CPI ouviu técnico do Ipea sobre violência contra jovens negros
Audiência pública na Câmara dos Deputados, com a participação de Antônio Teixeira de Lima Júnior, ocorreu nesta terça-feira, 14
O pesquisador do Ipea Antônio Teixeira de Lima Júnior, da Coordenação de Gênero e Raça da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, apresentou dados sobre a situação da população jovem negra no país durante audiência pública da CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres, na Câmara dos Deputados. A reunião foi nesta terça-feira, dia 14 de abril.
Um grande problema identificado pelo pesquisador é a quantidade de mortes com causas indefinidas. Segundo os dados apresentados, as vítimas nesse casos, em geral, são jovens negros com idades entre 18 e 24 anos. Um dos agravantes enumerados por Teixeira de Lima Júnior são os chamados autos de resistência registrados pela polícia: “Entre 2009 e 2013, mais de 11 mil pessoas negras foram mortas pela polícia e essa relação é subnoticiada no país. A morte da juventude negra não gera luto oficial, não gera solidariedade em massa, é como se houvesse um consentimento, uma autorização para que isso aconteça”.
O deputado Bebeto (PSB/BA) ressaltou a importância dos dados expostos pelo pesquisador, em especial pelo fato de que “os números mostram a forma como o Estado participa das mortes desses jovens”.
Antônio Teixeira de Lima Júnior garantiu que os dados e os números são importantes, porém, deu destaque para questões que não podem ser quantificadas, nem aparecem nas estatísticas, "como, por exemplo, as mulheres negras que sobrevivem à morte dos seus [parentes]". Ele explicou que é necessário pensar a questão da violência contra os negros pelo viés da dor daqueles que ficam, como mães, esposas e filhos. |