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14/10/2015 17:42

“Mesmo não sabendo o que será do futuro, por que o estudamos?”
Com essa provocação, a coordenadora da Assessoria de Gestão Estratégica do Ipea lançou a obra Megatendências Mundiais 2030

O que as entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo? Este foi o tema do livro Megatendências Mundiais 2030, apresentado pelo Ipea nesta quarta-feira, 14/10, em Brasília. “Mesmo não sabendo o que será do futuro, por que o estudamos? Para fazermos as melhores escolhas e formularmos estratégias vencedoras”, destacou na apresentação do livro a organizadora da obra, Elaine Coutinho Marcial. Além dela, que também é coordenadora da Assessoria de Gestão Estratégica, Informação e Documentação do Ipea, participaram da mesa de abertura Alexandre Cunha, diretor de Desenvolvimento Institucional do Ipea, e Márcio Gimene, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira do Planejamento e Orçamento (Assecor).

O livro foi pautado a partir de 17 estudos desenvolvidos por diversas instituições e organizações. Foram selecionados 788 temas que sinalizam as possibilidades de futuro – chamadas de sementes de futuro. A partir de suas correlações temáticas, chegou-se a 201 sementes. A análise dessas sementes geraram as megatendências analisadas na publicação e que estão agrupadas em cinco dimensões: população e sociedade, geopolítica, ciência e tecnologia, economia, e meio ambiente.

Para Márcio Gimene, mesmo na atual conjuntura, é necessário fazer uma discussão de longo prazo sem prejuízo para a resolução das urgências cotidianas. “Instrumentos de planejamento e gestão são fundamentais nesse contexto”, destacou. A publicação discute três incertezas críticas principais, que versam sobre o ensino fundamental com qualidade, a tecnologia para armazenar energia renovável, e a situação do sistema de saúde e seguridade social frente ao envelhecimento populacional. “O futuro representa sempre risco, mas a chave está em administrar essa incerteza”, pontuou Elaine Coutinho.

Os autores da obra são Vanessa Meireles Barreto Chervenski, Giovanni Hideki Chinaglia Okado, Antonio C. Wosgrau e Bruno Eustáquio F. C. de Carvalho.

Prospecção de Cenários

“A obra é o primeiro produto de uma área que está em consolidação no Ipea e objetiva a estruturação de núcleos de construção de cenários”, explicou Alexandre Cunha. O diretor informou ainda que o livro está inserido no projeto Brasil 2100, feito em parceria com a Assecor e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE, e também se alia com o projeto Ipea mais 50, em que se irá projetar o Ipea para os próximos 50 anos. O projeto Brasil 2100 será uma plataforma que viabilizará um espaço de diálogo permanente entre a sociedade civil, estado e meio acadêmico para a construção de cenários.

A prospecção de cenários possibilita refletir sobre o futuro e saber como atuar e se preparar para tomar as melhores decisões. O livro Megatendências Mundiais 2030organiza o debate em torno da prospecção. “É um livro inédito e é inimaginável como o governo brasileiro ainda não tenha uma organização capaz de planejar cenários prospectivos”, pontuou Antônio Lassance, diretor-adjunto da Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest).

Desta forma, o planejamento desses cenários permite construir o futuro de acordo com o almejado pela sociedade. “No momento de crise, não podemos deixar o imediatismo ser obstáculo para planejar o futuro”, alertou Alessandro Candeas, coordenador-geral de pesquisa do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI).

Leia a publicação 'Megatendências Mundiais 2030: o que as entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo?'

 
 

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