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07/07/2016 14:46 | |||
Demanda por bens no Brasil gera 145 mil empregos na Argentina Estimativa da Cepal com base na matriz produzida em parceria com o Ipea refere-se a produtos intermediários
A demanda brasileira por bens intermediários gera, na Argentina, 145 mil empregos. A estimativa da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) é um dos resultados do mais recente trabalho desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e lançado nesta quarta-feira, 6, em Brasília: a Matriz de Insumo-Produto da América do Sul (MIP). Segundo a análise, os setores mais beneficiados na Argentina com postos de trabalho relacionados à demanda por bens intermediários no Brasil são “veículos a motor, reboques e semirreboques”, “polpa de madeira, papel, prensas e material editorial”, “têxtil”, e “maquinário e equipamentos (exceto maquinário elétrico)”. Só as exportações argentinas destinadas ao setor automotivo do Brasil impulsionam aproximadamente 10,6 mil empregos no país vizinho. “A matriz revela a origem das compras e das vendas na economia. É um formato contábil de informação relativa a atividades econômicas de um país e retrata as relações econômicas entre setores industriais. Ela permite ver as transações de bens intermediários e finais”, explicou José Duran, pesquisador da Cepal em Santiago. Para a composição da matriz, foram coletados dados de 10 países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os dados da pesquisa são referentes a 2005, em dólares correntes a preços básicos (sem impostos e subsídios). Ela é composta por 40 setores, sendo 35 de bens e cinco de serviços. Panorama Ainda segundo a análise da Cepal, com base na matriz de insumo-produto da América do Sul elaborada em parceria com o Ipea, esses empregos ligados à exportação representam 15,4% do total da população ocupada na América do Sul (menos Guiana e Suriname). No Brasil, eles correspondem a 12,7% do total. Outra conclusão significativa é a de que o emprego ligado a exportações somente para a América do Sul tem um peso maior na Bolívia (11% da população ocupada), Paraguai (9%), Uruguai (7%) e Argentina (5%). No Brasil, essa parcela equivale a 1%. “A matriz é uma importante ferramenta para o desenho de políticas públicas. Ela contém informações sobre relações de usos de bens e permite identificar a estrutura vertical de produção compartilhada entre países”, afirmou Durán. Carlos Mussi, representante da Cepal no Brasil, participou da mesa de abertura do evento. Segundo ele, a matriz é um produto que qualquer pessoa poderá utilizar, questionar e aprimorar. Também compuseram a mesa de abertura do seminário o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Luiz Augusto Ferreira, o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) José Luiz Rossi e o representante do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) Oswaldo López. América do Sul revela potencial de complementaridade produtiva Estudo aponta o Brasil como a economia regional mais fechada Acesse o documento “La Matriz de Insumo-Producto de América del Sur” (em espanhol) Faça o download das planilhas em Excel Matriz da Argentina (em espanhol) Matriz da Bolívia (em espanhol) Matriz da Colômbia (em espanhol)
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