Acesso precário à água tratada prejudica o enfrentamento à pandemia de Covid19

Região Norte do Brasil é a mais afetada. Capitais como Manaus, Belém e Rio Branco lideram a lista.

O enfrentamento à crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 é ainda mais desafiador em regiões periféricas e com limitações no fornecimento regular de água tratada. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que as comunidades localizadas na Região Norte do país são as mais afetadas e isso impacta diretamente nas medidas de controle à disseminação do novo coronavírus.

O estudo analisou indicadores de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua/IBGE). Os dados revelam que a região Norte apresenta uma taxa abaixo da média nacional de acesso à rede de água tratada. Entre as capitais com piores indicadores estão Porto Velho (38%), Macapá (55,4%) Rio Branco (63,8%), Belém (75,2%) e Manaus (85%) – Nas capitais do sudeste a taxa de fornecimento é muito superior, atingindo 99% dos domicílios. Porém, em determinadas áreas, o problema da intermitência no fornecimento de água é acentuado, sobretudo no Nordeste.

Na avaliação da economista Rute Imanishi Rodrigues, autora da pesquisa, a pandemia evidenciou o problema da intermitência no fornecimento de água nas comunidades brasileiras, mesmo aquelas localizadas no Sudeste. “As favelas sofrem cortes no fornecimento de água ou estão submetidas a algum tipo de racionamento. É preciso construir políticas integradas e fortalecer a gestão pública da água, especialmente nesse momento de agravamento da pandemia”, afirma.

O estudo aponta a necessidade no planejamento territorial e políticas públicas pensadas para as comunidades locais, com soluções efetivas sobre o déficit e a frequência no fornecimento de água. Também alerta para a necessidade de um envolvimento efetivo das companhias de saneamento, no sentido de aprimorar programas para implantação de novas redes de água e esgotamento sanitário em favelas.

Acesse a íntegra do estudo

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