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09/03/2016 17:53

Conectividade impõe novos desafios às bibliotecas

Especialistas discutiram o tema em Brasília, no segundo dia do seminário “Bibliotecas do Século XXI: desafios e perspectivas”

O segundo dia do seminário Bibliotecas do Século XXI: desafios e perspectivas foi marcado por debates sobre os temas “instituições” e “conectividade”. Na primeira mesa da manhã desta terça-feira, dia 8, Danielle Thiago Ferreira (Unicamp) falou sobre as novas competências do profissional da informação. “A passividade, o caráter feminino da profissão, o ambiente tradicional da biblioteca e os estereótipos ainda são grandes desafios para este profissional”, destacou a palestrante. Sobre novas funções do profissional da área, Danielle mencionou alguns fenômenos que representam desafios – a maioria na parte tecnológica –, como os acervos digitais, as redes sociais, as tecnologias de informação, a cibercultura, competências informacionais e a teoria da biblioteca 2.0.

Carlos Artigas (Universidade Complutense de Madri, Espanha) falou dos desafios e perspectivas de bibliotecas de centros de pesquisa no século XXI e, em seguida, Lillian Alvares e Bianca Amaro, do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (IBICT), apresentaram resultados de uma pesquisa sobre a participação do bibliotecário na gestão da informação e conhecimento institucional. “O novo paradigma para a gestão de informação é a gestão do conhecimento”, disse Lillian, lembrando que os profissionais dessa área ainda não sabem lidar com o volume de informações do Big Data, instrumento muito utilizado atualmente, que se traduz em um imenso volume de dados – estruturados e não estruturados – que impacta o dia a dia.

Em sua fala, Bianca Amaro ressaltou as “Humanidades Digitais”, segundo ela, um novo conceito para tratar da interseção entre as tecnologias e as ciências humanas. “O que nós temos são profissionais que estão, já há muito tempo, dentro dessas comunidades digitais e profissionais que ainda, de alguma forma, resistem a entrar neste que é o universo da informação hoje em dia e que cada vez mais pauta o mundo”, declarou, lembrando que, quanto mais digital, mais a informação atenderá ao usuário das bibliotecas.

Inovações
No período da tarde, a discussão foi em torno da conectividade. “Como convencer as pessoas a retornarem à biblioteca? Dá para solucionar? A biblioteca, hoje, tem de fazer isso se unindo à inovação. Quando uma pessoa trabalha com tecnologia, ela precisa ter uma conta profissional tanto no Facebook quanto no Twitter”, disse Cláudio Gottschalg-Duque, professor-adjunto do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (CID-UnB).

Por fim, Maria Carmen Romcy de Carvalho (IBICT) falou sobre as Redes de Bibliotecas. “Fico muito feliz que este tema tenha sido resgatado e trazido para este debate, porque se a gente for analisar as redes nacionais, veremos que alguma coisa precisa ser feita”. Ela lembrou que essa reinvenção é necessária porque as tecnologias estão aí, mas talvez a vontade de cooperar não esteja em primeiro lugar para o enfrentamento dos desafios deste momento.

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