27/11/2014 15:26 |
Pesquisadores estrangeiros debateram a Gestão do Conhecimento Experiências na Administração Pública foram o foco do seminário realizado no Ipea
O presidente do Instituto, Sergei Soares, afirmou que o Ipea é reconhecido pelo trabalho em Gestão do Conhecimento. Para o presidente, “esse é um trabalho que tem a essência do Instituto, por ser realizado em longo prazo”. Também presente à mesa de abertura, Gregório Varvakis, do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (EGC/UFSC), explicou que é primordial que “nós da administração pública adequemos a gestão do nosso conhecimento para aplicar ao setor público um produto inovador”. O secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, falou sobre o processo de adoção da GC na Receita. O programa será realizado em 2015 e implementado até quatro anos depois. “Trabalhamos com muitos servidores em diversas partes do Brasil, assim, as técnicas de armazenamento e repasse de informação serão altamente importantes para entregar um serviço de qualidade para o cidadão”, disse. A experiência do Brasil, apresentada pelo técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Fábio Ferreira Batista, mostrou que, mesmo havendo uma percepção de que a GC é um tema importante, existe nas organizações uma baixa compreensão do que seja a Gestão do Conhecimento. A pesquisa brasileira apontou ainda que “a situação atual dos órgãos e entidades da administração direta é consequência da falta de priorização da GC como tema estratégico”, afirma Fábio Ferreira Batista. Apresentada pela diretora do Programa de Pós-Graduação da universidade canadense MC Gill, Kimiz Dalkir, a GC no governo canadense está alicerçada na transparência e no acesso a documentos públicos aos cidadãos. Dessa forma, o conhecimento está disponível para todos que se interessarem em obtê-lo. Durante o evento, o Dr. Peter Heisig, pesquisador da Leeds University Business School, apresentou resultados da Áustria, Alemanha, Suíça e Reino Unido, em que é possível perceber experiências como “o dia da Gestão do Conhecimento” ou “a semana do aprendizado”. Para o pesquisador, essas práticas são importantes porque “o conhecimento é um processo contínuo, como o da gestão da qualidade, que precisa de atenção contínua da administração”, defende. O governo de Portugal, apesar de não ter a Gestão do Conhecimento institucionalizada, apresentou os casos das prefeituras em que processos básicos de GC já são atuantes, mesmo que de forma inconsciente. A professora da Universidade de Coimbra Leonor Pais explicou que “Portugal possui a particularidade de focar a GC nas pessoas e não apenas em tecnologias”. Assim como Portugal, o Chile tem pouca experiência com o tema, principalmente nos órgãos públicos. O professor Gregório Perez, da Universidade de Santiago de Chile, afirmou que no país existe um número considerável de instituições interessadas no tema, porém, sem o conhecimento necessário para implantar. “O desconhecimento sobre a GC e a falta de coordenação interna e externa da organização são as principais barreiras para implementar o sistema no país”, concluiu. Para o representante do Uruguai, mais importante do que trabalhar a noção de Gestão do Conhecimento é pensar a ideia de conhecimento tácito. Segundo Fernando Zeballos, pesquisador da Universidade Católica do Uruguai, as organizações “sempre trabalharam com conhecimento, mas o que acontece agora é uma organização desses conhecimentos”. Para o pesquisador, transferir conhecimento é altamente complicado porque é necessário que se entenda qual o nível de taticidade que cada transferência de conhecimento exige. Ao fim, o professor Francisco Javier, da Universidade de Monterrey, argumentou que a GC serve para fazer os processos de gestão acelerarem, serem mais produtivos e eficazes. “É fazer melhor as coisas que já temos”, finalizou. O seminário foi encerrado pelo diretor de Desenvolvimento Institucional do Ipea, Luiz Cezar Loureiro de Azeredo. |
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