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07/01/2021 09:42

Estudo aponta queda na desigualdade regional do Brasil a partir de 1970


Pesquisa do Ipea analisou o PIB municipal per capita entre 1920 e 2016 e sua relação com a trajetória de desigualdade

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (7) apontou aumento na desigualdade intermunicipal do Brasil entre 1920 e 1970, seguida por uma queda nas últimas cinco décadas. Devido ao intenso processo de emancipação municipal nesse intervalo de quase um século, que elevou de 1.304 para 5.570 a quantidade de municípios no país entre 1920 e 2016, a análise utilizou áreas mínimas comparáveis para cada período analisado.

A pesquisa adotou como metodologia principal o cálculo dos coeficientes de Gini entre os PIB per capita municipais. A relação entre a desigualdade intermunicipal e o desenvolvimento nacional no extenso período observado resultou em um gráfico em formato de U invertido, com algumas alterações na dinâmica ao longo do tempo. A desigualdade aumentou levemente até 1960 e deu um salto naquela década, atingindo seu pico em 1970, quando se aproximou de 0,58 (a escala de Gini vai de 0 a 1 e, quanto maior o valor, maior a desigualdade).

Este resultado foi confirmado por cálculos de outros indicadores de desigualdade e diferentes recortes no tempo e no território nacional. A decomposição do coeficiente de Gini revelou grande movimentação nas posições de riqueza dos municípios entre 1920 e 1970. O trabalho também mostrou diferenças entre as dinâmicas de cada macrorregião brasileira e um aumento sustentado na desigualdade regional do Sudeste entre 1996 e 2008. Outro destaque é o elevado Gini intermunicipal do Nordeste em 1970 (0,764) e 1975 (0,762), que impactou fortemente o desempenho do indicador nacional naquela década.

Segundo João Carlos Ramos, pesquisador do Ipea e coordenador do estudo, o documento tem caráter inédito por permitir a análise de um longo recorte temporal. “É um desafio compatibilizar quase um século de dados desagregados no nível municipal. Foi possível enxergar a tendência de queda da desigualdade territorial a partir da década de 1970, embora as disparidades ainda sejam altas”, observa.

A pesquisa sustenta que, apesar da queda das desigualdades regionais de 1970 a 2016, elas continuam expressivas a ponto de dificultar a construção de uma nação com um pacto federativo equilibrado e um desenvolvimento nacional sustentado.

Leia a íntegra do estudo

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