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31/05/2016 15:36 |
Quem são os jovens brasileiros? Ipea realizou seminário sobre a juventude. Na ocasião, foi lançado o livro Dimensões da Experiência Juvenil Brasileira e Novos Desafios às Políticas Públicas Em 2013, os jovens de 12 a 18 anos incompletos correspondiam a 21 milhões de pessoas no Brasil, cerca de 11% da população, com concentração na região Sudeste,38,7%, seguida da região Nordeste, 30,4%. A maior parte dos jovens são negros (64,87%), 58% mulheres e a imensa maioria (83,5%) é pobre e vive em famílias com renda per capita inferior a 1 salário mínimo. Para Paulo Corbucci, também técnico do Ipea, o principal problema é a desigualdade no acesso. Ao analisar dados de 2010, Corbucci constatou que, no Nordeste, entre os jovens de 18 a 29 anos, só 18,4% têm acesso ao ensino superior, enquanto no Sudeste são 48,5%. “Nacionalmente, a taxa de quem frequenta ou já frequentou a escola também é baixa, apenas 18,7%”. O pesquisador enfatizou que medidas como o Prouni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) foram avanços com um caráter compensatório importante. “Mas a educação básica é que tem o caráter estruturante de formação daquele jovem”, pontuou. No seminário, também foi discutida a participação social e organização da juventude. Enid Rocha falou sobre o Conselho Nacional de Juventude e a participação social dos jovens no ciclo de políticas públicas, destacando que atualmente a juventude se envolve muito mais nas questões que afetam o país, colocando suas demandas e exigindo uma maior participação política: “O que aconteceu em junho de 2013 é uma mostra disto. Nós discutimos em alguns capítulos do livro como a participação da juventude ajuda a fomentar e melhorar políticas para a própria juventude”. Um dos autores do artigo Os Significados da Permanência no Campo: vozes da juventude rural organizada, o pesquisador Leonardo Rauta Martins disse que a maior parte dos jovens deseja permanecer no campo, construindo seus projetos de futuro. Segundo ele, o êxodo, diferente de outras décadas, não se constitui como opção principal dessa juventude rural. Entretanto, essa permanência está condicionada à efetivação de políticas públicas capazes de assegurar o desenvolvimento pleno das suas capacidades. “A juventude quer permanecer, mas não quer permanecer por falta de oportudidades. Ele quer ter todos os direitos que lhes são garantidos na Constrituição, que a gente sabe que em populações periféricas também não são garantidos”, observou. Uso de TICs pela juventude No debate seguinte, o técnico do Ipea Cláudio Kubota abordou o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação pelos jovens brasileiros, tema do capítulo que assina no livro. De acordo com o pesquisador, há sim diferentes perfis de uso por faixa etária, com prevalência dos mais jovens. Outro aspecto levantado por ele é o de que, uma vez ultrapassada a barreira inicial de acesso à internet, tanto tradicional quanto no celular, o fator etário tem impacto mais relevante que a classe para o uso de redes sociais na internet. Além disso, a conectividade móvel às redes sociais é uma atividade muito mais relevante para os mais jovens do que para os mais velhos. Frederico Barbosa, autor do texto “Os Jovens Brasileiros e as Suas Práticas Culturais: entre universalismo e singularidades”, ressaltou que o desafio das políticas culturais é reconhecer que as práticas dos jovens não apenas são determinadas estruturalmente. Em sua análise, o pesquisador conclui que tanto os stocks (capitais cultural, econômico e social) influenciam as práticas, quanto as disposições e os repertórios de práticas se consolidam na medida em que as experiências de acesso sejam exitosas e reforcem as disposições próprias para a realização de novas experiências. Foram realizadas ainda três mesas de debate na parte da tarde. A primeira, sobre o tema Enfrentando as Desigualdades Sociais, foi apresentada pelos pesquisadores do Ipea Enid Rocha e Milko Matijasci, além de Antônio Texeira, como debatedor. Em seguida, André Gambier e Herton Ellery, pesquisadores do Instituto, e Gustavo Venture, professor da Universidade de São Paulo, discutiram os tempos sociais e transição para a vida adulta. Por fim, a escola e trabalho dos jovens brasileiros foi o tema da mesa que contou com a participação dos pesquisadores do Ipea Paulo Corbucci e Carlos Henrique Leite Corseiul. Permanecer ou não na casa dos pais Já o fator escolaridade é um ponto decisivo para que jovens do sexo feminino optem por morar sozinhas. Herton ressaltou que quanto menos escolarizada é a mulher, mais cedo ela sai da casa dos pais. “Elas retardam a saída de casa para aumentar a escolaridade? É um ponto importante para se pesquisar”, avaliou o pesquisador. Vídeo: Confira os destaques do livro sobre as novas práticas e demandas da juventude brasileira Leia o livro Dimensões da Experiência Juvenil Brasileira e Novos Desafios às Políticas Públicas
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