15/10/2015 17:57 |
Relatório sobre mercado de trabalho é apresentado no Ipea Realizado pelo Banco Mundial, com colaboração do Instituto e de outras instituições, o estudo foi lançado em Brasília O Banco Mundial lançou, nesta quinta-feira, dia 15, em Brasília, o relatório Sustentando melhorias no emprego e nos salários no Brasil – Uma agenda de competências e empregos, elaborado com a colaboração de diversas instituições, incluindo o Ipea. “O tema do emprego é uma questão fundamental para se compreender tanto a dinâmica do crescimento econômico atual como a dinâmica do desenvolvimento social nos últimos anos”, disse o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, André Calixtre. Segundo Calixtre, há diversas evidências de que quase 70% da dinâmica da evolução da renda nos últimos anos e a metade da redução da desigualdade vêm das mudanças estruturais registradas no mercado de trabalho. Calixtre saudou a iniciativa do Banco Mundial de contribuir sempre com novas ideias para o enfrentamento dos principais desafios do governo brasileiro na questão do avanço do modelo de desenvolvimento com um novo patamar de inclusão social, de desenvolvimento econômico, de avanço de direitos humanos, sociais e civilizatórios. Com base no relatório, o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, afirmou que o mercado de trabalho do país teve um desempenho muito positivo nos últimos quinze anos. E este desempenho está no centro do sucesso na redução da pobreza e da desigualdade. “Os brasileiros, principalmente os mais pobres, passaram a ser mais bem remunerados e a ter mais oportunidades de qualificação, conseguindo transformar esta qualificação em rendimentos reais”, disse. De acordo com Raiser, em geral, essa história se repetiu em todos os países da América Latina, mas, no caso do Brasil, o ritmo da criação de emprego foi mais rápido e a redução das desigualdades, mais notável. No entanto, a partir de 2012, essa dinâmica teria começado a mudar: o fim do ciclo das commodities e a desaceleração dos mercados internacionais teriam estancado a criação de empregos. E, em 2015, com a deterioração das perspectivas econômicas, o desemprego começou a aumentar, afetando, principalmente, os jovens com baixa escolaridade. O relatório Produto de um esforço de colaboração, sob a liderança das economistas do Banco Mundial Joana Silva, Rita Almeida e Victória Strokova, o relatório aponta que, para consolidar as suas conquistas, o Brasil tem duas metas: aumentar a produtividade do trabalho e oportunizar aos pobres melhores empregos. O documento trata também de um abrangente leque de políticas relacionadas ao mercado de trabalho, à educação profissional e à inclusão produtiva, destacando, ainda, a importância da participação do setor privado nesse debate. Entre as propostas do relatório, estão reformas que, se implementadas, podem fomentar a efetividade das políticas já em andamento, como o aprimoramento de mecanismos de monitoramento e validação destas, com foco nos resultados finais: melhorias de salário e empregabilidade. Isto não somente para uma melhoria da efetividade das políticas, mas também para uma melhor relação custo-benefício. O estudo faz alertas importantes, como, por exemplo, o de que investimentos relacionados à oferta de trabalho, por si só, não serão suficientes para garantir um ritmo adequado de criação de emprego e renda. O aumento no investimento geral, a elevação da produtividade e as medidas para reduzir o custo de fazer negócios no Brasil também são citados como urgentes e necessários. |
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