10/06/2020 15:31 |
Isolamento social diminui em taxa superior ao relaxamento das regras de distanciamento Entre os dias 25 de maio e 7 de junho, o relaxamento ocorreu em SP, TO, PA, AM, CE e DF As medidas de distanciamento social se tornaram menos rigorosas em parte do país entre os dias 25 de maio e 7 de junho, apesar de a epidemia ainda se manifestar de forma grave. É o que indica estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A análise é feita a cada quinze dias. Para avaliar o rigor das medidas de distanciamento adotadas por governos estaduais e municipais, o economista Rodrigo Fracalossi de Moraes utiliza uma escala 0 a 10, onde 10 indica maior rigor. Ao se comparar as mudanças desta quinzena com a imediatamente anterior, entre 11 e 24 de maio, a análise mostra que no Tocantins o índice passou de 4,6 para 3,3, uma variação de 27% % - o maior grau de relaxamento das medidas dentre os estados. No Pará, o índice passou de 7,5 para 6,3, uma variação de 17% , já no Ceará, caiu de 10 para 8,8 (13%), no Distrito Federal de 5,8 para 5,1 (12%), no Amazonas e em São Paulo de 7,5 para 6,7 (11%), respectivamente. Como em alguns destes e de outros locais em que houve relaxamento a epidemia ainda se manifesta de forma grave, as medidas provavelmente foram flexibilizadas não apenas por critérios de saúde pública. De acordo com o pesquisador, fatores como pressões de associações de classe e receio quanto a danos econômicos elevados provavelmente interferiram nas decisões. Alguns estados, porém, endureceram as regras de distanciamento no período. É o caso da Paraíba, onde as restrições aumentaram, passando de 6,2 na quinzena anterior para os atuais 8,3 (29%). Na Bahia de 4,2 para 4,8% (16%), Amapa de 7,4 para 8,3 (13%), no Piauí de 7 para 7,5 (7%) e no Maranhão de 6,7 para 7,1 (6%). Outros estados mantiveram constante o grau rigor das medidas de distanciamento, entre eles Pernambuco, Sergipe e Paraná. A existência ou não de estratégias de saída da quarentena também diferencia alguns estados de outros. “A primeira estratégia estadual de saída foi a do Rio Grande do Sul e, a partir de lá, o modelo se espalhou para outros estados”, salienta Fracalossi. Hoje, 12 estados possuem uma estratégia de saída, ou seja, um conjunto de critérios para a reabertura da economia. “Isso provavelmente também vai ser adotado no restante do país”, afirma. A pesquisa revela, ainda, que o isolamento social caiu mais do que as medidas restritivas impostas pelas administrações estaduais. Quando consideramos a situação geral do Brasil, as medidas de distanciamento recuaram 10% entre o início da quarentena e a última quinzena (25 de maio a 7 de junho), enquanto a taxa de isolamento social caiu 20% no mesmo período. “Isto provavelmente ocorre porque as pessoas estão buscando alternativas de renda, estão desgastadas pela quarentena ou passaram a achar que a situação é menos grave do que parece; quanto maior a duração da quarentena menor a probabilidade de que as regras sejam seguidas”, avalia o pesquisador. Pandemia - Desde o inicio da quarentena, a análise mostra que em Santa Catarina o índice passou de 9,1 para 4,2, uma variação de 54% - o maior grau de relaxamento das medidas dentre os estados. Em Minas Gerais, o índice caiu de 6,7 para 4,2 (38%), em Rondônia de 7,5 para 5 (33%), no Espírito Santo de 5,8 para 4,2 (29%), no Distrito Federal de 6,7 para 5,1 (23%) e em Goiás de 8,5 para 6,7 (22%). Alguns estados, porém, endureceram as regras de distanciamento no período. Na Bahia, o índice subiu de 3,3 para 4,8 (44%), no Amapá de 6,7 para 8,3 (25%), no Rio Grande de Norte de 6,7 para 7,5 (13%), no Piauí de 6,9 para 7,3 (9%) e no Pará de 5,9 para 6,3 (7%). Todos os dados e gráficos utilizados na elaboração do estudo podem ser acessados no endereço https://tinyurl.com/ipeacoronavirus Leia aqui a Nota Técnica na íntegra Assessoria de Imprensa e Comunicação
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