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12/09/2018 19:35

Economia mundial, produtividade e concorrência são debatidas em seminário


Enquanto nas economias avançadas a produtividade tenha crescido cerca de 4% ao ano, em média, no Brasil o aumento foi próximo a 0,5%

Repensar o crescimento mundial de forma inclusiva, sustentável e corresponsável tem sido um dos principais desafios mundiais apontados pelos especialistas que estiveram reunidos no seminário A Economia Mundial - a caminho de uma estagnação secular ou de uma nova onda de crescimento?. O evento, realizado nesta terça-feira, 11, na sede do Ipea, recebeu Jean-Marc Daniel, economista francês e professor na Europe Business School (ESCP), o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, e o diretor de Estudos e Políticas Internacionais do instituto, Ivan Oliveira.

O mundo passa por uma reconfiguração econômica e política. De um lado, uma crise estrutural e profunda, com ponto alto em 2008, e de outro a retomada do crescimento pelas nações que, em maior ou menor grau, foram impactadas pelo colapso financeiro americano. Essa crise trouxe à tona um grande desafio - estudado sob diferentes perspectivas pelas diversas áreas de pesquisa do Ipea: como aumentar a produtividade?

Nas economias avançadas, a chamada produtividade horária tem aumentado em média apenas 4% ao ano, com uma baixa regular do crescimento médio observado desde a década de 1970. No Brasil, nos últimos vinte anos, estima-se que o crescimento da produtividade brasileira tenha sido próximo a 0,5% a.a., ao passo que o investimento agregado na economia brasileira cresceu 1,8% a.a. Saiba mais no projeto Desafios da Nação, do Ipea.

Jean-Marc Daniel alerta que os indicadores mostram que crises, como a ocorrida em 2008, estão mais cíclicas e mais curtas. "Qual a capacidade dos países de suportar esses novos ciclos?", questiona. O economista francês defende que o investimento em educação é o motor para aumentar a produtividade, ao incentivar invenções e trazer inovações, além de constituir-se num elemento forte de construção das estruturas necessárias para que os países suportem novas crises.

Ivan Tiago, diretor do Ipea, destaca que países como Brasil, Colômbia e África do Sul possuem alta capacidade produtiva ociosa, portanto, alta capacidade de crescer rapidamente. Corroborando a necessidade de reformulação econômico-política global, o presidente do Ipea destacou que um aumento da concorrência, ocasionando ampliação da produtividade, demanda dos países a discussão sobre um tipo de capitalismo que caminhe para uma convergência global, com uma sociedade interconectada e interdependente, com acesso às novas tecnologias.

"Na era da corresponsabilidade, se o capitalismo não der resultado para reduzir a pobreza, não irá avançar", destaca Lozardo, ao lembrar que a Organização das Nações Unidas, ciente desse papel, propôs os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O presidente do Ipea entende que, com a perda de participação norte-americana no PIB global, o mundo caminha para uma convergência, com o aumento da participação de países emergentes nesse PIB (veja o gráfico).

Gráfico

 
 

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