Relatório Final do Projeto Indexação da Produção em Saúde do Ipea à Base de Dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências Da Saúde

Coordenadores: Fabiola Sulpino Vieira e Jhonathan Divino Ferreira dos Santos

Equipe Técnica: Andrea de Mello Sampaio, Cláudio Passos de Oliveira, Edvaldo Batista de Sá, Elizabeth Gonçalves Vilarino de Castro Costa, Fernando José Brustolin, Marcelo Bottura, Norma Stenzel, Rafael Augusto Ferreira Cardoso, Sueli Mitiko Yano Suga, Carmen Verônica Mendes Abdala, Diego González Machín, Enid Rocha Andrade Silva, Lenita Maria Turchi e Márcio Simão
 

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O projeto Indexação da produção em saúde do Ipea à base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) foi proposto com os seguintes objetivos: i) indexar os documentos publicados pelo Ipea que podem ser enquadrados na área de conhecimento das ciências da saúde à base de dados Lilacs; ii) ampliar a disseminação da informação em saúde produzida pelo instituto; e iii) possibilitar que o conhecimento produzido nesta área seja mais conhecido e utilizado na formulação, implementação e análise de políticas públicas, assim como no debate setorial sobre os desafios do desenvolvimento social brasileiro no mesmo âmbito.

Para fins desse projeto, definiu-se como produção em saúde do Ipea o conjunto de documentos, em formatos distintos (artigos, textos para discussão, notas técnicas, capítulos de livros, livros, boletins, entre outras publicações), que abordam tema específico ou de interesse para o campo das ciências da saúde (saúde humana) e que foram publicados pelo instituto. Essa produção é, em sua maioria, resultado dos estudos e pesquisas conduzidos pelo corpo técnico da instituição; entretanto, contempla também trabalhos de autores filiados a outras organizações, publicados, especialmente, nos periódicos mantidos pelo Ipea.

Para o alcance dos objetivos propostos, estabeleceu-se cooperação técnica entre o Ipea e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).2 A Bireme foi criada em 1967, com sede no município de São Paulo, como centro regional de informação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que é o escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde – OMS (Silva, Ferla e Gallian, 2006). Entrou em operação em 1969 e rapidamente ampliou suas atividades, passando a suprir uma importante lacuna de acesso à informação biomédica na região, por meio da celebração de cooperação internacional com várias bibliotecas e outros centros de documentação da América Latina. Criou programa de treinamento para bibliotecários e passou a prestar diversos serviços como a reprodução de artigos científicos, a busca de literatura científica e a disseminação de informação científica para grupos específicos de pesquisadores (Neghme, 1975; Bonham, 1990).

Com o passar dos anos, o trabalho da Bireme foi reorientado no sentido de não apenas disseminar a produção científica originada nos países mais desenvolvidos da América do Norte e Europa, mas de priorizar a ampliação do acesso ao conhecimento em saúde e a adequação desse conhecimento aos contextos nacionais e locais dos países da América Latina. Como resultado desse processo, em 1982, seu nome foi alterado de Biblioteca Regional de Medicina para o atual, houve abertura de espaço para as abordagens interdisciplinares sobre a saúde e foi criada a Lilacs, a mais importante base de literatura da América Latina e do Caribe em ciências da saúde (Lima, 2002). Desde então, a Bireme tem fortalecido suas fontes de informação para ampliar seu escopo temático, com destaque para a área de saúde pública. Além disso, o centro aperfeiçoou os mecanismos para a disseminação da informação em saúde com o desenvolvimento da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS (Packer, 2005).

As tratativas para o estabelecimento da cooperação entre o Ipea e a Bireme tiveram início em 2017. Pretendia-se que o instituto, por meio de sua biblioteca, se tornasse centro cooperante da Rede de Informação em Ciências da Saúde da América Latina e do Caribe.3 Além disso, propunha-se que a sua contribuição em termos de aporte de documentos para as fontes de informação da Bireme se desse por meio de interoperabilidade de sistemas, dadas as limitações de pessoal na Biblioteca do instituto para a alimentação de mais um sistema de informação bibliográfica. Tais intenções deram origem ao projeto Indexação da produção em saúde do Ipea à base de dados Lilacs, cujos objetivos foram alcançados em sua totalidade.

A indexação da produção em saúde do Ipea à Lilacs e a outras bases de literatura técnico- científica em ciências da saúde significa a transformação dessa produção de literatura cinzenta4 para literatura visível e facilmente alcançável a todos os pesquisadores e interessados em temas da saúde. Ainda que todas as publicações do Ipea estivessem e estejam disponíveis na internet, tanto no seu portal quanto no Repositório do Conhecimento do Ipea (RCIpea), até o desenvolvimento do referido projeto, elas estavam fora dos canais usuais de divulgação e acesso à literatura da área da saúde. O campo da saúde desenvolveu, ao longo dos anos, uma dinâmica própria para a disseminação do conhecimento produzido. Os documentos são indexados a fontes específicas de informação dessa literatura, que são consultadas a partir de plataformas que organizam essas fontes e oferecem meios eficientes para a busca e a obtenção das publicações que interessam aos pesquisadores, como a BVS.

Assim, considerando-se a importância do projeto para que se amplie a disseminação da produção em saúde do Ipea a gestores públicos e acadêmicos dessa área e do registro das atividades realizadas para a continuidade da indexação no futuro, são objetivos deste relatório final: i) sintetizar os resultados alcançados por meio da cooperação estabelecida entre o Ipea e a Bireme para a indexação da produção em saúde do instituto à Lilacs e a outras fontes de informação em ciências da saúde; e ii) exemplificar, a partir da produção do Ipea sobre a pandemia de covid-19, a relevância de se ter esta produção indexada a essas fontes de informação.

Este relatório está organizado em cinco seções, incluindo esta, de introdução. Na segunda seção, destacam-se os resultados gerais do projeto. Na seguinte, terceira seção, apresenta-se uma radiografia dos documentos indexados às fontes de informação em ciências da saúde que estão sob a gestão da Bireme. Na quarta seção, descrevem-se as características temáticas da produção do Ipea sobre a pandemia de covid-19 e discute-se a relevância da indexação dessa produção às fontes mencionadas. Por fim, na quinta seção, são feitas algumas considerações sobre o encerramento do projeto.