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10/11/2017 10:49

Seminário no Ipea discute fenômenos da desglobalização e reglobalização

Instituto recebeu o professor da Columbia University Marcos Troyjo para falar sobre tendências no mundo e projeções para o Brasil

Estamos realmente revertendo o processo da globalização? Por que as nações ascendem economicamente? Como conquistar o século XXI? O que existe de oportunidade para o Brasil nessa nova fase de reglobalização? Essas foram algumas questões discutidas no seminário Desglobalização, realizado na quarta-feira, 08, na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília.

Com palestra de Marcos Troyjo, diretor do Centro de Estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China (BRINClab) da Columbia University em Nova York, onde é professor-adjunto de relações internacionais e políticas públicas, o evento contou ainda com as participações de Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (Ipri/Funag), e Sergio Abreu e Lima Florencio, diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea.

Segundo Marcos Troyjo, que também é autor do livro Desglobalização – crônica de um mundo em mudança, a desglobalização é um fenômeno no mundo desde 2008. "O mundo que está por vir é o da 'reglobalização'. Enquanto isso, a desglobalização não significa o fim da globalização, mas que essa está perdendo velocidade", explicou. Para Almeida, a desglobalização é a nova globalização sob a liderança chinesa.

Algumas das características do mundo contemporâneo é que, enquanto a economia da Ásia está em ampla ascensão, os Estados Unidos estão saindo de uma situação hegemônica como potência mundial e entrando numa posição protagonista, com uma renda per capita da sua população em constante queda.

Troyjo criticou ideias e conceitos do senso comum que tentam explicar – na sua visão, equivocadamente – por que as nações se tornam prósperas e prestigiosas. Ele disse que as nações que ascendem são aquelas que conseguem se adaptar adequadamente à globalização. "Mas que globalização é essa?", provocou.

De acordo com Troyjo, o maior milagre econômico da humanidade não se deu sem clara separação entre os poderes, sem imprensa livre, sem instituições reguladoras, sem democracia representativa, sem livre mercado e sem uma noção muito específica sobre o que é comércio internacional. "E por trás de tudo isso, o êxito das nações combina instituições fortalecidas e uma porção de estratégia", apontou.

Outro ponto de destaque na discussão foi a chamada "Quarta Revolução Industrial". Segundo Troyjo, essa é uma força reglobalizadora que envolve inteligência artificial, commodities e design inteligente de maneira desterritorializada e transfonteiriça, que vai afetar todos os países.

Nesse contexto, de acordo com o especialista, o Brasil deve fazer mais investimentos horizontais, como em educação; e investimento numa indústria específica, além de ficar mais aberto às exportações. "O Brasil é a economia mais fechada entre os vinte países de maior PIB do mundo. E não há países que ascenderam sem ter 35 a 40% do PIB em ações de exportações", enfatizou.

Quarta Revolução Industrial e projeções para o Brasil
"Se esse diagnóstico estiver razoavelmente bem feito, nós temos uma chance. É como se pudéssemos substituir a certeza da tragédia por uma pequena chance de sucesso. Se tomarmos algumas decisões corretas nos próximos cinco anos, nos próximos quinze anos, poderemos nos tornar um país com uma renda per capita de 20 mil dólares, nos aproximando da renda per capita de países da Europa Mediterrânea", concluiu o diretor do BRINClab.

 
 

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