mercado de trabalho das categorias de base que está pressionado. "No fundo, temos um apagão de mão-de-obra não qualificada. Está faltando peão de obra, agricultor, garçom, empregada. Não há sinais na base de haver uma reserva de mercado e os salários estão sendo pressionados", diz.
Fuga da nova geração
Com maior escolaridade, renda e desejo de ingressar no mercado de trabalho formal, sobretudo mulheres mais novas têm buscado empregos em outras áreas. É o que indica, por um lado, a redução do percentual de jovens entre empregadas domésticas, e, por outro, o aumento da idade média das domésticas em atividade, hoje de 39 anos.
De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o contingente de mulheres jovens de 18 a 24 anos empregadas no setor caiu pela metade entre 1999 e 2009, passando de 21,7% para 11,1%. Já as mulheres de 30 a 44 anos passaram a representar 42,5% das trabalhadoras do setor, contra 37% em 1999.
“Estamos vendo um envelhecimento da categoria. As mais jovens, em função do aumento da escolaridade, vão se deslocar para outras ocupações”, diz Luana Pinheiro, pesquisadora do Ipea. “O trabalho doméstico é um trabalho precário, de baixa qualidade. Se a pessoa tem a possibilidade de se ocupar em outros lugares com a sua qualificação, é evidente que vai optar por isso.”
"O trabalho doméstico é um trabalho precário, de baixa qualidade. Se a pessoa tem a possibilidade de se ocupar em outros lugares com a sua qualificação, é evidente que vai optar por isso."
Luana Pinheiro, pesquisadora do Ipea
Filha de doméstica, Bárbara Baptista se formou em biotecnologia e faz mestrado em imunologia. Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular - instituto de pesquisas e consultoria em São Paulo - diz que a categoria perde trabalhadoras de duas formas: há tanto as domésticas que conseguem migrar para outras carreiras após alguns anos na profissão quanto pessoas que, pelo perfil sócio-econômico, seriam historicamente levadas ao trabalho doméstico, mas que já entram no mercado de trabalho por outros caminhos.
A história da carioca Bárbara José Antunes Baptista, de 24 anos, é um exemplo bem-sucedido dessa mudança de rumo. O investimento da mãe, que trabalhou como doméstica até falecer em 2005, na educação da filha rendeu frutos. Formada em biotecnologia, a jovem faz hoje mestrado em imunologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Eu não segui a profissão da minha mãe, mas isso porque ela me deu muito apoio e uma direção para que eu buscasse uma profissão que pudesse me dar um retorno melhor na vida, e melhores condições financeiras", diz Bárbara.
“A nova geração foge do emprego doméstico”, reitera Meirelles. “Não é pelo salário, é pela perspectiva de crescimento. Com o emprego formal, podem até ganhar menos quando se conta na ponta do lápis, mas passam a ter benefícios, a segurança da carteira assinada e, principalmente, perspectiva de crescimento profissional.”
Para ele, a mudança se dá, sobretudo, pela democratização do ensino. Entre 2002 e 2011, a pesquisa do Data Popular mostra que a proporção de trabalhadoras com ensino médio completo quase dobrou (passando de 12,7% para 23,3%).
“Com uma renda maior, elas estão investindo em educação, e ao investir em educação elas deixam de ser domésticas”, diz Meirelles.
A renda da categoria teve aumento acima da média entre 2002 e 2011. Enquanto o brasileiro médio teve aumento de 25% no período, no caso das domésticas, o incremento foi de 43,5%. A categoria movimenta hoje R$ 43 bilhões com o dinheiro do próprio salário, um salto de 66% em relação a 2002 (quando a renda somava R$ 25,9 bilhões).
A educação foi o caminho da carioca Leila Ramos Barbosa para deixar o serviço doméstico em busca de ascensão profissional.
Filha de uma família destroçada após o abandono da mãe e o alcoolismo do pai na infância, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ela começou a trabalhar como empregada doméstica aos 13 anos. Depois de já ter sobrevivido de restos de feira livre catados nas ruas e rejeitado a escolha de amigas da adolescência que seguiram o caminho da prostituição, Leila voltou para a escola aos 17 anos para completar o ensino fundamental e médio. Hoje é técnica de enfermagem. "Eu não me envergonho de ter trabalhado em casa de família, mas eu tinha um sonho, o sonho de melhorar."
Serviço de luxo
Para Rodrigo Leandro de Moura o Brasil pode estar caminhando para uma realidade mais próxima à dos países ricos. O serviço doméstico, outrora amplamente acessível à classe média, pode vir a se tornar um "serviço de luxo", considera.
Na semana passada, o ministro da Economia, Guido Mantega, afirmou em Londres que as empregadas domésticas são uma parte subutilizada do mercado de trabalho no Brasil, e começam a preencher empregos gerados pelo aquecimento da economia no país.
“As empregadas domésticas são algo que quase não existe mais nos países avançados, e é uma reserva de trabalho que o Brasil tem”, disse.
|
Encontro na sede do Ipea, em Brasília, tem a participação de especialistas nacionais e internacionais
|
Abordam exportações, educação on-line, inovação e lei de defesa da concorrência
|
Boletim lançado em São Paulo aponta que setor de comércio e serviços tem sido responsável pelo aquecimento da economia
|
Evento começa às 15h no auditório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em Brasília.
|
Publicação Brasil em Desenvolvimento, do Ipea, afirma que avanço das políticas sociais depende da execução financeira
|
Representantes de instituições beneficiadas se reuniram para comentar o andamento dos estudos e debater a possibilidade de extensão do programa
|
Representantes de instituições beneficiadas se reuniram para comentar o andamento dos estudos e debater a possibilidade de extensão do programa
|
Duncan Green, da Oxfam International, lança livro no Ipea e revela como cidadãos ativos podem mudar a realidade
|
Publicação traz 14 artigos que abordam temas como a Lei de Responsabilidade Fiscal, taxas urbanas e desindustrialização
|
O evento foi uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
|
Pesquisador Duncan Green, da Oxfam, divulga livro no Ipea
Lançamento da obra Da Pobreza ao Poder, dia 17, terá a presença do presidente do Instituto, Marcio Pochmann
Duncan Green, chefe da área de pesquisas da Oxfam GB, lança no auditório do Ipea na quinta-feira, dia 17, seu livro Da Pobreza ao Poder: Como Cidadãos Ativos e Estados Efetivos Podem Mudar o Mundo, publicado em 2008. O evento contará com a participação de Katia Maia, chefe do Escritório da Oxfam Internacional em Brasília, e de Marcio Pochmann, presidente do Ipea.
A entrada para o evento é gratuita. Inscrições podem ser feitas pelo e-mail eventos@ipea.gov.br ou pelos telefones 3315-5108 e 3315-5075. O auditório do Ipea fica no SBS, quadra 1, edifício BNDES (subsolo), em Brasília.
Clique aqui para ler a matéria completa sobre o evento na página da Dicod
|
Rede Ipea/Anipes discute projetos de pesquisa
Representantes de instituições beneficiadas se reuniram para comentar o andamento dos estudos e debater a possibilidade de extensão do programa
O Ipea recebeu na manhã de quinta-feira, 10 de setembro, em seu auditório do 11º andar (SBS, Qd. 1, Ed. BNDES, Brasília), representantes das instituições que compõem a rede Ipea/Anipes de pesquisa. Atualmente, 19 instituições são beneficiadas com bolsas concedidas no âmbito da rede. O encontro contou com a presença da diretora-presidente da Anipes, Felicia Reicher Madeira, e teve como objetivo discutir o andamento dos projetos e avaliar as possibilidades de extensão do programa para o biênio 2010-2011.
Clique aqui para ler a matéria completa na página da Dirur
|
Seminário em Recife apresentou o perfil da pobreza extrema no estado
|
Contrato firmado por Marcio Pochmann e José Luis Lupo (foto) resultará em empréstimos para investimentos em pesquisa e qualidade gerencial
|
98. João Sicsú
Diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas apresenta os sinais de avanço na economia brasileira
|
Pela primeira vez um presidente brasileiro visita o Instituto. Ele motivou os servidores a pensarem o futuro do País
|
Proposta é que os pesquisadores tenham mais oportunidades para conhecer e analisar a realidade do País
|
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.
|