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07/12/2021 14:19

Gastos do Brasil em cooperação internacional sofreram queda de 46% na pandemia


Diagnóstico aponta retração nos gastos e convênios do governo federal celebrados com organismos internacionais entre 2019 e 2020

Os gastos do governo federal em iniciativas de cooperação internacional apresentaram redução de 46%, em 2020, e foram impactados diretamente pela crise da pandemia. O dado foi apresentado nesta terça-feira (7/12), em webinar promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e consta do relatório preliminar de Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi). De acordo com o levantamento, os gastos totais do governo com organismos internacionais recuaram de R$ 2,6 milhões para R$ 1,4 milhão, entre 2019 e 2020, em razão da crise sanitária global.

A elaboração do relatório Cobradi 2019-2020 contou com a participação de Renato Baumann, coordenador de Estudos sobre Cooperação Internacional e Investimentos do Ipea, que apresentou os principais dados do estudo durante webinar realizado para apresentar a publicação e o diagnóstico conclusivo, apontando os principais achados. “O estudo mostra que houve relativa independência das agendas internacionais em relação às prioridades institucionais durante a pandemia. Ou seja, as unidades prestadoras de cooperação tiveram vida própria, pouco ligada à agenda da instituição maior como o governo”, explicou.

O relatório utiliza dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). A pesquisa detalha que houve decréscimos, por exemplo, de 53% dos gastos com fundos e bancos de desenvolvimento internacional, além da queda de 61% nos gastos referentes às iniciativas e operações de manutenção de paz. A pesquisa apresenta uma lista de recomendações para o fortalecimento da agenda de cooperação internacional brasileira, além da necessidade em avançar nos compromissos firmados na agenda 2030, que estabelece um conjunto de Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O estudo também realizou questionários e pesquisas para verificar quais são os principais países que figuram, atualmente, na agenda de cooperação internacional junto ao governo brasileiro. Entre os listados, lideram Portugal, Estados Unidos, Alemanha (via a agência de cooperação GIZ) e Reino Unido. Em relação à cooperação multilateral, quatro entidades parceiras foram citadas como mais relevantes: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Webinar

O webinar contou ainda com a participação de pesquisadores e especialistas em cooperação internacional. A abertura dos debates foi realizada pelo presidente do Ipea, Carlos von Doellinger, que ressaltou a contribuição do Ipea na agenda de estudos sobre políticas externas, com a elaboração de dados e indicadores inéditos sobre a cooperação internacional durante a pandemia.

A mesa de abertura também teve participação do diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte/Ipea), Ivan Oliveira, que destacou a relevância do relatório para a agenda de cooperação internacional ao governo brasileiro. “É um projeto pioneiro realizado pelo Ipea e que faz a mensuração da cooperação internacional. Ele se torna um importante instrumento de análise nesse momento, considerando os atuais desafios impostos pela pandemia para a formulação de novos acordos de cooperação internacional”, afirmou.

O evento também contou com a participação do diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ruy Pereira, que comentou sobre a importância do relatório para análise do alcance e oportunidades geradas com as iniciativas em cooperação internacional no Brasil. “O relatório se tornou uma referência nessa agenda de estudos por sistematizar dados valiosos e que contribuem para a política externa do governo brasileiro. Ele ganha importância ainda maior com o cenário desafiador imposto pela pandemia”, afirmou.

A secretária especial de Relacionamento Externo da Casa Civil, Paula Baratella, falou sobre iniciativas do governo brasileiro para o fortalecimento da cooperação internacional, entre eles as negociações para a ascensão do país como membro permanente da OCDE. “O Brasil já aderiu a 103 dos 251 instrumentos da OCDE e vem buscando boas práticas para orientar novas iniciativas de cooperação internacional”, informou. Também participou do evento o subsecretário de Instituições Internacionais de Desenvolvimento do Ministério da Economia (ME) Marcos Machado Guimarães.

Leia a íntegra do Relatório Cobradi 2019-2020.

Veja o vídeo do webinar.

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